Língua Portuguesa volume 1



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. Acesso em: 9 nov. 2015.

Tradução literal

A história de “Cinderela” segue as fortunas de jovem Ella (Lily James) cujo comerciante pai casa de novo seguindo a morte de sua mãe. Ansiosa para apoiar o seu amoroso pai, Ella dá as boas-vindas sua nova madrasta (Cate Blanchett ) e suas filhas Anastasia (Holliday Grainger) e Drisella (Sophie McShera) na família casa. Mas, quando Ella’s pai inesperadamente passa longe, ela acha ela mesma à mercê de uma ciumenta e cruel nova família.


  1. Dê sua opinião sobre a tradução literal do texto.

  2. Refaça a tradução de forma que todas as frases tenham sentido e o texto se torne mais fluente.

  3. Sua versão deve ter ficado melhor que a do quadro acima. Por quê? Copie a resposta correta no caderno.

A tradução das palavras foi feita com mais precisão, conservando a estrutura da língua inglesa.

As frases foram adaptadas às estruturas possíveis na língua portuguesa.

O inglês, uma língua de estrutura simples, não revela sua beleza em nosso idioma.

2. Leia uma notícia publicada em 1849 no Diário de Pernambuco.

Furtarão o anelão

No dia 3 do prezente mez, na guarda municipal, perdeo-se, ou furtarão do dedo de um dos indivíduos, quando dormia, que estava de guarda no mesmo lugar um anelão de ouro, todo lavrado, e com dous corações unidos dentro do círculo posto no lugar em qáele bota firma: pede se a quem for offerecido que não o compre; pois pretende-se proceder contra a pessoa em cujo se achar. Assegura-se ao Snr. que está deposse do dito anelão, que se o restituir se lhe guardará segredo da graça, ou antes da fraqueza, em que cahio. A pessoa que trocar o referido anelão nesta Typ. receberá 4$rs de gratificação.

DIÁRIO de Pernambuco. Recife, 21 ago. 1849. In: Marcuschi, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

Em inúmeros aspectos, a linguagem utilizada nessa notícia se diferencia da linguagem empregada em uma notícia atual. Isso porque a língua varia ao longo do tempo e de acordo com os diferentes grupos que a utilizam. Levante ao menos cinco exemplos que diferenciam a variedade linguística atual da usada nessa notícia de 1849, depois registre-os no caderno.

A notícia de 1849 foi escrita com um padrão e um uso da língua diferentes dos que temos hoje e, de fato, é por meio da observação dessa língua em uso que ficamos conhecendo os costumes, os valores, a organização social dos diversos grupos, em diferentes épocas.

3. Leia agora esta notícia bem mais recente, que tem um tema parecido com o da notícia da atividade 2.

Mulher furta anel de R$ 4 mil em joalheria de Curitiba

Enquanto conversava com a vendedora, jovem loira escondeu o objeto na manga da camisa

Heliberton Cesca

Uma mulher de cabelos loiros furtou nesta semana um anel de R$ 4 mil em uma joalheria do shopping Água Verde, em Curitiba. Enquanto conversava com a vendedora, a moça conseguiu esconder a joia na manga do braço direito da camisa que ela usava, e sem que o movimento fosse notado.

O caso aconteceu na última terça-feira (14), mas a loja só percebeu a falta do anel no dia seguinte, e nesta quinta-feira (16) um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado na Delegacia de Furtos e Roubos.

Uma das sócias da joalheria, que não quis se identificar, explicou que o anel é de ouro amarelo com uma pedra de diamante. Segundo ela, só foi notada a falta da joia durante a montagem de um mostruário no dia seguinte. Questionada pela direção da joalheria, a vendedora disse que nem lembrava ter mostrado o anel para a loira. “Fui ver as imagens no circuito (interno de segurança) e dá para ver perfeitamente vários anéis sobre a mesa e, enquanto a vendedora anotava o preço em um cartão, ela escondeu o anel”, diz a sócia.

Para a empresária, a mulher entrou determinada a cometer o furto. A sócia acredita nisso porque, durante o tempo em que ficou na loja, ela olha para as câmeras de segurança em vários momentos. Depois de pegar a joia, a mulher devolveu outra que estava em sua mão direita. Após isso, ela saiu rapidamente. “Ela ficou mais de 20 minutos na loja e depois que colocou o anel na manga ela devolve outro anel que estava na outra mão.”

[...]


Gazeta do Povo. Curitiba, 17 fev. 2012. Disponível em: . Acesso em: 23 nov. 2016. Material cedido pela Editora Gazeta do Povo S.A.

