L-0358 acapo aprender a ensinar, en$inar a aprender



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fomos <> a representar o papel que nos era proposto. Sem alter 

nativas, assumimos passivamente as funções ou uma imagem pelas quais

não optaríamos livremente Se alguém nos diz que fizemos mal qualquer

coisa, mesmo que não se concorde, fica bem aceitar essa crítica. Nas

crianças as repercussões são agravadas pela sua relação de dependência

do adulto


Se é verdade que em quase todas as salas há aqueles alunos que de

facto são mais perturbadores das actividades não é menos verdade que

também são eles os que são mais vezes injustamente punidos. Ao professor

basta que esse aluno esteja envolvido na <> para Ihe atribuir a

responsabilidade, mesmo que não tenha sido ele a despoletar a situação

Analisemos este acto:

  ao aluno identificado é mais fácil aceitar o comportamento que Ihe é

atribuído   até porque Ihe é difícil negar um papel por ele muitas

vezes representado   do que revoltar se ;

  ao professor é mais fácil reagir ao mau comportamento final e atri 

buir a responsabilidade a determinado aluno   até porque a proba 

bilidade de ser assim é elevada   do que procurar analisar e com 

preender a situação na sua multicausalidade;

  aos colegas que rapidamente perceberam quem é que para o profes 

sor é o responsável pelos problemas é Ihes fácil tirar partido desta

situação iniciando a confusão, mas. . sabendo sair dela a tempo.


Face a este círculo vicioso, que possibilidades tem o aluno de mudar o

comportamento, que opções Ihe são facultadas pelo professor e a turma?


A delimitação do problema

O dia de aula foi considerado durante muito tempo como um fenó 

meno unitário, sendo o comportamento do(s) aluno(s) e do professor cir 

cunscritos ao dia e não a momentos específcos da aula.

Muitas das representações que o professor tem dos alunos são envie 

zadas, já que são construídas a partir de momentos específicos, mas a que

o professor atribui significado especial, como por exemplo uma resposta

menos educada do aluno ao professor e que este generaliza à totalidade . .

Para mudar um comportamento que está a ser prejudicial para a apren 

dizagem do aluno é necessário que o professor


a) especifique o comportamento: em vez de dizer o João é agressivo,

passe a dizer o João tem comportamentos de agressividade, como bater no

colega de carteira e dar pontapés na porta;

b) delimite as situações em que o comportamento ocorre: o Francisco

está sempre a falar para o lado quando o professor está a explicar qualquer

coisa / a realizar õ trabalho de Matemática no lugar ! quando se aproxima a

hora do recreio / quando está a fazer trabalhos em grupo. Esta delimitação

pode ajudar o professor a consciencializar que o problema afinal não é tão

generalizado nem tão grave quanto Ihe tinha parecido, constituindo o pri 

meiro passo da resolução do problema.

São formulações deste tipo que poderão levar o professor a reflectir

na sua prática lectiva, a construir hipóteses explicativas dos comportamen 

tos observados e a empreender estratégias de intervenção que permitam

modificar as situações

Porque é que os alunos se comportam mal na sala de aula?

Várias hipóteses explicativas podem, por exemplo, surgir face a um

comportamento de falar para o lado:

  será que não está a perceber o que estou a dizer

  será que tem de manter o papel de falador perante os colegas?

  estará a continuar a conversa do recreio?

  será que devo entender o seu comportamento como provocador?

  será que o meu comportamento está a aumentar o seu papel

  será que estou a emitir algum comportamento reforçador do seu com 

portamento?

  será que o meu comportamento está a reforçar o seu papel

  será que o que eu disse agravou este comportamento?


A Análise Aplicada do Comportamento.

Uma das teorias que contribui para a compreensão e explicação dos

comportamentos na sala de aula é a análise aplicada do comporta 
mento que, segundo Baer, Wolf e Risley ( I 968), <<é a ciência cujos proce 

dimentos derivam dos princípios da teoria comportamental e que são siste 

maticamente aplicados para implementar comportamentos socialmente

significativos>>.

Decorrente desta definição, o comportamento é visto como <

através do qual os processos intemos estruturados se manifestam e como

tal podem ser estudados>> Por seu lado, as causas do comportamento

devem se a <

ambientais antecedentes (estímulos descriminativos) e a circunstâncias am 

bientais consequentes (reforço e punição)>>.

