Português 8º ano



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. Acesso em: 9 fev. 2015.

a) Justifique a vírgula depois do termo referência mundial em sua modalidade.

b) Esse termo pode ser colocado em outra posição na frase. Qual?

c) Qual é a função sintática de no auditório Paulo Petrola? E a de na Universidade Estadual do Ceará?

d) Por que há vírgulas entre esses termos?

e) Os adjuntos adverbiais estão colocados em sua posição habitual? A vírgula antes de no auditório Paulo Petrola é necessária? Explique.



Página 199

7. Os textos a seguir foram extraídos, respectivamente, de uma revista de divulgação científica e de um jornal.

Quantos brasileiros usam a internet com frequência?
Em fevereiro, o país contabilizava 22 milhões de internautas residenciais ativos.
Revista Mundo Estranho, São Paulo, Abril, p. 17, jun. 2008.

Hoje em dia não se julga mais o fato, julga-se o juiz.
Disponível em: . Acesso em: 18 mar. 2015.

a) Classifique sintaticamente o termo destacado em cada frase.

b) Essas orações estão na ordem direta? Por que não há vírgula depois de hoje em dia?

ANOTE

Os adjuntos adverbiais de pequena extensão, mesmo quando fora de sua posição habitual, podem não ser separados por vírgula(s) do restante da frase.

Exemplos: Aqui as crianças brincam à vontade.
De repente o carro virou à direita.

Entreletras

Frases poéticas

1. A classe será dividida em grupos de cinco alunos.

2. Cada componente do grupo escreve uma palavra em uma tira de papel. Pode ser o nome de um lugar, de um objeto, de um sentimento, etc.

3. Todas as palavras escritas pela classe serão colocadas em um envelope.

4. Cada grupo vai sortear três palavras e com elas escrever uma frase poética. Lembre-se de que pode ser feito uso de comparações, metáforas, recursos de repetições e de rimas, entre outras possibilidades estudadas no capítulo.

5. Em seguida, um aluno do grupo lê, em voz alta, a frase poética produzida.

6. Cada grupo ficará responsável por afixar sua frase poética no mural da classe. Elas podem ser ilustradas, e a cada semana novas frases podem substituir as antigas.

Fig. 1 (p. 199)

Marcos Guilherme/ID/BR

frases Poéticas

PARA SABER MAIS

Livros

Memórias inventadas: a segunda infância, de Manoel de Barros. Editora Planeta.

Fig. 2 (p. 199)

Planeta do Brasil/Arquivo da editora

Memórias inventadas: a segunda infância

Para querer bem, de Manuel Bandeira. Editora Moderna.

Fig. 3 (p. 199)

Moderna/Arquivo da editora

Para querer bem

Viva vaia: poesia 1949-1979, de Augusto de Campos. Ateliê Editorial.

Fig. 4 (p. 199)

Ateliê Editorial/Arquivo da editora

Viva vaia: poesia 1949-1979

Filmes

A vida é bela. Direção: Roberto Benigni. Itália, 1998.

Fig. 5 (p. 199)

Imagem filmes/ID/BR

A vida é bela

O carteiro e o poeta. Direção: Michael Radford. Itália/Bélgica/França, 1994.

Fig. 6 (p. 199)

Buena Vista Pictures/ID/BR

O CARTEIRO E O POETA

Página 200

ATIVIDADES GLOBAIS

REFLEXÃO LINGUÍSTICA

Responda sempre no caderno.

1. Leia abaixo o poema de Ferreira Gullar.

Estranheza do mundo

Olho a árvore e indago:


está aí para quê?
O mundo é sem sentido
quanto mais vasto é.
Esta pedra esta folha
este mar sem tamanho
fecham-se em si, me
repelem.
Pervago em um mundo estranho.
Mas em meio à estranheza
do mundo, descubro
uma nova beleza
com que me deslumbro:
é teu doce sorriso
é tua pele macia
são teus olhos brilhando
é essa tua alegria.
Olho a árvore e já
não pergunto “para quê”?
A estranheza do mundo
se dissipa em você.

Ferreira Gullar. Disponível em: . Acesso em: 3 abr. 2015.



GLOSSÁRIO
Dissipar: desfazer, desaparecer.
Pervagar: perambular, andar sem destino.

