. Acesso em: 16 out. 2015.
Para saber mais
Agricultura sustentável
Existem dezenas de definições para se explicar o que é agricultura sustentável. Deixando de lado as nuanças, pode-se dizer que todas transmitem a ideia de um sistema produtivo que garanta a manutenção, a longo prazo, dos recursos naturais e da produtividade agrícola; o mínimo de impactos adversos ao ambiente; a otimização da produção com um mínimo de insumos externos; a satisfação das necessidades humanas de alimentos e renda; o atendimento às necessidades sociais das famílias e das comunidades rurais.
A noção de agricultura sustentável se espalhou, no final do século passado, por várias partes do planeta, ingressando no rol dos principais ideais contemporâneos. Mas essa noção é bem mais antiga: nas décadas de 1920 e 1930, a oposição ao padrão químico, motomecânico e genético da agricultura moderna já havia impulsionado o surgimento de algumas vertentes “alternativas”, que valorizam o potencial biológico e vegetativo dos processos produtivos. Na Europa, surgiram as vertentes biodinâmica, orgânica e biológica e, no Japão, a agricultura natural.
Durante décadas, essas vertentes se mantiveram à margem da produção agrícola mundial e da comunidade científica agronômica. Eram consideradas retrógradas e sem validade científica. Mas, no final da década de 1960, tornaram-se mais evidentes os danos ambientais provocados pela agricultura moderna. A constatação de que os alimentos e o leite materno continham resíduos de produtos químicos utilizados na agricultura soou como um alarme para a população e para a comunidade científica. [...]
Fonte: INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL (ISA). Agricultura sustentável. Almanaque Brasil Socioambiental 2008.
São Paulo, 2008. p. 414.
Alf Ribeiro/©creative commons
Colheita de alface em lavoura sustentável no município de Biritiba-
-Mirim (SP), em 2015.
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Texto & contexto
1. Explique o que são organismos transgênicos.
2. Analise as informações do quadro da página 227 e escreva um comentário.
3. A manipulação genética de alimentos encontra oposição nos meios científicos e sociais. Retome o quadro da página anterior e exponha sua opinião sobre o assunto.
4. Você já consumiu algum produto transgênico? Qual é sua opinião a respeito do consumo desse tipo de produto?
Agricultura orgânica
A oposição ao uso de agrotóxicos e de insumos industriais e ao cultivo de OGM levou muitos pesquisadores à busca de modelos alternativos de agricultura. O nome utilizado para reunir esses diversos modelos é agricultura orgânica.
Os agricultores que seguem os princípios da agricultura orgânica buscam produzir alimentos respeitando os ciclos naturais e o solo (por meio da rotação de culturas), com o uso apenas de sementes ou adubos de origem orgânica. Além disso, enquanto o controle de pragas na agricultura tradicional é feito pelo uso de pesticidas químicos, na orgânica procura-se utilizar predadores naturais e, assim, evitar a ocorrência de desequilíbrios ambientais.
As ideias presentes nos diversos modelos de agricultura orgânica se baseiam em princípios como sustentabilidade; integração e preservação da natureza; responsabilidade social, valorizando a contratação de trabalhadores no lugar de máquinas, por exemplo; igualdade econômica e valorização do pequeno produtor, da agricultura familiar e de comunidades tradicionais.
Alguns movimentos de agricultura orgânica retomam valores das correntes anarquistas e socialistas do século XIX, como as críticas à presença da exploração capitalista na agricultura, combinando-os com o conhecimento desenvolvido pela ecologia nos séculos XX e XXI. De modo geral, os movimentos de agricultura orgânica são coordenados mundialmente pela Federação Internacional dos Movimentos de Agricultura Orgânica (Ifoam), com sede na Inglaterra. No Brasil, o Instituto Biodinâmico (IBD) atua há quase duas décadas na pesquisa e no desenvolvimento da agricultura orgânica.
Como o uso de insumos industriais é bastante frequente, é difícil adquirir, na atualidade, sementes livres de alterações, ou seja, que não contenham tratamento químico. Por isso, procura-se criar redes de produtores para obtenção dessas sementes e distribuição dos produtos diretamente ao consumidor final. Além disso, para certificar que os produtos vendidos são realmente orgânicos, evitando fraudes, uma série de selos de qualidade é emitida por associações ligadas à agricultura orgânica, as quais também estão empenhadas em difundir o modelo alternativo pela sociedade.
O Brasil é o terceiro maior produtor de orgânicos do mundo em área cultivada e, em 2013, 60% dessa produção destinou-se ao mercado externo. A produção certificada como orgânica é bastante diversificada. Inclui frutas e verduras, laticínios, açúcar, azeite de dendê, guaraná, cacau, mel, café, algodão, arroz, óleo de babaçu, soja, etc.
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA)
. Acesso em: 18 jan. 2016.
Ministério voltado para a reforma agrária, o desenvolvimento sustentável, a demarcação de terras dos quilombolas e a agricultura familiar. No site, há informações sobre importantes programas federais destinados à agricultura.
Glowimages/Alamy/Hemis
Plantação orgânica de uva em Boujan-sur-Libron, na França, em 2014.
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As maiores críticas feitas à agricultura orgânica pelos adeptos da agricultura tecnológica é que ela é cara para o consumidor (no Brasil, em média, 40% mais cara), pouco produtiva e, por isso, não seria capaz de alimentar a população mundial – caso fosse um sistema exclusivo.
Essas críticas são rebatidas com a afirmação de que a produtividade da agricultura tecnológica tem como custo a degradação ambiental e mazelas sociais, como o desemprego e a exploração do trabalhador no campo.
A despeito das críticas, a área de cultivo de alimentos orgânicos vem aumentando no mundo, como mostra o mapa a seguir.
Mundo: área plantada de alimentos orgânicos (2015)
Fonte: Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica (Ifoam). The World of Organic Agriculture 2015.
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