Manual do professor solange dos santos utuari ferrari



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⋅ Vocês podem finalizar o projeto mostrando o resultado numa exposição. Peça o apoio da coordenação e direção da escola e a participação dos pais e da comunidade externa. Elas podem trazer notícias positivas a vocês e também contribuir.



Capítulo 2 A CARAVELA

Para começar esse capítulo, que tal uma leitura de imagens da obra Abajur, de Cildo Meireles? Se preferir, você pode dar início a esse trabalho por meio da apresentação de um vídeo dessa instalação (disponível em: ). Após apresentar a obra (tendo mostrado ou não o vídeo aos alunos), você pode instigá-los através de perguntas:

Que barco é esse? Para onde vai? Está chegando ou partindo? Será que traz boas ou más notícias? Quem são as pessoas que estão nele? O que será que elas trazem para nós? Estão vindo para o Brasil? Será que vêm para ficar? A que lugar a embarcação está chegando? Que terra é essa ao fundo? Os pássaros indicam proximidade da terra firme? O que as pessoas estão fazendo na parte de baixo da obra? Quem são? Elas estabelecem uma relação com a obra? Por que estão vestidas de branco? O que será que acontece com o barco quando elas andam? Que tipo de obra é essa?
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Professor, mais perguntas podem surgir com a leitura da obra e com a apresentação do vídeo. Comente com os alunos sobre o suporte e a materialidade dessa obra. Comente também que as pessoas que estão embaixo da obra giram-na para que ela produza energia elétrica através de um dínamo, e esse dínamo a faz funcionar.



VEM CRIAR!

Converse com os alunos sobre a arte da imagem, comparando-a com a da seção seguinte. O capítulo traz várias trajetórias para iniciar essa abordagem.



VEM ENCENAR!

Converse com os alunos sobre o detalhe em azulejos do Chafariz Velho do Paço D’Arcos, em Portugal. Relacione essa imagem às leituras deste capítulo e o texto logo a seguir. Comente com eles que quando os portugueses aqui chegaram, trouxeram seus costumes, e um deles era a encenação. Que tal ler o texto com os alunos e com eles criar novas ideias para outras leituras?

- Tema 1 – O mar que traz arte

Aqui temos o mar como eixo gerador das questões que envolvem a arte. Será que os alunos conhecem o mar? Já foram à praia? Já andaram de barco? Essas questões provocam a conversa sobre como o mar é visto. Como será que nossos alunos veem o mar? Você pode pedir que o ilustrem, contando suas histórias, seus medos e aventuras.

Leia o texto com os alunos e comente sobre como foi a chegada dos portugueses em nossas terras. Você pode pedir aos alunos que façam de conta que são desbravadores portugueses que estão chegando aqui. Como será que eles se sairão?

Essa pode ser uma cena curta com vários alunos em grupos ou uma fala dos alunos na carteira, mas é uma introdução ao teatro e ao jogo da representação – sem que o aluno se assuste com isso.

- Tema 2 – A canção que vem de lá

Diga aos alunos que quando os portugueses para cá vieram, trouxeram sua cultura, modos, hábitos. Na cultura, destacam-se o teatro e a música portuguesa. O villancico é um exemplo de música que veio nas caravelas. Ela tem as mesmas características dos cânticos natalinos. Como seria a cantoria dessa música? Vamos tentar?

- Tema 3 – A arte da azulejaria

Converse com os alunos sobre azulejos. Para que servem? Leia o texto com os alunos e fale sobre sua importância histórica e sobre as funções impermeabilizante e artística. Relembre que essa manifestação foi trazida pelos portugueses e que foi muito disseminada aqui nas igrejas e depois em painéis modernistas nas grandes cidades brasileiras. Mostre a eles que os azulejos também estão presentes na arte contemporânea.

Que tal sugerir aos alunos uma pesquisa na internet sobre painéis de azulejos em sua cidade? Você pode ajudá-los nessa pesquisa e, de acordo com os resultados, fazer uma expedição cultural em sua cidade. Que tal fazer um mapa com essas manifestações artísticas?

Ampliando

É importante ressaltar que a arte barroca portuguesa e brasileira fez uso dos painéis decorativos dentro das igrejas. Essa influência também se traduz na arquitetura e na escultura barroca brasileira.


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Sobre a sequência do tema, presentes em todas as culturas, os padrões também aparecem na cultura lusitana, com influência de várias partes do mundo. Mostre aos alunos que esses padrões se repetem nos mais diversos motivos e utilizações, como as das culturas islâmica e portuguesa, embora cada uma siga seus respectivos mandamentos e ensinamentos.



Ampliando

Comente com os alunos que o Alcorão é o livro sagrado do Islamismo, a Bíblia é o livro sagrado do Cristianismo, o Tripitaka é o livro sagrado do Budismo, a Torá é o livro sagrado do Judaísmo e assim por diante. O importante é respeitar todas as religiões sem fazer julgamentos. Comente que nosso país é laico, ou seja, é oficialmente imparcial em relação às questões religiosas, não apoiando nem rejeitando nenhuma religião.

- Mundo conectado – Um mar de mistérios

A seção traz informações interessantes sobre o fundo do mar e seus segredos. Que outros dados os alunos podem trazer a essa conversa? De que outras referências a este universo eles podem se servir? Considere que muitos filmes e desenhos tocam no assunto de forma interessante. Vocês podem criar uma lista com todas essas citações.

- Mais de perto – Correntes marítimas

Antes de começar a leitura do texto, solicite que os alunos observem atentamente as imagens. Em seguida, peça a eles que formulem perguntas sobre a obra para serem respondidas por você ou pelos colegas. Você pode distribuir pequenos papéis coloridos onde eles escrevam suas perguntas e depois depositá-los em uma caixa. Escolha um aluno para retirar as perguntas, uma de cada vez, e estimule a turma a responder. O que será que pode surgir dessa leitura? Anotem o resultado da conversa em seus diários de bordo (professor) e de artista (aluno).

Depois, façam a leitura do poema de Fernando Pessoa. Pergunte o que os alunos perceberam do poema. Ao final, leiam o texto teórico e relacionem com o que já foi visto neste capítulo, bem como com a análise das obras. Apresente-os ao histórico do poeta Fernando Pessoa.

- Mais de perto – Teatro jesuítico

Conte aos alunos que, inicialmente, o teatro em nossas terras foi usado como forma de catequizar os indígenas. Os textos jesuíticos eram escritos tanto em português quanto em tupi-guarani, para que os nativos pudessem entender e participar. Ressalte as características desse tipo de teatro, comente que os indígenas se encantavam com o que viam. As peças tinham um caráter extremamente religioso e doutrinário, procurando disseminar as ideias da Igreja. Você pode mostrar essas ideias fazendo uma leitura interpretativa com o excerto do auto representado na Festa de São Lourenço, comentada no livro.

- Palavra do artista – Sobre o Teatro jesuítico

Situar o aluno no período histórico é muito importante para que ele assimile melhor as informações. Comente com os alunos que eram tempos muito diferentes dos tempos atuais.

LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS

Azulejo invasor?

Apresente aos alunos as temáticas abordadas pelos artistas Invader e do Coletivo MUDA, que ocupam cidades com suas intervenções de uso artístico dos azulejos. Converse com eles sobre essa ocupação do espaço público. Será que os alunos gostariam de fazer uma intervenção desse tipo na escola? Converse com a coordenação/diretoria. Que espaços podem ser ocupados?


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- Palavra do artista – Poro

Poro – Intervenções urbanas e ações efêmeras

O grupo Poro faz um trabalho muito interessante e que pode servir de inspiração para você e os alunos. Que tal propor uma intervenção com os adesivos do grupo em sua escola?



Ação e criação – Azulejo de papel?

Você pode entrar em contato com o grupo e solicitar uma amostra desses azulejos ou criar seus próprios azulejos baseando-se no que foi visto. Explore a imaginação dos alunos quanto aos padrões que podem ser criados. Peça a eles que criem padrões geométricos em seus diários de artista: quanto mais padrões, mais possibilidades podem surgir.



Procedimentos artísticos

Comente com os alunos que uma parte importante do processo de criação dos artistas é a pesquisa. Os artistas sempre a utilizaram como recurso para saber mais sobre o que fariam artisticamente. Promover uma visita a uma loja de materiais de construção pode até parecer estranho, mas é enriquecedor se os alunos forem como pesquisadores, procurando fontes. Outros recursos são os catálogos das fabricas de azulejos, as revistas de decoração e a internet. Oriente os alunos a anotar os dados dessa pesquisa em seus diários de artista. Mostre que os dados dessa pesquisa podem ser fotos dos padrões de que mais gostaram, desenhos rápidos, recortes de revistas, enfim, “coisas” que os inspirem a criar os próprios azulejos. Diga-lhes que a inspiração pode vir de qualquer lugar.

