Igor moreira



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. Acesso em: 25 ago. 2015.

Apresenta a história do museu e seu acervo. Além disso, é possível fazer um tour virtual.

Como nasceu o nosso planeta

The History Channel, 2006.


90 minutos.

Esse premiado documentário faz uma viagem pelas origens da Terra, mostrando a evolução geológica do planeta desde a sua formação até os dias atuais.

Observe, no quadro a seguir, alguns dos principais eventos ocorridos em cada período do desenvolvimento terrestre.

Tempo geológico

Éon

Era

Período

Principais eventos

Fanerozoico

de 542 a


0 milhões de

anos (Ma)



Cenozoica

“vida recente”

de 65,5 a 0 (Ma)


Quaternário

de 1,8 a 0 (Ma)



A Terra continua em constante evolução e transformação.

Interferência do ser humano na natureza, com consequências positivas e negativas, estas ainda inadequadamente conhecidas.



Aparecimento das primeiras sociedades humanas.

Retração das geleiras continentais e melhora do clima.

A espécie humana se espalha pelo mundo.


Terciário

de 65,5 a 1,8 (Ma)



Intensificação das glaciações.

Surgimento da inteligência humana e do gênero Homo, nosso ancestral direto.

Desenvolvimento dos bovinos e dos passarinhos.

Retração das florestas e ampliação das savanas.



Formação da Antártida.

Surgimento dos primatas, dos cavalos e das baleias.

Formação das grandes cadeias de montanhas.

A Terra assume sua configuração geográfica atual.



Mesozoica
“vida intermediária”
de 251 a 65,5 (Ma)

Cretáceo
de 146 a 65,5 (Ma)

Surgimento de plantas com flores e frutos.

Separação da América do Sul e da África.



Formação das bacias costeiras, que darão origem a depósitos de petróleo.

Extinção dos dinossauros.



Jurássico
de 200 a 146 (Ma)

Surgimento das primeiras aves.

Domínio dos dinossauros.

Triássico
de 251 a 200 (Ma)

Surgimento dos dinossauros, outros répteis e mamíferos.

Paleozoica

“vida antiga”

de 542 a 251 (Ma)


Permiano
de 299 a 251 (Ma)

Agregação do supercontinente Pangeia.

Carbonífero
de 359 a 299 (Ma)

Surgimento dos primeiros répteis.

Formação de grandes depósitos de carvão mineral no


hemisfério norte.

Devoniano
de 416 a 359 (Ma)

Surgimento das primeiras florestas, dos anfíbios e dos insetos.

Siluriano
de 444 a 416 (Ma)

Plantas e animais invertebrados invadem os continentes.

Ordoviciano
de 488 a 444 (Ma)

Surgimento dos peixes e de plantas muito simples.

Cambriano

de 542 a 488 (Ma)



Consolidação do supercontinente Gondwana.

Proterozoico

de 2,5 bilhões de anos a


542 (Ma)

Os éons Hadeano,
Arqueano e
Proterozoico são conhecidos pelo termo informal Pré-Cambriano (Era Pré-Cambriana).




O ambiente torna-se menos hostil à vida.

Aumento do oxigênio na atmosfera.

Diversificação dos seres vivos.


Primeira glaciação de extensão continental.

Formação de grandes


depósitos minerais metálicos.

Arqueano

de 3,85 a


2,5 bilhões
de anos

Surgimento dos primeiros seres vivos (bactérias, fungos).

Formação da crosta terrestre.



Chuvas intensas dão origem aos oceanos.

Hadeano

de 4,56 a


3,85 bilhões de anos

Ausência de vida.

Formação das primeiras rochas.

Resfriamento da Terra:
vapores e gases dão início
à formação da atmosfera.


Formação da Lua (há 4 510 milhões de anos), a partir da colisão de um planetésimo gigante com a Terra.

Fase de acreção da Terra.


Elaborado com base em TEIXEIRA, Wilson et al. (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 621-623.


