Igor moreira

. Acesso em: 28 set. 2015.

Glow images/AP Photo/Kyodo

Impacto do tsunami na usina nuclear de Fukushima, no Japão, em 2011.

Texto & contexto

1. O que o uso inadequado do solo tem a ver com a desertificação?

2. No estado onde você vive, há locais que passam por processo de desertificação ou de erosão intensa?
Em caso afirmativo, indique esses locais.

3. Qual é o principal problema envolvendo o lixo radioativo?

A água no planeta

Apesar de a Terra ser chamada de “planeta água”, a quantidade de H₂O disponível para o consumo é irrisória. Como podemos perceber na imagem abaixo, a quantidade de água doce no planeta Terra é pequena.

Além disso, ela não está distribuída igualmente pelo globo terrestre. Isso faz com que parte da população mundial não disponha de água potável para beber, preparar alimentos ou realizar a higiene do corpo, das roupas e da casa. O acesso à água potável depende de fatores naturais (clima, vegetação, relevo, estrutura rochosa, solo e distribuição de terras e mares na superfície do planeta) e, principalmente, econômicos, sociais e tecnológicos.

Mesmo no Brasil, onde se concentram 12% das reservas, a distribuição não é ideal. Segundo a ONU, o volume de água suficiente para as atividades humanas (sociais e econômicas) é de 2 500 m³ de água por habitante ao ano. Mas, em certas áreas do Nordeste brasileiro, por exemplo, a disponibilidade é de 3,8 m³. Em áreas onde a disponibilidade está abaixo de 1 700 m³, a situação é considerada crítica. Observe, no mapa abaixo, a distribuição dos recursos de água no mundo.

Home: nosso planeta, nossa casa

Direção de Yann Arthus-Bertrand.França: Europa Filmes, 2009. 98 minutos.

Esse documentário é uma espécie de alerta sobre a interferência humana no equilíbrio ambiental da Terra. Imagens aéreas de 54 países, incluindo o Brasil, mostram marcas deixadas pela ação dos seres humanos na natureza.

Terra: distribuição da água

Studio Caparroz/Arquivo da editora

Oceano (água salgada)

97,5%
Água doce
2,5%, dos quais:

Calotas polares e geleiras

70%

Águas

subterrâneas 29%

Água disponível para as

atividades humanas
1%, dos quais:

Água em
organismos

vivos

1%
Lagos

67%
Umidade
do solo

12%

Rios

2%

Áreas úmidas

ou pântanos
8%

Atmosfera

10%

Fonte: Adaptado de ATLANTE Geografico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2013. p. 33.

Mundo: recursos hídricos (2012)

João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora

Fonte: Adaptado de FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 27.
Mau uso das fontes

Os problemas relacionados com a quantidade de água disponível nas áreas continentais decorrem de projetos de irrigação e fornecimento de água aos centros urbanos, que drenam quantidades enormes de água dos rios, riachos e lençóis subterrâneos, em volumes que excedem em muito o reabastecimento natural, alterando as reservas de água doce.

Além disso, a drenagem excessiva de lençóis subterrâneos pode provocar o assentamento irreversível do solo, ou seja, o abaixamento da área conforme a água é retirada. Quando esse processo ocorre no litoral, a água salgada pode penetrar no lençol subterrâneo, transformando a reserva de água doce em salgada.

Em vários países pobres, o desmatamento nas áreas de bacias hidrográficas, as pastagens e as práticas de cultivo em zonas íngremes e de altos índices pluviométricos reduzem a capacidade do solo de absorver a água da chuva. Isso aumenta o risco de enchentes, eleva o nível dos rios e reduz as reservas de água disponíveis durante as estações mais secas. A terra carregada pela erosão causa a sedimentação das represas, usadas para armazenagem de água e geração de energia.

Nos grandes centros urbanos, a ausência de áreas verdes e o aumento contínuo de áreas asfaltadas ou concretadas diminuem a absorção de água pelo solo, reduzindo o lençol subterrâneo que abastece os rios. A água se mantém na superfície, provocando enchentes e outras catástrofes. Essa situação tende a se agravar cada vez mais com o aumento da população urbana, principalmente nos países mais pobres.

Não raro, as águas são contaminadas pelo lançamento de detritos residenciais e industriais em rios e lagos em quantidades que superam sua capacidade de autorrecuperação. Muitos desses detritos não são biodegradáveis, ou seja, não se decompõem na natureza. É o caso dos plásticos e de alguns detergentes e inseticidas. Dessa maneira, tais elementos acabam por se acumular nas águas, reduzindo sua capacidade de retenção de oxigênio e, em consequência, prejudicando a vida aquática e os seres que dela dependem.

As indústrias que mais poluem são as de produtos químicos, como inseticidas, fertilizantes e derivados de petróleo, e as mineradoras, que lançam seus resíduos na água.

A água poluída atinge as áreas litorâneas, causando danos aos ecossistemas costeiros, como mangues, estuários, recifes de corais e bancos de areia. Esses ecossistemas constituem verdadeiros berçários naturais para animais marinhos e litorâneos, pois concentram mais da metade do total de fertilidade biológica dos oceanos.

Para se ter uma ideia, todos os dias, milhões de toneladas de lixo produzido pelo ser humano são despejados nos cursos de água. Nos países em desenvolvimento, mais da metade do lixo industrial é jogado sem tratamento, poluindo suprimentos de águas limpas.

Observe, no infográfico da página seguinte, algumas consequências do mau uso dos recursos hídricos.

Poluição das águas

Luiz Roberto Magossi e Paulo Henrique Bonacella. São Paulo: Moderna, 2013.

Explica o que é a água, como ela ocorre na natureza e seus usos pela sociedade. Analisa também a poluição e aponta alternativas para solucionar esse problema.

Técnico em meio ambiente: reúne e interpreta informações e dados relacionados ao meio ambiente. Auxilia na elaboração de relatórios e de sistemas de gestão ambiental e atua no desenvolvimento de programas de preservação ambiental.

©iStockphoto.com/Yamtono_Sardi

A poluição dos rios é um problema recorrente em muitas cidades do Brasil e do mundo. Foto de rio poluído em Jacarta, capital da Indonésia, em 2014.

infográfico: Éber Evangelista, Erika Onodera, Luiz Iria e Maná E.D.A/Abril Comunicações S/A

ÁGUA. Planeta Sustentável. Disponível em: