CAPÍTULO 24
Marissa se materializou na terraço do apartamento de cobertura deRehvenge e quase sofreu um colapso. Foi dando tombos para a porta corrediça que ele abriu de par em par.
—Marissa, bom Deus! —segurou-a entre seus braços e a conduziu para dentro.
Dominada pela sede de sangue, aferrou-se aos músculos de seus braços, a sede era tão forte que era provável que o mordesse estando ali de pé. Para se impedir de lhe rasgar a garganta, afastou-se de seu abraço, mas ele a agarrou e a fez girar para enfrentá-lo.
—Vêem aqui agora mesmo! —Atirou-a no sofá.—Está a ponto de sofrer uma comoção frente na minha fente.
Quando caiu sobre um montede almofadas, sabia que tinha razão. Seu corpo estava desequilibrado, sua cabeça dava voltas, sentia as mãos e os pés intumescidos. Seu estômago era como um fossa profunda e vazia, as presas tremiam, sua garganta estava seca como o inverno e quente como agosto.
Mas quando desabotoou a gravata e fez arrebentar os botões de sua camisa, ela resmungou:
—Não em sua garganta! Não posso agüentar isto… não você...
—Está muito fraca para se alimentar do pulso. Não tera suficiente e não temos tempo.
Como se isso fosse um sinal, sua visão começou a tornar-se imprecisa e a perder a consciência. Marissa ouviu que Rehvenge amaldiçoava e logo a colocou sobre ele, empurrou seu rosto em seu pescoço e…
A biologia assumiu o controle. Mordeu-o tão forte que sentiu tremer seu poderoso corpo e sugou com desinibido instinto. Com um grande rugido, sua força se verteu ao estômago e se estendeu aos membros e fez voltar seu corpo à vida.
Enquanto tragava com desespero, as lágrimas fluíam tão espessas como seu sangue.
Rehvenge sustentou Marissa brandamente, odiando a fome que a consumia. Era tão frágil, tão delicada… nunca deveria estar neste estado tão desesperado, acariciou-lhe as costas, tratando de acalmá-la. Enquanto chorava silenciosamente, ele se zangou. Cristo, o que ocorria a aquele tipo para que ela estivesse assim? Como podia obrigá-la a vir a outro?
Dez minutos mais tarde, levantou a cabeça. Havia um pequeno fio de sangue em seu lábio inferior e Rehv teve que agarrar-se ao braço do sofá para não inclinar-se e lambê-lo.
Saciada, mas com o rosto sulcada pelas lágrimas, Marissa se voltou e se recostou contra as almofadas de couro no outro extremo do sofá e se abraçou com os magros braços. Fechou os olhos e ele viu retornar a cor às umidas bochechas.
Deus, olhe aquele cabelo dela. Tão fino. Tão exuberante. Tão perfeito. Queria estar nu e não estar medicado e duro como uma pedra, com aqueles frisados cabelos loiros ondeando por todo seu corpo. E se não podia ter tudo, queria beijá-la. Agora mesmo.
Em vez disso, alcançou o terno, pegou um lenço, e se inclinou para ela. Ela saltou quando lhe secou as lágrimas, e pegou o lenço de linho rapidamente.
Revh voltou para seu canto do sofá.
—Marissa, fica comigo. Quero cuidar de você.
No silêncio que seguiu, pensou na situação em que ela se encontrava, e calculou que o tipo por quem estava apaixonada tinha que viver no complexo da Irmandade.
—Está ainda apaixonada pelo Wrath,certo?
Seus olhos se abriram.
—O que?
—Disse que não podia se alimentar do homem que queria. Wrath está emparelhado agora...
—Não é ele —disse.
—Phury, então? Como é celibatário...
—Não... e não quero falar disso, se não se importar —olhando para o lenço.—Rehvenge, eu gostaria de ficar um momento a sós. Posso me sentar aqui durante um momento? Sozinha.
Embora não estivesse acostumado a ser rejeitado, sobre tudo em sua própria casa, estava disposto a lhe dar espaço.
—Fique tanto tempo quanto quiser, Tahlly. Só feche a porta quando partir. Ligarei o alarme com o controle remoto depois que você for.
