Geografia Espaço e identidade Levon Boligian, Andressa Alves 2 Componente curricular Geografia



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. Acesso em: 19 mar. 2016.

Printscreen da página de entrada do IBGE.

No ano de 2015, a população brasileira atingiu a marca de 205 milhões de habitantes, número que, como vimos no capítulo anterior, torna nosso país o quinto mais populoso do mundo. Ainda que populoso, o Brasil possui, assim como muitas nações, uma população irregularmente distribuída pelo território. Observe o mapa.



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Mapa: ©DAE/AllMaps

Fonte: IBGE. Disponível em: . Acesso em: 19 mar. 2016.
Página 43

Como é possível perceber por meio da análise do mapa da página anterior, a maior parte da população brasileira está concentrada na faixa leste do país. Nessa faixa estão localizadas as aglomerações urbanas mais populosas do Brasil, as regiões metropolitanas de São Paulo (com 21 milhões de habitantes) e do Rio de Janeiro (com 11 milhões de habitantes), assim como as metrópoles de Salvador, Recife, Porto Alegre e Curitiba, entre outras. O mapa mostra que as maiores densidades demográficas (acima de 100 hab. /km2) encontram-se justamente nas áreas onde estão localizadas essas grandes cidades, nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, historicamente de ocupação e povoamento mais antigo. Juntas, elas reúnem cerca de 85% da população do país, distribuída em uma área que representa aproximadamente 36% do território nacional.

A parte oeste do Brasil apresenta-se bem menos povoada, em geral com densidades demográficas iguais ou inferiores a 10 hab. /km2, já que se caracteriza como uma área de povoamento mais recente. Ela compreende as regiões Norte e Centro-Oeste, que, juntas, reúnem cerca de 15% da população brasileira, distribuída em uma superfície que representa aproximadamente dois terços do território nacional.

Neste capítulo, vamos conhecer um pouco mais da população brasileira, sua dinâmica de crescimento, estrutura etária e composição étnica, assim como dos movimentos migratórios internos e externos.

A evolução demográfica da nação brasileira

O recenseamento da população de um país é fundamental para o desenvolvimento de ações políticas governamentais ligadas ao setor social (saúde, alimentação, educação e emprego). No Brasil, foi com o estabelecimento da República, no final do século XIX, que se iniciaram os primeiros registros demográficos oficiais, como os de nascimento, de óbito e de casamento. Os recenseamentos ou censos periódicos, no entanto, começariam a ser realizados somente a partir da década de 1940, pelo IBGE.

Até o fim do século XIX, a população brasileira era relativamente pequena se comparada à de determinados países europeus e asiáticos. Os índices de crescimento natural ou vegetativo apresentavam-se baixos, visto que, mesmo com os nascimentos de muitas crianças, as taxas de mortalidade eram altas. Podemos dizer que, nesse período, o Brasil estava na fase demográfica pré-industrial.

Durante o século XX, esse comportamento demográfico mudou e a população brasileira cresceu em um ritmo acelerado. O país adentra, então, a primeira etapa de transição demográfica. Para ter uma ideia do incremento populacional ocorrido, basta dizer que, em 1910, no Brasil, a população era de 18 milhões de habitantes; e que, em 2010, esse número havia sido multiplicado em mais de dez vezes, passando para cerca de 190 milhões de pessoas, de acordo com o censo realizado pelo IBGE.

A seguir, conheceremos as características de cada etapa da transição demográfica brasileira. Acompanhe.

O elevado índice de crescimento vegetativo

Como vimos no capítulo anterior, quando ocorre um desequilíbrio muito acentuado entre a proporção de pessoas que nascem e a de pessoas que morrem, ou seja, entre as taxas de natalidade e as de mortalidade, o índice de crescimento vegetativo altera-se, acelerando ou retardando o ritmo de crescimento da população; com isso, inicia-se um período de transição demográfica. Observe, no gráfico da próxima página, o índice de crescimento vegetativo da população brasileira durante o século passado e as projeções de sua evolução para a próxima década.


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Professor, por meio do gráfico, mostre aos alunos que, a partir da década de 1920, em razão da alteração dos índices de crescimento natural, iniciou-se um período de transição demográfica no Brasil. Professor, mostre aos alunos que as taxas de natalidade, mortalidade e crescimento natural estão sendo apresentadas por mil habitantes (‰).



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Gráfico: ©DAE

Fontes: CARVALHO, Alceu V. W. de. A população brasileira: estudo e interpretação. Rio de Janeiro: IBGE, 1960; IBGE. Anuário estatístico do Brasil. Rio de Janeiro, 1998; IBGE. Anuário estatístico do Brasil 2014. Disponível em: . Acesso em: 19 mar. 2016.