Revertendo estas explicações para o domínio da sala de aula, interessa

então compreender porque é que os estudantes aprendem o que apren 

dem, ou se comportam de determinada maneira. A explicação comporta 

mental refere que os padrões específicos do comportamento de detem,i 

nado estudante se devem aos efeitos funcionais entre os estímulos antece 

dentes (ambiente da sala de aula, tipo de matéria a aprender, actividade

em curso, interacções grupais. .) e consequentes (resposta do profe5sor

ou dos colegas a esse comportamento). É a partir desta interacçáo que

o aluno vai construir a representação que tem de si enquanto membro

daquele grupo, o que faz com que se possa afimar que todo o compor 

tamento   seja adaptado ou desadaptado   é aprendido.

Segundo esta teoria, os comportamentos na sala de aula podem ser

explicados à luz de cinco postulados (adaptado de Wheldall and Merrett,

I 9 84)
O ensino diz respeito ao observável

Para esta teoria os professores devem preocupár se com o que o aluno

faz actualmente, isto é, centrar se no comportamento, em vez de especular

acerca das suas razões ocultas. Assim, a considerações como a Susana tra 

balha bem a primeira meia hora e a partir daí fica desinteressada, um com 


portamentalista dirá, na primeira meia hora a Susana faz os I 0 problemas

todos certos, enquanto na segunda meia hora só responde a dois.

Ao optar por se centrar no aspecto observável não implica que não

se reconheça que há sentimentos envolvidos, mas antes que podem ser

melhor entendidos, e posteriormente explicados, se descrevermos factual 

mente o comportamento.


A maior parte dos comportamentos na classe são aprendidos

A maior parte dos comportamentos são de facto aprendidos através da

interacção com a fami1ia, os colegas, a escola e o meio envolvente Tal não

implica negar os factores genéticos, mas antes rzconhecer que enquanto pode 

mos fazer muito pouco no meìo intemo da criança, podemos, pelo contrário,

oferecer Ihe meios que sejam mais fáceis para ela aprender A criança pode

ser ajudada a aprender comportamentos apropriados e novas competências.
A aprendizagem envolve mudança no comportamento

A única forma de nós sabermos se houve aprendizagem é observar 

mos se houve mudanças no comportamento. Em vez de se dizer parece 

 me que a Marta tem agora uma atitude diferente em relação à escola, de 

verá ser dito a Marta traz sempre os trabalhos de casa feitos.
O comportamento muda em resultado das suas consequências

As pessoas têm tendência a aprender e a repetir os comportamentos

que foram seguidos de consequências positivas, e a não repetir aqueles

que foram seguidos de uma punição A Análise Aplicada do Compor 

tamento enfatiza a utilização das consequências positivas como estratégia

de implementação de situações de aprendizagem.


A alteração do contexto pode mudar o comportamento

Em algumas situações uns comportamentos são apropriados enquanto

noutras isso não se passa. Assim, os alunos rapidamente aprendem não só
os comportamentos que são apropriados, mas também as situações em

que se devem executar. O professor tem então que estar atento ao cená 

rio de comportamento
CBpïTlILO 6

ZGIlS J0G05 E ESTftTÉGlS Il SL DE lIL

Referimos até este momento alguns aspectos da sala de aula, dos com 

portamentos do professor e dos alunos e dos métodos de ensino que

poderão optimizar a aprendizagem. Resumindo, demos ênfase

ao professor   como elemento chave e dinamizador de metodolo 

gias activas de ensino aprendizagem adaptadas ao grupo turma e a si

próprio, capaz de observar, reflectir e inovar e, desta forma, promover

comportamentos de ensino consistentes com as situações e contextos

educativos;

ao aluno   como um indivíduo que possui uma história de vida, capa 

cidades e saberes que Ihe permitem ser um agente activo no processo

de ensino aprendizagem:

à sala de aula   enquanto sistema global onde todos os comporta 

mentos ocorrem;

à escola   enquanto instituição com uma função importante de pre 

venção e intervenção social.

Contudo, todos sabemos bem que há situações educativas que, por

razões várias, necessitam de uma atenão especial. É o caso das crianças

que num dado momento do seu percurso desenvolvimental e escolar pre 

cisam de uma ajuda individualizada. Nunca será demais referir que um dos

pressupostos base deste livro é todas as crianças podem ser ensinadas,


isto é, todas podem aprender. Tal princípio ganha maior saliência

quando se trata de crianças com dificuldades de aprendizagem específicas,

pontuais ou permanentes. Um dos problemas que os professores nos colo 

cam insistentemente é como dar resposta a estas crianças numa turma de

25 ou 30 alunos com ritmos diferentes de aprendizagem e um programa

a cumprir.