Quando colocou o terno, deixou a gravata solta e o pescoço da camisa aberto porque o tinha mordido rudamente e as marcas estavam muito sensíveis para serem cobertas. Não que se preocupasse o mínimo.
—É tão amável comigo —disse, contemplando seus sapatos.
—Realmente, não o sou.
—Como pode dizer isto? Nunca pede nada em troca.
—Marissa, me olhe. Me olhe —querida Virgem do Fade, era linda. Sobre tudo com seu sangue nela.—Não se engane. Ainda te quero como minha shellan, quero você nua em minha cama, quero você grávida com meu filho em seu corpo. Quero… sim, quero tudo com você. Não faço isto por ser agradável, faço para me colocar sob sua pele. Faço porque tenho esperanças de que algum dia, de alguma forma possa ter você onde quero que esteja.
Enquanto seus olhos e aumentavam, ele manteve o resto para si mesmo. Não havia razão para dar fazê-la saber do fato de que o Symphath que havia nele queria arrastar-se por sua mente e apropriar-se de cada emoção que houvesse sentido alguma vez. Ou compartilhar a realidade de que o sexo com ele seria… complicado.
Ah, as satisfações de sua natureza. E sua anomalia.
—Mas quero que acredite em uma coisa, Marissa. Nunca cruzarei a linha se você não quiser.
Além disso, Xhex estava provavelmente certa. Os mestiços como ele estavam melhores sozinhos. Inclusive se os Symphath não fossem discriminados e pudessem aparear-se e viver como os normais, nunca deveriam estar com alguém que estivesse indefeso contra seu lado escuro.
Colocou o casaco longo Marta cibellina.
—Esse seu homem … melhor que se una ao programa. Imbecil de merda desperdiçando uma fêmea tão valiosa como você. —Rehv juntou toda sua força de vontade e se dirigiu para a porta—. Se precisar de mim, me chame.
Butch andou pelo ZeroSum, foi para à mesa da Irmandade, e tirou o impermeável Aquascutum. Ia ficar aqui um bom tempo. O que não seria uma novidade, certo? Infernos, deveria montar um maldito barraco de cães e mudar-se.
Quando a garçonete chegou com um uísque escocês, disse:
—Há alguma possibilidade de que possa me trazer a garrafa?
—Sinto muito, não posso.
—OK, vêem aqui —a chamou com o dedo. Quando se inclinou, pôs uma nota de cem dólares sobre a bandeja.— É para você. Quero que me mantenha contente e servido.
—Claro.
Sozinho na mesa, Butch acariciou seu pescoço tocando com as pontas dos dedos as agudas feridas. Quando sentiu onde tinha sido mordido, tratou de não imaginar o que Marissa estava fazendo agora mesmo a alguém mais. A um aristocrata. A um bastardo bem educado que era melhor que ele, a platina frente às simples medida que o representava. OH, Deus!
Como um mantra, repetiu o que V havia dito. Que não tinha que ser sexual. Que isto era uma função biológica. Que não havia nenhuma opção. Que… não tinha que ser sexual. Esperava que se escutasse a letanía freqüentemente em sua cabeça, acalmaria o inferno de suas emoções, então poderia aceitar a necessidade que ela tinha de fazer isto. Depois de tudo, Marissa não era cruel. Tinha estado tão aflita como ele…
Em sua imaginação, viu seu corpo nu e não pôde menos que imaginar as mãos de outro homem acariciando seus seios. Os lábios de outro homem viajando através de sua pele. Outro homem que tomava sua virgindade enquanto a alimentava, seu corpo duro movendo-se em cima dela, dentro dela.
E todo o momento ela bebia… bebendo até que se enchesse, até que estivesse saciada, repleta.
Sendo cuidada. Por alguém mais.
Butch martelou seu duplo Lag.
Merda. Ia se partir ao meio. Ia desfazer-se, aqui mesmo, agora mesmo, seu interior se derramaria em carne viva sobre o andar, os órgãos vitais seriam moídos sob os pés de vários estranhos junto aos guardanapos de coquetel e os recibos de cartões de crédito.
A garçonete, bendito seu coração, veio com mais uísque escocês.