É possível perceber como as notícias das duas épocas são diferentes não só em relação às palavras, mas também às formas escritas. Por meio do uso da língua e da própria linguagem dos textos, percebemos detalhes de sua construção. Sobre isso, responda no caderno:



  1. Em que tempo estão os verbos nos títulos das duas notícias?

  2. Que tempo verbal é mais encontrado nos títulos das notícias hoje em dia? Se preferir, pesquise em jornais da atualidade antes de responder.

  3. Qual dos dois títulos possui mais informações? Explique sua resposta.

4. No início da notícia de 1849, o trecho “perdeo-se, ou furtarão” indica-nos o que o jornalista, em nome da sociedade, pensa do grupo em que vive e sobre o fato que relata. Explique essa afirmação.

5. O jornalista do texto “Furtarão o anelão” faz dois apelos em relação ao furto do anel, visando convencer a pessoa que está com ele. Que apelos são esses?

6. O conteúdo do texto “Furtarão o anelão” nos permite identificar certos hábitos da sociedade pernambucana de 1849. Destaque as informações que revelam atitudes e valores morais que talvez caracterizassem o comportamento dessa época.

7. As duas notícias, a do século XIX e a do século XXI, não só se diferenciam em relação à ortografia, mas também em relação aos objetivos. Compare-as e responda às questões a seguir.

a) Quais são os objetivos de cada um dos textos?



  1. Por que a descrição do objeto do furto é mais detalhada em um dos textos?

  2. Há uma característica comum às vítimas no momento do furto. Que característica é essa?

Eduardo Medeiros/Arquivo da editora
8. Leia este trecho de um artigo do linguista Marcos Bagno.

[...] como nada na língua é por acaso, então toda e qualquer manifestação linguística está sujeita a regras e tem sua lógica interna: não há razão para atribuir maior ou menor valor à forma linguística A ou à forma linguística B. Seria algo tão inaceitável quanto um zoólogo achar que as borboletas têm mais valor do que as joaninhas e que, por isso, as joaninhas devem ser eliminadas... Para o cientista da linguagem, toda manifestação linguística é um fenômeno que merece ser estudado, é um objeto digno de pesquisa e teorização, e se uma forma nova aparece na língua, é preciso buscar as razões dessa inovação, compreendê-la e explicá-la cientificamente, em vez de deplorá-la e condenar seu emprego.

[...]

BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim!. São Paulo: Parábola, 2009. p. 35-36.



Transcreva no caderno esta frase e a complete adequadamente: Segundo o linguista, podemos concluir que:

a) todos os fenômenos da língua já foram pesquisados e comprovados cientificamente.

b) é possível estudar e procurar a explicação para qualquer manifestação linguística, seja ela popular, seja erudita.

c) as regras gramaticais da variedade-padrão é que determinam o funcionamento da língua.



9. Comunicamo-nos o tempo todo, consciente ou inconscientemente. Assim, nossa forma de agir, nossa postura corporal, nossos gestos, nossa fisionomia, nossas roupas são “lidas” pelas pessoas de alguma maneira, em um processo de comunicação do qual nem sempre temos consciência.

Vamos observar como isso se dá por meio da leitura de um texto em linguagem verbal e não verbal. Observe os quadrinhos.



Peanuts, Charles Schulz © 1953 Peanuts Worldwide LLC. / Dist. by Universal Uclick

SCHULZ, Charles M. Peanuts: obra completa — 1953-1954. Porto: Afrontamento, 2005. p. 43.

Observando as imagens, podemos notar três momentos diferentes vividos por Charlie Brown durante o jogo.

a) Em seu caderno, relacione os quadrinhos às palavras que expressam os estados de ânimo vividos por Charlie.

decepção

expectativa

raiva

b) Crie falas para completar os dois primeiros quadrinhos, observando o estado de ânimo do personagem escolhido anteriormente.

c) Analise o último quadrinho a partir da fala do personagem e do estado de ânimo escolhido na atividade a.

Conclusão

Qualquer sistema empregado na intercomunicação social é considerado linguagem, seja ele formado por palavras — linguagem verbal —, seja por outros elementos, como gestos, imagens, cores, etc. — linguagem não verbal. A linguagem é matéria do pensamento e também um instrumento para a interação entre as pessoas. Não há sociedade sem linguagem, sem comunicação.

Já à tradição linguística de uma comunidade denominamos língua, que é o conjunto das palavras usadas por essa comunidade e das regras para seu emprego. Todas as línguas sofrem variações ao longo do tempo. Por exemplo, o português falado no começo do século XX tem diferenças em relação ao que falamos hoje.

