Geografia Espaço e identidade Levon Boligian, Andressa Alves 2 Componente curricular Geografia



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. Acesso em: 7 fev. 2016.

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Mapa: ©DAE/Allmaps

Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 102. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2016.
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Como você observou nos mapas, a partir da década de 1950, a Mata de Araucárias foi reduzida às áreas com relevo de maior altitude no interior dos estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul. A Floresta Tropical foi confinada a parques estaduais e nacionais. O Cerrado, por sua vez, foi o bioma que passou por maior devastação de 1950 a 2000, tendo sua extensão reduzida drasticamente.



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Gerson Sobreira/Terrastock

Plantação de trigo substitui a vegetação da Mata de Araucárias em Marilândia do Sul, Paraná. Foto de 2012.

Competência de área 6: Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos.

Habilidade 29: Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.

De olho no Enem



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A imagem retrata a araucária, árvore que faz parte de um importante bioma brasileiro que, no entanto, já foi bastante degradado pela ocupação humana. Uma das formas de intervenção humana relacionada à degradação desse bioma foi:

a. o avanço do extrativismo de minerais metálicos voltados para a exportação na região Sudeste.

b. a contínua ocupação agrícola intensiva de grãos na região Centro-Oeste do Brasil.

c. o processo de desmatamento motivado pela expansão da atividade canavieira no Nordeste brasileiro.

d. o avanço da indústria de papel e celulose a partir da exploração da madeira, extraída principalmente no Sul do Brasil.

e. o adensamento do processo de favelização sobre áreas da Serra do Mar na região Sudeste.

Gabarito: D

Justificativa: Questão de nível fácil, que exige mais o reconhecimento, por parte do aluno, da localização original do domínio da Mata das Araucárias no Brasil, do que propriamente a contextualização acerca da dinâmica que resultou na degradação desse ecossistema. Preliminarmente, verifica-se que os distratores b e c estão incorretos por inserirem o domínio fitogeográfico mencionado em regiões nas quais ele não aparecia: o Centro Oeste e o Nordeste brasileiro – tendo em vista que a Mata das Araucárias ocupava expressivas áreas na Região Sul do Brasil. No caso das alternativas a e e, além da região de maior destaque dessa floresta, como já foi dito, ser a Sul, e não a Sudeste – embora ainda registre-se a presença de Araucárias em alguns pontos do estado de São Paulo – sua degradação não está associada às atividades de mineração nem à favelização em regiões da Serra do Mar, local onde o domínio fitogeográfico predominante não é a Mata das Araucárias, mas sim a Mata Atlântica. A alternativa correta, na letra d, é a única que aponta a localização correta desse bioma, na Região Sul, e associa corretamente o desmatamento à exploração madeireira.
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Transformações no campo e urbanização do Centro-Sul

Como vimos, nas últimas décadas, tanto o Estado como empresas privadas investiram grandes quantias no estabelecimento de um amplo complexo agroindustrial na região Centro-Sul do Brasil, empreendendo a modernização de monoculturas comerciais (em geral cultivadas em latifúndios), em detrimento das policulturas alimentares, desenvolvidas, sobretudo, em pequenas e médias propriedades rurais.

Nos capítulos 9 e 10 vimos que linhas de crédito insuficientes ou com juros altos levaram boa parte dos pequenos e médios produtores rurais ao endividamento e, consequentemente, à perda de suas terras, intensificando o processo de concentração fundiária na região. Além disso, a disseminação do modelo de desenvolvimento agrícola capitalista, baseado no agronegócio, passou a dispensar, principalmente a partir da década de 1970, um contingente expressivo de trabalhadores, que tiveram sua força de trabalho substituída, em grande parte, pelas tecnologias empregadas nas grandes fazendas.

Esses fatores provocaram o aumento da concentração fundiária no Centro-Sul e geraram um intenso processo de êxodo rural, impulsionando grande parte da população da região a abandonar o campo e migrar, sobretudo, para os médios e grandes centros urbanos.