Fig. 1 (p. 200)

Mirella Spinelli/ID/BR

a) Qual é o aposto que aparece nesse trecho do poema? Classifique-o.

b) Reescreva o trecho usando o aposto no lugar do termo a que ele se refere.

c) Qual é a importância do aposto nesse trecho?

2. Copie as frases no caderno, acrescentando um vocativo adequado. Indique a que interlocutor essas frases podem ser dirigidas.

a) Socorro!

b) Posso ir ao banheiro?

c) Esse ônibus passa pela avenida São Gabriel?

d) Leve o casaco, que vai esfriar!

e) O senhor não viu que ele chutou a perna do jogador?



3. Leia as frases abaixo e classifique os termos destacados em adjunto adnominal ou aposto. Explique cada um dos casos no contexto das frases.

a) A cada aniversário, o poeta Mario Quintana dizia: “Vamos ver até quando vai durar minha ‘imortalidadezinha’...”

b) Os poemas de Mario Quintana foram, recentemente, editados em forma de CD.

c) O hotel onde o poeta passou grande parte de sua vida, na cidade de Porto Alegre, abriga hoje o Centro Cultural Mario Quintana.

d) Em vários de seus poemas, Quintana exalta a paisagem e os céus de Porto Alegre.

4. Leia o poema de Sérgio Capparelli.

Grafite no muro do colégio

Mariana, meu amor por você


arde que nem pimenta,
ele queima, faz chorar,
será que você aguenta?

Sérgio Capparelli. Restos de arco-íris. 8. ed. Porto Alegre: L&PM, 2005. p. 38.

a) O eu lírico faz uma declaração de amor. Com o que o eu lírico compara o seu amor?

b) Que características do elemento comparado ele atribui ao seu amor?

c) A quem é dirigida essa declaração?

d) Levando em conta o título, qual é a função do nome Mariana no poema?



Página 201

O que você aprendeu neste capítulo

Poema

• Expressa a visão subjetiva do poeta para os fatos aparentemente banais.

• As situações cotidianas, aquilo que é comum, adquirem novo sentido ao se tornarem tema para a composição de um poema. O que importa é como esse assunto é tratado e o modo como a linguagem é elaborada.

Poemas visuais: combinam o significado das palavras com a expressividade da imagem. As letras formam um desenho no papel e ampliam os sentidos das palavras.



As imagens do poema

Comparação: aproxima, de forma subjetiva, dois elementos de universos diferentes por meio de termos que expressam uma comparação.

Linguagem figurada ou conotativa: aquela em que palavras, expressões e construções, no contexto em que são empregadas, podem ser interpretadas de mais de uma maneira.

Metáfora: consiste no emprego de uma palavra ou expressão com um sentido e em um contexto não usuais, em razão de uma semelhança observada entre essa palavra e aquela a que se relaciona.

Metonímia: toma a parte pelo todo, o autor pela obra, o continente pelo conteúdo, a causa pelo efeito e o concreto pelo abstrato.

Paranomásia: é o uso de parônimos, ou seja, palavras que possuem escrita parecida mas têm significados diferentes.



Aposto

• Palavra ou frase que se refere a um ou a vários termos da oração, para explicá-los, ampliá-los, resumi-los ou identificá-los. Pode ser colocado antes ou depois do termo explicado.

• Os apostos podem ser especificativos, enumerativos, explicativos e recapitulativos.

Vocativo

• Termo sintático que nomeia o interlocutor do enunciado; é usado para chamar ou atrair a atenção, convocar, evocar alguém, fazer um apelo, um convite, etc.



Vírgula entre os termos da oração

• O vocativo é separado por vírgula(s), independentemente da posição em que aparece na frase.

• O aposto explicativo, o enumerativo e o recapitulativo são separados do termo a que se referem por vírgula(s). O aposto especificativo não.

• Para destacar a informação expressa por um adjunto adverbial, podemos deslocá-lo de sua posição habitual, que é no final da oração. Nesse caso, ele deve ser separado do restante da frase por vírgula(s).



Autoavaliação

Para fazer a autoavaliação, releia o quadro O que você aprendeu neste capítulo.

• . Você usou figuras de linguagem e recursos poéticos na produção de seus poemas?

• . Empregou palavras de modo diferente para criar uma nova relação de sentido?

• . Sobre qual(is) figura(s) de linguagem você ainda tem dúvida?

• . Você contribuiu com sua classe na montagem do varal de poesia?

