Igor moreira



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. Acesso em: 16 nov. 2015.

No interior de um país, também existem relações de dominação ou hegemonia de uma região sobre outra. No Brasil, por exemplo, os estados economicamente mais poderosos, como São Paulo e Minas Gerais, têm certa preponderância política e econômica sobre os outros.


Para saber mais

Convivência e respeito

Território é uma porção da superfície terrestre delimitada por uma fronteira política ou submetida a um poder político. É construído pela formação social.

“[...] Compreender o que é um território implica também compreender a complexidade, a convivência em um mesmo espaço, nem sempre harmônica, da diversidade de tendências, ideias, crenças, sistemas de pensamento e tradições de diferentes povos e etnias. É reconhecer que, apesar de uma convivência comum, múltiplas identidades coexistem e por vezes se influenciam reciprocamente, definindo e redefinindo aquilo que poderia ser chamado de uma identidade nacional. No caso específico do Brasil, o sentimento de pertinência ao território nacional envolve a compreensão da diversidade de culturas que aqui convivem e, mais do que nunca, buscam o reconhecimento de suas especificidades, daquilo que lhes é próprio.”

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:


História e Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 125.

O espaço atual: um meio técnico-científico-informacional

Durante muito tempo, os elementos naturais foram predominantes nas paisagens; portanto, o ambiente de vida do ser humano era um meio natural.

A partir do século XV, com o advento do capitalismo, as técnicas foram se desenvolvendo pouco a pouco; com isso, a natureza apropriada ficava cada vez mais transformada. No século XIX, com a intensificação da Revolução Industrial, aceleraram-se as inovações técnicas. As transformações da natureza atingiram tamanha intensidade que o espaço produzido passou a ser um meio técnico. No século XX, notadamente em sua segunda metade, o processo histórico-social assumiu características que deram nova configuração ao ambiente de vida dos seres humanos.
inclusive os instrumentos de trabalho, tornam-se obsoletos em prazo cada vez mais curto, impondo sua substituição por outros mais “modernos”. Isso leva a um consumo maior de recursos naturais, reforçado pela visão da natureza como manancial à disposição dos seres humanos.

Quanto mais a natureza é usada – às vezes, esgotada e, não raro, destruída em alguns locais –, mais artificializado torna-se o espaço produzido pelos seres humanos. Isso acontece principalmente nas grandes cidades, que materializam na paisagem o melhor modelo do atual estágio da civilização.

Os alimentos quase sempre têm a presença intermediária da ciência e da técnica, passando por transformações genéticas dos mais variados tipos. A habitação, muitas vezes, está a dezenas de metros do solo, como um apartamento em um andar elevado. O trabalho frequentemente é realizado sob iluminação artificial e ar-condicionado. O transporte pode ser feito por circulação subterrânea, como o metrô.

Outra revolução diz respeito às comunicações, que alteraram profundamente as noções de tempo e de distância. A quase instantaneidade nas transmissões de palavras, sons e imagens, por cabo, fibra óptica ou satélite, parece tornar o mundo muito menor, com uma aparente proximidade entre as pessoas. Isso é facilitado pela generalização do uso do computador e dos smartphones, que, conectados a uma rede, permitem a seus milhões de usuários comunicarem-se diretamente entre si a qualquer hora do dia. O computador, entre suas múltiplas serventias, enseja a vivência da chamada realidade virtual.

Esse mundo dominado pela ciência e pela técnica exige das pessoas um conhecimento cada vez maior, pelo menos para poderem operar aparelhos essenciais a atividades relacionadas a trabalho, estudo, transporte e lazer.

Nessas condições, o atual espaço produzido pelo ser humano constitui um ambiente de vida que pode ser chamado de meio técnico-científico-informacional.


LatinStock/Album/akg/North Wind Picture Archives

Chaminés de siderúrgica em Sheffield, de autor desconhecido. Ilustração colorida à mão, século XIX. A imagem retrata uma cidade da Inglaterra, durante a Revolução Industrial. Esse processo transformou a paisagem de muitas localidades.

A ciência, em especial a pesquisa, é posta cada vez mais a serviço da descoberta de novas técnicas, quase exclusivamente voltadas para a produção. A tecnologia – ciência das técnicas – floresce como nunca. De modo geral, a ciência direciona-se ao setor produtivo: produção de agrotóxicos, armas, medicamentos, brinquedos e um sem-número de bens nem sempre necessários à vida humana. Em suma, ciência e técnica jamais estiveram tão interligadas como agora – o pragmatismo científico dirigindo a inteligência humana.

Fomentada por uma verdadeira corrida tecnológica e objetivando a acumulação de riqueza, a produção diversifica-se extraordinariamente, e os bens produzidos,



Texto & contexto

1. Qual é a sua opinião sobre a comunicação via internet?

2. O que seria o meio técnico-científico-informacional?

Conexões

Milton Santos (1926-2001) foi um importante geógrafo brasileiro. Ele se formou em Direito em 1948, na Universidade da Bahia e, em 1958, concluiu o doutorado em Geografia, na Universidade de Estrasburgo, França. Foi professor em renomadas universidades do Brasil e do mundo e publicou vários livros, entre eles A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção, escrito em 1966. Nessa obra, Santos apresenta a definição de espaço geográfico. Sobre esse conceito, leia o trecho abaixo para ampliar o que você aprendeu neste capítulo.




Espaço geográfico

[...] Nossa proposta atual de definição da Geografia considera que a essa disciplina cabe estudar o conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ação que formam o espaço. Não se trata


de sistemas de objetos nem de sistemas de ações tomados separadamente. [...]

