CAPÍTULO 6
Israel
A Arca e a destruição das Tábuas da Lei
A história de Israel é a história da relação de um povo com um Deus extremamente ambíguo. Os intermediários desse vínculo se destacaram por sua ira e ciúme, o que pode explicar por que o primeiro líder hebreu foi um destruidor de livros. Como se sabe, Moisés, depois de descer de uma montanha no deserto do Sinai com o escrito redigido por Jeová com o próprio dedo, encontrou o povo adorando um bezerro de ouro e, "num acesso de cólera, atirou as tábuas e as quebrou ao pé da montanha" (Êxodo, 32,19). Além disso, mandou matar irmão, amigo e parente dos culpados; ao fim da sangrenta jornada, morreram três mil pessoas como sacrifício a Deus, que perdoou o povo e convidou Moisés a voltar a lapidar duas pedras para escrever os chamados Dez Mandamentos (Êxodo, 34,1). Essa história se torna mais complexa quando se sabe que Jeová exigiu a construção de uma Arca para guardar as tábuas.
A Arca da Aliança, construída por Besalel (cujo nome significa "à sombra de Deus"), era feita de acácia preta de dois côvados e meio de comprimento, um côvado e meio de largura e um côvado e meio de altura (Êxodo, 25,10), mais ou menos 1,65 m de comprimento por l m de altura e largura. A concepção de seu exterior e interior foi revelada em minúcias a Moisés: "Revistam a arca de ouro puro, por dentro e por fora. E em toda a volta coloquem uma moldura de ouro. Façam também quatro argolas de ouro e ponham nos quatro cantos, ficando duas argolas de cada lado. Façam cabos de madeira de acácia e revistam de ouro. Enfiem os cabos nas argolas nos lados da arca, para que ela possa ser carregada. Os cabos ficarão nas argolas da arca e não serão tirados dela."
A tampa era de ouro, com dois querubins alados de ouro esculpidos nos extremos. Século após século, a Arca constituiu um talismã sagrado contra os inimigos. Esteve em vários lugares até que Jeremias a escondeu numa gruta secreta, onde deveria permanecer (Macabeus, 2,1-8). Nunca mais se soube das tábuas.
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