Quando pegou o segundo copo, exortou-se: O’Neal, se comporte e tenha um pouco de orgulho. Tenha um pouco de fé nela, também. Nunca dormiria com outro homem. Simplesmente não o faria.
Mas o sexo era só uma parte.
Quando terminou o uísque, deu-se conta que havia outra dimensão no pesadelo. Ela ia ter que alimentar-se com regularidade, certo? Teria que fazer isto uma e outra vez.
Droga. Gostaria de pensar que era um homem adulto o suficientemente, um homem bastante certo que poderia dirigir tudo isto, mas era possessivo e egoísta. E a próxima vez que se alimentasse, estariam de volta onde estava agora, ela nos braços de outro homem, ele bebendo em um clube sozinho, ao ponto de matar a si mesmo. Só que seria pior. E a seguinte vez ainda pior. Amava-a tanto, tão profundamente, que destruiria a ambos e isto não levaria muito tempo.
Além disso, que tipo de futuro poderiam ter? Com o vício de uísque adquirido ultimamente, provavelmente só ficaria mais uns dez anos com seu fígado e a raça de Marissa vivia durante séculos. Ele seria só uma nota no rodapé de página em sua longa vida, um buraco no caminho para finalmente descobrir um companheiro que fosse o correto, que poderia lhe dar o que precisasse.
Quando a garçonete lhe trouxe um terceiro uísque duplo, Butch sustentou seu indicador para mantê-la a seu lado. Esvaziou o copo enquanto esperava, e o devolveu, e ela voltou para o bar.
Quando retornava com o quarto, duas mesas mais à frente, um loiro ossudo, dilapidador de massa com um trio de guarda-costas de largos pescoços, começou a lhe fazer gestos para chamar sua atenção.
Cristo, parecia como se o menino passasse cada maldita noite neste lugar. Ou talvez fosse simplesmente um idiota.
—Hey! —Chamou o menino—. Precisamos de seu serviço. Tira esse pesado daqui.
—Já vou. —disse a garçonete.
—Agora —disse bruscamente o imbecil—. Não depois.
—Não demorarei muito —murmurou a Butch.
Quando ela se aproximou do punk, Butch observou enquanto a acossavam. Malditos fanfarrões faladores, todos eles. E não iriam melhorar embora a noite continuasse.
Por outra lado, Butch tampouco o faria.
—Parece um pouco agressivo, Butch O’Neal.
Fechou os olhos com força. Quando os abriu outra vez, a mulher com cabelo de homem e corpo masculino ainda estava na frente dele.
—Vamos ter um problema com você esta noite, Butch O’Neal?
Desejou que deixasse de dizer seu nome.
—Não, estou tranquilo.
Seus olhos cintilaram com uma luz erótica.
—Ah, isso eu o sei. Mas sério esta vez. Vai ser um problema esta noite?
—Não.
Ela o contemplou fixamente durante longo tempo. Então sorriu um pouco.
—Bem… estarei observando você. Tenha isso em mente.
CAPÍTULO 25
Joyce O’Neal Rafferty esperou seu marido na porta com o bebê no quadril e um olhar furioso no rosto. Quando Mike ficou de pé so lado de fora, estava claramente cansado depois de fazer turnos duplos no T, mas a ela não poderia lhe haver preocupado menos.
—Hoje recebi uma ligação de meu irmão. Butch. Falou a ele sobre o batismo, não?
Seu marido beijou a Sean, mas não tentou nada com ela.
—Vamos, carinho...
—Isto não é assunto seu!
Mike fechou a porta.
—Por que o odeia tanto?
—Não vou discutir com você.
Enquanto ela virava partindo, ele disse:
—Ele não matou sua irmã, Jo. Tinha doze anos. O que poderia ter feito?
Trocou a seu filho de braço e não se voltou.
—Isto não é sobre Janie. Faz anos que Butch voltou as costas à família. Sua decisão não teve nada a ver com o que passou.
—Talvez todos viraram as costas a ele.
Fulminou-lhe com o olhar sobre seu ombro.
—Por que o defende?
—Era meu amigo. Antes de conhecer e me casar com você, era meu amigo.
—Certo amigo. Quando foi a última vez que teve notícias dele?
—Não importa. Foi bom comigo quando o conheci.
—É uma alma tão generosa. —dirigiu-se para a escada—. Vou dar de comer a Sean. Deixei algo para você jantar na geladeira.
Joyce se dirigiu para o primeiro andar, e quando chegou ao patamar superior, fulminou com o olhar o crucifixo que pendurava na parede. Passando pela cruz, entrou na quarto de Sean e se sentou na cadeira de balanço que estava perto do berço. Deixou um seio descoberto, e o ofereceu a seu filho que se prendeu dele, sua mão apertando a pele ao lado de seu rosto. Enquanto se alimentava, o pequeno corpo saudável se sentia quente e gordinho, as pestanas baixas sobre as bochechas rosadas.
Joyce tomou vários fôlegos profundos.
Merda. Agora se sentia mal pelos gritos. E por dar as costas à cruz do Salvador. Disse uma oração a Maria e logo tratou de acalmar-se contando os perfeitos dedos do pé de Sean.
Deus… se algo lhe acontecesse, morreria, seu coração literalmente nunca pulsaria do mesmo modo, outra vez. Como tinha feito sua mãe? Como tinha sobrevivido à perda de um filho?
E Odell tinha perdido dois, não é verdade? Primeiro Janie. Depois Butch. Graças a Deus a mente da mulher estava fraca. A libertação das más recordações devia ser uma bênção.
Joyce acariciou o fino cabelo escuro de Sean e se deu conta de que sua mãe nem sequer tinha tido a oportunidade de dizer adeus a Janie. O corpo tinha estado muito maltratado para colocá-lo em um ataúde aberto, e foi Eddie O'Neal, seu pai, quem tinha feito a identificação no necrotério.
Deus, durante aquela horrível tarde de outono, se Butch somente tivesse seguido para frente e entrado correndo na casa e houvesse dito a um adulto que Janie acabava de partir… talvez poderiam havê-la salvado. A Janie não era permitido entrar em carros com rapazes e todos conheciam as regras. Butch sabia as regras. Se só…
Ah, Maldição! Seu marido tinha razão. A família inteira odiou a Butch. Não sentia sua falta depois que ele se foi e desapareceu.
Com uma exalação, a boca de Sean ficou frouxa e sua pequena mão a soltou. Mas em seguida se sacudiu despertando outra vez, retomando o programa.
Falando de desaparecimentos… Meu Deus!Sua mãe tampouco ia ter a oportunidade de despedir-se do Butch, certo? Seus momentos lúcidos eram tão poucos e tão espaçados. Inclusive se Butch aparecesse na igreja este domingo, bem poderia não reconhecê-lo.
Joyce ouviu seu marido subir as escadas, com passos lentos.
—Mike? —chamou.
O homem que amava e com o qual se casou apareceu na entrada. Estava desenvolvendo a barriga típica da meia idade, e perdendo o cabelo embora só tivesse trinta e sete anos. Mas quando o contemplou agora, viu o rapaz que tinha sido: o atleta da escola secundária. O amigo de seu irmão mais velho Butch. O excelente jogador de futebol pelo qual tinha estado louca durante anos.
—Sím? —disse.
—Sinto muito. Por me zangar tanto.
Sorriu um pouco.
—Este é um tema difícil. Entendo-o.
—E tem razão. Provavelmente deveria ter convidado Butch. É só que… quero que o dia do batismo seja puro, Sabe? Só puro. É o início de Sean e não quero que haja nenhuma sombra. Butch… carrega essa sombra ao redor dele e todos ficariam tensos, e com mamãe estando tão doente, não quero ter que suportar tudo isso.
—Disse se viria?
—Não. Ele…— Pensou na conversa. Engraçado, tinha parecido o mesmo. Seu irmão sempre tinha tido uma voz meio estranha, tão rouca e gutural. Como se tivesse a garganta disforme ou se guardasse muitas coisas para si mesmo.—Disse que se alegrava por nós. Que agradecia o convite. Disse que esperava que mamãe e papai estivessem bem.
Seu marido baixou o olhar a Sean, que estava dormindo outra vez.
—Butch não sabe da doença de sua mãe, certo?