Gêneros discursivos

Observe a forma de cada texto apresentado a seguir. Leia todos eles e preste atenção na linguagem empregada, na composição estrutural e na finalidade de cada um, ou seja, para que foram escritos. Em seguida, responda às questões.



A

Peanuts, Charles Schulz © 1953 Peanuts Worldwide LLC. / Dist. by Universal Uclick

SCHULZ, Charles M. Posso fazer uma pergunta, professora?. Porto Alegre: L&PM, 2011.

B

www.lpm-editores.com.br/site/default.asp?Template=../livros/layout_produto.asp&CategoriaID=645528&ID=73464
Snoopy 5 — Posso fazer uma pergunta, professora?

Está de volta às livrarias brasileiras a tira mais popular do mundo dos quadrinhos: Peanuts.

Publicada pela primeira vez em 1950, traz como personagem principal Charlie Brown, um menino inteligente e um tanto melancólico, cujo sonho é organizar um time de beisebol; ele é o dono de Snoopy, um cão da raça beagle cheio de imaginação. Lucy, Linus, Sally, Schroeder, Patty Pimentinha, Marcie e o passarinho Woodstock completam a cativante turma.

As tiras de Charles M. Schulz foram publicadas diária e ininterruptamente por quase 50 anos — o que nunca aconteceu com nenhuma outra HQ — e chegaram a figurar em 2,6 mil jornais, atingindo um público de 355 milhões de leitores em 75 países e 40 línguas.

Disponível em: . Acesso em: 23 fev. 2016.

C

Poeminha do contra

Mário Quintana

Todos esses que aí estão

Atravancando o meu caminho,

Eles passarão...

Eu passarinho!

©Shutterstock/Victor Tyakht

QUINTANA, Mário. Eu passarinho. São Paulo: Ática, 2006.



1. Copie os quadros a seguir no caderno e reúna-se com alguns colegas. Levando em conta o formato e a linguagem dos textos acima, distribuam esses textos nos quadros reproduzidos no caderno.

Formato


Grupo textual 1

//////////////////////

Grupo textual 2

//////////////////////

...

//////////////////////



Linguagem

Grupo textual 1

//////////////////////

Grupo textual 2

//////////////////////

...


//////////////////////


  1. Elaborem uma justificativa para a divisão que vocês fizeram.

  2. Agora, considerem como características de um mesmo grupo de textos a composição (formato), a linguagem e a situação em que são produzidos e, em seguida, nomeiem esses modelos textuais.

2. Em grupo, considerem esta situação: o professor de História solicita à classe um trabalho sobre a Pré-História. Na opinião de vocês, qual seria o gênero textual mais adequado para apresentar as informações pesquisadas?

Há textos que envolvem somente a escrita, e outros que são produzidos pela fala.

Os textos são produzidos para situações específicas, portanto, é preciso sempre levar em consideração o momento em que o texto foi escrito, o espaço (local), as pessoas envolvidas, o papel social dessas pessoas e a intenção que levou o texto a ser produzido.

A noção que organiza esse estudo dos textos é a de gêneros. A palavra gênero é usada para indicar todo agrupamento de indivíduos, objetos, textos, etc., com características comuns. Por exemplo, em Biologia, o gênero Canis engloba animais com afinidades genéticas, como o lobo e o coiote; no âmbito da Arte, a dança engloba o balé, o sapateado, a dança do ventre, etc.

Os textos também podem se agrupar em gêneros. É o caso das tiras que você leu. Esse gênero pode ser reconhecido porque tem características próprias. Conseguimos diferenciar uma conversa entre amigos ao telefone de uma entrevista no rádio porque esses gêneros orais têm um formato característico, mesmo que as situações de comunicação sejam diferentes.

Quando nos comunicamos — em geral com um objetivo determinado, um contexto específico e a intenção de obter certa interação —, nós o fazemos por meio de um gênero textual, ou seja, organizamos nosso texto segundo um modelo social de comunicação que leva em conta esses aspectos.

Cada gênero está ligado a um tipo de situação de comunicação que, entre os gêneros verbais, engloba um locutor (quem fala ou escreve) e seu interlocutor (quem ouve ou lê), uma intenção, um momento e um lugar. Todas as pessoas envolvidas em um ato de comunicação têm papel determinante nele, e não apenas quem produz o texto. A pessoa que ouve ou lê faz mais do que apenas “receber” a mensagem: ela a interpreta, acrescenta-lhe sentidos, atribui-lhe valores, opiniões, conforme sua visão de mundo, seu humor, o momento, o tipo de relacionamento que tem com quem fala ou escreve. Ao conjunto de elementos que compõem um ato de comunicação chamamos de discurso.

