Manual do professor solange dos santos utuari ferrari


Núcleo de Estudos de Populações Indígenas



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Núcleo de Estudos de Populações Indígenas (NEPI-UFSC): .

Funai: .

Promover uma pesquisa mais detalhada sobre as obras de Albert Eckout pode ampliar o olhar do aluno sobre essas imagens e os indígenas nessa época. Você pode ter acesso ao material em PDF:

Viajando com Eckhout (Arte na Escola): .



Dica didática

Observar as imagens da linha do tempo e ver como a imagem da pessoa indígena tem sido tratada ao longo do tempo pode resultar numa boa conversa para a sala de aula.

- Mundo conectado – Arte: línguas e histórias

Os alunos já devem ter visto essa imagem ou ter ouvido falar do Abaporu, de Tarsila do Amaral. O que mais sabem sobre ela? Converse com eles antes de realizarem a leitura do texto, explorando o imaginário deles e o que foi falado sobre os indígenas brasileiros.


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Você pode levar os alunos à sala de informática da escola e com eles pesquisar outras palavras indígenas. Visitem o site do Dicionário Tupi-Português indicado e vejam quais palavras do vocabulário deles, alunos, são de origem indígena. Eles podem se surpreender com os resultados. Peça que anotem nos diários de artista as palavras e os significados que pesquisaram.

Com essas palavras eles podem criar um texto pequeno, que pode ser lido em sala de aula. Será que eles topam?

Ampliando

Ressalte a importância dos movimentos artísticos para os alunos e fale sobre os movimentos artísticos citados neste capítulo, a exemplo do movimento modernista brasileiro e sua relevância para nosso país.

- Mais de perto – Roda da imaginação

O que serve de inspiração para os artistas? Para os indígenas Wayana e Aparai, a inspiração são os elementos da natureza, presentes no dia a dia e no imaginário deles. Converse com os alunos sobre a importância do desenho e sua representatividade para o povo indígena. Observe também as cores dos desenhos e o uso das figuras geométricas em suas produções. Pergunte a eles se também fazem representações de coisas importantes através do desenho. Quais serão as respostas? O que nossos alunos desenhariam?

- Palavra do artista – Lúcia Hussak van Velthem

Comente com os alunos sobre o processo de criação da roda de teto (chamada maluana porque é a representação de uma grande arraia de água doce, um ser sobrenatural denominado Maluanaimë). Segundo a antropóloga e museóloga Lucia Hussak van Velthem, as imagens da maluana representam grandes serpentes, especialmente temidas pelos Wayana e Aparai. São necessários muitos conhecimentos para a criação desse objeto de arte indígena. Por esse motivo, sua preparação é especial.

Você pode relacionar os processos de criação dos povos indígenas com os dos artistas. Será que eles têm algo em comum? E sobre o processo de criação dos alunos? Haverá algo parecido?

- Mais de perto – Tramas da arte indígena

Mostre aos alunos as representações artísticas através da cestaria. Explique que essas representações artísticas sempre estiveram presentes nos mais diferentes artefatos indígenas. Todos eles têm ou tinham uma função, uma representatividade. Podem ser elementos da natureza como animais, flores, frutos, bem como do imaginário indígena, e estão ali para lembrar a história que a eles se relaciona.

- Palavra do artista – Povo Kaingang

O povo Kaingang produz cestarias em palha. Nessas cestarias estão presentes os personagens Kamé e Kairu, que são a origem mítica desse povo. Comente com os alunos a importância desses personagens e retome com os alunos a importância deles para os Kaingang.

Será que os alunos poderiam elaborar tramas que retratassem coisas importantes para eles? Você pode sugerir que eles façam um desenho sobre um sentimento ou sensação. Crie um esquema quadriculado no papel, primeiro para eles desenharem e depois para reproduzirem em papéis diferentes. O que será que pode surgir?


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LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS

Mito e imagem

Comente com os alunos que o desenho está sempre presente na cultura indígena, representando elementos ligados a sua cultura e mitologia. Tanto os povos indígenas quanto os outros povos do mundo fazem representações através do desenho. Chamamos aqui de realismo mental (representação/imaginação) e realismo visual (observação).