—Não. —A princípio, quando Odell se tornou esquecida, Joyce e sua irmã tinham decidido esperar, até saber qual era o dano, para avisar Butch. Mas na realidade, isso tinha sido fazia dois anos. E certamente sabiam o que estava errado. Alzheimer.
Deus só sabia quanto tempo mais sua mãe ia estar por aqui. A enfermidade progredia sem piedade.
—Sou uma ladra por não contar a Butch —disse brandamente—É o que sou.
—Amo você —murmurou Mike.
Tinha os olhos alagados quando elevou o olhar do rosto de seu filho para o de seu pai. Michael Rafferty era um bom homem. Um homem sólido. Nunca seria bonito como Hugh Jackman ou rico como Bill Gates ou poderoso como o Rei da Inglaterra. Mas era dela e era de Sean e isso era mais que suficiente. Sobre tudo durante noites como esta, durante conversas como esta.
—Eu também te amo —disse.
Vishous se materializou atrás do ZeroSum e desceu pelo beco pela parte da frente do clube. Quando viu o Escalade estacionado na Rua Décima, sentiu-se aliviado. Phury havia dito que Butch saiu da casa grande como Jeff Gordon e não foi em uma explosão de felicidade.
V entrou no clube e se dirigiu diretamente para a seção VIP. Mas não conseguiu chegar.
Aquela chefe de segurança cruzou na frente dele, bloqueando o seu caminho com seu poderoso corpo. Enquanto dava uma rápida olhada de acima a baixo, perguntou-se como seria atá-la. Provavelmente lhe deixaria cicatrizes no processo, e não seria essa uma maneira divertida de matar uma ou duas horas.
—Seu amigo tem que partir —disse.
—Está em nossa mesa?
—Sim, e melhor levá-lo daqui. Agora.
—Qual é o dano?
—Nenhum ainda. —Ambos partiram para a área VIP—Mas não quero que as coisas cheguem tão longe, e estamos exatamente no limite.
Enquanto abriam passo entre a multidão, V deu uma olhada a aqueles braços musculosos dela e pensou no trabalho que tinha no clube. Duro para qualquer um, mas sobre tudo para uma fêmea. Teve que perguntar-se por que o fazia.
—Expulsa os homens de cima de você arrebentando eles? —disse.
—Às vezes, mas com O'Neal prefiro o sexo.
V se deteve repentinamente.
A fêmea deu uma olhada sobre seu ombro.
—Algum problema?
—Quando o fez com ele? —Embora de algum modo sabia que tinha sido recentemente.
—A pergunta é quando estarei com ele outra vez. —Assinalou com a cabeça para o ponto de controle do VIP—Mas não será esta noite. Agora vá , pegue-o e o arraste para fora daqui.
V estreitou seus olhos.
—Lamento informar, mas Butch é POP.(propriedade de outra pessoa)
—Ah, serio? É por isso que está aqui tentando arrumar conforto quase toda noite? Sua companheira deve ser um autentico primor.
—Não se aproxime dele outra vez.
A expressão da fêmea se endureceu.
—Irmão ou não, você não me diz o que fazer.
V se inclinou aproximando-se e lhe mostrou as presas.
—Como disse, afasta-se dele.
Por uma fração de segundo, pensou que iriam brigar, realmente desejou que acontecesse. Nunca antes travou em uma luta mão a mão com uma fêmea, mas esta… bem, realmente não parecia uma fêmea. Especialmente quando olhou sua mandíbula como se medisse o alcance de seu gancho.
—Vocês dois querem uma quarto ou um ringue?
Vishous deu volta para ver Rehvenge de pé a menos de um metro de distância, os olhos de ametista do homem brilhavam na penumbra. Sob os focos, o mohawk era tão escuro como o casaco de cibelina longo até o chão que tinha colocado.
—Temos um problema? —Rehvenge passeou o olhar a um e a outro enquanto tirava o casaco de pele e o dava a um gorila.
—Absolutamente —disse V. Deu uma olhada à fêmea—. Não aconteceu nada, certo?
—Sim —disse arrastando as palavras, cruzando os braços sobre o seio—Nada.
V Passou frente aos gorilas que estavam frente do cordão de veludo e foi diretamente para a mesa da Irmandade—. OH… homem.