O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório de sistemas de objetos e sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. No começo era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por objetos fabricados, objetos técnicos, mecanizados e, depois, cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial tenda a funcionar como uma máquina. Através da presença desses objetos técnicos: hidroelétricas, fábricas, fazendas modernas, portos, estradas de rodagem, estradas de ferro, cidades, o espaço é marcado por esses acréscimos, que lhe dão um conteúdo extremamente técnico.

O espaço é hoje um sistema de objetos cada vez mais artificiais, povoado por sistemas de ações igualmente imbuídos de artificialidade e cada vez mais tendentes a fins estranhos ao lugar e a seus habitantes.

[...]


Sistemas de objetos e sistemas de ações interagem. De um lado, os sistemas de objetos condicionam a forma como se dão as ações e, de outro lado, o sistema de ações leva à criação de objetos novos ou se realiza sobre objetos preexistentes. É assim que o espaço encontra a sua dinâmica e se transforma.

[...] Considerar o espaço como esse conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações, assim como estamos propondo, permite, a um só tempo, trabalhar o resultado conjunto dessa interação, como processo e como resultado [...].

[...]

Os objetos que interessam à Geografia não são apenas objetos móveis, mas também imóveis, tal como uma cidade, uma barragem, uma estrada de rodagem, um porto, uma floresta, uma plantação, um lago, uma montanha. Tudo isso são objetos geográficos. Esses objetos geográficos são do domínio tanto do que se chama a Geografia física como do domínio do que se chama a Geografia humana e, através da história desses objetos, isto é, da forma como foram produzidos e mudam, essa Geografia física e essa Geografia humana se encontram.



Para os geógrafos, os objetos são tudo o que existe na superfície da Terra, toda herança da história natural e todo resultado da ação humana que se objetivou. [...]

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. p. 39 e 46.


Responda no caderno



Considerando os ensinamentos de Milton Santos, escreva um texto que especifique o foco da Geografia e que contenha também seu entendimento sobre o espaço geográfico. Lembre-se de acrescentar exemplos de objetos geográficos. Ao terminar, compartilhe suas conclusões com o professor e os colegas.

Agência O Globo/Marcos Issa



Milton Santos em 1994.

Responda no caderno

1. Você já ouviu falar em obsolescência programada ou planejada? Leia um trecho do artigo a seguir.
Obsolescência planejada: armadilha silenciosa na sociedade de consumo

É comum um telefone celular ir ao lixo com menos de oito meses de uso ou uma impressora nova durar apenas um ano. Em 2005, mais de 100 milhões de telefones celulares foram descartados nos Estados Unidos. Uma CPU de computador, que nos anos 1990 durava até sete anos, hoje dura dois anos. Telefones celulares, computadores, aparelhos de televisão, câmeras fotográficas caem em desuso e são descartados com uma velocidade assustadora. Bem-vindo ao mundo da obsolescência planejada!

Na sociedade de consumo, as estratégias publicitárias e a obsolescência planejada mantêm os consumidores presos em uma espécie de armadilha silenciosa, num modelo de crescimento econômico pautado na aceleração do ciclo de acumulação do capital (produção-
-consumo-mais produção). [...]

Para mover esta sociedade de consumo precisamos consumir o tempo todo e desejar novos produtos para substituir os que já temos – seja por falha, por acharmos que surgiu outro exemplar mais desenvolvido tecnologicamente ou simplesmente porque saíram de moda. Serge Latouche, no documentário A história secreta da obsolescência planejada, diz que nossa necessidade de consumir é alimentada a todo o momento por um trio infalível: publicidade, crédito e obsolescência.

Planejar quando um produto vai falhar ou se tornar velho, programando seu fim antes mesmo da ação da natureza e do tempo de uso, é a obsolescência planejada. Trata-se da estratégia de estabelecer uma data de morte de um produto, seja por meio de mau funcionamento ou envelhecimento perante as tecnologias mais recentes. Essa estratégia foi discutida como solução para a crise de 1929. O conceito teve início por volta de 1920, quando fabricantes começaram a reduzir de propósito a vida de seus produtos para aumentar venda e lucro. [...]

Em 1928, o lema era: “Aquilo que não se desgasta não é bom para os negócios”. Como solução para a crise, Bernard London propôs, num panfleto de 1932, que fosse obrigatória a obsolescência planejada, aparecendo assim pela primeira vez o termo por escrito. London pregava que os produtos deveriam ter uma data para expirar, acreditando que, com a obsolescência planejada, as fábricas continuariam produzindo, as pessoas, consumindo e, portanto, haveria trabalho para todos, que trabalhando poderiam consumir e assim fazer o ciclo de acumulação de capital se manter. Nos anos 1930, a durabilidade começou a ser propagada como antiquada e não correspondente às necessidades da época. Nos anos 1950, a obsolescência planejada ressurgiu com o enfoque de criar um consumidor insatisfeito, fazendo assim com que ele sempre desejasse algo novo. Ainda no pós-guerra assentaram-se as bases da sociedade de consumo atual, por meio do estilo de vida norte-americano (American way of life), baseado na liberdade, na felicidade e na ideia de abundância em substituição à ideia do suficiente. [...]

PADILHA, Valquíria; BONIFÁCIO, Renata Cristina A. Obsolescência planejada: armadilha silenciosa na sociedade de consumo.
Le Monde Diplomatique Brasil, 2 set. 2013. Disponível em:


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