Geografia Espaço e identidade Levon Boligian, Andressa Alves 2 Componente curricular Geografia



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. Acesso em: 16 jan. 2016.
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Revisitando o capítulo

Resolva os exercícios no caderno.



1. Quais são as principais regiões agrícolas do mundo? Identifique os produtos que mais se destacam em cada uma delas.

2. Identifique as frases que contenham informações falsas a respeito da produção nas principais regiões agrícolas mundiais, reescreva-as no caderno, corrigindo o que for necessário.

• O espaço agrário estadunidense é dominado por latifúndios e por regiões agrícolas especializadas na produção de determinadas culturas e criações, os chamados belts.

• Na Europa prevalecem os latifúndios com policulturas, com a produção voltada exclusivamente para o mercado externo.

• Na América Latina convivem no espaço agrário a agricultura baseada na mão de obra familiar e grandes propriedades monocultoras, voltadas à produção para a exportação.

• A agropecuária é mais desenvolvida na África Subsaariana, marcada pela presença de culturas altamente mecanizadas.

• O destaque na Ásia está na rizicultura, desenvolvida geralmente com mão de obra familiar em pequenas propriedades ou em áreas comunais.



3. Com base na leitura do texto do boxe da página 86, quais relações podemos estabelecer entre os conceitos de pobreza, fome e desnutrição?

4. O que significa “população em estado de desnutrição”?

5. Com base no estudo do capítulo, relacione três fatores que estariam causando o problema da fome no mundo na atualidade.

6. O que são commodities?

7. Cite as commodities de maior destaque no mercado mundial de produtos agrícolas. Depois, responda: O estado onde você vive é produtor de commodities? De quais?

8. Qual é a importância das commodities no mercado mundial de produtos agrícolas?

9. Explique o que é:

a. protecionismo;

b. barreira alfandegária;

c. dumping.

ANÁLISE DE IMAGENS

Observe as imagens.



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REY-ANA/AFP

Jovem colhe azeitonas em Baux de Provence, França, 2012.

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Dan Kitwood/Getty Images

Corte de cana-de-açúcar nas proximidades do Parque Nacional Krugerem Komatiepoort, África do Sul, 2013.

Com base no estudo do capítulo e nas informações contidas nas imagens e nas legendas, defina:

a. o tipo de produto que está sendo colhido;

b. o clima no qual, em geral, desenvolvem-se esses tipos de cultura;

c. a região agrícola onde o tipo de produção mostrado se destaca em nível mundial;
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Enem e Vestibulares

Resolva os exercícios no caderno.



1. (UFSM – 2014) Observe os dados na tabela.

Produto

País produtor

Produção (tonelada)

Cana

1º Brasil

386232000

2º Índia

289630000

3º China

92370000

Café

1º Brasil

1970000

2º Vietnã

771200

3º Costa Rica

731000

Cacau

1º Costa do Marfim

1225000

2º Gana

475000

3º Indonésia

426000

Chá

1º Índia

885000

2º China

800000

3º Sri Lanka

303000

Banana

1º Índia

16450000

2º Brasil

6518000

3º China

5826000

Fumo

1º China

2307000

2º Brasil

648500

3º Índia

595000

Marque verdadeira (V) ou falsa (F) nas sentenças.

() Os produtos apresentados na tabela são cultivados de maneira tradicional, em sistema de agricultura familiar, sem o uso de mecanização.

() Considerando os países pertencentes ao grupo do Brics que constam na tabela, observa-se que sua economia ainda se sustenta muito no setor primário.

() A produção de cana é fomentada por uma política de incentivo aos complexos agroindustriais que transformam essa cana principalmente em açúcar e álcool.

a. F V F

b. F V V


c. F F F

d. V V F


e. V F V

2. (UFRGS – 2014) Leia o trecho extraído do vídeo A história das coisas, produzido por Annie Leonard.

Onde eu vivo, nos Estados Unidos, resta-nos menos de 4% da nossa floresta original, 40% dos cursos de água estão impróprios para o consumo. E o nosso problema não é apenas estarmos utilizando demasiados recursos, mas o fato de estarmos utilizando mais do que a nossa parte. Temos 5% da população mundial, mas usamos 30% dos recursos mundiais. Se todos consumissem ao ritmo dos Estados Unidos, precisaríamos de três a cinco planetas. E sabe de uma coisa: só temos um!