Butch parecia totalmente destruído e não só porque estivesse bêbado. Seu rosto estava riscado com linhas sombrias, os olhos entreabertos. A gravata desconjurada, a camisa parcialmente desabotoada… e havia um sinal de mordida em sua garganta que tinha deixado algumas manchas de sangue sobre o pescoço da camisa.
E sim, estava procurando briga, fulminando com o olhar aos bagunceiros de alto vôo que estavam em uma mesa dois bancos mais à frente. Merda, o policial estava a um passo de saltar sobre eles, todo preparado e preparado para brigar.
—Hey, amigo. —V se sentou realmente devagar, pensando que os movimentos bruscos não eram um bom plano. — O que há de novo?
Butch bebeu de um gole o uísque escocês sem afastar o olhar dos imbecis de primeira classe do lado.
—Tudo bem, V?
—Bem, bem. Quantos destes Lags bebeu?
—Não o suficiente. Ainda estou de pé.
—Quer me dizer o que está acontecendo?
—Não especialmente.
—Recebeu uma dentada, companheiro.
Enquanto a garçonete veio e recolheu o copo vazio do policial. Butch tocou as feridas de mordida em sua garganta.
—Só porque a obriguei. E se deteve. Não tomará, não realmente. Assim está com outro. Agora mesmo.
—Merda.
—Essa é mais ou menos a raiz do problema. Enquanto estamos sentados aqui, minha mulher está com outro homem. Ele é um aristocrata, por certo. Mencionei isto? Um homem ‘traseiro de luxo’ está tocando… Sim, de todo modo… Quem quer que seja, é mais forte que eu. Dá-lhe o que precisa. Alimenta-a. É… —Butch parou de falar—E como está indo sua noite?
—Disse a você que beber sangue não tem que ser algo sexual.
—Ah, sei disso. —Policial se recostou para trás quando chegou a próxima bebida—Quer um Goose? Não? Bem… tomarei pelos dois—Bebeu a metade do uísque antes de que a garçonete desse a volta—Isto não é só pelo sexo. Não posso suportar a idéia do sangue de alguém mais nela. Quero ser eu quem a alimente. Quero ser eu quem a mantém com vida.
—Isto não é lógico, amigo.
—Que se foda a lógica. —Baixou o olhar ao uísque. —Jesus… não fizemos isto mesmo, já?
—Perdão?
—Quero dizer… Que estávamos bem aqui ontem à noite. Mesma bebida. Mesma mesa. Mesmo… tudo. É como estar encerrado neste padrão e estou farto disso. Estou farto de mim.
—O que parece se te levo para casa?
—Não quero voltar para… —a voz do Butch se interrompeu e ficou rígido no assento, o copo com seu gole desceu devagar até a mesa.
V ficou em alerta vermelho. A última vez que o policial tinha essa expressão obsessiva tinha havido lessers entre os fodidos arbustos.
Salvo que quando Vishous olhou ao redor, não viu ninguém especial, somente ao Reverendo caminhando pela área VIP e dirigindo-se para seu escritório.
—Butch? Amigo?
Butch se levantou da mesa.
Então se moveu tão rápido que a V não deu tempo de agarrá-lo.
CAPÍTULO 26
O corpo do Butch estava fora de controle e agindo por sua conta quando disparou através da seção VIP para o Rehvenge. Tudo o que sabia era que tinha captado o aroma da Marissa e o tinha rastreado até o homem que luzia um mohawk. O próximo movimento foi sair atirado para ele como se fosse um criminoso.
Derrubou o Reverendo, o fator surpresa trabalhou a seu favor. Quando chocaram contra o chão, ouviu o homem. —Que merda! —E os gorilas começaram a chegar de todas as direções. Justo antes de que conseguissem afastá-lo, Butch, puxou com força e conseguiu abrir o pescoço da camisa do Rehvenge.
Ali estavam. As marcas de punções diretamente na garganta do tipo.
—Não… Merda, não. —Butch lutou contra as duras mãos que lhe agarraram, brigou e chutou até que alguém ficou frente a ele, levantou um punho e lhe socou direito no rosto. Quando uma bomba de dor estalou em seu olho esquerdo, deu-se conta de que era a guarda de segurança quem o tinha machucado.
Rehvenge cravou sua bengala no chão e se levantou, seus olhos eram de um violento púrpura.
—Ao meu escritório. Agora.
Houve alguma conversa sobre esse tema, não que Butch estivesse seguindo-a muito. A única coisa em que podia concentrar-se era no homem que tinha frente e as evidências da alimentação. Imaginou o maciço corpo do tipo debaixo de Marissa, o rosto dela descendo sobre seu pescoço, as presas perfurando a pele.
Sem dúvida Rehvenge a tinha satisfeito. Nenhuma dúvida.
—Por que tinha que ser você? —gritou Butch violentamente —Essa maldição me cai bem. Por que teve que ser você?
—Momento de ir. —V dobrou ao Butch em uma chave de braço—. Levo você para casa.
—Não, neste momento não o fará —grunhiu Rehvenge—Me derrubou em minha casa. Quero saber que porra passava por sua cabeça. E logo vai querer me dar uma razão malditamente boa pela qual eu não deveria amassar seus joelhos.
Butch falou alto e claro:
—Alimentou-a.
Rehvenge piscou. Levantou a mão a seu pescoço.
—Perdão?
Butch grunhiu aos sinais de mordida, seu corpo tratando de liberar-se outra vez. Deus, era como se houvesse duas metades dele. Alguém punha um pouco de juízo. E a outra estava completamente enlouquecida. Adivinha que metade estava ganhando.
—Marissa —cuspiu—A alimentou.
Os olhos do Rehv se abriram completamente.
—Você é ele? É por quem está apaixonada?
—Sim.
Rehv inspirou horrorizado. Depois esfregou o rosto e fechou o pescoço da camisa, escondendo as feridas.
—OH… Demônios. OH… Que merda. —afastou-se —. Vishous, leve-o e deixe-o sóbrio. Jesus Cristo, o mundo parece condenadamente pequeno esta noite, realmente o é.
A estas alturas, Butch sentia os joelhos de borracha e o clube começava a girar como um peão. Homem, estava muito mais bêbado do que pensava, e aquele paulada no nariz não tinha ajudado.
Justo antes de desmaiar, gemeu:
—Deveria ter sido eu. Deveria haver me usado…
O Sr. X estacionou a minivan em um beco do Trade Street e saiu. A cidade se preparava ansiosa para a noite, os bares cravavam música e começavam a encher-se com os que logo estariam bêbados e drogados.
Momento de caçar Irmãos.
Enquanto o Sr. X fechava a porta e ajustava suas armas, olhou por cima do capô da Town & Country para Van.
Homem, ainda estava decepcionado como o inferno pela atuação do tipo no ringue. E também assustado. Mas por outro lado, ia levar um tempo até que o poder se fundisse com ele. Nenhum lesser tinha saído de uma iniciação recente com a força ao máximo, e não havia nenhuma razão para pensar que Van tivesse que ser diferente só por ser o que aparecia na profecia.
Mesmo assim, que merda.
—Como distinguirei os vampiros? —perguntou Van.
Ah, sim. O trabalho que temos em mãos. X esclareceu sua garganta.
—Os civis o reconhecerão porque podem te cheirar, e você os perceberá quando eles se assustarem. Quanto aos Irmãos, não há confusão com eles. São maiores e mais agressivos que qualquer coisa que tenha visto alguma vez e são os primeiros a atacar. Se o virem, virão atrás de você.
Partiram pelo Trade. A noite era cortante como uma bofetada, essa combinação de frio e umidade que sempre revitalizava a X antes de lutar. Agora, entretanto, seu enfoque era diferente. Tinha que estar no campo porque era o Fore-lesser, mas tudo o que lhe importava era manter-se e a Van neste lado da realidade até que o tipo maturasse quanto ao que teria que converter-se.
Estavam a ponto de meter-se em um beco quando o Sr. X se deteve. Girando a cabeça, olhou para trás. Depois através da rua.
—O que é...
—Se cale. —O Sr. X fechou os olhos e deixou trabalhar seus instintos. Acalmando-se, dividindo em zonas, estendeu suas sondagens mentais através da noite.
O Omega estava perto.
Abriu de repente os olhos, embora raciocinando-o isso era uma tolice. O professor não podia vir a este lado sem o Fore-lesser.
