Geografia Espaço e identidade Levon Boligian, Andressa Alves 2 Componente curricular Geografia



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. Acesso em: 16 jan. 2016.

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Itamar Aguiar/Agência Freelancer/Folhapress

Indígena vende cestas artesanais nas ruas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 2016.

Resolva os exercícios no caderno.

Discuta com seus colegas de turma a respeito do preconceito que existe em relação aos povos indígenas, sobretudo, aqueles que vivem nas cidades. Você já presenciou algum tipo de atitude preconceituosa contra um indígena? Conte para turma sua experiência.

Metropolização e problemas urbanos

O rápido crescimento, sobretudo em decorrência do grande afluxo de migrantes, provocou mudanças significativas nas paisagens das metrópoles brasileiras. A maioria delas cresceu sem uma estruturação espacial que garantisse qualidade de vida e cuidados com o meio ambiente.

O avanço da mancha urbana canalizou rios, ocupou fundo de vales, se apropriou das encostas dos morros, aumentando os problemas relacionados à poluição das águas e à destruição dos mananciais. Além disso, surgiram inúmeros problemas relacionados à falta de infraestrutura urbana, como na rede de coleta de esgoto, água encanada e energia elétrica e no transporte coletivo público.



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Alexandre Macieira/Tyba

A ocupação de áreas de risco pela população para a construção de moradias é recorrente em diversas cidades, como ocorre em Rio de Janeiro (RJ), 2015.
Página 165

Desigualdades socioespaciais nas grandes cidades

Atualmente, existe uma grande diferença nos padrões de moradia e de infraestrutura entre os bairros habitados pelas classes alta, média e baixa. Isso tem se refletido em profundas desigualdades nos espaços utilizados e apropriados pelos diferentes grupos sociais. É o que se denomina segregação socioespacial das cidades.

Nos últimos anos, essa segregação adquiriu características ainda mais acentuadas, principalmente nas grandes cidades e nas cidades médias do interior do país, devido à especulação imobiliária. Nessas cidades, de um lado há a disseminação de condomínios residenciais de luxo, em bairros servidos de completa infraestrutura de equipamentos urbanos coletivos. Essas áreas, verdadeiros enclaves no interior da malha urbana, são isoladas por muros altos, portões e guaritas de vigilância, com acesso exclusivo aos condôminos, seus visitantes e funcionários. Do outro lado, há o crescimento do número de bairros pobres, sobretudo de favelas e de loteamentos clandestinos e irregulares, a maioria com pouca ou nenhuma infraestrutura.

Especulação imobiliária: manobra utilizada por empresas ou profissionais do setor imobiliário nas operações comerciais ou financeiras que, por meio de mecanismos ardilosos, e muitas vezes ilícitos, sobrevalorizam artificialmente os preços dos imóveis, visando obter altíssimos lucros.

Veja o exemplo da cidade de Belo Horizonte.



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Rubens Chaves/Pulsar Imagens

Vista aérea das casas do Bairro de Mangabeiras, em Belo Horizonte, Minas Gerais, 2014. O bairro constitui um condomínio residencial de luxo para moradores abastados da capital mineira.

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Delfim Martins/Pulsar Imagens

Vista aérea da comunidade do Morro do Papagaio, em Belo Horizonte, Minas Gerais, 2015. O aspecto precário das habitações mostra que a comunidade é habitada por população de baixa renda.

Professor, peça aos alunos que analisem as fotografias, estabelecendo relações com a realidade socioespacial da cidade onde vivem.

Disseminação de bairros pobres e tensões no espaço urbano

O rápido processo de expansão urbano-industrial brasileiro, baseado em um modelo de crescimento econômico excludente, vem gerando um número considerável de desempregados e um maior empobrecimento da classe trabalhadora, principalmente por causa do achatamento dos salários. Milhões de famílias de baixa renda são obrigadas a viver em favelas, cortiços ou mesmo nas ruas das grandes cidades, já que não possuem renda suficiente para ter uma moradia adequada.

De acordo com levantamentos recentes, em cerca de 33% dos municípios brasileiros há favelas. Essas comunidades carentes somam mais de 3 milhões de domicílios. Analise os gráficos apresentados a seguir.

