Marian keyes



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CAPÍTULO 21
Os preparativos para domingo.

Ingredientes:

Uma mulher de 29 anos que recentemente dera à luz, negligen­ciada, abandonada e rejeitada.

Uma generosa dose de culpa.

Uma pitada de antegozo.

Um pacote de insegurança sobre a aparência do seu corpo.

Um raminho de excitação (selvagem, se possível).

Uma colher cheia de desespero profundo, condensado.

Um pequeno pânico de estrias.

Duas meias 7/8, pretas, com renda na barra.

Uma calcinha preta interessante.

Um sutiã preto, da espécie miraculosa, em vez de apenas maravi­lhosa.

Uma garrafa de vinho tinto.

Um vestido.

Um par de sapatos.

Decoração:

Batom vermelho-prostituta.

Várias camadas de rímel escuro.

Modo de preparar:

Deixar de lado as meias, calcinhas e sutiã, para usar mais tarde.

Pegar a mulher.

Verificar seus olhos e sua pele para se certificar de que ela não passou de seu prazo de validade.

Acrescentar culpa, antegozo, insegurança, excitação, desespero e pânico.

Misturar tudo.

Deixar cozinhar alguns dias.

Num banheiro de tamanho médio, preparar a mulher, raspando suas pernas, colorindo seu cabelo e pintando as unhas dos seus pés.

Cerca de uma hora antes de começar, despejar generosamente uma cara loção corporal, mexendo freqüentemente.

Acrescentar as meias, o par de calcinhas pretas interessantes e o sutiã preto miraculoso. Praticar um pouco os atos de sedução, dei­xando seu cabelo cair sobre o rosto e lançando olhares através dos cílios.

Verificar se ela ainda pode arquejar, arquear as costas e dizer fra­ses como: "Ah, querido, isso foi maravilhoso" ou "Pelo amor de Deus, não pare", mantendo ao mesmo tempo um rosto normal.

Recrutar compulsoriamente uma irmã, de preferência Anna, para cuidar da já mencionada criança.

Acrescentar uma dose generosa de batom vermelho-prostituta, várias camadas de rímel preto, um vestido curto, todo abotoado, roxo (é, afinal, a cor da paixão), sapatos pretos com correias de ca­murça no tornozelo e uma garrafa de vinho tinto.

Evitar começar a beber uns tragos da garrafa de tinto antes de chegar ao seu destino.

Como extra opcional, camisinhas na bolsa são sempre um toque simpático.

Se não for possível consegui-las - por exemplo, podem estar fora de temporada -, ajeitar-se com grandes quantidades de conti­nência. Nem sempre ideal, mas funciona.

Servir numa cama, com um homem bonito.

Segui as instruções ao pé da letra. Tive sorte suficiente de encontrar camisinhas - cortesia de Laura. Que mulher!

Sentia-me muito bem.

Nem sequer me perturbei quando descobri que, graças à minha tintura de cabelo (é um intensificador da cor do cabelo, queridas, não precisamos pintar nossos cabelos, apenas intensificamos sua luz e cor naturais), pois é, graças ao meu intensificador da cor do cabelo, minhas orelhas e meu cabelo estavam agora com a cor combinando.

Mas suponho que, se tivesse de ter orelhas coloridas, poderia ficar bem pior do que com uma cor viva, brilhante, reluzente, num tom castanho.

Nada do seu "Ébano" ou "Bombom" para minhas orelhas. Nada disso!

Cerca de sete e meia da noite de domingo, preparei-me para a partida.

Pronta para pecar e nem estava ligando.

Dei um beijo de boa-noite em Kate.

Enquanto me encaminhava furtivamente para a porta da frente, com meu casaco abotoado praticamente até as sobrancelhas, para o caso de mamãe me flagrar com um aspecto tão imoral, o telefone tocou.

- Claire, é para você - gritou Helen. Ah, meu Deus!

Mas era apenas Laura.

Telefonando para me desejar boa sorte e querendo saber se eu praticara colocar uma camisinha com os dentes, segundo suas ins­truções.

- Não, não pratiquei! - disse-lhe eu.

Estava louca para desligar o telefone e sair de casa, porque sen­tia pavor de ser apanhada.

Por que não? - perguntou ela. - Você não pode simplesmente ir chegando e esperar que ele fique feliz com o tedioso sexo de sempre. Tem de ser um pouco criativa.

Mas você só me deu duas! - disse eu, alarmada. - Não que­ ria desperdiçá-las. E, de qualquer jeito, onde acha que eu poderia praticar?

Bem, vamos apenas esperar que você tenha um desempenho adequado com a primeira. Se não, não terá uma chance de usar a se­gunda - disse ela, misteriosamente.

Ah, pare com isso, Laura, já estou nervosa demais!

Ótimo - ela disse. - É muito melhor quando a gente está nervosa.

Prometi telefonar para ela no dia seguinte e contar todos os deta­lhes picantes.

- Ou, se chegar cedo o bastante esta noite, telefonarei para você e lhe contarei tudo - prometi, ansiosa.

- Se chegar cedo o bastante esta noite para me contar tudo, não haverá nada para contar - disse-me ela.

- Ah - eu disse. Ela tinha razão.

- Ouça, já vou - disse eu, aborrecida, e desliguei o telefone na cara dela, enquanto Laura estava no meio de uma explicação sobre uma espécie de atividade sexual complicada que ela disse ter visto num show em Bangcoc. Fosse lá o que fosse, só poderia ser feita por uma mulher que tivesse uma flexibilidade muito maior do que a minha.

Eu sabia fazer sexo, ora essa. Dera à luz uma criança. Como é que ela achava que isso acontecera?

Quanto ao assunto de excentricidades sexuais, tenho uma con­fissão a fazer.

Espere só e ouvirá.

Lá vai.

Gosto de mamãe e papai.

Pronto! Já disse.

As pessoas me fazem sentir tão envergonhada de mim mesma por isto. Como se eu fosse terrivelmente tediosa e reprimida.

Mas não sou. Honestamente.

Não estou dizendo que seja a única posição de que gosto.

Mas, realmente, não faço qualquer objeção a ela.

Naturalmente, claro, esta não é a hora para discutir posições sexuais favoritas.

Só vou dizer a você, muito rapidamente, que acho cunnilingus a coisa mais chata que Deus já criou. Preferiria passar um dia trabalhan­do com arquivos do que suportar uns meros cinco minutos disso.

E, quando eles encerram seus poucos minutos chupando, agem como se você devesse ser muito grata por isso. Ficam à sua frente, radiantes, como se merecessem uma medalha. E, depois, agem como se fizessem jus a um ano de felação sem choro ou reclamações.

Claro, algumas mulheres juram que sim, mas... desculpem, descul­pem.

Saí, afinal, e segui dirigindo o carro para a casa dele.




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