. Acesso em: 9 abr. 2015.
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Estudos do capítulo
Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.
Atividades
1 Você é a favor da construção de usinas hidrelétricas na Amazônia? Discuta essa questão com seus colegas e justifique sua resposta, explicando em seu caderno quais seriam os possíveis impactos positivos ou negativos desses empreendimentos na região.
2 Você defende a criação de áreas de proteção de espaços naturais que proíbam qualquer tipo de atividade humana no local? Justifique em seu caderno.
3 Responda às questões a seguir em seu caderno:
a) O que são Unidades de Conservação?
b) Por que é importante a existência de Unidades de Conservação no Brasil?
4 Explique a diferença entre o preservacionismo e o conservacionismo.
5 O que diferencia o uso direto e o indireto dos recursos naturais?
Interpretando a mídia
6 Leia a reportagem a seguir e responda em seu caderno:
Queda no desmate é boa notícia, mas problema não acabou, dizem ONGs
Para ambientalistas ouvidos pelo G1, a queda de 18% no desmatamento na Amazônia anunciada pelo Ministério do Meio Ambiente nesta quarta-feira (26) é “razoavelmente positiva”. Eles alertam que, apesar da redução, os 4.848 km² de área desmatada entre agosto de 2013 e julho de 2014 superam o menor índice registrado até então, em 2012, quando o desmate foi de 4.571 km².
[...] Para o engenheiro florestal Marco A. W. Lentini, coordenador do Programa Amazônia da organização ambiental WWF-Brasil, os dados que apontam para a queda do desmatamento são uma boa notícia, mas isso não significa que o problema está perto de ser resolvido. “Temos que ser otimistas, mas isso não é sinal de que as taxas vão cair em definitivo [...].
[...] Ele acrescenta que, enquanto a questão do monitoramento avançou muito no país, outras frentes de enfrentamento do desmate ainda são muito incipientes. Ele cita a falta estímulo a atividades produtivas sustentáveis nas florestas e também a demora da implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro que vai integrar informações das propriedades rurais e servir como base para monitorar e controlar o desmatamento.
CARVALHO, Eduardo; LENHARO, Mariana. G1, São Paulo, 26 nov. 2014. Disponível em: .Acesso em: 15 fev. 2015.
a) O que a reportagem informa sobre o desmatamento na Amazônia? É possível dizer que ele foi extinto?
b) Segundo o engenheiro florestal Marco A. W. Lentini, quais seriam as possíveis formas de se combater o desmatamento na Amazônia?
Referência complementar para os alunos
• WORLD WIDE FUND FOR NATURE. Disponível em: . Acesso em: 8 abr. 2015.
Página 256
E Ética
Leitura
Natureza e ideologia
Um tema bastante polêmico foi abordado na seção “Conexões” da página 249: a construção de usinas hidrelétricas na Amazônia. Além das questões ambientais referentes ao impacto de projetos de grande porte em áreas de floresta, existe um debate não menos importante sobre a presença de comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas (povos que vivem às margens de rios e sobrevivem de sua relação com a terra e o rio) nas áreas de construção dessas hidrelétricas.
Um caso que teve bastante repercussão foi o da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu. Reunidos no Movimento Xingu Vivo Para Sempre, diversos povos e grupos resistiram por muitos anos à construção da usina, cujo projeto existe desde a época da ditadura militar. Ao final, as obras de Belo Monte tiveram início, mas o movimento também teve algumas conquistas.
Na base do debate sobre essa questão está a diferença entre concepções de natureza. Uma delas, defendida por quem acredita que as hidrelétricas são mais importantes do que os direitos das comunidades tradicionais, trata a natureza como recurso, denominando os rios, as terras e os materiais obtidos destes de recurso natural. Essa concepção, que acabou se tornando senso comum pelo mundo, tem origem em um modelo de produção industrial capitalista, que enxerga a natureza como matéria-prima. Essa concepção de natureza é baseada em uma ideologia de desenvolvimento material a qualquer custo. Leia o trecho a seguir do geógrafo britânico Neil Smith sobre o conceito de ideologia:
Eu considero a ideologia como sendo uma “reflexão invertida, truncada e distorcida da realidade”. A ideologia não é simplesmente um conjunto de ideias erradas, mas sim um conjunto de ideias radicadas na experiência prática, embora seja a experiência prática de uma dada classe social que vê a realidade através da sua própria perspectiva e, ainda assim, de forma parcial. Embora seja, dessa forma, uma reflexão parcial da realidade, a classe tenta universalizar sua própria percepção do mundo.