E com todo o Mal estava próximo.
O Sr. X girou sobre suas botas de combate. Enquanto um carro circulava pelo Trade, olhou fixamente por cima de seu teto para o ZeroSum, este era um clube techno. O professor estava ali. Sem dúvida alguma.
Ah, merda, Tinha havido uma mudança do Fore-lesser?
Não. Nesse caso, teriam chamado ao Sr. X para que retornasse para casa. Então talvez O Omega tinha empregado a alguém mais para cruzar? Poderia acontecer isto?
O Sr. X correu através da rua até o clube e Van ia atrás dele, ignorante mas preparado para algo.
A porta do ZeroSum estava cheia de humanos com roupa chamativa, palpitando, fumando e falando por telefones celulares. Fez uma pausa. Na parte de trás… o professor estava na parte traseira.
Vishous empurrou a porta de saída de emergência do ZeroSum abrindo-a com seu quadril e colocou à força Butch no Escalade. Enquanto empurrava o policial no assento traseiro como um pesado tapete enrolado, rezava para que o bastardo não despertasse dando murros.
V estava se pondo atrás do volante quando sentiu a chegada de algo, seus instintos flamejaram, com um ding-ding se acendeu a glândula que liberava a adrenalina. Embora a Irmandade não fugisse dos conflitos fosse por natureza ou por treinamento, seu sexto sentido lhe disse que levasse Butch para longe do clube. Agora.
Ligou o motor e acelerou rapidamente. Bem quando chegava à boca do beco, viu um par de homens que vinham para o SUV, um dos quais tinha o cabelo branco. Lessers. Salvo que , o que sabiam aqueles dois que os tinha feito dirigir-se para a parte de trás?
V pisou fundo no acelerador. Conseguie que ele e Butch desaparecessem como um bom fantasma. Logo que esteve satisfeito de que não os estavam seguindo, deu uma olhada atrás para o policial. Fora de combate. Impassível. Homem, aquela chefe de segurança lhe empacotou um demônio de murro. Por outra lado, também o tinham atirado todos esses Lagavulin.
Butch não se moveu durante a viagem ao complexo. De fato, não o fez até que V o levou ao Pit e o deitou em sua cama, aí o policial abriu os olhos.
—A quarto está girando.
—Já imagino.
—Meu rosto dói.
—Espera para se ver e saberá o por que.
Butch fechou os olhos.
—Obrigado por me trazer para casa.
Vishous estava a ponto de ajudá-lo a tirar a roupa quando soou a campainha.
Com uma maldição, foi à parte da frente da casa de guarda e checou os monitores de segurança em seu escritório. Não o surpreendeu ver quem era, mas Demônios!Nesse momento Butch não estava preparado para que o vissem no programa de máxima audiência.
V entrou no vestíbulo e fechou a porta atrás de si antes de abrir a porta da frente. Quando Marissa elevou a vista, podia cheirar a tristeza e a preocupação procedente dela, o aroma como a rosas secas.
Sua voz foi grave.
—Vi o Escalade estacionado, assim sei que está agora em casa. Tenho que vê-lo.
—Esta noite não o fará. Volte amanhã.
Seu rosto endureceu até parecer uma representação em mármore de sua beleza.
—Não partirei até que ele me diga que vá.
—Marissa…
Seus olhos cintilaram.
—Não até que ele me diga o mesmo, guerreiro.
V mediu sua resolução e viu que ela não tinha nada o que invejar da firmeza demonstrada pela musculosa chefe de segurança do clube, só que desprovida dos músculos.
Bem, não era esta a noite das fêmeas temerárias?
V sacudiu a cabeça.
—Ao menos me deixe limpá-lo, OK?
O pânico brilhou em seus olhos.
—Por que teria que fazê-lo?
—Por Deus, Marissa. O que pensava que ia acontecer quando se alimentou de Rehvenge?
Ela ficou com a boca aberta.
—Como sabe…?
—Butch pulou em cima dele no clube.
—O que? Ele… ah, Deus. —Repentinamente, seus olhos se estreitaram—Melhor me deixar entrar. Agora mesmo.
V levantou as mãos e resmungou:
—Droga —enquanto abria a porta.
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