• . Neste capítulo, o que você mais gostou de aprender sobre a arte do poema?

Página 202

INTERLIGADOS

E agora... um teatro de sombras!

O teatro de sombras é uma arte antiga de contar histórias. Com um objeto entre uma fonte de luz e uma tela, é possível criar animais ferozes, reis, rainhas ou qualquer personagem de uma narrativa. Para isso, basta usar a criatividade e transformar formas recortadas no papel, as mãos ou o corpo todo em imagens em movimento.

Há dúvidas sobre a origem do teatro de sombras, mas acredita-se que tenha sido na China ou na Índia. Há registros em museus de antigas silhuetas datadas de 2500 e 3000 anos atrás pertencentes a acervos dos dois países.

Mas é na China que existe uma narrativa sobre o surgimento do teatro de sombras. Segundo essa história, o imperador Wu Ti, da dinastia Han, ordenou ao mago da Corte que trouxesse sua bailarina favorita do “Reino das Sombras” (da morte). Com pavor de ser decapitado, caso não atendesse esse pedido, o mago criou com pele de peixe a silhueta de uma bailarina. No jardim do palácio, foi montada uma cortina branca contra a luz do sol, e a bailarina apareceu ao som de uma flauta, para a alegria de Wu Ti.

Vamos recriar essa história em um teatro de sombras? Para isso, colocaremos em prática os conhecimentos de diferentes disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia e Arte.

Fig. 1 (p. 202)

Photobank/Shutterstock.com/ID/BR



Objetivos

• Vivenciar uma apresentação de teatro de sombras, com bonecos e materiais cênicos criados especialmente para essa atividade.

• Adaptar a história chinesa sobre a origem do teatro de sombras para texto dramático, escrevendo diálogos e caracterizando personagens.

• Aproximar-se de forma lúdica dos conceitos de ótica.



Planejamento

Organização da turma

A turma deve se dividir em cinco grupos de acordo com as seguintes funções:

Grupo 1 — responsável pela adaptação da história chinesa em texto dramático.

Grupo 2 — responsável pela confecção da caixa cênica e pelos objetos necessários para a ambientação da história.

Grupo 3 — responsável pela confecção dos bonecos/personagens.

Grupo 4 — responsável pela encenação: manipulação de bonecos e dos objetos.

Grupo 5 — responsável pela iluminação e pela sonoplastia no dia da apresentação.

Material

• Materiais de pesquisa: internet, livros, fotografias.

• Materiais para confecção da caixa cênica: caixa de papelão, papel vegetal, tecido branco fino, tinta guache preta.

• Materiais para confecção de personagens, objetos e cenário: papel grosso, como papelão ou paraná, tinta guache preta, cola, tesoura, fita-crepe, palitos de sorvete.

• Materiais para fonte de luz: projetores, refletores, lanternas.

Levantamento de informações

• Pesquisem sobre a origem do teatro de sombras, formas de manipulação, tipos de palco e personagens. Assistam pela internet a vídeos de grupos que trabalham com o teatro de sombras profissionalmente, observando suas diferentes características. Esse levantamento ajudará com ideias para o teatro de sombras da turma.



Página 203

• Todos os alunos devem buscar histórias chinesas que explicam o surgimento do teatro de sombras. No dia marcado pelo professor, leiam as versões pesquisadas e selecionem a que desejam se basear para a adaptação teatral.



Procedimentos

Elaboração do texto teatral

• Após a escolha da história a ser adaptada, o grupo responsável pela dramaturgia deve escrever a primeira versão do texto dramático. Criem os diálogos ou os monólogos das personagens. Eles devem explorar um conflito, com seu clímax e desfecho.

• Lembre-se de que é um texto para ser representado, não lido. Por isso, acrescentem as rubricas com orientação para atores, sonoplastas e iluminadores.

• Feita a primeira versão, o grupo deve apresentá-la para turma. É o momento de todos contribuírem para melhorar o texto. Depois, o grupo escreverá o texto final com base nas sugestões da turma.



Preparação da caixa e dos objetos cênicos

• O grupo responsável pela confecção da caixa e dos objetos cênicos deve estudar e projetar qual o tamanho adequado da caixa, de acordo com o local da apresentação, o molde das personagens e o texto a ser encenado.

