. Acesso em: 26 mar. 2015.
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- Teatro Medieval
Teatro Sagrado
Mistérios – episódios do Antigo e do Novo Testamento. A encenação podia durar vários dias.
Milagres – a vida dos santos e seus milagres.
Moralidades – fortemente didáticas e de moral religiosa, com personagens alegóricos, como o Temor de Deus ou Todos os Homens.
Figura 46
Cena de teatro sagrado, teatro medieval no interior de igreja, 1547.
Autos – teatro alegórico ou satírico, voltado para temas religiosos ou morais.
Figura 47
Cena auto satírico, teatro medieval em praça pública.
Fotos: 1 - Hubert Cailleau. 1547. Guache e tinta sobre papel. Biblioteca Nacional, Paris. Foto: The Granger Collection/Glow Images; 2 - Anônimo. c.1900. Litografia. Coleção particular. Foto: Album/akg-images/Latinstock
Teatro Profano
Farsas – de caráter popular, voltadas para o riso e cheias de sátiras e elementos cômicos, sem o compromisso moral do teatro sagrado.
Soties – peças cômicas na qual os sots (loucos) utilizavam-se da aparente loucura para atacar os costumes e os poderosos da época.
Figura 48
Cena de teatro medieval profano, 1542.
Escola francesa. 1542. Guache sobre papel. Bibliotheque Municipale, Cambrai. Foto: The Bridgeman Art Library/Easypix
O teatro da Idade Média foi separado em dois grandes grupos, o sagrado e o profano, mas havia muito diálogo entre eles. Apresentações de mistérios podiam ser intercaladas com farsas entre os atos. As moralidades utilizavam-se de elementos dos soties, por exemplo.
Essa divisão relacionava-se mais ao desenvolvimento do teatro sagrado em âmbito religioso e do teatro profano fora das igrejas.
- A arte da mímica
A mímica é um dos recursos mais utilizados em autos e farsas. O corpo e sua gestualidade ampliam a ação, constroem objetos e situações utilizando matéria invisível. Presente desde a Grécia Antiga, desenvolveu-se de diversas formas. A pantomima seria sua “filha” mais famosa, com o máximo de gestos e mímica e o mínimo de palavras na narrativa teatral.
AMPLIANDO
A pantomima pode ser definida como a arte de narrar com o corpo. Um tipo de teatro gestual, que valoriza o corpo como forma de expressão, sem o uso da palavra. Os atores utilizam a música e o uso de máscaras nas apresentações.
Figura 49
O francês Marcel Marceau (1923-2007) foi um dos mestres da mímica moderna. Encantou o público com Bip, personagem que era como outra personalidade sua, um alter ego (“outro eu”), como Carlitos, o vagabundo, era para Charles Chaplin.
Herve Bruhat/Gamma-Rapho/Getty Images
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AÇÃO E CRIAÇÃO
Que tal, agora, você experimentar a arte da mímica com os colegas?
PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS
Jogos de adivinhação
Comecem a explorar a mímica com os jogos de adivinhação. Organizem-se para formar grupos. Cada grupo escolherá algumas palavras-chave. A quantidade delas dependerá da duração do jogo e do número de rodadas.
Figura 50
Um dos jogos de mímica mais conhecidos são os jogos de adivinhação.
Ilustrações: Leonardo Conceição
Para iniciar, um colega de um grupo dirige-se até outro, que lhe falará ao ouvido uma palavra-chave. Depois disso, ele terá como desafio utilizar a mímica para representar a palavra que o seu grupo terá de descobrir. Controlem o tempo de adivinhação. O procedimento repete-se até que todos tenham participado do jogo.
Para aumentar o desafio, especifiquem o tema das palavras-chave: cinema e televisão, apenas objetos, coisas que existam ou aconteçam em determinado lugar (escola, cidade, floresta, rio etc.).
Objetos invisíveis
No jogo de objetos invisíveis, criem objetos utilizando matéria invisível. É interessante moldá-los desde o início, como se fossem uma matéria disforme (a argila antes da construção de um vaso), que vai ganhando a forma de um objeto à sua escolha.
Figura 51
Outro jogo divertido, em que a criatividade e a observação são muito requisitadas, são os jogos de objetos invisíveis.
Como variações dessa proposta, os objetos podem ser construídos individualmente, em duplas e trios. Havendo mais de um jogador, todos podem construir um único objeto ou o mesmo objeto individualmente (evidenciando o modo como cada um faz a sua construção).
Dica didática: sugerimos grupos divididos aleatoriamente; a proposta e estimular a expressão corporal e artística dos alunos, assim como a observação e a concatenação de ideais dos grupos; por isso, o ideal é que o jogo não tenha a proposta de indicar vencedores usando o termo jogadores no lugar de competidores.
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Espelho e Sombra
A ação de imitar alguém é bastante utilizada na mímica.
Em uma de suas variações, a imitação ocorre como em um espelho. Se você estiver imitando uma pessoa de modo espelhado, quando ela mexer o braço esquerdo, você seguirá seus movimentos utilizando o braço direito.
Figura 52
Ilustração de crianças explorando o jogo de espelhos.
Ilustrações: Leonardo Conceição
A primeira dinâmica desse jogo é combinar com o professor e dividir a turma em duas fileiras. Cada um deverá ter um colega à sua frente. Em uma das fileiras, ficam aqueles que farão os gestos e movimentos; a outra será composta por aqueles que farão o espelho.