Nas páginas seguintes descreveremos algumas estratégias para desen 

volvimento de actividades na sala de aula, onde todos os alunos tenham

um espaço de aprendizagem e de realização pessoal. Será nossa intenção

salientar o valor que estas metolodogias, ou outras similares, adquirem

junto das crianças com dificuklades de aprendizagem.

O TRABALHO DE GRUPO


A utilização do trabalho de grupo junto de crianças com dificuldades

de aprendizagem adquire relevo pelas suas características metodológicas

Sabe se que muitas das dificuldades de aprendizagem estão associadas a

uma fraca motivação para aprender ou persistir nas tarefas académicas,

resistindo pouco às situações que envolvem frustação ou fracasso. Este

quadro pode ser acompanhado por uma <>, que em

termos comportamentais se manifesta quer numa fraca participação activa

nas actividades que envolvem desafos cognitivos quer numa recusa da

aprendizagem Podem ser exemplo disso as crianças cujos professores des 

crevem como sabem umas coisas num dia e no seguinte já não sabem, ou,

fazem uma actividade correctamente quando a professora está por perto, mas

sozinhas, no teste, não são capazes

É tendo em conta estas situações que nos parece que o trabalho de

grupo pode criar um ambiente menos ansiógeno, mais descontraído, tor 


nando se mais fácil suportar em conjunto do que individualmente as exi 

gências escolares. Também em grupo a responsabilidade individual pelo re 

sultado das tarefas é mais repartido, o que em si faz diminuir o medo do fra 

casso A definição de objectivos socializadores permite ao professor repre 

sentar e conhecer o aluno numa dimensão mais globalizante e não apenas

nos aspectos cognitivos. O aluno <> consegue, frequentemente,

no grupo, expressar e afirmar aspectos da sua personalidade, muitas vezes

surpreendendo o professor, os colegas e até a si próprio. Pensámos, então,

que as situações de trabalho de grupo na turma podem constituir uma expe 

riência que contribui para a integração do aluno na sala e na escola.

Salgado (s/d, p. 32) considera mesmo que <

só um método de ensino efcaz como, em certa medida, um processo

terapêutico, um instrumento de integração do aluno na vida escolar, um

autêntico processo de democratização, e, ainda, um factor de adaptação

da escola à personalidade e situação dos alunos>>

Relembramos que as crianças numa linguagem mais facilitadora expli 

cam umas às outras, frequentemente, de forma mais eficaz os conteúdo a

aprender. Todavia, impõe se uma supervisão cuidada do professor, pois

muitas situações podem acontecer: crianças que não estão integradas e

que estão <


> no seu canto, alunos pouco produtivos <dos>> passivamente aos grupos, ou ainda aqueles a quem o seu <

Ihes dá um comportamento agressivo ou provocador. Para isso o professor

deverá transmitir a necessidade de todos os alunos participarem e os meios

através dos quais se concretizam essas contribuições

Da mesma forma, a escolha da tarefa, composição, número de ele 

mentos, homogeneidade ou heterogeneidade e duração são alguns dos

aspectos que o professor deverá reflectir e avaliar em função da integração

dos alunos com dificuldades.

Os jogos que passaremos a sugerir têm como princípio o lucro para

todos os alunos. É nosso entendimento, ao integrar estes jogos neste capí 

tulo, promover situações de grupo onde o papel dos alunos com mais difi 

culdades seja tão importante quanto o dos outros. Como se sabe, é por

vezes complicado lidar com os diferentes níveis de aprendizagem na sala

de aula. Com efeito, o professor fica muitas vezes com a percepção de

que ao dirigir o ensino para determinados alunos este está desadequado a

outros, sendo esse efeito cumulativo. Pensamos que, nos jogos à frente

descritos, essa situação poderá ficar minimizada, já que todos os alunos ao

possuirem o material de trabalho ficam, por isso mesmo, numa situação de

paridade de saberes sem perdas, quer para os melhores quer para os pio 

res estudantes.

Pretendemos, desta forma, intervir nas auto representações e nas re 

presentações grupais.

