. Acesso em: 19 mar. 2015.
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LINGUAGEM DA DANÇA
- Dançando no ritmo do maracatu
Observe a imagem a seguir.
Figura 44
Grupo de apresentação de Maracatu, em Olinda, Pernambuco, em 2008.
José Emilio Perillo/Folhapress
Na dança, a popularidade do maracatu expandiu-se do Nordeste para todo o Brasil. Há escolas e grupos de percussão que estudam e executam músicas e danças ligadas ao maracatu.
Vamos aprender alguns passos dessa dança?
Toda linguagem tem um modo de ser. Na dança, a linguagem usa o corpo para falar. Você já reparou que podemos dizer muitas coisas apenas fazendo gestos?
A dança é a linguagem dos movimentos. Todos podem dançar livremente para se divertir, mas, para aprender a dançar um ritmo específico, que tem detalhes e características particulares, é preciso, antes, ter consciência dos movimentos que podemos fazer com o nosso corpo.
Cada um tem seu próprio potencial e seus limites ao se movimentar. Quando você descobre o que o seu corpo pode fazer, sem se machucar, pode escolher os ritmos interessantes para dançar.
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Primeiro, vamos perceber o que o seu corpo pode fazer de movimentos.
Pense nos movimentos que você faz no dia a dia. Como explora as suas articulações?
Agora, movimente seu corpo, explorando esses pontos de articulação: dobre os braços e as pernas, por exemplo, gire as mãos de um lado ao outro. Faça movimentos com outras partes do corpo.
Figura 45
Mariana Waechter
Qual é o ritmo do seu movimento?
Explore o tempo, a força e a fluidez dos movimentos: rápidos, lentos, médios, movimentos mais pesados, fazendo força, ou leves, suaves. Explore movimentos longos, muito alongados, curtos... Como é a flexibilidade do seu corpo?
Agora, vamos nos deslocar nesse espaço?
Escolha lugares mais amplos para fazer esses exercícios com a turma. Vá de um lado ao outro do espaço onde você está.
Nas variações de movimentos e exploração do espaço, como você lida com o corpo dos colegas, que também estão se movimentando nesse mesmo local?
Dica didática: converse com os alunos e trabalhe a consciência corpórea da turma. Uma sugestão é criar trabalhos colaborativos, em que os alunos podem trabalhar em duplas para perceber limites e explorar potencialidades na movimentação corporal. Procure estabelecer situações de aprendizagem inclusivas. Quando temos alunos com limitações motoras (necessidades educativas especiais), as propostas precisam ser adaptadas. Contudo, essas adaptações precisam ocorrer de forma natural, nas quais toda a turma possa participar e ninguém se sinta excluído. Todos, de alguma forma, temos nossos limites e potencialidades. O importante é estimular os alunos a desenvolver a consciência corpórea e buscar soluções para adaptar ou superar seus limites. Uns ajudando aos outros é uma boa proposta para superá-los e potencializar movimentos na dança.
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Como você percebe os movimentos que seus colegas estão fazendo? Será que todos se movimentam do mesmo modo? Se for combinado um movimento único, você acha que todos poderão acompanhar uma sequência coreográfica?
Pense em tudo isso. Movimente o seu corpo e observe os movimentos corporais feitos pelos colegas. Que tal escolher alguns desses movimentos e fazer combinações para criar um arranjo de movimentos?
AÇÃO E CRIAÇÃO
- Vamos dançar o maracatu?
Leia o trecho do texto a seguir, escrito por Mário de Andrade.
[...] pela percussão, dançam lentas, molengas, bamboleando levemente os quartos, num passinho curto, quase inexistente, sem nenhuma figuração dos pés. Os braços, as mãos é que se movem mais, ao contorcer preguiçoso do torso. Vão se erguendo, se abrem, sem nunca se estirarem completamente no ombro, no cotovelo, no pulso, aproveitando as articulações com delícia, para ondularem sempre. Às vezes, o torso parece perder o equilíbrio e lerdamente vai se inclinando para uma banda, e o braço desse lado se abaixa sempre também, acrescentando com equilíbrio o seu valor de peso, ao passo que o outro se ergue e peneira no ar numa circulação contínua e vagarenta [...]
ANDRADE, Mário. Danças dramáticas do Brasil: folclore. 2. ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 2002.
Como você interpreta corporalmente a descrição dos movimentos da dança do maracatu feita por esse poeta e pesquisador do folclore brasileiro?
Coloque uma música em ritmo de maracatu para tocar e brinque com os colegas com base nessa ideia.