Descobrindo as camadas da Terra

Na Antiguidade grega, Aristóteles (384-322 a.C.) afirmava que, abaixo da superfície terrestre, havia uma gigantesca e incandescente fogueira, que, em alguns períodos, era soprada pelo vento. Segundo o filósofo, eram esses ventos que provocavam vulcões e terremotos. Desde Aristóteles, muito tempo passou. Embora já se saiba mais sobre o interior da Terra, ainda há muito a conhecer.

Nas últimas décadas, o conhecimento do ser humano sobre o interior da Terra aumentou muito. Para estudá lo, os cientistas utilizam métodos diretos (sondagens para prospecção de jazidas de petróleo e de carvão, minas, vulcões e certas rochas) e também indiretos, com base na interpretação de certas observações (explorações espaciais, pesquisas sobre meteoritos, etc.).

Para fazer observações diretas e compreender melhor a formação do interior da Terra, o ser humano fez algumas perfurações na crosta terrestre e constatou que o aumento da temperatura está diretamente relacionado ao aumento da profundidade de uma perfuração. Essa temperatura varia de um local para outro, mas, em média, a cada 33 metros de profundidade, aumenta-se 1 °C.

O raio médio da Terra é de 6 370 km, mas o estudo direto da composição do planeta se limita a uma fina camada de rochas superficiais.

Com os resultados das pesquisas, os cientistas identificaram três grandes camadas na composição da Terra: crosta, manto e núcleo.


Camadas da Terra

Divo/Arquivo da editora

A crosta terrestre é a camada sólida que envolve a Terra. É formada por diferentes tipos de rochas e minerais. Para facilitar os estudos, pode ser dividida em duas partes: crosta continental, constituída por rochas de menor densidade, ricas em silício e alumínio (por isso, também é chamada de sial), e crosta oceânica, formada por rochas mais densas, ricas em silício e magnésio (por isso, também é chamada de sima). Na parte continental, a crosta tem uma espessura que varia de 30 km a 40 km, mas que pode chegar a 70 km abaixo das grandes cadeias montanhosas. A espessura da crosta oceânica varia de 5 km a 10 km. Em geral, a temperatura
da crosta aumenta com a profundidade, chegando a 1  000 °C.
Juntamente com a parte exterior do manto, que é rígida, a crosta forma uma faixa chamada litosfera. A espessura dessa camada pode chegar a 100 km abaixo dos oceanos e a 400 km abaixo dos continentes. É na litosfera que são encontradas as jazidas de minerais e as reservas de gás e petróleo.
Base da litosfera

~100 km


Manto superior

650 km


Manto inferior

O manto é a camada intermediária, ficando logo abaixo da crosta. Pode atingir até 2 900 km de profundidade e subdivide-se em superior e inferior. O manto superior tem até 650 km de profundidade; a partir desse ponto, encontra-se o manto inferior, mais denso.

O manto está submetido a grandes pressões e altas temperaturas, que chegam a 3 000 °C. Ele é sólido, mas pode apresentar fluidez, isto é, ficar mais ou menos líquido. A massa que o compõe recebe o nome de magma.

Logo abaixo da litosfera, o manto apresenta uma camada com fusão parcial dos materiais que o constituem. Por isso, ela é mais viscosa, o que lhe confere certa plasticidade. Chamada de astenosfera, tem de 100 km a 350 km de espessura.

2 900 km

Núcleo externo

5 100 km

Núcleo
interno

O núcleo é a parte central da Terra, formado supostamente por níquel e ferro. Constitui-se também de duas partes. O núcleo externo, que tem de 2 900 km a 5 100 km de profundidade, é líquido e tem temperatura média de 4 000 °C. O núcleo interno, com cerca de 2 400 km de diâmetro, é sólido, formando uma espécie de “caroço” no centro do planeta.

6 370 km (centro da Terra)

Fonte: Adaptado de TEIXEIRA, Wilson (Org.). Decifrando a Terra. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009. p. 71. Cores-fantasia. Sem escala.