Por exemplo, a crônica, o poema, a receita, o discurso político, o romance, a propaganda de rádio são gêneros do discurso. Entre eles, alguns são literários, como o poema, certas modalidades de crônica e o romance.

Observe este esquema:

Assim, todos os textos pertencem a algum gênero do discurso que conhecemos e utilizamos. Todavia, por ser instrumento de ação social, os gêneros estão em constante mudança, adaptando-se à vida social. Por exemplo, as conversas a distância, antes feitas apenas por telefone, têm sido substituídas por textos escritos em celulares e computadores, e isso implica uma mudança radical na organização dessas “conversas”. Ou seja, nesse caso, não basta “classificar” um texto como conversa; é necessário entender os diferentes aspectos envolvidos em sua produção.

Ao longo deste livro, você vai estudar as características gerais da situação de produção dos mais diversos gêneros: desde os das esferas sociais mais informais até as mais formais, como a acadêmica, por exemplo.

Gêneros
do discurso


Gêneros literários

No mundo da oralidade

Apresentação pessoal

Como você estudou até aqui, todas as nossas formas de comunicação ocorrem por meio de textos: as fotografias, as notícias, os torpedos, os posts de redes sociais, as roupas... tudo, enfim, pode ser texto.

A partir de agora, em todas as unidades, na seção No mundo da oralidade, você vai exercitar a produção de um texto falado. Para isso, conhecerá alguns gêneros da oralidade, isto é, modelos textuais orais que se adequarão às suas necessidades nas situações em que a fala é o foco.

A primeira atividade que faremos se relaciona ao momento que você está vivendo: o início do ano e de uma nova fase, o Ensino Médio. Ainda que você já conheça alguns de seus colegas de classe, possivelmente não conversou com todos eles, não conhece os sonhos, as esperanças e as principais qualidades de cada um. Além disso, será importante que os colegas envolvidos nesta nova etapa escolar também saibam quem você é, seus sonhos, o que você espera deste ano que se inicia e como pretende agir para alcançar seus objetivos.

Trata-se da apresentação pessoal, um gênero muito comum em entrevistas de emprego ou qualquer situação em que você precise falar de si diante de um grupo de pessoas: ao começar um curso, ao conhecer a família de alguém, ao se relacionar no trabalho, etc.

Eduardo Medeiros/Arquivo da editora

Agora, vamos simular uma situação para você treinar a apresentação pessoal, participando, para isso, de uma dinâmica que envolve muito cuidado na hora de produzir o texto e de apresentá-lo.



1. Reúna-se com os colegas de sua fileira. O professor vai determinar um tipo de empresa para cada grupo; por exemplo: um escritório de advocacia, um de publicidade, um de atendimento ao público, uma loja de departamentos, um banco e uma empresa de eventos.

2. Sabendo qual é o perfil de seu empregador, produza um roteiro para sua apresentação oral: quem é você, o que faz, o que gosta de fazer, quais são suas expectativas no emprego, etc.

3. Prepare-se para sua apresentação: cuide da sua postura, do posicionamento que vai assumir diante da sala, do tom de voz que você dará a seu texto oral.
Aproveite para...

... ler

©Editora OBJETIVA/Reprodução

As cobras: antologia definitiva, de Luis Fernando Verissimo, editora Objetiva.

Reunião das tiras bem-humoradas desenhadas e escritas por Luis Fernando Verissimo ao longo de trinta anos, a partir da década de 1970.



©Editora CONRAD/Reprodução

Calvin e Haroldo: os dias estão todos ocupados, de Bill Watterson, editora Conrad.

Um garoto esperto e hiperativo vive aventuras com seu tigre, que ganha vida apenas quando não há outras pessoas por perto.



Esse nosso português, de João Ubaldo Ribeiro, editora Ediouro.

Seleção de crônicas sobre língua, linguagem e literatura do célebre escritor baiano.



©Editora Agir/Reprodução

Histórias que os jornais não contam, de Moacyr Scliar, editora Agir.

Moacyr Scliar escreveu diversos textos ficcionais a partir de notícias extraídas de jornais. Esse livro reúne algumas dessas narrativas.



... assistir a

A hora da estrela, de Suzana Amaral (Brasil, 1986).

Baseado no romance homônimo de Clarice Lispector, esse filme conta a história de Macabéa, uma nordestina que vai morar numa cidade grande e tem dificuldades para se inserir no novo meio.



Trair e coçar é só começar, de Moacyr Góes (Brasil, 2006).