• A caixa pode ser feita com uma grande caixa de papelão aberta. Corte o fundo e as tampas. O tecido branco fino ou um papel vegetal deve cobrir o fundo. Pinte o restante da caixa com tinta guache preta. Dependendo do tamanho da caixa, poderá ficar no chão ou sobre uma mesa para o momento da encenação.

Preparação das personagens

• O grupo responsável pela confecção das personagens e dos objetos cênicos deve moldar os materiais em papel grosso pintado de preto. Cole um cabo nas peças para manipulação, de um modo que os marionetistas não sejam vistos e que consigam efeitos aproximando ou distanciando os modelos da tela.



Ensaio geral

• O grupo responsável pela sonoplastia e iluminação deve preparar os materiais previamente e fazer testes de luz e som, pensando na plateia.

• Com tudo pronto, ensaie as movimentações (marionetismo) e o posicionamento da luz em relação aos efeitos necessários para a encenação. Os atores devem cuidar da entonação e da interpretação.

Compartilhamento

Organize a apresentação do teatro de sombras para os alunos do 6º e 7º anos da sua escola. Façam um convite para entregar às turmas e encenem para pequenos grupos. Se desejarem, no final, entreguem ao público uma pesquisa de opinião.



Avaliação

Após a apresentação, discutam com o professor e os colegas estas questões:

• Como você desempenhou sua função no seu grupo?

• Todos colaboraram igualmente no dia da apresentação do teatro de sombras?

• O que poderia melhorar em uma próxima apresentação organizada?

Fig. 1 (p. 203)

Marcos Guilherme/ID/BR



Página 204

CAPÍTULO 7 - Artigo de opinião

CONVERSE COM OS COLEGAS

1. Observe a fotografia ao lado, que registra uma cena cotidiana.

Fig. 1 (p. 204)

Feira de produtos orgânicos no bairro do Ibirapuera. São Paulo, 2012.

Vilma Gonçalves/Secom

Produtos Orgânicos

a) Onde estão as pessoas retratadas?

b) Esta cena, embora seja cotidiana, traz algumas peculiaridades. Quais?

c) Que atividade essas pessoas estão fazendo neste local?

2. Suponha que uma das mulheres gostou das frutas, mas as achou caras. Que argumentos ela pode usar para conseguir um desconto?

3. Suponha que a dona da barraca não quer conceder o desconto. Lembrando-se de que se trata de produtos orgânicos, que argumentos ela pode usar para convencer a freguesa de que o preço do produto é justo e que vale a pena adquiri-lo? Cite três argumentos.

4. Produtos orgânicos ganham cada vez mais a preferência dos consumidores que optam por uma alimentação saudável. Crie três argumentos para convencer uma pessoa a se tornar adepta desse tipo de alimentação.

5. Nessa cena, é possível observar um carrinho de feira e duas sacolas reutilizáveis, no chão, ao lado de uma das freguesas (prática coerente com o perfil dos consumidores de produtos orgânicos). Suponha que uma dessas clientes tenha um amigo que não tem o costume de levar a própria sacola quando vai às compras. Que argumentos podem ser usados para convencê-lo a usar sacolas reutilizáveis?

O exercício da argumentação está presente no dia a dia de todas as pessoas. Usam-se argumentos para negociar direitos e deveres em casa, na escola e no trabalho, para defender posições entre os amigos, para adquirir ou fornecer produtos e serviços e para divulgar ideias sobre os mais variados temas.

Nessas e em outras situações, as estratégias argumentativas podem variar de acordo com o ouvinte ou o leitor que se pretende atingir e é isso o que vamos observar neste capítulo, por meio do estudo do artigo de opinião.

Página 205

O que você vai aprender

• Características principais do artigo de opinião


• Seleção de argumentos para um público específico
• Conjunção
• Período simples e período composto
• Usos do porquê e variantes

Página 206

LEITURA 1

Artigo de opinião

O que você vai ler

Fig. 1 (p. 206)

Ricardo Guimarães, publicitário e consultor mineiro. Fotografia de 2014.

Andreia Graiz/Agência RBS/Folhapress

Você se preocupa com o futuro? Já pensou que as ações que realiza no presente têm consequências futuras? E os jovens em geral, o que pensam sobre esse tema?

Você vai ler um artigo de opinião no qual o autor defende que devemos ter consciência de nossos atos. Ele apresenta argumentos com o objetivo de influenciar o modo como seu leitor entende essa ideia ou se comporta em relação a ela. Leia o texto para descobrir se você será convencido pelo ponto de vista que o autor apresenta.