Um planeta rochoso

Ao estudar as camadas da Terra, você deve ter notado que a crosta terrestre é a mais fina. Se imaginássemos o planeta como uma maçã, por exemplo, a crosta seria como a casca dessa fruta.

Vale ressaltar que toda a superfície terrestre é composta de camadas de rochas, agregados naturais de minerais. Essa estrutura rochosa externa tem espessuras e profundidades diferentes. É mais grossa onde há montanhas elevadas e mais fina em fossas profundas. Onde há massas de terra, a crosta tem uma profundidade média de 30 a 40 quilômetros; sob os oceanos, tem, em média, de 5 a 10 quilômetros de espessura. Como o planeta é coberto por muita água, cerca de 70% da crosta terrestre está submersa.

Algumas partes da crosta terrestre são formadas por rochas muito antigas, com cerca de 4 bilhões de anos, como as encontradas na Groenlândia. Mas elas se transformam o tempo todo; portanto, é possível encontrar rochas de idades, composições e formações diferentes. Conforme a origem, podem-se distinguir três tipos principais de rochas: magmáticas (ígneas), sedimentares e metamórficas.



Quando o magma solidifica: rochas magmáticas

Como você sabe, o magma é o material encontrado no interior do planeta. As rochas magmáticas, ou ígneas, resultam da solidificação do magma, logo são consideradas rochas primárias.

Quando o magma se esfria lentamente e se solidifica no interior da crosta, ocorre um processo denominado intrusão. As rochas resultantes chamam-se rochas magmáticas intrusivas, que aparecem na superfície externa da Terra somente após longas fases erosivas, vindo a sustentar diversas formas de relevo.

As rochas ígneas, em geral, oferecem grande resistência ao desgaste, tanto pela influência das temperaturas quanto pela ação química da água.

O granito é o exemplo mais comum de rocha intrusiva. Se você observar um bloco de granito, vai encontrar minúsculos pontos brilhantes. São os cristais de quartzo, visíveis a olho nu. Por isso, o granito é considerado uma rocha cristalina, que leva centenas de milhões de anos para se formar.

A parte mais externa da crosta é constituída principalmente de granito, a rocha mais abundante da superfície terrestre. Outros exemplos de rochas ígneas intrusivas são o sienito, o gabro e o diabásio.

Quando o magma irrompe na superfície da Terra, saindo rapidamente do manto, esfriando e endurecendo, acontece o que se chama de extrusão. Desse processo resultam as rochas extrusivas ou vulcânicas, como o basalto, o riólito e a obsidiana. Quando entra em contato com a atmosfera, expelido pelos vulcões, o magma perde os gases que o acompanham, sendo então chamado de lava.

Viagem ao centro da Terra

Júlio Verne.
2. ed. São Paulo: Moderna, 2012.

O professor Lidenbrock, na companhia de seu sobrinho Axel, parte de Hamburgo rumo à Islândia em busca do centro


da Terra.

©iStockphoto.com/dabldy



Pão de Açúcar, um
dos cartões-postais
da cidade do Rio
de Janeiro (RJ),
em foto de 2015.
O pico de granito tem cerca de 395 metros
e idade superior a
600 milhões de anos.

Riólito: rocha magmática extrusiva cuja composição química é equivalente à do granito.

Obsidiana: rocha que se forma quando a lava incandescente entra no mar, esfriando-se depressa e produzindo bordas afiadas. É uma rocha vítrea e era muito usada pelos povos antigos para fazer lanças.



Registros do passado: rochas sedimentares

As rochas sedimentares, ou secundárias, são originárias de outras rochas e ocupam extensas áreas da superfície terrestre. Elas são formadas por camadas de sedimentos que se desprenderam de outras rochas. Quando sujeitos a intensas variações de calor ou à ação continuada de água ou de gelo, os blocos rochosos se desmancham em minúsculos grãos ou partículas, chamados sedimentos.

Ao longo de milhares de anos, essas partículas são carregadas pela água e pelo vento e se depositam em áreas mais baixas do terreno. O acúmulo desses sedimentos e a pressão de camadas sobrepostas, umas sobre as outras, vão causando lentamente a compactação das partículas. É desse processo, chamado litificação ou compactação, que se originam as rochas sedimentares.