Baseado na peça homônima de Marcos Caruso, o filme traz as peripécias de uma empregada que cria diversos mal-entendidos, quase todos baseados nos deslocamentos dos contextos originais de certas palavras e expressões.



... acessar

http://tvescola.mec.gov.br/tve/video/conhecendo-museus-museu-da-lingua-portuguesa

Esse vídeo explora o Museu da Língua Portuguesa, localizado na cidade de São Paulo, mostrando parte do seu rico acervo. Acesso em: 3 maio 2016.
Literatura

Literatura: arte com palavras
Não escreva neste livro.

Para começar

Interdisciplinaridade com: Arte, Educação Física, História.

Após observar atentamente esta pintura, responda às questões propostas.

Jan Gossaert mabuse/antiga pinacoteca, munique, Alemanha

As linhas retas da pintura parecem formar uma moldura em volta da figura central, aprisionando-a entre as colunas do aposento.

Uso da perspectiva: recurso de desenho que permite representar objetos num suporte de duas dimensões (uma tela de quadro, por exemplo), dando a ilusão de profundidade e de volume.

Exposição do corpo feminino.

Uso das cores a serviço da criação de contraste: o azul do tecido destaca-se na imagem, bastante marcada pelos tons vermelhos e amarelos.

Os elementos diferenciam--se na pintura: é possível perceber exatamente onde termina uma forma e em que ponto começa outra.



Jan Gossaert Mabuse. Dânae. Óleo sobre placa de madeira. Dimensões: 114 cm × 95 cm.

a) Em sua opinião, que assunto é retratado no quadro?

b) Em que época provavelmente ele foi pintado?

c) Trata-se de uma obra de arte? Justifique sua resposta.



Arte: continuidade e ruptura

Inicialmente, ao olhar para uma pintura, fazemos diversos julgamentos: é bela, é feia, é estranha? Os traços são bem-feitos? O pintor consegue atingir seu objetivo? A imagem é capaz de nos emocionar ou ficamos indiferentes a ela? Ela é capaz de contar uma história? Caso sim, qual seria a história?

Perceba que, ao responder a qualquer uma dessas perguntas, trazemos à tona o conjunto de valores artísticos que temos para julgar a obra, a nossa cultura geral, a memória de outras obras de arte que já apreciamos ou rejeitamos. E esse não é um processo muito diferente daquele adotado por qualquer crítico de arte: partir do seu repertório cultural, ou seja, do seu conhecimento de outras obras já instituídas como boas para definir seu próprio critério de avaliação.

Mas vamos continuar essa conversa olhando um pouco mais para a pintura da página anterior e, assim, seguir com nossas reflexões sobre a arte e o fazer artístico.

A obra que você examinou aqui foi pintada em 1527 pelo artista flamenco Jan Gossaert Mabuse (1478-1532).

Ao recuperar, em sua pintura, um tema da mitologia grega, Mabuse está seguindo um modelo artístico que vinha sendo valorizado naquele momento: a arte grega clássica. Ao mesmo tempo, incorpora a esse trabalho técnicas de representação que só se tornariam possíveis a partir de noções científicas desenvolvidas séculos depois da arte grega, as quais não são consideradas nos trabalhos artísticos que as precederam, ao menos não dessa forma.

O que essas informações nos revelam é que a obra analisada é resultado da retomada de um importante tema para a arte da Antiguidade grega — a mitologia — e que, nessa tentativa de retomada de um tipo de expressão, o artista flamenco não ficou preso à mera imitação da arte clássica, mas se preocupou em utilizar técnicas artísticas que, por terem sido aprofundadas, só eram possíveis aos homens de seu tempo.

Na época em que Jan Gossaert Mabuse viveu, podiam-se encontrar outras obras de mesmo tema, com técnicas e recursos expressivos bastante semelhantes, mas nem por isso idênticas.

Acrescenta-se aqui mais um aspecto relevante na arte: além de estar inscrita em um tempo, ela é também produto da visão de mundo de um autor, da forma de expressão que pretende dar às suas criações. Um exemplo disso é esta outra pintura representando Dânae, a mesma figura mitológica escolhida por Mabuse, desta vez pintada pelo italiano Antonio Allegri da Correggio (1489-1534).

Observe que, embora haja pontos comuns entre as duas obras, dificilmente temos a sensação de que a Dânae de Correggio poderia ter sido pintada por Mabuse. Ambos os artistas viveram um tempo de valorização da arte clássica na Europa, mas cada um registrou com sua marca pessoal os temas recorrentes na pintura da época.



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