. Acesso em: 7 mar. 2016.
Observe que a pirâmide etária japonesa de 1950 possui uma base larga, o que indica que havia uma proporção muito maior de jovens no total da população do que há atualmente. Ao comparar com a pirâmide de 2015, é possível observar que, nesse período, houve uma forte queda nas taxas de natalidade e de fecundidade no país. A pirâmide etária de 2015 apresenta um ápice alargado, mostrando que a proporção de idosos cresceu grandemente durante as últimas seis décadas. Tal fato decorre da elevada expectativa de vida alcançada pelos japoneses nesse período, atualmente uma das mais altas do mundo, com 83 anos.
Yoshikazu Tsuno/AFP
Idosos japoneses praticam atividade física em Tóquio, no Japão. Foto de 2015.
Entretanto, devemos lembrar que a situação socioeconômica e cultural difere bastante entre os países do mundo, existindo regiões do planeta onde a dinâmica populacional ainda se assemelha muito àquela da primeira etapa de transição, com elevadas taxas de natalidade e de fecundidade e com uma baixa expectativa de vida. É o caso, por exemplo, de Serra Leoa.
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Estrutura etária em Serra Leoa
Analise a pirâmide etária desse país africano.
Observe que, ainda que a base da pirâmide seja larga, o que indica uma elevada taxa de natalidade no país, ela se afunila rapidamente, sendo pequena a proporção de habitantes idosos, acima de 60 anos. Esse fato se deve à expectativa de vida da população de Serra Leoa, hoje uma das mais baixas do mundo, de 50 anos.
Gráfico: ©DAE
Fonte: ONU. Department of Economic and Social Affairs. Population Division. World Population Prospects: The 2015 Revision. Disponível em: . Acesso em: 7 mar. 2016.
Michael Duff/AP/Glow Images
Em Freetown, Serra Leoa, no início de 2015, aluno faz a lição orientado pela rádio, para evitar aglomerações e possível contaminação pelo vírus Ebola.
As mudanças na estrutura econômica da população
Levando-se em consideração a maneira como a população de um país está engajada nas atividades econômicas, é possível dividi-la em dois grupos diferentes: a população economicamente ativa (PEA) e a população economicamente inativa (PEI).
A PEA é a parcela dos habitantes que exerce ou pode exercer uma atividade remunerada. Ela é composta de dois grupos: os habitantes que estão ocupados em alguma atividade remunerada (pessoas que possuem um emprego ou trabalho); e os habitantes que estão aptos ao trabalho, porém encontram-se desocupados ou desempregados (pessoas que estão à procura de um emprego).
A PEI corresponde aos habitantes que não trabalham e dependem economicamente da PEA, como as crianças e os aposentados.
No caso de países subdesenvolvidos, como dezenas de países da África, da Ásia e da América Latina, a elevada parcela da população composta de crianças e jovens gera uma grande demanda por gastos estatais em saúde e educação. Além disso, o número de jovens que chegam à idade economicamente ativa é maior do que a taxa de crescimento dos postos de trabalho, gerando desemprego ou o aumento do setor informal da economia (pessoas trabalhando em subempregos e sem direitos trabalhistas).
Por outro lado, nas nações desenvolvidas, que estão saindo da segunda etapa de transição demográfica, como é caso do Japão, Estados Unidos, Canadá e parte dos países da União Europeia, o aumento da expectativa de vida e, consequentemente, da parcela de idosos, gera altos gastos por parte do Estado em saúde e assistência social. Já a baixa taxa de fecundidade entre eles reduz cada vez mais a parcela de jovens para ingressar na PEA, gerando deficit de mão de obra, o que pode acarretar problemas socioeconômicos para esses países.
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O bônus demográfico
Existe ainda uma parcela de nações que se encontra em um estágio intermediário em relação à composição da estrutura etária. É o caso, por exemplo, dos países de industrialização tardia, como o Brasil, a África do Sul, e o México, onde, ainda que as taxas de fecundidade estejam em plena queda, a proporção de idosos em relação ao total de habitantes ainda é pequena se comparada com a população adulta. A tendência para esses países nas próximas décadas é um alargamento da porção central da pirâmide, indicando um aumento significativo da parcela da população economicamente ativa (PEA). Observe nas pirâmides etárias abaixo a tendência para o México nas próximas décadas.
O fato de haver uma tendência de concentração de pessoas na faixa etária correspondente à PEA favorece significativamente o crescimento econômico dos países que se encontram nesse estágio demográfico. Esse fenômeno é denominado pelos especialistas de bônus demográfico, ou seja, essas nações ganham com o fato de existir uma parcela formada pela maioria dos seus habitantes, exercendo atividades econômicas, pagando impostos e recolhendo fundos de poupança e de assistência e previdência social. Contudo, tal fenômeno somente poderá se reverter em desenvolvimento social se o Estado investir na qualificação da mão de obra, na formalização das atividades e dos empregos, na criação de novos postos de trabalho, assim como em uma melhor distribuição das riquezas geradas.
Gráficos: ©DAE
Fonte: ONU. Department of Economic and Social Affairs, Population Division. World Population Prospects: The 2015 Revision. Disponível em:
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