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Piton/Futura Press

Em Ribeirão Preto, no interior do estado de São Paulo, vivem milhares de trabalhadores rurais volantes, ocupados apenas nas épocas de plantio e colheita de cana-de-açúcar. Na fotografia, bairro da periferia de Ribeirão Preto em 2016.

Leia o texto a seguir, do economista e sociólogo José Graziano da Silva, que trata desse processo.

É um fato inegável que a modernização da agricultura, em especial a do Centro-Sul do país, se acelerou nos últimos anos. Mas é preciso destacar que esse processo não é completo, caracterizando o que se poderia chamar de uma modernização parcial da agricultura, num duplo sentido.

De um lado, [...] essa modernização se restringe a alguns produtos e regiões. Não é necessário repetir que em função disso o café, a cana-de-açúcar, a soja, o trigo etc. são chamados de “culturas de rico”, ficando o feijão, o leite, a fava, grande parte do arroz e do milho conhecidos como “cultura de pobre”. Tampouco é necessário enfatizar que o Centro-Sul do país não é somente a região que concentra a produção industrial, é também uma das regiões mais importantes na produção agrícola do país.

O outro sentido em que se poderia chamar a modernização da agricultura brasileira de parcial é que, mesmo em relação aos produtos e áreas específicas em que se faz presente, ela atingiu apenas algumas fases do ciclo produtivo. Por exemplo, as culturas tropicais como a cana, café, cacau e borracha não têm a sua colheita mecanizada, seja por razões técnicas em alguns casos e econômicas em outros. [...]

O [...] reflexo importante dessa modernização parcial é o crescimento da sazonalidade do trabalho agrícola. Isso porque a modernização não atingiu todas as fases do ciclo produtivo, especialmente a fase da colheita, que é uma das mais exigentes em termos de mão de obra, e em determinadas áreas de monocultura específicas, reforçando as oscilações sazonais próprias do calendário agrícola. Isso não só acelerou violentamente o êxodo rural, como também transformou as relações de trabalho nessas áreas.

Assim, em algumas regiões do país, em certas épocas do ano há uma escassez temporária de mão de obra, enquanto que em outras épocas, naquelas mesmas regiões, há acentuados índices de subemprego e de desemprego aberto. Em outros termos,
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a modernização parcial da agricultura tem significado não apenas uma menor expansão (ou até mesmo uma redução) dos níveis de emprego, mas sobretudo um grande aumento do trabalho temporário no setor agrícola. Ressalta-se que esse aumento do trabalho temporário, representado pelo aumento (pelo menos relativo) do contingente dos assalariados temporários, conhecidos como volantes, ou boias-frias, tem significado uma redução no seu nível de renda familiar, dado que geralmente encontram trabalho em apenas metade dos dias úteis do ano. Isso vem obrigar à incorporação crescente de mulheres e crianças em idade escolar, especialmente por ocasião das atividades da colheita [...] na tentativa de manter o nível de renda familiar [...].

SILVA, José Graziano. O que é questão agrária. São Paulo: Brasiliense, 1980. p. 49-53.

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Arquivo/Estadão Conteúdo

Migrantes provenientes de diversas partes da Região Nordeste do Brasil chegam a São Paulo em 1974.

Rápido processo de urbanização

O Centro-Sul é atualmente o complexo regional mais populoso do país, com cerca de 127 milhões de habitantes, o que corresponde a 62% do total da população brasileira. É também a região com o maior índice de urbanização: aproximadamente 90% dos seus habitantes vivem em cidades (conforme estudamos no Capítulo 9).