Estas técnicas ' ' poderão ser utilizadas e adaptadas a diferentes conteú 

dos curriculares, a diferentes objectivos cognitivos e afectivo relacionais.
O Carrocel

Distribuem se os alunos em dois grupos que vão sentar se em dois cír 

culos concêntricos, um exterior e outro interior.

i  Na Bibliografia são indicados alguns livros onde o professor poderá quer aprofundar a me 

todologia de dinâmica de grupo quer ter acesso a sugestões concretas de jogos e técnicas

de trabalho de grupo, adaptadas à sala de aula.


Os alunos sentados no círculo exterior, por exemplo, possuem cada

um uma pergunta que irão fazer ao aluno que está à sua frente. Esse aluno,

que possui um conjunto de respostas terá que responder procurando a res 

posta adequada. Logo que a pergunta for respondida o aluno da roda de

fora muda para o lugar seguinte à direita (o tempo deverá ser marcado

pelo professor; batendo por exemplo uma palma). Este processo ocorre

em simultâneo para todos, isto é todos os estudantes do círculo exterior

avançam uma cadeira, até completarem a volta

O professor poderá, para tomar a actividade mais atractiva, dar as per 

guntas e as respostas escritas em pequenos cartões de cartolina.


Esta técnica poderá ser utilizada com diferentes propósitos:

a) Como forma interessante de fazer a revisão de matérias considera 

das indispensáveis, implicando no processo os alunos que já sabem e os

que ainda não sabem <>.

Neste caso o professor prepara as perguntas para a roda exterior, uma

por aluno Prepara também as respostas para os alunos da roda interior.

Assim, cada aluno tem um conjunto de todas as respostas.

b) Outro procedimento possível será professores e alunos prepararem

previamente as perguntas e as respostas em pequeno grupo ou em grupo

alargado.

Esta modalidade satìsfaz mais na aprendizagem de matérias novas ou

numa revisão de conhecimentos, motivando os alunos com mais dificuldades


Contrato pedagógico

Os contratos pedagógicos podem inserir se numa pedagogia de con 

trato inscrita no currículo ou constituírem uma estratégia a utilizar em mo 

mentos específcos do ensino aprendizagem. Um dos seus objectivos é o de

motivar os estudantes para completar mais tarefas e aprender mais com 

petências com maior efcácia e desenvolver comportamentos mais sociali 


zados. Neste processo o aluno sente se sujeito implicado na sua própria

gestão de autonomia A utilização mais ou menos sistemática, mas sempre

intencional, de contratos na turma favorece um clima de <

sável>> Um dos atractivos desta estratégia é poder ser utilizada em dife 

rentes pedagogias e organizações de sala de aula.

De facto, nas salas com pedagogias menos directivas o contrato poderá

contribuir para a sua estruturação, enquanto nas salas com pedagogias mais

directivas poderá contribuir para um trabalho mais autónomo dos alunos

Mas, então, como fazer um contrato?

O contrato deve ser 


I . Debatido, entendido e acordado. O contrato deve ser a síntese de

um debate aprofundado, onde os diversos pontos de vista dos elementos

implicados devem ser tomados em conta com vista à melhoria de uma

situação ou de resolução de um problema.


2. Justo, honesto e positivo A justiça e a honestidade são dois valores a

estar presentes na elaboração de um contrato Com efeito, não raro se

assiste a contratos onde a criança é manipulada pelo adulto, ou em que o

<> é exagerado, por vezes mesmo insuportável. Sendo assim, ao

enunciar os comportamentos a implementar, deve o adulto tomar atenção

à sua exequibilidade, isto é, que sejam passíveis de ser realizados com

sucesso. O contrato deverá ser formulado pela positiva, devendo nele

estar inscrito o comportamento desejável, isto é, aquele que se acordou

com a criança para substituir o comportamento indesejável.


3. Específico e flexível. Quando se redige o contrato um cuidado espe 

cial terá que ser colocado na sua elaboração de forma a que, na sua leitura,

o grau de ambiguidade seja mínimo. Para isso, os deveres é os direitos de

cada um dos elementos devem ser claramente enunciados de forma a que


possam ser entendidos O contrato terá que especificar, pelo menos, o

comportamento, a situação ou situações da sua ocorrência, e a duração.