Em geral, as rochas sedimentares são estratificadas, isto é, apresentam-se em estratos ou camadas que mostram a disposição de sedimentos variados em diferentes épocas geológicas. Elas costumam apresentar fósseis de plantas, animais e microrganismos. O carvão mineral, por exemplo, é uma rocha sedimentar formada pelos restos de antigas florestas.

As rochas sedimentares podem constituir um ótimo registro do passado, pois cada camada é uma espécie de página do livro que conta a longa história da Terra. Observe o esquema do processo de sedimentação.

Uma das rochas sedimentares mais abundantes na crosta terrestre é o arenito, muito utilizado na área da construção civil. Ele ocorre em diferentes cores, como marrom, cinza, amarelo, rosa e vermelho.

Formação de rochas sedimentares

Intemperismo e erosão.


Studio Caparroz/Arquivo da editora

Chuva


Os sedimentos são transportados pela água, pelo vento e pelo gelo.
Depósito de sedimentos.
Rios

Fundo do mar.


Montanhas

Ao se movimentarem, as águas dos oceanos também transportam sedimentos.


As rochas sedimentares vão aflorar com a elevação do fundo do mar, mediante movimento de ascensão de partes da crosta terrestre.
Diversos tipos de sedimentos se acumulam em diferentes camadas.
Fonte: Adaptado de EARTH: the definitive visual guide.
London: Dorling Kindersley, 2013. p. 65. Cores-fantasia. Sem escala.

©iStockphoto.com/Erikhaze



O Palácio dos Ventos, em Jaipur, Rajastão, Índia, foi construído com peças de arenito. Dessa construção, as mulheres da elite podiam observar o movimento das ruas sem serem notadas.
Foto de 2015.

Para saber mais

Fóssil é uma múmia em sanduíche de rocha

Por que os fósseis são encontrados sempre em rochas sedimentares como a calcárea?

O fóssil é um animal ou planta morta que ficou preso entre as rochas por um longo período, como se fosse o recheio de um sanduíche. Graças a essas camadas protetoras, as bactérias que fazem a degradação não conseguem atacá-lo e o fóssil fica conservado. “As rochas sedimentares são as que melhor aprisionam os seres orgânicos”, diz o paleontólogo Reinaldo Bertini, da Universidade Estadual de São Paulo em Rio Claro. Existem três tipos de rochas: as sedimentares, as metamórficas e as magmáticas. A última é formada pela lava dos vulcões. Se uma planta ou animal cair nela enquanto ainda estiver mole, será torrado, porque a temperatura é alta. Uma vez consolidada, não pode envolver o fóssil.

As metamórficas são formadas pela modificação de outros tipos de rocha. O movimento da crosta manda um pedaço de pedra para as camadas inferiores da Terra e, graças à alta pressão e à temperatura, elas voltam com uma cara diferente. Os fósseis não resistem porque essa transformação apaga qualquer vestígio que um animal ou planta tenha deixado. As rochas sedimentares formam-se


pela deposição de partículas de outras pedras, trazidas pela água dos rios, mares e pelo vento. Um animal morto ou planta pode ser recoberto por sucessivas camadas de sedimentos, resistindo,
bem-conservado, à deterioração do tempo [...].

A longa existência do peixe fossilizado

Veja como um esqueleto fica aprisionado na rocha.

1 –
Um peixe morre e fica estendido no fundo do


rio onde nadava.

2 –
Sedimentos trazidos pela água se depositam


sobre ele.

3 – Formam-se sucessivas camadas sobre o animal.

4 –
Depois de séculos, o fóssil mantém a aparência perfeitamente petrificada. As marcas deixadas nas rochas sedimentares identificam as características do peixe.

LatinStock/Mark A. Schneider

Fóssil de peixe em rocha sedimentar.

FÓSSIL é uma múmia em sanduíche de rocha. Superinteressante. Disponível em:


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