Alguém que não vai ficar nas fileiras inicia o jogo com uma palavra-chave. Esse jogador poderá solicitar, por exemplo, que os movimentos sejam mais lentos ou mais velozes, que a cena seja congelada e todos permaneçam imóveis. Ao comando dele, o último aluno da fileira dos espelhos segue para o começo da fila e todos os demais andam para o lugar de onde ele saiu, mudando, assim, as duplas. O jogo reinicia a partir da nova palavra-chave indicada. É importante que todos possam experimentar tanto ser o imitador quanto o imitado.
Para a sombra, forme uma ou mais filas indianas. Ao som de uma canção tradicional (pode ser cantada por todos), a fila começa a se movimentar. O primeiro aluno inicia os gestos e o colega de trás o imita, como uma sombra. Assim faz o colega atrás deste e todos seguem sucessivamente. Ao término da canção, o primeiro aluno vai para o final da fila e o jogo recomeça.
Mímica dos sentidos
A mímica pode ser bastante literal, isto é, ser utilizada para representar objetos, ações e cenas conhecidas. Por outro lado, pode ser usada de forma abstrata.
A proposta desse jogo é a realização de mímicas relacionadas a sentimentos, sem, contudo, representá-los por meio de uma ação concreta.
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Por exemplo, a mímica do choro para representar o sentimento de tristeza seria uma forma literal de representá-lo.
A proposta é, nesse caso, utilizar o corpo e os gestos de modo que os colegas possam sentir a “tristeza” do choro por meio da mímica.
É um grande desafio! Por isso, respeite a maneira como cada colega vai desenvolver a mímica relacionada ao sentimento proposto. E, por essa mesma razão, pode-se repetir uma mesma palavra-chave, porque, assim, cada um poderá fazer uma mímica abstrata de maneira diferente.
MISTURANDO TUDO!
Você acha que pode haver alguma relação entre Arte e História? Percebeu algo assim neste capítulo?
Você já pensou que muitas coisas que aprendemos em uma disciplina na escola têm relação com o que vimos em outras?
Isso acontece porque está tudo misturado no caldeirão do conhecimento.
Que tal fazer um paralelo entre saberes descobertos em diferentes disciplinas, como o estudo de mapas antigos, repletos de desenhos de seres imaginados, como dragões e serpentes?
Por que será que as pessoas criavam esses desenhos nos mapas? Que desenhos podemos encontrar em mapas hoje?
Lembra-se das imagens da obra criada pelo artista Cildo Meireles? Como ele escolheu temas e materialidades? Você acha que a forma da obra Abajur fortalece o tema abordado?
Você costuma dar nomes aos seus desenhos e trabalhos artísticos?
No que você pensa para escolher um nome para a sua arte?
Dica didática: para variar a dinâmica do jogo, todos podem sugerir as palavras-chave, que serão colocadas na lousa ou mural. Faça um sorteio para que cada um receba uma palavra-chave. Todos farão a mímica ao mesmo tempo e tentarão encontrar os colegas que pareçam estar representando o mesmo sentimento (sem interromper a mímica). Essa aproximação não precisa se dar na formação de uma roda ou fila, basta apenas estar próximo. Ao final, cada um revela sua palavra-chave. Uma roda de conversa sobre a construção das mímicas e da identificação das afinidades pode abrir espaço para inovações na brincadeira e estimular expressão corporal, observação, concentração e empatia entre os alunos.
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EXPEDIÇÃO CULTURAL
O que você descobriu no universo da arte ao estudar esta unidade?
Qual a contribuição da cultura indígena na nossa arte?
Estudamos sobre o imaginário que criam imagens na arte indígena. O que você mais gostou de estudar?
Quais conceitos em arte você consegue lembrar e gostaria de levar para suas criações artísticas?
Você tem alguma proximidade com a cultura indígena? Qual?
Pesquise sobre a arte criada pelos povos da floresta!
Você já ouviu música portuguesa? Conhece poetas como Fernando Pessoa? Brasil e Portugal, no passado, eram muito próximos. E hoje, somos próximos do povo lusitano? Herdamos a língua, os azulejos, e o que mais esse povo nos influenciou em relação à arte?
Pesquise e conheça mais sobre a arte trazida na bagagem das Caravelas!
E sobre a mistura de culturas que ocorreu em nosso país, gerando a nossa arte, o que você descobriu?
DIÁRIO DE ARTISTA
Vamos continuar o seu diário de artista?
Registre as suas experiências artísticas no caderno. Você pode desenhar, escrever poemas e lembretes sobre coisas que você quer descobrir. Pode, também, fazer pesquisas sobre os artistas dos quais quer saber mais.
Um diário é como um companheiro nessas aventuras no mundo da arte. Traga o seu sempre perto de você.
Figura 53
Marcelo Cipis
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CONEXÃO ARTE
Sugestões de sites, livros, músicas, filmes, animações e documentários para você aprofundar sua viagem pelos conteúdos da unidade que mais despertaram o seu interesse no universo das artes.
CLIQUE ARTE
Arte da Azulejaria [Artes visuais]. A azulejaria brasileira. Breve histórico ilustrado. Disponível em:
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