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PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS
Vamos conhecer alguns passos do maracatu? É hora da dança!
Figura 46
1 Vamos começar formando uma grande roda. Escute o ritmo do tambor e dos outros instrumentos. Perceba o pulso na música, o ritmo bem marcado. Como o seu corpo reage?
Figura 47
Ilustrações: Mariana Waechter
2 Agora, começando com os pés juntos, faça movimentos de vaivém, afastando o pé direito para a direita, juntando novamente e afastando o pé esquerdo para a esquerda. Continue o movimento de vaivém dos pés.
Figura 48
3 Os braços ficam soltos, ora formando um triângulo à frente do peito, ora fazendo movimentos para frente e para trás e voltando ao centro do peito.
Figura 49
4 Agora, você pode fazer outros movimentos, como dar um passo para frente, juntar os pés e dar um passo para trás, juntar os pés novamente. Esse movimento pode ter a variação de ir rodando ao afastar e juntar os pés.
Figura 50
5 Encontre o seu eixo de equilíbrio. Você pode dar giros com o corpo em uma simetria rotacional, como se o seu corpo fosse um pião. Ao girar, pode também dar saltos.
Dica didática: proponha aos alunos que comecem com uma roda e que sintam as batidas da música (é importante estarem ouvido a música do maracatu). Primeiro peça-lhes que criem seus movimentos livremente a partir do ritmo da música, depois vá sugerindo os passos descritos acima. Assista a vídeos mostrando grupos de Maracatu nação e Maracatu rural dançando, para que os alunos ampliem seu repertório de movimentos.
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Os passos do maracatu são movimentos de influência africana, assim, pesquise sobre essas danças.
Esses giros e saltos fazem parte do Maracatu rural, também conhecido como Maracatu de Baque Solto, em que os movimentos são mais livres, com influência do frevo e do cavalo-marinho, que são danças populares do Nordeste.
No Maracatu nação (ou Maracatu de Baque Virado), temos passos de cortejo e cumprimento. Imagine estar em um reinado, abrindo a ala para a rainha passar ou seguindo o cortejo real. Sempre há o momento em que se presta homenagem à realeza. Crie movimentos para essa interpretação.
Pesquise sobre os adereços e vestimentas nos dois tipos de maracatu.
Figura 51
A tradição do Maracatu rural, ou Maracatu de Baque Solto, vem desde a época dos engenhos de cana-de-açúcar, no final do século XIX. Cada grupo tem a sua bandeira e o seu estandarte, com o nome e o ano em que foi fundado.
Figura 52
Ilustrações: Leonardo Conceição
Ilustração de Maracatu nação, ou Maracatu de Baque Virado.
MISTURANDO TUDO!
Neste capítulo, vimos que as linguagens da música e da dança, na maioria das vezes, podem estar misturadas.
O maracatu é uma das manifestações culturais e artísticas de característica popular que misturam a música e dança com muita intensidade. De origem nordestina, a tradição se espalhou por todo o Brasil, principalmente no período do Carnaval.
Como você observa essa mistura de linguagens da arte?
O que mais chamou a sua atenção neste capítulo?
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EXPEDIÇÃO CULTURAL
O que você descobriu no universo da arte ao estudar esta unidade?
Você conhece alguma arte de grandes dimensões em sua cidade?
E os espaços cênicos? Quais existem por aí?
Na escola é possível criar arte? Como?
Nesta unidade, vimos que algumas produções artísticas podem ser em grupo ou individuais.
Como você vê o seu processo de criação? Gosta mais de criar junto com os colegas ou prefere fazer arte individualmente?
Das linguagens estudadas aqui, quais você considera mais interessantes para criar em grupo?
Que tal chamar a turma e os professores e criar projetos de arte com base no que você aprendeu nesta unidade?
DIÁRIO DE ARTISTA
Vamos continuar o seu diário de artista?
Registre as suas experiências artísticas. Você pode desenhar, escrever poemas e lembretes sobre coisas que você quer descobrir. Pode, também, fazer pesquisas sobre os artistas dos quais quer saber mais.
Um diário é como um companheiro nas aventuras no mundo da arte. Traga o seu sempre perto de você.
Figura 53
Marcelo Cipis
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CONEXÃO ARTE
Sugestões de sites, livros, músicas, filmes, animações e documentários para você aprofundar sua viagem pelos conteúdos da unidade que mais despertaram o seu interesse no universo das artes.
CLIQUE ARTE
Ammer Jácome [Pintura naïf]. Site oficial, com biografia e portfólio (banco de imagens das obras). Disponível em:
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