O gráfico mostra que até a década de 1920 as altas taxas de natalidade (45 nascimentos para cada grupo de mil habitantes no período de um ano – 45‰) e de mortalidade (25 óbitos para cada grupo de mil habitantes no período de um ano – 25‰) registradas no Brasil mantiveram o índice de crescimento natural nacional relativamente constante e não muito elevado (19‰). A alta mortalidade estava ligada às precárias condições médico-sanitárias, tanto nas áreas rurais quanto nas áreas urbanas. Os remédios eram escassos e havia grande resistência da população em aderir às campanhas de vacinação. Além disso, os sistemas de água encanada e de esgoto das cidades serviam apenas a uma pequena parcela das residências. Dessa forma, era comum a disseminação de epidemias, como as de febre amarela, varíola, tuberculose e coqueluche. Essa realidade somente começaria a mudar com as ações de combate a essas doenças e as melhorias nas condições sanitárias no campo e nas cidades. Nesse sentido, foi fundamental o papel do médico sanitarista Oswaldo Cruz (1872-1917), no início do século XX.



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Acervo Iconographia

Na virada do século XIX para o XX, boa parte da população das maiores cidades brasileiras vivia em péssimas condições sanitárias e de moradia. Na imagem, cortiço na cidade do Rio de Janeiro (RJ), em 1906.
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SABERES EM FOCO

Oswaldo Cruz e a revolução sanitária no Brasil

Oswaldo Cruz, médico e sanitarista brasileiro, fundador da medicina experimental no Brasil, nasceu em São Luís do Paraitinga (SP), em 5 de agosto de 1872. Seu nome completo era Oswaldo Gonçalves Cruz. Aos 14 anos ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Durante os seis anos em que frequentou o curso, não demonstrou grande interesse pela clínica, mas sentiu-se completamente fascinado pelo mundo microscópico, que começava a ser revelado pelas descobertas de Louis Pasteur, Robert Koch e outros investigadores. A chamada revolução pausteuriana estava promovendo uma transformação radical na medicina. Doutorou-se em 1892, defendendo a tese A Veiculação Microbiana pelas Águas.

[...] Clinicou no Rio de Janeiro até meados de 1896, quando viajou para a França. Em Paris, estagiou no Instituto Pasteur e, em seguida, na Alemanha. Regressou ao Brasil em 1899, quando foi designado para organizar o combate ao surto de peste bubônica em Santos (SP) e em outras cidades portuárias. Nomeado em 1902 para dirigir o Instituto Soroterápico, atual Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), conseguiu reunir uma excelente equipe de jovens pesquisadores, com os quais fez a instituição atingir elevado nível como centro de fabricação de vacinas e de medicina experimental. Em 26 de março de 1902, foi nomeado diretor geral da Saúde Pública, com o objetivo de erradicar a febre amarela, a peste bubônica e a varíola no Rio de Janeiro. Iniciou um rigoroso programa de combate às moléstias, com isolamento dos doentes, vacinação obrigatória e suas famosas brigadas de “matamosquitos”, guardas sanitários que percorriam as residências eliminando focos do mosquito transmissor da febre amarela. Teve que enfrentar cerrada oposição de parte dos positivistas, de políticos e de vários jornais cariocas, entre eles o Correio da Manhã, que o ridicularizavam em caricaturas. Mesmo diante da antipatia popular, Oswaldo Cruz não cedeu em nenhum momento, graças ao apoio do presidente da República, Rodrigues Alves, que enfrentou até uma revolta popular, que passou para a história como a Revolta da Vacina, causada pela ação do sanitarista. Graças à sua determinação, em 1906 só se registraram 39 casos de febre amarela no Rio de Janeiro, quatro casos em 1907 e nenhum em 1908. Outras medidas preventivas acabaram com as epidemias de peste bubônica e de varíola.[...]

CRUZ, Oswaldo. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial. Rio de Janeiro, v. 38, n. 2, 2002. p. 75. Disponível em: . Acesso em: 19 mar. 2016.



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Biblioteca da Casa Oswaldo Cruz - COC, Rio de Janeiro

A charge ao lado, de 1904, satiriza os conflitos ocorridos no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), entre agentes sanitaristas e a população. Esta havia se rebelado contra a obrigatoriedade da vacinação, entendida como uma medida autoritária do governo. Em alguns anos, a Agência Nacional de Saúde Pública, liderada pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz (no centro da charge), conseguiu transformar a capital do país em uma cidade mais saudável, combatendo doenças como a febre amarela e a leptospirose.
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A explosão demográfica brasileira

A partir das décadas de 1930 e 1940, o Estado passou a combater a disseminação de epidemias colocando em prática vários projetos na área da saúde, como a ampliação da infraestrutura de saneamento urbano (água encanada, tratamento de esgoto, coleta de lixo etc.), além de realizar melhorias nos serviços de assistência médica e hospitalar, que gradativamente foram estendidos para parcelas cada vez maiores da população.

Essas ações resultaram em uma drástica diminuição das taxas de mortalidade e, consequentemente, em um aumento no índice de crescimento natural brasileiro, já que as taxas de natalidade ainda permaneciam em patamares altos. Teve início então um período deexplosão demográfica, fenômeno caracterizado pelo crescimento vertiginoso da população absoluta, fazendo o Brasil despontar no cenário mundial como um país que se tornou populoso em curto intervalo de tempo. Observe o gráfico abaixo.



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Gráfico: ©DAE

Fonte: IBGE. Anuário estatístico do Brasil 2014. Disponível em:


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