Contudo, este grau de especificação não deve ser lido como uma regidifi 

cação do contrato. Este deve ser passível de reformulações já que, frequen 

temente, é na sua concretização que se compreende o que está implícito e

se vivenciam ãs suas potencialidades e dificuldades.


4. Escrito e assinado. Decorrente do anteriormente dito fica a necessi 

dade de o contrato ser redigido por escrito (evitando, assim, os esqueci 

mentos. . .), tendo cada um a sua cópia assinada. O formalismo empresta o

mágico e o cerimonial a esta estratégia de interacção


5. Supervisionado/avaliado. O elemento avaliação não deve também

aqui ser esquecido. Com efeito, quando se opta por esta ou outra técnica

mais estruturada de intervenção, é porque se acredita que o seu cumpri 

mento alimenta a mudança. Um contrato contém em si um grau de dificul 

dade que quando dominado implica um esforço pelo qual os elementos

devem ser gratifcados No entanto, o contrato foi elaborado para ser

cumprido, não como um fim em si mesmo, mas como um meio de modi 

ficar uma interacção Assim, o seu não cumprimento não deverá ser apro 

veitado para cristalizar ainda mais os problemas que deram origem à pro 

cura do contrato. A supervisão e a avaliação contínua, realizada pelos impli 

cados, será mais para reformular os contratos ou compreender melhor o

seu não cumprimento do que para sancionar as falhas.


Os tutores na sala de aula

Uma estratégia que propicia um clima motivador na sala, bem como um

apoio individualizado às necessidades sentidas pae indivíduo ou grupo, é o

sistema tutorial. Nesta metodologia os alunos fazem de <


, ensi 

nando uns aos outros uma tarefa Basicamente pode descrever se esta


técnica como criadora de situações em que há uma reciprocidade entre os

alunos nas tarefas de aprendizagem Para que resulte, importa que alguns

cuidados sejam considerados:
Criação de um clima de partilha de saber: antes de iniciar o processo

tutorial o professor deverá dinamizar um clima onde a partilha do saber é

um valor a fomentar   todos têm coisas a aprender e a ensinar   e onde a

turma é representada como um grupo de pertença numa identidade em cons 

trução. Para isso, importa que não seja sempre o mesmo aluno o tutor e um

outro o objecto da tutoria, ou que se não caia em concorrência interalunos.


Definição e demonstração da actividade tutorial: a realização por parte

dos alunos desta técnica deve ser, num primeiro momento, objecto de

ensino e treino. Após a explicação do que é ser tutor e tutorando, cabe ao

professor o papel de modelo na exemplificação de actividades de tutoria.

Assim, este deve ensaiar com um estudante, na presença de toda a turma, o

papel de tutor, seguindo se uma representação dos alunos em pares com

supervisão do docente até este considerar que adquiriram esta técnica.
Implementação da actividade tutorial: se, na fase anterior, já foram

explorados alguns aspectos que permitem a compreensão do que é a tuto 

ria, cabe agora uma explicitação mais cuidada dos procedimentos desta

actividade e do seu enquadramento na organização geral das actividades

Esta definição comporta aspectos como:

  o tempo: em que momento do dia, quanto tempo e durante quantos

dias é que os alunos vão trabalhar nesta modalidade;

  o espaço: os alunos devem responsabilizar se pela organização do

espaço adequado às exigências desta actividade, ou seja, controlo do

barulho de forma a não perturbar o grupo ao lado, o que implica uma

certa distância entre os pares;
  a tarefa: o professor deve em função das necessidades do elemento

do par que vai ser <> organizar a tarefa de forma a que o ele 

mento <
saiba o que vai fazer quais os conteúdos a adquirir,

as estratégias a utilizar (modalidade oral, escrita, pergunta resposta,

exercícios de aplicação, leitura. . );

  o registo: o aluno professor em conjunto com o colega deve registar

as respostas correctas e incorrectas, assim como outras difculdades ou

facilidades observadas


Avaliação: considerando que um dos objectivos deste procedimento é

rentabilizar a relação tempo/aprendizagem, compreende se que um dos

aspectos importantes seja a avaliação, feita pelo professor, do desenrolar da

actividade e das aquisições obtidas. Assim, compete ao professor avaliar, de

forma a introduzir mudanças quando necessário. Se um ou vários pares

não atingiram os objectivos o professor poderá interrogar se acerca do

porquê: será que aquele par foi bem escolhido?, terão percebido mal a técnica


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