Para esse procedimento pedagógico você pode estabelecer alguns combinados com os alunos; por exemplo: tamanho único para as criações dos azulejos, monocromia, motivos abstratos ou geométricos por todos, composições simétricas ou assimétricas, separação por temas ou cores, definição de um tema em comum. Que outras proposições você pode criar com sua turma?

LINGUAGEM DO TEATRO

Auto lá!

Os alunos talvez perguntem: circo e teatro podem andar juntos? Uma coisa não é diferente de outra? Explique a eles que, ao lado da dança, ambos fazem parte da linguagem das artes cênicas, trabalham com os elementos cênicos, fazem representações e contam histórias, e que podem sim estar presentes em um mesmo espetáculo. Aliás, comente que todas as linguagens da arte podem se misturar.

O auto é uma linguagem teatral que se adapta muito bem ao contexto escolar, por ser de fácil entendimento para os alunos. Muitos gostam dessa linguagem pela possibilidade de se expressar e representar um personagem. Comente que os autos teatrais existem desde a Idade Média, mas que até hoje têm sua estrutura copiada em novos textos e montagens teatrais, como o Auto dos bons tratos, da Companhia do Latão. Fale do grupo Giramundo e de seu Auto das pastorinhas, que apresenta outro tipo de teatro, o teatro de bonecos.

- Palavra do artista – Grupo Cupuaçu

Apresente o grupo – que não trabalha somente com o teatro, mas também com as manifestações culturais brasileiras – e seu Auto do bumba meu boi. Mostre aos alunos que a participação do público é importante para a apresentação, pois sem ela não há final para a história que está sendo contada.
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- Infográfico – Teatro medieval

Apresenta informações de forma dinâmica e direta. O infográfico tem uma linguagem fácil e rápida de ser lida e compreendida.

Aqui vemos as características do teatro medieval e seus dois desdobramentos: o teatro sagrado, ligado às tradições e demonstrações religiosas, e o teatro profano, que inclui as diversas produções teatrais que não eram ligadas diretamente à Igreja (ainda que a temática pudesse ser religiosa).



Ação e criação – Jogos de mímica

Converse com os alunos sobre a mímica. Será que eles já brincaram de mímica? Converse com os alunos sobre esse tipo de representação, que comunica, sem fala alguma, apenas gestos, como é o caso da pantomima.



Ampliando

Comente que além do uso total do corpo em suas apresentações, os artistas usavam uma maquiagem branca que servia de máscara e evidenciava as expressões.



Procedimentos artísticos

Apresentamos vários jogos para você fazer com os alunos, muito dos quais eles já devem conhecer. O teatro na escola se apoia na junção de jogos populares com jogos de fazer teatral. A ideia não é transformar o aluno em um ator formado, mas apresentá-lo ao universo teatral por meio dos jogos. Deixe claro aos alunos que jogos têm regras e que elas precisam ser cumpridas. Estar atento, não conversar e respeitar o tempo dos colegas são regras importantes para o bom andamento do jogo. Os alunos se divertem, mas também aprendem a respeitar o espaço e o tempo do outro na representação.

Converse sempre com os alunos após os jogos para que eles possam discutir e se apropriar do que foi realizado, os aspectos interessantes, divertidos, pontos positivos, o que poderia ser aprimorado, variações possíveis... Esses momentos pós-jogo são de extrema importância para que os alunos reflitam sobre o que foi feito. Às vezes uma palavra pode dizer muito sobre o jogo, sobre a aula, sobre o aluno. Lembre-se de fazer registros no seu diário de bordo sobre as aulas e sobre os jogos. Você também pode pedir aos alunos que registrem de alguma forma esses jogos no diário de artista deles.

Jogos de adivinhação

Você pode trabalhar com os alunos cenas e objetos do cotidiano escolar. Ressalte que são jogos de adivinhação, nos quais o intuito é adivinhar o que o colega está fazendo, não vencer a competição.



Dica didática

Deixe claro para os alunos que não se trata de uma competição dividida em equipes, mas de um jogo do qual todos participem, mesmo em grupos. Oriente-os durante o jogo a usar todo o corpo nessa narrativa.



Objetos invisíveis

Nesse jogo, é importante estar atento ao que o colega está fazendo. Posicione a turma em círculos, de forma que todos possam se ver e observar o que o outro está moldando como objeto invisível. Oriente-os a falar somente o imprescindível. Nesse jogo, não se deve tentar adivinhar o que o colega está fazendo, mas acompanhar e “enxergar” o objeto invisível. Finalizada a produção desse objeto, o aluno pode passá-lo para o colega, que deverá interagir com esse objeto ou amassá-lo e começar a moldar um novo.

