. Se possível, apresente-lhes o documentário. Reflita com eles sobre a situação dos rios brasileiros e sobre a poluição neles encontrada. Será que perto da escola há um rio, um córrego ou qualquer tipo de água? Você pode escutá-lo? Que sons ele faz? O que os moradores mais antigos do bairro podem dizer sobre ele? Em que estado ele se encontra? O que pode ser feito para melhorar sua situação atual? Que tal realizar um projeto de gravação de sons da água a partir do entorno e da realidade do universo dos alunos?
Dica didática
Faz parte da arte promover encontros para o bem de todos em busca do bem social. Da mesma forma que Pablo Picasso denunciou ao mundo os bárbaros acontecimentos em Guernica, os alunos podem fazer o mesmo sobre a situação de descaso e descuido com a água em nossos rios. Provoque os alunos, leve-os sempre a querer mais.
LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS
Pinturas gigantes em cores e relevos
Nessa seção, trabalharemos com elementos próprios da linguagem das artes visuais, mostrando como eles se relacionam entre si e se apresentam nas obras selecionadas. Trabalharemos com várias vertentes, tais como pinturas, esculturas, gravuras. Faremos recortes de momentos da história da arte, não nos preocupando com o aspecto cronológico e sim com a relevância dos conceitos apresentados.
Levar os alunos a pensar como os grandes painéis são feitos também faz parte do mundo das linguagens visuais. Converse com os alunos sobre o que são suportes.
Ampliando
Será que existe algum painel grande em sua cidade? Um grande mural na fachada de um prédio, um grafite ou uma pintura ou escultura são ótimas referências para os alunos perceberem o tamanho real da obra, em comparação com sua representação no livro. Se possível, leve os alunos para observar de perto essas obras.
Instigue os alunos a refletir. Faça-os observar as imagens mais de perto. Depois peça que anotem o que viram nos diários de artistas deles. De volta à sala de aula, faça certo suspense antes de conversar com todos. Essa abordagem dá tempo aos alunos de descobrirem sozinhos os “segredos” das imagens. Estimule-os a formular perguntas sobre as imagens, promovendo uma leitura de imagem inversa. Dessa forma, você estará dando legitimidade ao comprometimento e à participação dos alunos na aula. Esses momentos são de suma importância para que a relação com o conhecimento aconteça.
Em seu diário de bordo, liste uma pauta de perguntas que você poderia fazer aos alunos. Peça a eles que façam o mesmo (no caso, o que cada um poderia perguntar aos colegas). Com base nessas pautas de perguntas, você pode criar um debate, sem assinalar o que é certo ou errado, mas mostrando que vários caminhos são possíveis.
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Ação e criação – Grandes formatos
Nessa seção serão sempre apresentadas propostas de fazer artístico para serem realizadas em sala de aula, sem medo de críticas ou reprimendas, pois o fazer artístico dos alunos é de suma importância para o conhecimento deles. Aqui propomos uma criação inicialmente bidimensional e depois tridimensional. Sugere-se ainda uma escultopintura – uma pintura com relevos tridimensionais. O que pode resultar dessas produções?
Procedimentos artísticos
São seções dentro do livro com dicas de como criar, participar, perceber, lidar com os acontecimentos dentro da arte. Nessa seção podem ser apresentadas indicações de como produzir materiais e descrições de processos e procedimentos de criação em relação à linguagem artística trabalhada. Aqui, a seção diz respeito à produção de tinta plástica ou cola colorida. Que outros tipos de tintas podem ser feitos? Pesquise mais sobre o tema e anote em seu diário de bordo.
LINGUAGEM DA MÚSICA
Som e lugares
Nessa seção trabalharemos mais especificamente os conteúdos relacionados à linguagem da música. Nesse caso, o som. O som e o silêncio são complementares, sem um não existe o outro. Um mundo caótico é um mundo barulhento, mas um mundo silencioso também pode ser assustador. Explore a linguagem do som com os alunos pedindo que ouçam os sons ao seu redor.
Este exercício está pautado nos estudos sobre Paisagem sonora, que é um estudo sobre o mundo sonoro em que vivemos e como esta escuta pode ser ainda mais sensível. O conceito tem sido difundido por vários músicos contemporâneos. Murray Schafer, em seus estudos, explora a percepção de sons em diversas situações e locais na ampliação de repertório e desenvolvimento de escuta sensível. Propõe também que os alunos criem notações musicais usando desenhos e traços e que aprendam música de modo lúdico e experimental, além de estimular a criação de objetos sonoros usando os mais diferentes materiais.
Como dica de estudo, indicamos a leitura do livro: SCHAFER, R. Murray. O ouvido pensante. 2. ed. São Paulo: Unesp, 2000. Esse estudo pode ampliar seus saberes didáticos no ensino de música.
