7. Pós-Escrito, 2004
Nesta história da destruição de livros se observará que a destruição voluntária causou o desaparecimento de 60% dos volumes. Os restantes 40% devem ser atribuídos a fatores heterogêneos, entre os quais se destacam os desastres naturais (incêndios, furacões, inundações, terremotos, maremotos, ciclones, monções, etc.), acidentes (incêndios, naufrágios, etc.), animais (como a traça, os ratos e os insetos), mudanças culturais (extinção de uma língua, modificação de uma moda literária) e os próprios materiais com os quais se fabricou o livro (a presença de ácidos no papel do século XIX está destruindo milhões de obras). Além disso, deve se perguntar quantos livros foram destruídos por não serem publicados, quantos livros em edições particulares foram perdidos para sempre, quantos livros deixados jogados na praia, no metrô ou no banco de um parque chegaram ao fim. É difícil responder a essas inquietações, mas o certo é que neste mesmo momento, quando você lê estas linhas, pelo menos um livro está desaparecendo para sempre.
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