Observe como os alunos interagem nesse jogo. Veja suas expressões diante da surpresa e da descoberta do novo. Oriente-os durante o jogo para que não se frustrem, mesmo que alguém tenha “roubado” sua ideia. Nesta proposta, os alunos terão a oportunidade de desenvolver sua “fé cênica”.
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Espelho

Nesse jogo, o participante deve se portar como reflexo do colega. Pode ser que os alunos fiquem tímidos ou apresentem certa hesitação. Oriente-os a fazer gestos simples. Explique que o aluno que será imitado não deve se virar de costas nem fazer nada que não possa ser visto pelo “reflexo”.



Sombra

Oriente os alunos enquanto estiverem em fila a fazerem gestos amplos e largos e usarem todo o corpo, pois quem está atrás não consegue ver os movimentos pequenos, feitos na frente do corpo. No segundo momento do jogo, os grupos, depois de ensaiados, podem se postar de frente um para o outro e fazer suas encenações.



Mímica dos sentidos

Leia antes a orientação com os alunos, pois representar sentimentos às vezes é muito difícil. Converse com eles e explique de que forma vocês irão jogar. Externar sensações pode ser algo extremamente fácil para uns e extremamente difícil para outros. Lembre que todos jogarão e terão sua vez de participar, mesmo que sentimentos sejam repetidos, pois essa repetição apresenta uma nova visão de um mesmo sentimento.



Dica didática

Você pode repetir o jogo em outro momento e usar as propostas apresentadas na dica didática. Variar a forma de aplicação dos jogos é uma forma de inovar e estar atento às necessidades da sua turma. Os jogos também ajudam os alunos a interagir melhor entre si e com você.

- Misturando tudo!

Neste “Misturando tudo”, uma roda de conversa pode ser aberta questionando os alunos sobre sua percepção do conteúdo tratado. Comente com eles que o mundo da arte se envolve com outras disciplinas, e vice-versa. Relembre a vinda de Albert Eckhout para registrar nossas terras com um olhar mais histórico e desbravador que artístico. O mesmo aconteceu com outras missões estrangeiras de exploração. Você pode ampliar o conhecimento do aluno propondo uma pesquisa sobre essas missões exploratórias que aconteceram por aqui.

- Expedição cultural

Converse com os alunos sobre as propostas desta expedição cultural. Procure fazer com que todos participem. As trocas aqui realizadas podem criar novas perspectivas de aprendizagem. Você também pode propor novos olhares sobre os temas que estudamos. Que sugestões podem sair daqui e gerar novos encaminhamentos?



Diário de artista

Converse com os alunos sobre as produções no diário de artista. Lembre que ele é o companheiro dos alunos nessa viagem pelo mundo da arte. Que outros registros podem ser feitos nele sobre o que foi aprendido até agora?

- Linha do tempo – A imagem da pessoa indígena: pelo próprio olhar e pelo olhar do outro

Essa linha do tempo está diretamente ligada aos conteúdos tratados nos capítulos. Oriente os alunos a se situarem sempre no tempo (datas históricas) e espaço (locais, habitat, tecnologias). É importante que eles percebam que a arte vai mudando, adaptando-se a cada época, povo, cultura.


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Caixa de ideias – Azulejaria

Que tal sugerir aos alunos que criem um pequeno painel de azulejos portugueses? Você pode trabalhar com papel Canson ou cartolina no tamanho de folhas de sulfite e com as tintas guache que foram feitas pelos alunos na primeira unidade do livro. Você pode pedir que desenhem um quadrado de 18 cm ×18 cm e o dividam em quatro partes iguais. Em seguida, eles deverão criar desenhos com motivos referentes à história da cidade, do bairro ou do lugar onde vivem.

Pode ser interessante fazer uso mais extenso da cor azul, símbolo do azulejo português.

Trocas entre disciplinas

⋅ Que tal criar com o professor de História um infográfico retratando as diferenças entre os povos indígenas e os colonizadores portugueses, mostrando vestimentas, cabelos, cores, trejeitos, língua, costumes? Podem ser feitos desenhos de homens e mulheres.

⋅ A carta escrita por Pero Vaz de Caminha pode ser estudada.

⋅ Na internet estão disponíveis os vídeos da série O povo brasileiro, baseada na obra de mesmo nome do antropólogo Darcy Ribeiro. Que tal apresentar trechos para os alunos ou assistir a esses documentários como forma de ampliar o seu repertório sobre a cultura e arte brasileiras?

⋅ No estudo deste volume indicamos os documentários:

⋅ Capítulo 1 – Matriz Tupi. Disponível em:


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