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Gráfico: ©DAE

Fonte: IBGE. Perfil dos municípios brasileiros: gestão pública 2001 e 2008. Disponível em: . Acesso em: 16 jan. 2016.
Página 166

As favelas – aglomerações de domicílios construídos em terrenos sem infraestrutura, como saneamento básico, postos de saúde, vias de acesso ou meios de transporte – são, em geral, densamente povoadas. Na maioria das vezes, surgem como ocupações ilegais em áreas desocupadas do poder público ou mesmo de particulares.

Nas grandes cidades, a falta de acesso a terrenos com condições mínimas de habitabilidade fez com que muitas favelas surgissem nas chamadas áreas de risco, locais ambientalmente sensíveis e perigosos, que podem apresentar grande declividade e são sujeitas a desabamentos, como as encostas de morros. Há também os casos de favelas localizadas no fundo de vales, correndo o risco de enchentes ou inundações, ou ainda em áreas de mangue, no caso das cidades localizadas no litoral.

O processo de intensa segregação socioespacial vivenciado no Brasil nas últimas décadas tem levado muitos grupos sociais excluídos a se organizar. É o caso do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), que promove a ocupação de prédios ou de terrenos destinados à especulação imobiliária. As ações de rebeldia, como os arrastões e os saques ao comércio, também são respostas à situação de exclusão social. Tais ações têm sido violentamente reprimidas pelo Estado por meio da polícia ou do Exército.

Esses conflitos e tensões são decorrência da enorme desigualdade social ainda existente em nosso país, que se reproduz de forma ampliada nas cidades e que priva determinados grupos sociais do direito à cidadania, ou seja, do acesso à habitação, à alimentação, ao trabalho e à saúde de qualidade.

Sobre essa situação leia o texto seguinte.

Quem são os trabalhadores sem-teto?

Há cinco anos, Wilson Barbosa saiu de Oeiras, Piauí, para trabalhar em São Paulo. Na época, o então faxineiro pagava 350 reais para alugar a casa onde morava com a esposa e dois filhos no extremo da Zona Leste. Hoje, com 30 anos, trabalha como porteiro de um prédio e recebe um salário maior. Mesmo assim, não consegue mais pagar a locação de um imóvel. “Eu ganho 1.015 reais como porteiro, e 600 vão para o aluguel. Tenho de pagar uma pessoa para olhar um filho, aí são mais 200 reais. Além disso, tem a van para ir à escola. Assim fica difícil, mesmo com a ajuda da minha esposa, que trabalha em uma lanchonete.”

Espremido pelo aumento do custo de vida, Barbosa soube da ocupação de um terreno abandonado na Zona Leste da cidade pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST). Lá, ergueu um barraco e agora tenta conseguir um lugar para morar. [...]

Com a adesão de desafortunados como Barbosa, o MTST fez as maiores manifestações na cidade desde junho do ano passado [2013]. Durante os rolezinhos, quando jovens eram impedidos de entrar em shoppings, eles protestaram diante dos centros de compra. Também interditaram ruas dezenas de vezes e realizaram marchas com mais de 20 mil militantes. E o Plano Diretor de São Paulo, a lei que regula como e para onde a cidade deve crescer, só caminha graças aos persistentes protestos do grupo em frente à Câmara de Vereadores. Além disso, milhares de famílias ocuparam cinco terrenos na periferia. [...]

LOCATELLI, Piero. MTST, o novo protagonista. Carta Capital, 9 jun. 2014. Disponível em: . Acesso em: 16 jan. 2016.

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Alf Ribeiro/Folhapress

Prédio ocupado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) da Central dos Movimentos Populares (CMP), São Paulo (SP), 2013.
Página 167

Fronteiras econômicas e urbanização

Um importante aspecto da urbanização brasileira, concomitante ao processo de crescimento demográfico das grandes cidades, foi o aumento considerável na quantidade de centros urbanos locais. Na década de 1950, havia no país, aproximadamente, 1.890 cidades. No começo da década de 2000, já eram cerca de 5500 núcleos urbanos. Em 2014, o IBGE contabilizou 5570 municípios no país, cada qual tendo um núcleo urbano como sede. Desses núcleos, cerca de 70% tinham menos de 20 mil habitantes e aproximadamente 90% possuíam cidades com menos de 50 mil pessoas.

Veja os mapas.



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Mapa: ©DAE/Allmaps

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Disponível em: http://atlasescolar.ibge.gov.br/images/atlas/mapas_brasil/brasil_evolucao_malha_municipal.pdf>. Acesso em: 16 jan. 2016.

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Mapa: ©DAE/Allmaps

Organizado pelos autores Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. Disponível em:


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