Fonte: A história das coisas. Disponível em: . Acesso em: 8 dez. 2015.

Sobre o padrão de consumo de países como os Estados Unidos e sua relação com a exploração da natureza, é correto afirmar que

a. os Estados Unidos possuem recursos próprios em quantidade suficiente para atender às suas necessidades, o que torna o padrão de consumo estadunidense sustentável.

b. o modelo de consumo estadunidense não impacta os recursos mundiais, uma vez que existem países que não têm esse mesmo padrão de consumo.

c. o padrão de consumo estadunidense, para atingir uma economia sustentável, deve ser disseminado entre os diferentes povos.

d. o padrão de consumo estadunidense evidencia uma relação socioambiental de uso predatório da natureza, tornando-se insustentável.

e. os países em desenvolvimento podem alcançar o atual padrão estadunidense sem riscos ao ambiente.

3. (Unitins – 2015) Os dois sistemas agrícolas mais típicos das áreas tropicais são a roça e o plantation. O sistema de plantation foi introduzido nos países tropicais da América, da Ásia e da África a partir do século XVI pelos colonizadores europeus. Constitui característica do sistema de plantation:

a. monocultura agroindustrial.

b. mão de obra cara e importada.

c. pequenos investimentos de capital.

d. elevada mecanização.

e. utilização de pequenas propriedades.


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CAPÍTULO 6 AGRONEGÓCIO E PROBLEMAS AMBIENTAIS NO CAMPO

Observe a imagem.



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Deposit Photos/Glow Images

Maçãs de variedades comerciais diferentes: uma delas é geneticamente modificada.

Qual maçã parece mais suculenta? Qual você gostaria de experimentar? Pagaria mais por ela? Em sua opinião, existem maçãs desses dois tipos que possam ser colhidas diretamente da natureza? Converse com os colegas sobre essas questões buscando saber o que eles pensam a respeito desse assunto.

Bases do agronegócio

Ao final da Segunda Guerra Mundial, o processo de modernização da agropecuária deu um ousado salto tecnológico com o aprimoramento das técnicas de manipulação genética de plantas e animais em laboratório. Genes dos rebanhos e de diversas espécies vegetais foram alterados para aumentar a produtividade e torná-los comercialmente mais atrativos, ou seja, mais bonitos e duráveis, com maiores teores calóricos (caso de determinados tubérculos, como a batata) e proteicos (caso do milho e da carne bovina), mais doces e graúdas (caso das frutas, como a maçã, a banana e o tomate). Em muitos casos essas novas variedades de produtos agrícolas somente puderam ser comercializadas sob a patente das empresas que as desenvolveram em laboratório.



Patente: permissão de uso de algo que foi registrado como uma descoberta ou invenção exclusiva.

Além disso, foi criado o chamado “pacote verde”, um conjunto de inovações estabelecido pelas indústrias química (defensivos e fertilizantes) e de maquinários agrícolas (tratores, colheitadeiras, pulverizadores, semeadeiras etc.), entre outros aparatos, que prometiam aumentar ainda mais a produtividade das lavouras e dos rebanhos, nos moldes do sistema agrícola comercial. Dessa forma, a manipulação genética, os novos insumos e maquinários mais eficientes tornaram-se as bases do chamado agronegócio a partir da segunda metade do século XX.


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A mídia influencia a sua alimentação?

A disseminação do uso de insumos e maquinários pelos produtores rurais, assim como o consumo de novas variedades de alimentos pelos moradores das cidades, foi impulsionada, a partir do pós-guerra, por “pesadas” campanhas publicitárias. Elas visavam convencer o público em geral das vantagens proporcionadas pelos produtos oriundos da agropecuária moderna.

A mídia estadunidense – revistas, jornais e a recém-criada televisão – foi a que mais recebeu investimentos em propaganda por parte das grandes empresas de agronegócios, estratégia que logo ganharia outros mercados mundo afora.

Observe a propaganda ao lado, com a descrição das imagens.