Durante o período de 1960 a 1980, o grande afluxo de migrantes, sobretudo nordestinos, o êxodo rural de trabalhadores da própria região e as altas taxas de natalidade desencadearam um intenso processo de urbanização, caracterizado pelo crescimento desordenado dos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba, e das cidades de médio porte. O rápido e desordenado processo de urbanização originou aglomerados urbanos ainda maiores. O Censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou 36 grandes aglomerações urbanas no território brasileiro, que são denominadas regiões metropolitanas. Segundo o IBGE, 20 delas estão no Centro-Sul. Veja a tabela a seguir.

Regiões metropolitanas do Centro-Sul

Regiões metropolitanas*

Número de habitantes

Número de municípios

Belo Horizonte – MG

5813410

48

Vale do Aço – MG

654721

26

Vitória – ES

1910101

7

Rio de Janeiro – RJ

12166798

19

Baixada Santista – SP

1797500

9

Campinas – SP

3081247

19

São Paulo – SP

21090791

39

Curitiba – PR

3449491

26

Londrina – PR

825936

8

Maringá – PR

672575

13

Carbonífera – SC

581079

25

Chapecó – SC

436170

25

Florianópolis – SC

1131981

22

Foz do Rio Itajaí – SC

624497

9

Lages – SC

356884

23

Norte/Nordeste Catarinense – SC

1210940

20

Tubarão – SC

369818

18

Vale do Itajaí – SC

770329

16

Porto Alegre – RS

4179197

31

Goiânia – GO

2421831

20

*Exceto a RM de Cuiabá.

Fonte: IBGE. Disponível em: . Acesso em: 7 fev. 2016.


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Culturas em foco

Viva São Paulo, a maior cidade nordestina do Brasil!

Desde 2009, no dia 8 de outubro, São Paulo comemora o Dia do Nordestino. A data foi incluída no calendário de eventos da capital paulista por um motivo óbvio: a importância do contingente populacional de migrantes nordestinos e seus descendentes na cidade. Considerando o impacto dos milhões de nordestinos que migraram para a cidade, principalmente a partir dos anos 1940, e seus descendentes, podemos considerar São Paulo a maior cidade nordestina do Brasil. [...]

Se hoje a proporção de migrantes no total da população é menor (nos anos 1970, a proporção era de 6 para cada 10 habitantes; hoje, é de 3 para cada 10), isso tem a ver com o tamanho da cidade – incluindo os filhos dos migrantes que já nasceram aqui – e com um tipo de migração diferente do que vimos no século XX, agora marcada por idas e vindas e também por retornos definitivos.

Ou seja, São Paulo continua sendo uma cidade que atrai pessoas em busca de oportunidades: econômicas, culturais, políticas etc. Seu dinamismo e força residem exatamente nisso: a cidade se nutre permanentemente de uma enorme diversidade cultural, heterogeneidade de bagagens e histórias de vida. [...]

Infelizmente, não é exatamente assim que a presença dos migrantes é representada no imaginário político-cultural da cidade. As representações mais comuns constroem a ideia de uma cidade marcada positivamente pela presença europeia (as ondas migratórias predominantes do século XIX e início do século XX) e “invadida” por nordestinos pobres e analfabetos na segunda metade do século passado. Este imaginário não tem qualquer correspondência com a realidade: por um lado, grande parte dos imigrantes europeus chegou à cidade em estado de absoluta miséria e analfabetismo, por outro, a migração nordestina é muito mais heterogênea do ponto de vista econômico do que o preconceito nos permite ver. Entre a imensa maioria de trabalhadores da cidade – nas mais diversas atividades e profissões – encontramos nordestinos, mineiros, paulistas, paranaenses... por que, então, insistir no estereótipo do nordestino “peão”, “doméstica” ou “baiano”?

Na cidade do século XXI, das “novas classes médias”, das periferias consolidadas e heterogêneas, está mais do que na hora de dar a volta por cima no preconceito e reconhecer com orgulho: viva São Paulo, a maior cidade nordestina do Brasil!

ROLNIK, Raquel. Viva São Paulo, a maior cidade nordestina do Brasil! Yahoo Notícias, 9 out. 2013. Disponível em:


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