Deixe claro para o aluno que no realismo mental (imaginação) podem ser criados todos os desenhos que a imaginação permitir, a partir de relações e leituras de mundo em uma interpretação (pessoal ou cultural). No caso da arte indígena, eles imitam e representam elementos da natureza, mas não são copias fiéis. Já no realismo visual (observação) há uma busca de fidelidade ao elemento retratado.

Ação e criação – Imagens e imaginários

Os alunos podem criar os mais diversos desenhos orientando-se pelo que está sendo pedido. O diário de artista é um bom lugar para os alunos registrarem suas criações. Dê tempo para eles desenharem e colorirem suas criações.



Procedimentos artísticos

Converse com os alunos sobre os diferentes suportes em que se pode fazer arte. Explique que o suporte nas artes visuais é onde o artista faz sua obra de arte: na pintura em tela, o suporte da obra é a tela; na escultura, o suporte pode ser a argila ou o mármore. No caso, o suporte da roda será uma caixa de pizza. Explique a eles que essa proposta tem etapas e que elas não devem ser puladas. Caso prefira, trabalhe com os alunos em duplas ou trios. Proponha a eles que criem seus próprios desenhos. A ideia é investigar a interpretação dessas criações, sem fazer cópias dos desenhos dos povos indígenas, por meio de desenhos e pinturas e também sobre a relação da escolha de temas e representação em imagens de coisas que são significativas em várias culturas e na própria cultura do aluno. Exemplos de problematizações a fazer aos alunos: “Para esses povos indígenas, cada imagem tem um significado. E para você, que imagens podem trazer significados a partir da sua cultura?”; “Que imagens representam relações com a ideia de sagrado para você?”; “Que animais você gostaria de representar em seus desenhos?”; “Ao pensar em seres encantados ou fantásticos, que ideias para criação de imagens vêm a sua cabeça?”.



LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS

Simetrias

Apresente aos alunos o conceito de simetria e seus tipos. Explique a eles que na simetria há uma harmonia entre os lados, há paridade, uma correspondência de posição e forma em relação a um ponto. As imagens apresentadas na seção são simétricas, pois têm essas características. A simetria espelhada é quando um lado é igual ao outro totalmente, como se a imagem estivesse refletida em um espelho. A simetria de translação é quando um está ao lado do outro, formando uma sequência. E a simetria rotacional é quando a figura simétrica é um círculo ou uma roda, sendo sempre igual até o fim.

Comente também que a simetria está muito presente na cestaria indígena e que as tramas e o como fazer são passados de geração para geração. Proponha uma parceria com o professor de Matemática para ampliar saberes sobre simetrias.

Ação e criação – Padrões abstratos

Apresente aos alunos os padrões abstratos presentes em grafismos e cestarias indígenas, comente que são compostos por elementos gráficos, linhas, pontos, formas geométricas e que padrões abstratos estão presentes em todos os lugares.


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Que tal solicitar aos alunos que tragam exemplos desses padrões para a aula seguinte? Como são fáceis de serem encontrados, por estarem presentes em todo lugar, os alunos podem fotografar os padrões com celulares ou máquinas fotográficas digitais e trazer essas imagens para compor uma apresentação digital. Caso não seja possível, os alunos também podem procurar em anúncios de revistas e jornais ou na internet.



Ampliando

Você pode mostrar aos alunos exemplos de padronagens na arquitetura. Temos exemplos na arquitetura de todo o mundo. Procure padrões em fachadas e pinturas de prédios, casarios, parques e jardins.



Procedimentos artísticos

Oriente os alunos para que desenhem livremente. Solicite que façam os padrões em seus diários de artista. Você também pode explorar a materialidade que os alunos usam. Que tal sugerir que desenhem seus padrões em folhas de cartolina do tamanho de uma folha de sulfite e em seguida usem barbantes ou linhas coloridas para dar volume a esses padrões? Que tal usar mais de uma cor de linha? Que outras ideias podem surgir?

- Misturando tudo!

Retome os conteúdos e conceitos com os alunos. Pergunte o que mais eles gostariam de ver ou aprender sobre esses conteúdos. Instigue-os a pesquisar sobre as tribos e suas histórias.



Dica didática

Conhecer mais sobre a cultura indígena é conhecer mais sobre a cultura de nosso país e sobre nossa cultura. Comente com os alunos que o objetivo é ter contato com as mais diversas culturas e que elas fazem parte do nosso saber cultural e histórico.

