Introdução a Psicologia do Ser



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3. Efeitos Clínicos e Personológicos da Satisfação

As satisfações da necessidade por déficit e as satisfa­ções da necessidade de crescimento têm efeitos subjetivos e objetivos diferenciais sobre a personalidade. Se me per­mitem enunciar o que pretendo dizer aqui de uma forma generalizada, os termos são os seguintes: a satisfação de deficiências evita a doença; as satisfações do crescimento produzem a saúde positiva. Devo reconhecer que, no pre­sente, isso será difícil de fixar para fins de pesquisa. Entretanto, existe uma verdadeira diferença clínica entre rechaçar ameaças ou ataques e o triunfo e a realização positivos; entre proteger, defender e preservar o eu e es­forçar-se por atingir a plena realização, a excitação e a ampliação do eu. Tentei expressar isso como um con­traste entre viver plenamente e a preparação para viver plenamente, entre crescer e ser crescido. Outro contraste [pág. 58] que usei (94, capítulo 10) foi entre mecanismos de defesa (para eliminar a dor) e mecanismos de interação (para triunfar e superar as dificuldades).



4. Diferentes Espécies de Prazer

Erich Fromm (50) realizou um interessante e impor­tante esforço para distinguir os prazeres superiores dos inferiores, como fizeram tantos antes dele. Isso é uma necessidade crucial para romper caminho através da re­latividade ética subjetiva e é um requisito prévio para uma teoria científica de valores.

Fromm distingue o prazer de escassez do prazer de abundância, o prazer “inferior” da saciação de uma ne­cessidade do prazer “superior” de produção, criação e desenvolvimento da introvisão. A saciedade, o relaxamento e a perda de tensão que se segue à saciação de deficiência podem, na melhor das hipóteses, ser denominados “alívio”, em contraste com o Funktionslust, o êxtase, a serenidade, que uma pessoa experimenta quando funciona facilmente, perfeitamente e no auge de seus poderes — por assim dizer, em “superprise” (ver o capítulo 7).

O “alívio”, dependendo tão fortemente de algo que desaparece, tem maiores probabilidades de desaparecer. Deve ser menos estável, menos duradouro, menos cons­tante do que o prazer que acompanha o crescimento, o qual pode continuar se desenrolando para sempre.



5. Estados-Metas Atingíveis (Episódicos) e Inatingíveis

A satisfação da necessidade por deficiência tende a ser episódica e ascendente. O mais freqüente esquema, neste caso, começa com um estado instigador e motivador que desencadeia o comportamento motivado, destinado a realizar um estado-meta que, aumentando gradual e cons­tantemente em desejo e excitação, atinge finalmente um pico, num momento de sucesso e consumação. Desse pico, a curva de desejo, excitação e prazer cai rapidamente para um platô de sereno alívio de tensão e falta de motivação.

Esse esquema, embora não seja universalmente apli­cável, contrasta acentuadamente, em todo o caso, com a situação de motivação de crescimento, porquanto, neste caso, caracteristicamente, não existe clímax ou consumação, [pág. 59] nenhum momento orgástico, nenhum estado final, nem sequer uma meta, se esta for definida em termos de clímax. Pelo contrário, o crescimento é um desenvolvi­mento contínuo, mais ou menos em constante progressão. Quanto mais se obtém, mais se quer, de modo que essa espécie de carência é interminável e nunca pode ser atin­gida ou satisfeita.

Por essa razão é que a separação usual entre instigação, comportamento em função de um objetivo, o objeto-meta e o efeito concomitante se decompõe completamente. O comportamento é, em si mesmo, o objetivo; e diferençar a meta do crescimento da instigação para o crescimento é impossível. Uma e outra são, de fato, a mesma coisa.

6. Metas da Espécie e Metas Idiossincrásicas

As necessidades deficitárias são compartilhadas por todos os membros da espécie humana e, em certa medida, também por outras espécies. A individuação é idiossincrásica, visto que as pessoas são todas diferentes umas das outras. Os deficits, isto é, os requisitos da espécie, devem ser ordinariamente satisfeitos, de maneira razoável, antes da individualidade real poder desenvolver-se plena­mente.

Assim como todas as árvores precisam de sol, água e alimento do ambiente, também todas as pessoas neces­sitam de segurança, amor e status em seu próprio meio. Contudo, em ambos os casos, isso é justamente onde o verdadeiro desenvolvimento da individualidade pode co­meçar, pois uma vez saciadas essas necessidades elemen­tares de toda a espécie cada árvore e cada pessoa passa a desenvolver-se em seu estilo próprio, singularmente, usando essas necessidades para os seus fins particulares. Num sentido muito significativo, o desenvolvimento tor­na-se, pois, mais determinado de dentro para fora do que de fora para dentro.


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