Uma coisa grande mesmo

Não adianta chorar o leite derramado, a árvore derrubada e colocar a culpa nas gerações passadas. É bola pra frente.

Difícil falar de sustentabilidade para pessoas que não querem, não gostam e têm dificuldade de pensar no futuro. Mas a pauta do mundo hoje é essa, goste ou não, queira ou não. Porque sustentabilidade é isto: trazer o futuro para o presente. É resolver os seus problemas e realizar seus sonhos hoje sem comprometer os sonhos de quem ainda nem nasceu.

Para quem é jovem e brasileiro, então, a dificuldade de incluir o futuro nas suas decisões é maior ainda. Vou explicar começando pelo que temos em comum: Brasil. Vivemos numa região do planeta que é muito boa e generosa com as nossas condições de vida. Para nós, humanos, para as plantas e para os animais.

Aprendi isso no livro do Eduardo Giannetti, O valor do amanhã. Ele diz que uma árvore no hemisfério norte, como por exemplo o carvalho, tem que armazenar energias no verão para atravessar o inverno, senão morre. Uma palmeira nos trópicos, onde o inverno é quente, não tem esse mecanismo de armazenagem porque não precisa.

Isto é, nós, que vivemos nos trópicos, tendemos naturalmente a não esquentar a cabeça com o inverno, isto é, com o futuro. Daí para essa tendência virar atitude, cultura, estilo de vida, não custa nada. Conclusão: o brasileiro é cabeça fresca por natureza.

O mesmo acontece quando temos pouca idade. Quando jovens, temos tanto para viver no presente e tanto futuro pela frente, que não temos nenhuma motivação nem espaço na cabeça para pensar no futuro. Dizem que o máximo de futuro que a maioria dos jovens consegue pensar é três ou quatro dias. Mais praticamente, o tempo da próxima balada ou o prazo para entregar o trabalho da escola.

Normal. De verdade, a gente só começa a pensar no futuro para valer quando casamos e temos filhos.

Fig. 2 (p. 206)

João Lin/ID/BR



Página 207

Aí é que se começa a pensar sério na vida, fazer planos, poupar, essas coisas.

Então, para jovens brasileiros, sustentabilidade é papo cabeça, abstrato, que só vira realidade quando vê crianças morrendo de falta de água, ursinho morrendo de falta de frio, peixe morrendo de falta de ar, floresta morrendo de falta de inteligência humana e boate fechando por falta de energia elétrica para a guitarra e o ar-condicionado.

Estou falando isso para mostrar o tamanho do desafio para um jovem dos trópicos entender o que de fato está por trás da sustentabilidade e poder se preparar para contribuir na virada deste jogo que está pondo em risco o seu próprio futuro.

Não adianta chorar o leite derramado, a árvore derrubada e colocar a culpa nas gerações passadas. É bola pra frente. Tem mais é que entender o que os outros não entenderam e reinventar nosso estilo de vida a partir de uma nova consciência. A nova consciência diz que o tamanho do “aqui, agora” tem que ser muito grande, tão grande que não fique nada de fora. Nenhuma criança, nenhum urso, nenhum buriti, ninguém, não importa se é do hemisfério norte ou sul, se é muçulmano ou judeu, se é do passado, do futuro ou do presente. Porque tudo é interdependente.

É uma coisa grande mesmo. Muito maior do que o aqui, agora da minha geração, que muita gente entendeu que era pequeno e curto e acabou detonando sua saúde em poucos anos, destruindo sua vida e privando o futuro do seu talento. Muitos amigos, muitos músicos geniais foram destruídos por essa má compreensão do “aqui, agora”.

Minha geração pagou caro para aprender, mas corrigiu o erro em tempo e colocou um big e um long na frente do here e do now. São só dois adjetivos, mas fazem toda a diferença na hora de sonhar um sonho que não vira pesadelo, na hora de escolher uma profissão que não vira um mico.

Vamos combinar: para sustentabilidade não existe futuro nem passado, só existe o presente, um presente eterno, um presente tão grande que só cabe na nossa consciência, e se está na consciência vira estilo de vida. Então, a saída é acordar para essa nova consciência. Como cantam Céu e Beto Villares na sua “Roda”: “Caiu na roda, ou acorda ou vai dançar”.

Ricardo Guimarães. Disponível em:


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