Português 8º ano

. Acesso em: 17 mar. 2015.

Fig. 1 (p. 212)

Fabiana Salomão/ID/BR

CD

Proposta

Coloque-se na posição de um escritor, um músico ou um diretor de cinema. Suponha que, sem sua autorização, seu livro, álbum ou filme tenha sido disponibilizado na internet e esse fato esteja prejudicando a comercialização da sua obra, afetando, portanto, seus rendimentos.

Tendo em mente essa identidade, você vai escrever um artigo de opinião que deixe clara sua posição a respeito da pirataria eletrônica. Esse artigo será lido e discutido em sala de aula. Para isso, defina em qual jornal, revista ou site seu texto circularia e qual seria o público-alvo (jovens que baixam arquivos sem se preocupar com a procedência; pais e educadores que falam sobre o assunto em casa e na escola; parlamentares que podem elaborar novas leis sobre direitos autorais, etc.).

O texto a seguir, extraído de um site de notícias, pode lhe sugerir alguns argumentos úteis, mas não deve ser a única fonte de pesquisa.

Música digital cresce 40%, mas não compensa perdas com CDs

[...]

Atualmente há mais de 500 lojas de música on-line legais, que oferecem mais de 6 milhões de canções.

Apesar disso, as vendas de músicas “virtuais” ainda não conseguem compensar a forte queda nas vendas de CD. O instituto IFPI [International Federation of the Phonographic Industry] estima que, no total, a indústria fonográfica faturou cerca de 10% menos em 2007, em relação ao ano anterior.

Entre outros motivos, isso ocorre porque o mercado legal de música digital ainda é muito pequeno na comparação com o ilegal. Nas contas da IFPI, para cada música baixada de lojas on-line regularizadas, há 20 downloads ilegais.

[…]

Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2015.

Fig. 2 (p. 212)

Marcos Guilherme/ID/BR

Página 213

Planejamento e elaboração do texto

1. Assuma uma posição a respeito da pirataria eletrônica. Converse com outras pessoas e aprofunde sua pesquisa em sites, jornais e revistas, a fim de entender as causas, as consequências, o alcance dessa prática e as saídas que vêm sendo propostas.

2. Elabore sua tese, ou seja, o ponto de vista que pretende defender. Lembre-se de que você deve assumir a posição de um escritor, de um músico ou de um diretor de cinema que teve sua obra publicada indevidamente.

3. Registre no caderno, na forma de tópicos, no mínimo três argumentos. Lembre-se de que diferentes tipos de argumentos (baseados na autoridade, em fatos concretos, no raciocínio lógico, no consenso, etc.) promovem diferentes efeitos sobre o leitor.

4. No caderno, organize suas ideias conforme o esquema a seguir.

Fig. 1 (p. 213)

Tese

Argumento 1 Argumento 2 Argumento 3

Conclusão

Fig. 2 (p. 213)

Fabiana Salomão/ID/BR

5. Redija o texto usando linguagem adequada ao público que você escolheu como alvo e ao veículo no qual seu artigo poderia ser publicado.

6. Lembre-se de finalizar o texto com uma conclusão coerente com os argumentos que foram desenvolvidos.

Avaliação e reescrita do texto

1. Troque seu texto com o de um colega. Lembre-se de dizer a ele qual é o público-alvo que você teve em mente quando o produziu.

2. Copie a tabela a seguir em uma folha e preencha-a com a sua avaliação a respeito do texto do colega. Ele fará isso também com o seu texto.

Artigo de opinião	Sim	Não
O texto cumpriu o objetivo do gênero?
O tema está claramente identificável?
O autor posicionou-se firmemente quanto ao tema?
A linguagem está adequada ao veículo escolhido?
Os argumentos e a linguagem são adequados ao público-alvo?
O artigo apresenta diferentes tipos de argumento?

ID/BR

3. Entregue ao colega a folha e o texto, para que ele reveja os itens marcados e reescreva o artigo fazendo os ajustes necessários. Faça o mesmo com o seu texto. Vocês podem conversar sobre os itens que tenham sido assinalados com um “não”.

4. Os artigos de opinião serão lidos e discutidos em sala de aula.

Página 214

REFLEXÃO LINGUÍSTICA

Conjunção

1. Leia esta tira.

Fig. 1 (p. 214)

Caco Galhardo. Julio & Gina. Folha de S.Paulo. Ilustrada, 30 jun. 2003.