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The Advertising Archives/Easypix Brasil

Propaganda de produtos alimentícios industrializados, frutas e legumes, no Reino Unido, década de 1950.

Reflita com os colegas a respeito da influência da mídia e da propaganda nos hábitos alimentares das pessoas. Você já sentiu vontade de consumir um alimento depois de ver a propaganda dele em uma revista, na internet ou na televisão? Troque ideias com a turma sobre o poder de persuasão que as campanhas publicitárias têm sobre os consumidores.



Cadeia de produção do agronegócio

O principal objetivo da produção agropecuária com elevados índices de produtividade foi, e continua sendo, atender à demanda do mercado por matérias-primas na quantidade e na qualidade esperadas. Desde as propriedades rurais, um produto passa por várias etapas de comercialização e processamento até chegar ao supermercado, ao restaurante ou à lanchonete de fast-food. Essa cadeia ou circuito de etapas entre fornecedores, agricultores e pecuaristas e grandes empresas é denominada agronegócio.

O conceito de agronegócio ou agrobusiness (em inglês) foi desenvolvido em 1957 pelos pesquisadores John Davis e Ray Goldberg, professores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. De acordo com esses pesquisadores, há três etapas principais no agronegócio:

Antes da porteira do sítio ou da fazenda: envolve os setores de pesquisa, assistência técnica, produção e suprimento de insumos (sementes, fertilizantes, defensivos etc.) e de máquinas agrícolas, além da concessão de crédito financeiro.

Dentro da porteira da propriedade rural: a produção agrícola e pecuária propriamente dita (preparo do solo, cuidados com o rebanho, plantio, colheita, ordenha etc.).

Depois da porteira: etapa que envolve a armazenagem, o abate, o processamento industrial, a embalagem, a distribuição, o transporte e a comercialização no atacado ou no varejo dos produtos agropecuários.

Observe, na próxima página, um exemplo da cadeia produtiva do agronegócio.
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Sabe aquela batata que você adora? Veja a espinha dorsal da cadeia de empresas e de atividades que envolvem a produção, o processamento e a comercialização dessa batata.



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Fábio Eugênio


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SABERES EM FOCO

Agronegócio afeta biodiversidade

No último século, a busca por variedades agrícolas mais resistentes às pragas e aos rigores climáticos e com melhores aspectos “comerciais” diminuiu a biodiversidade ao acarretar uma grande perda de espécies que ainda poderiam fazer parte da nossa alimentação. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que, do início do século XX até agora, 75% da diversidade genética das culturas agrícolas foram perdidos. Como exemplo, tem-se a perda de 120 mil espécies de arroz, 18 mil espécies de legumes e 5 mil espécies de batatas. Veja no gráfico abaixo o exemplo do que ocorreu com os Estados Unidos.

Atualmente é possível afirmar que três quartos dos produtos alimentícios processados têm sua origem em somente 12 espécies de plantas e em 5 espécies de animais. Além disso, estima-se que 60% das calorias e das proteínas consumidas pela população mundial provenham de apenas três plantas: arroz, milho e trigo. Em resumo, a perda da biodiversidade provocou um profundo empobrecimento da alimentação da maior parte dos habitantes do planeta.

0095_001.jpg

Ilustrações: Bentinho

Em 1903, nos Estados Unidos, era possível encontrar à venda 3879 variedades de legumes e frutas. Passados 80 anos, em 1983, seriam encontradas apenas 307 variedades desses alimentos. rabanete repolho

Fonte: Fondazione Slow Food per la Biodiversità Onlus. Disponível em: . Acesso em: 16 jan. 2016.

Responda

Reflita sobre a variedade de alimentos que você consume diariamente. Conseguiria estabelecer quais são as espécies vegetais e animais que formam a base da sua alimentação? Troque ideias com os colegas e descubra semelhanças e diferenças entre os seus hábitos alimentares e os deles.

Revolução verde

A partir da década de 1960, as multinacionais detentoras das patentes de produtos agropecuários, principalmente aquelas de origem estadunidense, passaram a vender o chamado “pacote verde” aos países subdesenvolvidos. Composto de sementes geneticamente modificadas, maquinários, defensivos, fertilizantes e outros insumos, esse pacote foi adquirido sobretudo pelos países que passavam por um rápido processo de industrialização, como Egito, Índia, México e Brasil.

