. Acesso em: 7 fev. 2016.
Mapa: ©DAE/Allmaps
Fonte: CALDINI, Vera; ÍSOLA, Leda. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 52.
Atividade cartográfica
Resolva os exercícios no caderno.
Analise os dois mapas acima e responda:
1. Quais são os estados brasileiros com o maior número de empresas industriais?
2. Localize nos mapas as áreas industriais mencionadas no texto da página 241. Converse com os colegas.
3. Quais são os estados do Centro-Sul que apresentam maior diversidade de indústrias? E quais são os tipos de indústria mais representativos em cada um deles?
Página 238
O complexo agroindustrial do Centro-Sul
A concentração e a diversificação das atividades fabris no Centro-Sul propiciaram, a partir da segunda metade do século XX, as condições tecnológicas necessárias para o estabelecimento de agroindústrias produtoras de maquinários e insumos agrícolas, até então importados dos países industrializados do hemisfério norte. Como consequência, estabeleceu-se na região, sobretudo a partir da década de 1970, uma série de empresas de biotecnologia, responsáveis pelo desenvolvimento de técnicas de melhoramento genético, tanto de plantas e sementes como de rebanhos.
Essas inovações foram a base para a expansão do agronegócio, que desencadeou profundas mudanças na paisagem agrária desse complexo regional, promovendo saltos de produtividade e a ocupação de extensas áreas com lavouras monocultoras de commodities, como o café, a cana-de-açúcar, a laranja, a soja e, na porção mais meridional do país, o trigo e gêneros agrícolas destinados, sobretudo, à exportação e ao abastecimento das indústrias. Os grandes investimentos destinados ao agronegócio provocaram a redução da área ocupada com culturas alimentares como o feijão, a mandioca, a batata, as frutas e as hortaliças.
Alex Tauber/Pulsar Imagens
Ensacamento de açúcar para exportação em usina de São Manuel, São Paulo. Foto de 2015.
Agora, observe atentamente os gráficos referentes à produção agropecuária do Centro-Sul.
Gráfico: ©DAE
Fontes: IBGE. Produção Agrícola Municipal 2013. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2016; IBGE. Produção da Pecuária Municipal 2014. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2016.
No Centro-Sul, destaca-se também a pecuária bovina, com a criação extensiva de gado em grandes propriedades, valendo-se da aplicação de tecnologias avançadas, como vacinação, inseminação artificial e ração balanceada. Há também criações de suínos e de aves por meio do sistema de integração (Capítulo 4), muito difundido no interior dos estados sulistas (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Nesse sistema, é estabelecida uma parceria entre os criadores, em geral pequenos e médios proprietários rurais que disponibilizam estabelecimentos e mão de obra para criar animais, e as grandes empresas de alimentos, como laticínios e frigoríficos, que oferecem técnicos especializados, insumos e filhotes para o desenvolvimento das criações nesses minifúndios.
Página 239
O incentivo ao agronegócio e o estabelecimento de empresas de biotecnologia fazem parte do modelo agroexportador implantado pelo Estado brasileiro a partir da década de 1970. Assim, foram desenvolvidas tecnologias que promovessem o aumento da produtividade no campo, como forma de abastecer em larga escala as agroindústrias com matéria-prima (farelo de cereais, suco concentrado, carne, couro, leite, entre outras) e de cumprir as metas estatais de exportação de grãos, angariando novas divisas econômicas para o país.
Gerson Gerloff/Pulsar Imagens
No sistema de integração, os criadores recebem assistência de agroindústrias. A foto, de 2012, mostra criação de suínos em propriedade no município de Quatro Pontes, Paraná.
Observe a situação do Centro-Sul no mapa a distribuição dos principais segmentos agroindustriais.
Mapa: ©DAE/Allmaps
Fonte: ÍSOLA, Leda; CALDINI, Vera. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 53.
• O deslocamento das fronteiras agrícolas
No Capítulo 10, vimos que boa parte dos centros urbanos que surgiram no Brasil a partir da década de 1940 tem origem no movimento de expansão das fronteiras agrícolas em direção à porção ocidental do território nacional. No Centro-Sul houve, nas últimas décadas, uma intensificação desse processo por meio do aumento de investimentos destinados a atividades ligadas ao agronegócio, como as culturas da soja, do algodão e do milho, e a pecuária extensiva tecnificada. Empresas de beneficiamento desse tipo de produção foram implantadas no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, em Goiás, no sul do Tocantins e no oeste da Bahia, assim como no Distrito Federal.
Entre as principais causas dessa migração de capitais para o interior, podemos citar:
• o esgotamento das bases de expansão agrícola nas porções mais antigas da região Centro-Sul (com o aumento do valor da terra, o intenso fracionamento das propriedades rurais em estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul e, ao mesmo tempo, a concentração de terras no interior do Paraná e de São Paulo);
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• os incentivos fiscais concedidos pelos governos estaduais e federal para a compra de terras nas áreas de fronteira agrícola, em geral, latifúndios;
• o desenvolvimento da infraestrutura necessária para o escoamento da produção e para o afluxo de pessoas em direção a essas porções interioranas;
• o desenvolvimento de tecnologias apropriadas à exploração do Cerrado, disponibilizando extensas áreas para a introdução de lavouras monoculturas e para a pecuária bovina de corte.
Franco Hoff/Pulsar Imagens
Na imagem, de 2011, vinhedo na zona rural de Bento Gonçalves, interior do estado do Rio Grande do Sul. O fracionamento das propriedades rurais nos estados sulistas elevou o preço da terra, levando muitos agricultores a procurar áreas mais baratas nas frentes agrícolas dos estados mais ao norte do país.
Thomaz Vita Neto/Tyba
Colheitadeira descarregando soja em caminhão no município de Chapadão do Sul, Mato Grosso do Sul, em 2014. Empresas de pesquisa agrícola, como a Embrapa, desenvolveram variedades de soja adaptadas ao clima e aos solos do cerrado, o que aumentou a área plantada e, consequentemente, a produção nacional desse grão.
Além do incremento da criação de animais e da produção de lavouras comerciais, tem sido notório o crescimento das atividades de beneficiamento, por meio da implantação de empreendimentos agroindustriais (frigoríficos, indústrias de óleos vegetais, usinas de álcool e açúcar, entre outros) com capital de grupos empresariais estrangeiros e nacionais. Esse processo relaciona-se com o plano de metas instituído pelo governo federal na década de 1950, que visava à ocupação do interior do território nacional por meio do deslocamento das fronteiras agrícolas do Sul-Sudeste em direção ao Centro-Oeste e à Amazônia.
O mapa ao lado mostra a expansão de agroindústrias ligadas ao beneficiamento da soja em direção ao interior. Note que essa expansão acompanha o alargamento das fronteiras agrícolas.
Mapa: ©DAE/Allmaps
Fonte: HEREDIA, Beatriz; PALMEIRA, Moacir; LEITE, Sérgio Pereira. Sociedade e economia do “agronegócio” no Brasil. In: Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 25, n. 74, out. 2010. p. 163. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2016.
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As fronteiras agrícolas e os biomas do Centro-Sul
O avanço acelerado das fronteiras agrícolas, provocado sobretudo pelas atividades agropecuária e madeireira, teve como consequência a devastação de grande parte dos biomas localizados no Centro-Sul do país, como as áreas de Mata de Araucárias, de Floresta Tropical, de Campos e de Cerrado.
Observe os mapas a seguir.
Mapa: ©DAE/Allmaps
Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 102. Disponível em:
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