SMITH, Neil. Desenvolvimento desigual: natureza, capital e a produção de espaço. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1988. p. 45.
Dessa forma, a concepção ideológica de natureza que enxerga os rios e a floresta como recursos naturais tem origem social específica, e obedece a interesses específicos: fazer crer que é possível dominar a natureza e que esta, como objeto de dominação, não é mais do que um recurso para o desenvolvimento e o progresso da humanidade.
Mas será que as comunidades tradicionais concordam com essa concepção?
Em sala de aula
Nesta seção, relembre os alunos sobre o conceito de territorialidade, no qual o espaço geográfico é considerado como pertencente àqueles que fazem uso dele. Esse uso pode variar entre curtos períodos como dia e noite. De acordo com os PCNs: “O princípio da territorialidade dos fenômenos geográficos, definidos pelo processo de apropriação da natureza pela sociedade, garante a possibilidade de se estabelecerem os limites e as fronteiras desses fenômenos, sua extensão e tendências espaciais. São, portanto, fenômenos localizáveis e concretos” (BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Geografia/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. p. 138). No mesmo documento, ainda sobre o termo: “Nenhum estudo geográfico das formas de interações entre a sociedade e a natureza poderá estar desvinculado da territorialidade ou extensão do fato estudado. Os lugares têm, por exemplo, fronteiras territoriais. O território é a base física e material da paisagem, expressa-se numa determinada extensão, permitindo, assim, que se estabeleça alguma forma de fronteira” (ibidem).
Os conflitos pelo uso da terra nessa região permanecem. Se possível, pesquise reportagens recentes sobre os acontecimentos locais e apresente aos alunos, compondo mais subsídios para a realização da atividade.
Página 257
Atividade
Não escreva no livro. Faça as atividades no caderno.
Pesquisa e painel
Fig. 1 (p. 257)
Vilarejo de Barra de São Manoel, localizado no alto curso do Rio Tapajós, no início da Terra Indígena munduruku. Apuí, AM, julho de 2013.
FERNANDO LESSA/PULSAR IMAGENS
Depois de Belo Monte, uma nova polêmica sobre hidrelétricas na Amazônia se estabeleceu ao longo do Rio Tapajós. Nessa região, além de ribeirinhos, vive o povo indígena munduruku, que há anos luta pela demarcação de sua terra na região.
Com a ameaça da usina, ribeirinhos e mundurukus, que historicamente disputavam terras, uniram-se em uma campanha contra a presença de barragens e usinas no curso do rio, que resultariam na perda de suas terras e na inviabilização da demarcação da terra indígena munduruku. Os mundurukus, inclusive, começaram um processo de autodemarcação das próprias terras, como forma de pressionar o governo a resolver a situação.
Forme um grupo com mais quatro colegas e pesquise sobre a relação dos mundurukus com a terra e a natureza, tentando descobrir qual é a concepção de natureza dessa etnia indígena. Em seguida, compare essa concepção com a de outros povos tradicionais, como quilombolas e ribeirinhos, e faça uma análise das diferenças entre a comparação feita e a ideia de natureza como recurso natural, defendida pelos empreendedores das hidrelétricas e barragens.
Após a pesquisa, o grupo deverá confeccionar um painel apresentando as diferentes concepções de natureza e responder às seguintes questões:
1 É possível unir as duas concepções de natureza em um mesmo território?
2 Qual modo de vida deve ser priorizado, o dos povos tradicionais ou o do capitalismo industrial? Por quê?
Após a apresentação, a turma toda deverá debater sobre o que é a natureza e tentar chegar a uma concepção coletiva própria desse conceito.
Estamos nós, seres humanos, separados da natureza?
Temos mesmo controle sobre ela?
Sugestões de resposta das atividades
1. Professor(a), diversas concepções de natureza existiram durante a História humana. A atual percepção da natureza como recurso natural, que impera no senso comum, deriva de um momento histórico no qual o capitalismo industrial passou a se tornar o modo de produção principal em todo o planeta. Apesar disso, muitos povos e grupamentos humanos pelo mundo relacionam-se e concebem a natureza de maneira diferente.
Referências para o(a) professor(a)
Para mobilizar a turma ao debate, você pode apresentar o livro de Geografia indígena elaborado pelos indígenas do Parque Indígena do Xingu, que traz suas próprias visões de mundo sobre a natureza. Ele pode ser acessado no link abaixo:
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