Caco Galhardo/Acervo do artista

Q1: JULIO E GINA

FUTEBOL DE NOVO? ASSIM NÃO DÁ!

Q2: JOGO DE QUEM, DO SANTOS?? MAS VOCÊ NEM É SANTISTA!

Q3: MAS É FINAL DA LIBERTADORES!

Q4: MAS VOCÊ NÃO É SANTISTA!

a) Como Gina parece se sentir em relação ao marido? Por quê?

b) Que argumento Julio apresenta a Gina para justificar o fato de estar assistindo a um jogo em que seu time não participa?

c) No terceiro quadrinho, que relação a palavra mas estabelece com a frase anterior, enunciada por Gina?

Observe como, nessa tira, o uso da palavra mas é um elemento importante na composição da situação, pois esse conectivo introduz os argumentos ora de Gina, ora de Julio, que, contrapostos, travam uma luta verbal, uma oposição de ideias.

ANOTE_As_conjunções'>ANOTE__Conjunção'>ANOTE

Conjunção é a palavra invariável que tem por função conectar orações ou termos semelhantes da mesma oração. Por ter essa função, a conjunção também é chamada de conectivo. Expressões que cumprem esse papel chamam-se locuções conjuntivas.

As conjunções dividem-se em coordenativas e subordinativas.

Conjunção coordenativa

1. Leia a tira a seguir.

Fig. 2 (p. 214)

Hagar, o Horrível, de Chris Browne.

Chris Browne © 2007 King Features Syndicate, Inc./Ipress

Q1: BASICAMENTE, VOCÊ ESTÁ EM ÓTIMA FORMA, HAGAR

Q2: CRACK! CRASH!

Q3: ENTRETANTO, VOCÊ PODERIA TENTAR PERDER ALGUM PESO!

Relacionando

As conjunções são bastante usadas nos artigos de opinião para conectar, de diversas formas, as ideias. Observe, no artigo de opinião lido neste capítulo, um exemplo de parágrafo em que a conjunção mas foi usada mais de uma vez para contrapor ideias:

“Minha geração pagou caro para aprender, mas corrigiu o erro em tempo e colocou um big e um long na frente do here e do now. São só dois adjetivos, mas fazem toda a diferença na hora de sonhar um sonho que não vira pesadelo, na hora de escolher uma profissão que não vira um mico.”

Página 215

Observe que, de acordo com o médico, Hagar estava em “ótima forma”. Após a cadeira ter quebrado, Hagar é advertido a “perder algum peso”. O termo que introduziu essa advertência foi entretanto. Além de conectar as falas do médico, a conjunção indicou a relação existente entre elas, introduzindo uma ideia (“poderia tentar perder algum peso”) que contraria a expectativa produzida pela afirmação anterior (“está em ótima forma”).

ANOTE

As conjunções, ao mesmo tempo que conectam orações, também indicam a relação que se estabelece entre elas.

Por meio das conjunções, pode-se confirmar uma ideia ou redirecioná-la, explicá-la ou apontar outra possibilidade. Os sentidos estabelecidos pelas conjunções podem variar de acordo com o contexto em que estão inseridas.

2. Leia a tira.

Fig. 1 (p. 215)

Calvin e Haroldo, de Bill Watterson.

Calvin & Hobbes, Bill Watterson © 1986 Watterson/Dist. by Atlantic Syndication/Universal Press Syndicate

Q1: HAROLDO, RÁPIDO COMO EU PARO?!?

Q2: PATINE ATÉ UMA RUA PAVIMENTADA E SE ATIRE!

Q3: SKRUNCH!

Q4: FOI APENAS UMA SUGESTÃO.

a) No segundo quadrinho, Haroldo dá a Calvin a sugestão de praticar duas ações. Que conectivo é usado para relacionar as duas ideias?

b) As orações “patine até uma rua pavimentada” e “se atire” precisam uma da outra para se completarem sintaticamente?

ANOTE

Os conectivos que relacionam termos ou orações de mesma função sintática recebem o nome de conjunção coordenativa.

Veja algumas conjunções coordenativas e sua classificação.