O processo de disseminação de um modelo de desenvolvimento agrícola importado, com base na mecanização do campo e no uso da biotecnologia e de insumos
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químicos, ficou conhecido como Revolução Verde, já que se assegurava uma produção de alimentos suficiente para exterminar a fome nas nações mais pobres. Essa “revolução” provocou profundas transformações no espaço agrário dos países subdesenvolvidos, alterando as práticas agrícolas e a estrutura fundiária. Isso significa que se modificou em grande parte a maneira como os camponeses desenvolviam o cultivo de alimentos e a criação de animais, assim como a forma de organização e de distribuição das propriedades rurais, de acordo com sua quantidade e extensão.

Houve a concessão de financiamentos bancários subsidiados pelos governos nacionais e por fundos dos países desenvolvidos, principalmente aos médios e grandes produtores rurais. Isso possibilitou a transformação de muitas áreas antes ocupadas por culturas de subsistência (como arroz, na Ásia; feijão e mandioca, no Brasil e na África Subsaariana; e batata, na América Andina) em extensas lavouras monocultoras mecanizadas (de soja, milho e trigo), desenvolvidas com tecnologia importada e destinadas ao mercado internacional. Observe, no gráfico a seguir, o impressionante aumento do consumo de fertilizantes a partir desse período.

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Gráfico: ©DAE

Fonte: STEFFEN, Will et al. Global change and the Earth system: a planet under pressure. Executive Summary. Berlim/Nova York: Springer-Verlag/ Hildelberg, 2004. Disponível em: . Acesso em: 16 jan. 2016.

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Alain Le Garsmeur/Cobis/Latinstock

Agricultores preparados para pulverizar agrotóxico em área de cultivo na Nicarágua, em 1980. Desde a década de 1960, muitos países subdesenvolvidos passaram a utilizar produtos químicos nas lavouras. Ainda hoje, entretanto, muitos trabalhadores rurais não dispõem de equipamentos de proteção.

Monoculturas e fronteiras agrícolas

As monoculturas avançaram também em direção às regiões ambientalmente preservadas dos países subdesenvolvidos, dando origem às chamadas regiões ou zonas de fronteira agrícola, território de um país onde ocorre o avanço das atividades agropecuárias. As zonas de fronteira agrícola estenderam-se por florestas, matas e campos naturais, drenaram pântanos e alagadiços, dando lugar a plantações e pastagens, criaram milhares de represas e açudes para a irrigação de lavouras (veja os gráficos da página seguinte). No caso do Brasil, o avanço da fronteira agrícola ocorreu, principalmente, sobre áreas de Cerrado e da Floresta Amazônica, no Centro-Oeste e na Região Norte do país.


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Fonte: STEFFEN, Will et al. Global change and the Earth system: a planet under pressure. Executive Summary. Berlim/Nova York: Springer-Verlag/ Hildelberg, 2004. Disponível em: . Acesso em: 16 jan. 2016.



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Gráfico: ©DAE

Fontes: RICHARDS (1990). In: The Earth as transformed by human action. Cambridge University Press; STEFFEN, Will et al. Global change and the Earth system: a planet under pressure. Executive Summary. Berlim/Nova York: Springer-Verlag/Hildelberg, 2004. Disponível em: . Acesso em: 16 jan. 2016.

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Adriana Zehbrauskas/Folhapress

Nas últimas décadas, milhares de hectares de Floresta Amazônica foram derrubados para dar lugar às monoculturas de soja, algodão, milho e cana-de-açúcar na Região Norte do Brasil. Na imagem, desmatamento em São José da União, Mato Grosso, 1997.

Concentração de terra

A Revolução Verde também acentuou o processo de concentração de terra nos países em que foi implantada. Muitos produtores rurais não atingiram os níveis de produtividade esperados, em razão de intempéries climáticas ou inadaptação dos produtos plantados às condições ambientais do território (relevo, solo etc.). Dessa forma, os produtores acabaram endividados, sendo obrigados, muitas vezes, a ceder suas terras aos bancos credores para saldar as dívidas contraídas na compra de maquinários e insumos ou a vender suas propriedades a fazendeiros mais bem-sucedidos.