Que tal confeccionar um trabalho em cestaria ou padronagem? Ou trabalhar com a confecção de vasos em argila? Ou com materiais recicláveis?

Pesquise se há alguma comunidade indígena no entorno da escola. Que tal visitá-la e aprender in loco como esses povos criam sua arte?

Caixa de ideias - Anotações

Estimule os alunos a anotar. Sejam dúvidas, perguntas, conclusões, rabiscos que só eles entendem. Converse sobre criarem o hábito da anotação. Ele é importante para o processo de aprendizado em qualquer disciplina. Você pode escrever anotações na lousa para inspirá-los a fazer o mesmo em seus cadernos ou no diário de artista. Podem ser as mesmas anotações que seriam feitas no seu diário de bordo.

Explique a eles que essa anotação é para você, professor, e que o entendimento dela é seu, e que a partir dessas anotações você pode querer saber mais sobre um assunto, pesquisar um tema interessante ligado ao que surgiu na aula. Da mesma forma, a anotação do aluno é dele e de seu próprio entendimento.

Dica – Outros procedimentos artísticos



Embalagens de pizza

Solicite com antecedência o material a ser utilizado e lembre os alunos de trazê-lo na aula marcada. Você também pode pedir ajuda aos outros professores para arrecadar as caixas de pizza ou solicitar à escola que adquira as embalagens com antecedência (podem ser encontradas em lojas especializadas de embalagens ou grandes mercados atacadistas).


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Trocas entre disciplinas – Propostas de trabalhos transdisciplinares

⋅ Os professores de História, Geografia e Língua Portuguesa podem ajudar a promover um resgate da cultura indígena local. Que tal conversar com eles sobre a ideia de buscar a história de sua cidade?

⋅ Quem eram os indígenas que viviam ou vivem na sua cidade ou região? Eram ou são de que povos ou etnias? Que língua falavam ou falam? Você e o professor de História podem pesquisar em acervos históricos de sua cidade para conhecer mais sobre as culturas indígenas locais do passado e para saber sobre os povos atuais. Pesquise em sites oficiais, como por exemplo: Funai (http://eba.im/sccdam) ou Instituto Socioambiental (ISA) (http://eba.im/u6iqgh).

⋅ Com o professor de Geografia, vocês podem fazer um mapeamento local sobre como viviam ou vivem esses povos indígenas, o que plantavam (plantam), como utilizavam (utilizam) os recursos naturais locais e como eram (são) as plantações na época e em nosso tempo. Quais eram (são) as comidas típicas? Que ligações de descendências indígenas há na sua região ou mesmo na história da sua família?

⋅ Os alunos podem descobrir com o professor de Língua Portuguesa como eram a língua e a comunicação indígena no passado e como é hoje, como, por exemplo, mostrar aos alunos que existem até páginas de relacionamento na internet em línguas indígenas. Qual era o dialeto no passado? E hoje, que linguagens são faladas? O significado de algumas palavras pode ser uma grande descoberta para relacionar a língua portuguesa e indígena na formação da língua portuguesa do Brasil, que é diferente em alguns aspectos das línguas escritas e faladas em outras partes do mundo.

⋅ Como eram a arte, a pintura, as vestimentas e os festejos de nossos antepassados locais? E os sons, ritmos, a música e a dança da região? Amplie para os contextos atuais na pesquisa da arte indígena nacional.

⋅ Que outras disciplinas podem participar? Fazer cálculos sobre a porcentagem da população de pessoas indígenas do passado e de hoje pode trazer a disciplina de Matemática para perto do projeto, além de chamar a atenção para o respeito e o engajamento à luta pelos direitos desses povos que, em algumas regiões do Brasil, estão em situação de risco. A Educação Física pode trazer os jogos indígenas. O professor de Ciências pode falar sobre as plantas medicinais usadas pelos povos indígenas, entre outras ideias.

⋅ Converse com os colegas professores para começar uma grande descoberta histórica ou atual sobre povos indígenas em sua cidade e no Brasil. Promover o resgate de patrimônios esquecidos é começar novas culturas de descobertas. Conhecer os bens patrimoniais materiais ou imateriais tombados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pode ser um dos estudos propostos. Você tem acesso a essas informações em:


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