Valores semânticos das conjunções coordenativas
Classificação	Tipo de relação	Principais conjunções e locuções conjuntivas
aditivas	adição, soma	e, nem
adversativas	quebra de expectativa	mas, porém, contudo, entretanto
alternativas	alternância	ou, ou... ou, ora... ora, já... já, quer… quer
conclusivas	conclusão	logo, pois, portanto, por isso, então
explicativas	explicação, justificativa	que, porque, pois

ID/BR

Página 216

Conjunção subordinativa

Leia a tira.

Fig. 1 (p. 216)

Fernando Gonsales/Acervo do artista

Cinema: filmes de suspense, de Fernando Gonsales.

NINGUÉM CONSEGUE RESPIRAR NESSES FILMES DE SUSPENSE‼

SE VOCÊ LARGAR O PESCOÇO DO GATO, ELE CONSEGUE!

Na frase “Se você largar o pescoço do gato, ele consegue!”, há duas orações conectadas pela conjunção se. Essa conjunção estabelece entre as orações uma relação de condição. Nesse caso, a primeira oração está inserida na segunda, uma vez que tem a função sintática de um advérbio de condição.

A conjunção se também liga orações sem determinar uma condição. Na frase “Ela não sabia se ele gostava daquele ator”, o se introduz uma oração que completa o sentido da primeira, completando-a também sintaticamente.

ANOTE

As conjunções subordinativas ligam duas orações, uma principal e outra subordinada, de modo que a subordinada completa a principal. Essas conjunções podem ser classificadas como integrantes (que e se) ou adverbiais (caso, se, quando, conforme, embora, que, etc.). O papel destas últimas é iniciar orações que exprimam uma circunstância adverbial relacionada ao enunciado da oração principal.

Veja algumas conjunções subordinativas e sua classificação.

Valores semânticos das conjunções subordinativas adverbiais
Classificação	Circunstâncias que expressam	Principais conjunções e locuções conjuntivas
causais	causa, motivo	porque, como, visto que, já que
comparativas	comparação	como, que, assim como, (mais, menos) do que
concessivas	concessão	embora, ainda que, se bem que, mesmo que
condicionais	condição	se, caso, desde que
conformativas	conformidade	conforme, como, segundo
consecutivas	consequência	(tal, tão, tanto) que, de modo que
finais	finalidade	para que, a fim de que
proporcionais	proporção	à medida que, à proporção que, quanto mais... mais
temporais	tempo	quando, antes que, logo que

ID/BR

Página 217

REFLEXÃO LINGUÍSTICA Na prática

Responda sempre no caderno.

1. Leia o texto.

Mande uma carta – A ideia de escrever

Há quem diga que esta é a ideia mais poderosa do mundo porque, desde sua introdução, todas as outras ideias passaram a ser expressas por escrito. A escrita tornou a comunicação flexível e impulsionou todas as outras revoluções do pensamento. Sua origem, no entanto, é enfadonha.

As sociedades que possuíam escrita podiam ter uma memória infinitamente longa. Ela contribuiu para o acúmulo e a tradição do conhecimento – sem os quais, o progresso da humanidade se teria estagnado ou retardado – e outorgou novos poderes de comunicação e autoexpressão aos que a praticavam. Foi tão importante que a maioria dos povos registrou mitos de sua origem atribuindo-a aos deuses. A maior parte das teorias modernas propõe que a escrita se originou na hierarquia política ou religiosa, que precisava de códigos para conservar o poder ou registrar suas mágicas, suas adivinhações e sua pretensa comunicação com os deuses.

Felipe Fernández-Armesto. Ideias que mudaram o mundo. São Paulo: Arx, 2006. p. 79.

GLOSSÁRIO
Estagnado: que está em estado estacionário; parado.
Outorgar: possibilitar.
Pretenso: aquilo que se supõe; imaginado.

a) Qual é a razão de a escrita ser considerada, por alguns, a “ideia mais poderosa do mundo”?

b) Que conjunção foi empregada para introduzir essa razão?

2. Observe o trecho.

[...] Sua origem, no entanto, é enfadonha.

Sabendo que a locução conjuntiva no entanto é adversativa, justifique seu emprego com base no contexto em que está inserida.

3. Há, no trecho, uma frase que apresenta a estrutura de causa e consequência.

a) Transcreva-a.

b) Sobre a notável invenção da escrita, identifique, na frase transcrita, sua consequência.