Atualmente, calcula-se que os produtores rurais que se valem de recursos da agricultura moderna comprometam cerca de 55% dos custos da produção na compra de agroquímicos (sementes, fertilizantes e defensivos). Isso os torna “reféns” do oligopólio formado por um pequeno grupo de empresas multinacionais que fabricam esses insumos e dos bancos que financiam esse tipo de produção.

Oligopólio: poder de concentração de propriedade; domínio do mercado entre poucas empresas de grande porte.

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Jorge Adorno/Reuters/Latinstock Gráfico: ©DAE

Protesto de pequenos agricultores em Assunção, Paraguai, 2014, exigindo melhores condições de trabalho, reforma agrária e financiamento das atividades agrícolas.
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Ainda que tenha aumentado consideravelmente a produção agrícola mundial, a Revolução Verde não eliminou o problema da fome, uma vez que os produtos plantados (basicamente cereais) nos países subdesenvolvidos têm se destinado ao abastecimento do mercado consumidor dos países ricos industrializados (Estados Unidos, Canadá e Japão, além da União Europeia).

Soma-se a isso o fato de o uso de agrotóxicos e de máquinas agrícolas não adaptadas aos tipos de solo tropical e a substituição de ecossistemas importantes por áreas de monocultura e de pastagem terem acarretado uma série de impactos ambientais irreversíveis, como veremos adiante.

Transgênicos: uma nova revolução verde?

Nos últimos anos, um recurso decorrente de avançadas pesquisas biotecnológicas voltadas à produção agrícola tem causado polêmica em todo o mundo: o uso dos chamados organismos transgênicos. A denominação aceita pela comunidade científica para um organismo que recebe genes de outros seres vivos é Organismo Geneticamente Modificado, também identificado pela sigla OGM.

A polêmica tem origem no fato de que, diferentemente da manipulação genética feita até então, em que se buscava o melhoramento da espécie por meio da manipulação dos próprios genes da planta, nas últimas décadas, cultivares de interesse comercial, como a soja e o milho, estão tendo seus genes alterados por meio da introdução de material genético de outras espécies vegetais e, até mesmo, de animais, fungos e bactérias. Isso quer dizer que uma planta pode receber o gene de uma bactéria que a deixe mais resistente, por exemplo, a determinado tipo de praga ou a longos períodos de estiagem. Embora revolucionário, para muitos essa novidade é algo aterrador e envolve uma questão ética, já que o ser humano estaria criando uma nova forma de vida. Veja um exemplo no esquema da página seguinte.

Os transgênicos também têm desencadeado uma série de discussões a respeito dos impactos ambientais que envolvem sua produção e seu uso, já que não existem ainda pesquisas com resultados convincentes que mostrem se a introdução desses organismos na natureza é segura.

Outro aspecto importante está no fato de as empresas criadoras dos transgênicos registrarem a patente desses produtos, cobrando royalties pelo uso das sementes. Isso quer dizer que os agricultores devem comprar novas sementes a cada safra, sendo vetado que produzam suas próprias sementes. Além disso, precisam aderir ao pacote de insumos que acompanha a venda das sementes, composto de pesticidas e herbicidas produzidos pelo mesmo fabricante.



Royalty: valor pago pelos direitos de exploração comercial de um produto, uma marca ou um processo de produção.

Os defensores dos transgênicos argumentam que, com seu cultivo e utilização, será possível aumentar consideravelmente a produção de alimentos no mundo, algo contestado por boa parte dos cientistas e ecologistas.

No Brasil, desde quando foram liberados no início da década de 2000, os transgênicos têm ganhado cada vez mais espaço na produção nacional de soja, milho e algodão. O mesmo vem ocorrendo nos Estados Unidos, no Canadá, na Argentina, na Índia e na China. Já a União Europeia tem várias restrições ao plantio de transgênicos, ainda que tenha liberado a importação dos produtos.
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Observe, no gráfico abaixo, o aumento das áreas cultivadas com OGMs em alguns países.



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Mapa: ©DAE/Allmaps

Fonte: Le Dessous des Cartes. Disponível em:


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