História Universal da Destruição dos Livros Das Tábuas Sumérias à Guerra do Iraque Fernando Báez


De palimpsestos e outros paradoxos



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De palimpsestos e outros paradoxos
Durante duzentos anos (de 550 a 750) a Europa viveu uma de suas épocas mais obscuras. Os livros clássicos não só não eram copiados, como também eram apagados para ser utilizados na cópia de textos mais lidos e mais bem pagos. Dessa forma nasceram os palimpsestos, isto é, os manuscritos em que o texto original era apagado para transcrever um novo texto. Obras de Plauto, Cícero, Tito Lívio, Plínio o Velho, Virgílio, Lucano, Juvenal, Frontão foram sacrificadas para divulgar sermões e tratados teológicos.

Em Bobbio, os monges apagaram De republica, de Cícero, no século VII para transcrever um estudo de Santo Agostinho sobre os salmos.

Ironicamente, os fragmentos desse livro de Cícero procedem da recuperação, por métodos químicos, dos textos eliminados nesse manuscrito conservado como Vat. Lat. 5757. Como se pode notar, hoje em dia não é dada muita importância ao tratado de Santo Agostinho, enquanto milhares de filólogos e leitores desejam compreender o magnífico livro ciceroniano, que por sua vez, segundo algumas pessoas afirmam, é uma cópia de um livro perdido de Aristóteles, possivelmente um diálogo.


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