Ação e criação – Palavras-sons
Procedimentos artísticos
Aqui, estimulamos a realização de um exercício de escuta com os alunos para que eles percebam os sons à sua volta. Esse exercício pode ser feito outras vezes em outros locais da escola, buscando uma escuta cada vez mais apurada por parte dos alunos.
Aproveite para registrar em seu diário de bordo como os alunos participam dessa proposição. Se fecham os olhos para ouvir melhor, se ficam em silêncio, se abaixam a cabeça, como procuram ouvir os sons ao redor. No final, converse com eles sobre o que foi ouvido. Estimule-os a fazer anotações somente após a escuta.
Estimule os alunos a fazer os registros do modo que quiserem. Várias formas surgirão para um mesmo som. Que tal depois catalogar tudo e criar uma tabela de referências? Os próprios alunos podem escolher, por votação, os símbolos para os sons que ouviram. Essa tabela pode ser usada futuramente.
Compondo, regendo e cantando
Aqui, podemos saber um pouco mais sobre a música como conjunto. Estimule a turma a saber mais sobre outros estilos musicais e como eles funcionam.
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Procedimentos artísticos
A proposta é brincar de “siga o mestre”, mas com os elementos de uma banda, orquestra, conjunto musical. Nutra o repertório dos alunos apresentando antes gravações com sons de orquestras ou instrumentos específicos, como o som de um violino, de um pandeiro, entre outros.
- Misturando tudo!
A conclusão do capítulo é o desfecho dessa série de conhecimentos que se entrelaçam dentro do livro. As idas e vindas na visualização e apreciação de imagens, na escuta de músicas e sonoridades são importantes, pois sempre retomam o que já foi aprendido pelo aluno. Aqui tudo é importante e se mistura novamente, sem estabelecer relações de certo ou errado. Todo conhecimento é válido.
Caixa de ideias
Aqui sugerimos algumas ações que podem acontecer no decorrer do capítulo e resultar em trocas interessantes entre disciplinas. São exposições na escola inspiradas pelos painéis Guerra e Paz, de Candido Portinari.
⋅ Que tal criar um painel com recortes de jornais trazidos pelos alunos sobre temas da atualidade no Brasil e no mundo? Poderia ser uma campanha contra a violência com imagens sobre o tema que saem nos jornais. Desenhos e pinturas podem sobrepor esses recortes de notícias criando intervenções artísticas.
⋅ Um grande painel com desenhos dos alunos sobre a violência pode ser criado como mais uma proposição.
⋅ Outra ideia é fazer um quadro vivo, onde os personagens saltem da imagem e se relacionem, contem sua história, dando vida às imagens dentro da obra. Veja a próxima dica na seção “Trocas entre disciplinas”.
Trocas entre disciplinas
⋅ Converse com o professor de Língua Portuguesa sobre a possibilidade de criar pequenos diálogos com os alunos e transformar o quadro de Pablo Picasso em uma representação teatral.
⋅ Depois de fazer a leitura da obra de Lygia Pape e contextualizá-la no tempo e espaço, que tal fazer uma troca entre as disciplinas de Arte e História? Explique o que foi a ditadura militar e peça a eles que conversem com seus familiares sobre o tema. Talvez seus pais ou avós tenham vivido essa época e possam dar um breve relato. Peça aos alunos que escrevam ou desenhem sobre o assunto no diário de artista deles. O professor da disciplina de História pode ampliar o olhar sobre o que foi o período da ditadura militar no Brasil.
Outras dicas didáticas
⋅ Por mais que as imagens do livro sejam de grande auxílio, procure ampliá-las. Leve os alunos a perceber o tamanho da obra de arte. Se possível, amplie a imagem do livro em sala de aula. Uma boa projeção da imagem pode revelar mais detalhes da obra, como no caso das produções de Siqueiros e Diego Rivera, entre outros, em que os detalhes tridimensionais das imagens reais são mais percebidos ao ampliarmos as reproduções do livro.
⋅ Procure obras de arte em sua cidade: esculturas, quadros, murais, painéis, obras que façam parte do cotidiano e que falem ao aluno sobre o lugar em que ele vive. Elabore uma expedição cultural até essas obras.
Dica – Outros procedimentos
⋅ Prepare-se, organize-se e procure obter os materiais que serão utilizados nessa proposta. Os procedimentos artísticos são importantes e fazem parte do fazer artístico. É importante que os alunos façam o esboço no diário de artista e anotem todos os materiais necessários.
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PARA SABER MAIS
Ampliando o olhar sobre Candido Portinari e Pablo Picasso:
⋅ Guerra e Paz – Portinari. Disponível em:
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