4. Escreva, no caderno, as frases abaixo, indicando qual sentido a conjunção que tem em cada uma delas.

a) Ela falava que falava, mas não conseguia transmitir a informação necessária.

b) Pulou tanto que torceu o pé.

c) Vá mais tarde, que essa chuva está muito forte.

d) A nova secretária é mais competente que a anterior.

e) Vamos comer, que estou com fome.

f) Acenaram que viesse correndo.

5. Escreva as frases abaixo no caderno e indique o sentido que a locução conjuntiva desde que tem em cada uma delas.

a) Desde que o casal se separou, os filhos vivem com a avó.

b) Menores de idade poderão assistir ao show desde que tragam a autorização dos pais.

c) Desde que apresente a carteira de estudante no cinema, conseguirá algum desconto.

Página 218

REFLEXÃO LINGUÍSTICA Na prática

6. Observe a cena abaixo. Com base nela, elabore, no caderno, um período em que haja uma conjunção com sentido temporal.

Fig. 1 (p. 218)

Alex Bramwell/Dreamstime.com/ID/BR

7. Reescreva as orações a seguir, unindo-as por conjunções ou locuções conjuntivas que expressem a relação indicada entre parênteses. Faça as modificações que forem necessárias.

a) Ela ficou angustiada. Ela soube a resposta do exame. (tempo)

b) As crianças recebiam o certificado. Os professores iam chamando. (proporção)

c) Ele será promovido. Ele mudará para Rondônia. (condição)

8. Leia a tira.

Fig. 2 (p. 218)

Angeli. Chiclete com Banana. Folha de S.Paulo, 14 abr. 2004.

Angeli/Acervo do artista

Q1: LOVESTÓRIAS

RUI, VAMOS COMPRAR UM TV NOVA?
NÃO!

Q2: COMO VOCÊ DIZ UM "NÃO" ASSIM TÃO TAXATIVO? VOCÊ NUNCA RELEVA A MINHA OPINIÃO JÁ REPAROU?

Q3: JÁ!

a) Com base no contexto da tira, qual parece ser o significado do termo taxativo?

b) Que postura Rui deveria ter adotado para que a mulher sentisse que a opinião dela tinho sido levada em conta?

c) Que bons argumentos poderiam ser usados para explicar a razão de não se comprar uma televisão nova? Cite pelo menos dois.

d) Escolha um dos argumentos da resposta do item anterior e escreva uma possível resposta de Rui para a mulher, explicando os motivos de não comprar a televisão. Nessa resposta, utilize uma conjunção subordinativa causal.

9. Que ideias as conjunções e as locuções conjuntivas destacadas nas frases abaixo expressam?

a) O calor era tão intenso que os turistas se refrescavam nas fontes dos jardins.

b) Ela deve ter saído, porque não atende o telefone.

c) O pouso do avião atrasou duas horas, conforme havia sido avisado.

d) Embora fosse muito bom jogador, ainda estava no banco de reservas.

e) Caso você resolva ir, ligue-me.

Página 219

LÍNGUA VIVA

Responda sempre no caderno.

A inversão sintática e a produção de sentidos

1. Leia o texto.

Crimes contra a natureza

Com acesso sem precedentes a operações secretas, esta série inovadora acompanha os investigadores especiais da Agência de Investigação Ambiental (EIA – Environmental Investigation Agency), um organismo que realiza investigações relacionadas ao meio ambiente, conforme eles penetram no obscuro submundo dos crimes ambientais.

Os agentes trabalham disfarçados e arriscam a vida conforme mergulham no lado sombrio de uma indústria de madeira no sudeste asiático, no comércio ilegal de marfim entre a África e a China, e na polêmica e constante matança de baleias e golfinhos na Islândia e no Japão. Por mais de 25 anos, a EIA tem sido pioneira na utilização de técnicas de investigação sigilosa dentro do movimento de defesa do meio ambiente. Usando identidades falsas, seus agentes dedicados ficam cara a cara com esses criminosos.

Com a ajuda de câmeras escondidas, eles captam provas inestimáveis de contrabando, pessoas e redes criminosas envolvidas. Com baixo risco de punição e enormes margens de lucro, o contrabando ambiental atualmente rivaliza com o tráfico de drogas e armas. Agora, os desafios são maiores do que nunca.

Disponível em: