. Acesso em: 31 ago. 2011. (Fragmento adaptado).
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Atividade 2: o papel do repórter na entrevista
Com a pauta em mãos, o repórter deve ir para o trabalho de campo, isto é, entrevistar as fontes e acompanhar as filmagens, certo?
Errado! Com a pauta em mãos, o repórter deve antes se preparar bem, situandose sobre o assunto e suas fontes, para poder conduzir com sucesso as entrevistas que “alimentarão a reportagem”.
1. Se tivesse recebido uma pauta como essa que selecionou na Atividade 1, que informações você buscaria antes de ir para campo?
2. Leia novamente as falas do delegado, do juiz e do assistente social. Com base nos comentários feitos por eles, relacione em seu caderno as perguntas que poderiam ter sido feitas a cada um deles.
a) O que acontece quando adultos obrigam crianças a ajudar no sustento de casa?
b) E quanto ao futuro: pode haver prejuízos para o desempenho delas no mercado de trabalho?
c) A punição de pais que abandonam os filhos em trabalhos perigosos ou mesmo exigem que eles façam isso está prevista em que leis?
d) E essa responsabilidade pode prejudicar a formação da personalidade dessa criança?
e) Há alguma vantagem para a criança que conhece o trabalho desde cedo; isso pode dar a ela mais responsabilidade e honestidade, por exemplo?
3. O que você acha: um roteiro de perguntas deve ser seguido à risca na hora da entrevista? Por quê?
4. Bem-preparado e com um bom roteiro de perguntas, o jornalista vai para a entrevista, mas, se não tiver alguns cuidados, pode colocar tudo a perder.
Para saber mais sobre entrevista
Uma entrevista pode ser oral ou escrita. Para garantir que a pessoa entrevistada aborde temas interessantes para seu público, o entrevistador planeja antes as questões, mesmo quando a entrevista acontece ao vivo. Muitas vezes, a entrevista é editada, e, para dar mais destaque às ideias, opiniões e relatos do entrevistado, as perguntas feitas pelo jornalista não são explicitadas.
Se liga nessa!
Quanto mais objetivas forem as perguntas, mais bem orientado ficará o entrevistado para elaborar as respostas!
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• Em sua opinião, durante a entrevista, que cuidados um repórter deve ter quanto: a) à apresentação pessoal;
b) à variedade de linguagem empregada;
c) à postura, aos gestos e às expressões;
d) à manifestação da própria opinião;
e) às formas de tratar o entrevistado.
Clipe
A arte da entrevista
[...]
Prepare-se – [...] Além de evitar gafes e perda de tempo com perguntas desnecessárias, ter fatos concretos em mãos permite rebater respostas tendenciosas ou ambíguas.
Questão de confiança – [...] Toda entrevista é um jogo de sedução, e será tanto melhor quanto mais confiança o entrevistado tiver no repórter. Vale diminuir a barreira física, olhando-o nos olhos, evitando um espaço grande entre os dois se possível.
Estar disponível – [...] Muitas vezes o que sua fonte tem a dizer é mais interessante e pertinente do que o que você tem para perguntar.
Mas para perceber isso é preciso saber ouvir.
Truques – [...] Deixe as perguntas mais delicadas para o final e zele por um clima leve e agradável até o momento de fazê-las. Não faça “perguntas enormes, complicadas, chiques, intelectuais e cheias de referências”. A tendência de acertar é maior com uma pergunta curta, direta e objetiva. Se, mesmo assim, o entrevistado não colaborar e der uma resposta curta, grossa e sem graça, responda: “Como assim?”, “Por quê?” ou ainda “Dê um exemplo, por favor”. [...]
Disponível em: . Acesso em: 28 maio 2015. (Fragmento adaptado).
Atividade 3: o papel do repórter e da equipe de filmagem na produção das imagens
A linguagem cinematográfica faz parte do telejornalismo. O modo como a câmera “enquadra” a imagem para compor uma cena tem muito a ver com os efeitos que se quer causar sobre o telespectador. Por isso é fundamental que o repórter trabalhe em conjunto com a equipe de filmagem (o cinegrafista, que opera a câmera e o iluminador, que cuida dos refletores de luz), situando-a sobre a matéria, ajudando a escolher imagens e o modo mais interessante de enquadrá-las.
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Relacione no caderno os planos de enquadramento e as imagens.
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O posicionamento da equipe
Você deve estar se perguntando: “Onde é que ficam o repórter e a equipe de filmagem, enquanto o entrevistado fala?”. Olhe a equipe toda aí, corretamente posicionada para obter o melhor enquadramento!
Atividade 4: os papéis do repórter e do editor no roteiro de edição
Nem todas as perguntas e respostas de uma entrevista podem ser consideradas interessantes para a reportagem. Também nem todas as cenas produzidas entrarão nela. Com esses materiais produzidos, o repórter faz uma seleção e a organiza em um roteiro de edição, como este.
Identificação: Trabalho legal – Erradicação do trabalho infantil Programa: Reportagem Assunto: Trabalho infantil
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Vídeo
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Áudio
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Cenas de menores trabalhando em faróis.
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Cabeça: Nas ruas de Brasília, é comum encontrar meninos e meninas trabalhando, mas, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, é responsabilidade do poder público, dos pais e da sociedade ajudar a acabar com a exploração infantil, que é crime.
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Mostrar um adolescente de fundo, mas de modo que o rosto não apareça, para que não haja sua identificação.
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Off1 – A pena do crime de abandono de incapaz, que é quando os pais permitem que as crianças trabalhem nas ruas, como é o caso de um jovem de apenas 16 anos que vende panos nesse semáforo aqui de Brasília, pode dar até oito anos de cadeia. Já no caso da exploração do trabalho infantil, quando os pais obrigam as crianças a trabalhar e ajudar nas despesas de casa, pode dar mais de quatro anos de detenção.
Entrevista 1
Wanderly Melo
Delegado de Polícia Civil
DI: “Ela está prevista aí no ECA...
DF: ... é configurado como crime previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.”
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Cenas que sugiram crianças em situação de risco.
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Off2 – Dados recentes divulgados pela Organização Internacional do Trabalho, a OIT, revelam que 250 milhões de crianças entre 5 e 14 anos trabalham em todo o mundo, 120 milhões em período integral. O Brasil está entre os países com altos índices de trabalho e exploração sexual infantil.
Entrevista 2
Paulo Blair
Juiz do Trabalho
DI: “Não se pode mais imaginar...
DF: ... que exige uma presença educacional muito forte.”
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Cenas de trabalho irregular, mesclar trabalhadores adultos e crianças.
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Off3 – Atualmente, o crescimento do setor de serviços, dos empregos de meio expediente e de relações de trabalho precarizadas em todas as áreas facilita a entrada de crianças no mercado de trabalho.
Entrevista 3
Vicente Faliros
Assistente social
DI: “O adulto passa para a criança...
DF: ... que passa a assoberbá-la.”
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Permanecem imagens do entrevistado.
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Off4 – Esse especialista alerta: o trabalho infantil traz riscos e traumas para a vida adulta.
Continuidade da Entrevista 3
DI: “A brutalidade com que isso é feito...
DF: ... que se sente oprimida, dominada.”
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Cenas externas de trabalho infantil, seguida da fachada com o nome da escola e de cenas internas, usar especialmente as que focam aspectos lúdicos. A sequência deve sugerir um movimento, como se saíssemos dos problemas e adentrássemos um espaço de soluções.
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Off5 – Para evitar que a infância dessas crianças seja roubada, o MPT fiscaliza e incentiva ações de erradicação do trabalho infantil. Um exemplo é esta escola de tempo integral, em Brasília. Lá, professores e coordenadores dão aulas extracurriculares, com direito a brincadeiras. A medida evita o trabalho precoce, já que as crianças têm apenas duas obrigações: estudar e brincar. (Observação: Entra trilha sonora que sugira harmonia)
Entrevista 5
Mariane Josviak
Procuradora do Trabalho
DI: “Nós estamos efetivamente...
DF: ... se relativas à erradicação do trabalho infantil.”
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Cenas internas da escola, que sugiram bastante alegria
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Pé: a mesma trilha sonora.
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1. Reflita sobre a função de cada parte do roteiro e estabeleça, no seu caderno, as relações adequadas.
I. Cabeça
II. Off
III. Deixa inicial — DI
IV. Deixa final — DF
V. Pé
a) Marca para a edição a partir de que ponto será considerada a fala do entrevistado.
b) Abre a reportagem com o repórter situando o telespectador, buscando neutralidade e objetividade sobre o assunto.
c) Marca para a edição em que ponto deve ser cortada a fala do entrevistado.
d) Encerra a reportagem, com fala final do repórter ou uma trilha sonora, ou, ainda, outro recurso.
e) Corresponde aos momentos em que o repórter expõe dados, narra fatos, articula partes da reportagem.
2. Por que você acha que o repórter deve ter o cuidado de terminar sua matéria com um roteiro assim?
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Com essas atividades você pôde ter noção das etapas que envolvem a elaboração de uma reportagem audiovisual. Observe a sistematização delas.
Fases
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Atores e funções
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Pré-produção
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Pauteiro: sugere a pauta.
Repórter: faz estudos e pesquisas a partir da pauta; elabora o roteiro de entrevista.
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Produção
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Repórter e equipe de filmagem: saem a campo para produzir as entrevistas e as imagens.
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Pós-produção
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Repórter: seleciona trechos das entrevistas, elabora os textos que serão lidos por ele (off) e organiza o roteiro de edição.
Editor: ajusta ou aprova o roteiro e o encaminha para a equipe que fará o vídeo final e o levará ao ar.
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Produzindo o texto: reportagem audiovisual
Condições de produção
O quê?
Você e sua turma farão uma série com três reportagens audiovisuais, com o tema
O trabalho infantil
Para quem?
Para participantes da comunidade escolar, com o objetivo de construir conhecimentos e opiniões que favoreçam a erradicação do trabalho infantil.
Como fazer?
Siga as orientações do professor para a organização dos grupos de trabalho e distribuição das pautas.
Será combinado:
a) Que grupo ficará responsável por que pauta?
b) Quando os grupos apresentarão a primeira versão do vídeo e o roteiro de edição?
c) Como serão divulgadas as reportagens?
1. Conhecendo a pauta de seu grupo
1. Discuta com seu grupo de trabalho a pauta que foi confiada a vocês:
a) Verifiquem se todos entenderam a proposta.
b) Avaliem se há alguma dificuldade nela e discutam as maneiras de contorná-las.
c) Se necessário, façam adaptações e as discutam com o professor.
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Pauta 1
1. Resumo do fato: dados da OIT mostram que o Brasil precisa discutir e combater mais eficazmente o trabalho infantil.
2. Direcionamento (perguntas ou hipóteses):
a) O que dizem os últimos dados da OIT?
b) Quais são as principais formas de trabalho infantil no Brasil?
c) O que diz o ECA sobre o trabalho infantil?
d) Quais são os riscos desse trabalho para a saúde e a identidade da criança e do adolescente?
e) A quem devem ser feitas as denúncias de abandono e exploração de incapazes?
3. Relação das fontes (que serão consultadas ou entrevistadas):
a) Últimos dados da OIT com referência ao trabalho infantil no mundo e no Brasil.
b) Opinião de um educador ou psicólogo.
c) ECA.
d) Um conselheiro tutelar, assistente social ou diretor de escola.
4. Imagens: gráficos com os dados da OIT, pesquisar cenas de trabalho infantil, tela com informações de canais para o disque-denúncia.
5. Tempo: 4 minutos.
Pauta 2
1. Resumo do fato: Ministério Público do Trabalho de São Paulo vai apurar denúncia sobre “meninos-placa”.
2. Direcionamento (perguntas ou hipóteses):
a) O que fazem os “meninos-placa”?
b) Que riscos há para crianças e adolescentes que fazem trabalhos parecidos com esse nos semáforos?
c) Em nossa cidade há trabalhos infantis parecidos com esse?
d) O que donos do comércio local, pais e educadores da comunidade escolar pensam sobre isso?
e) Que ações sugerem para combater o trabalho infantil nos semáforos?
3. Relação das fontes (que serão consultadas ou entrevistadas):
a) Reportagens com declarações de representantes do Ministério Público do Trabalho de São Paulo.
b) Representante de um comércio importante para a localidade.
c) Um pai ou uma mãe que seja também motorista.
4. Imagens: pesquisar cenas de trabalho infantil com “meninos-placa”, cenas que sugiram riscos do trabalho no trânsito.
5. Tempo: 3 minutos.
Pauta 3
1. Resumo do fato: um projeto, ligado ao PETI, aposta no leite de cabra para erradicar o trabalho infantil.
2. Direcionamento (perguntas ou hipóteses):
a) O que é o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI)?
b) O que é o Projeto Cabra Escola?
c) Que vantagens ele traz?
d) Em nossa cidade há projetos ligados ao (PETI)?
e) Quais são eles?
3. Relação das fontes (que serão consultadas ou entrevistadas):
a) Reportagens sobre o PETI.
b) Reportagens sobre o Projeto Cabra Escola.
c) Especialista em nutrição ou profissionais ligados à saúde.
d) Assistente social ou educador.
e) Representantes de projetos ligados ao PETI desenvolvidos na cidade.
4. Imagens: cenas de reportagens sobre o Projeto Cabra Escola, cenas de outros projetos ligados ao PETI.
5. Tempo: 3 minutos.
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2. Organizando as atividades do grupo
1. Dividam as tarefas no grupo, discutindo quem ficará responsável por:
a) levantamento de mais informações para o estudo do tema e das fontes;
b) elaboração das questões para o roteiro de entrevista;
c) realização das entrevistas;
d) filmagem das entrevistas e de outras cenas;
e) pesquisa de cenas, entrevistas e dados disponíveis na internet que possam ser usados na reportagem (não se esqueçam de indicar os créditos dessas fontes);
f) seleção do material e das falas que entrarão na reportagem;
g) escolha de elementos de sonoplastia (músicas, sons que podem sugerir efeitos de sentido);
h) organização do roteiro de edição e discussão dele com seu professor, que atuará como editor;
i) ajustes do roteiro, se houver indicações do editor;
j) produção de um DVD com a reportagem.
Dicas importantes:
• Os componentes dos grupos, como em uma equipe de reportagem, devem estar bem “afinados”, discutir bastante para que as decisões sejam bem compreendidas por todos. Assim, vocês precisam prever momentos de discussão coletiva para cada uma dessas etapas.
• Não se esqueçam de retomar tudo o que aprenderam para cada uma das fases da reportagem.
• Para a produção do roteiro de edição, criem um arquivo em Word®, como o que usamos aqui, indicando imagens de um lado e áudio de outro. Lembrem-se da redação com efeitos de neutralidade nos textos que cabem ao repórter. Apoiem-se também na ficha de avaliação “Reportagem audiovisual”.
• Na produção do DVD, incluam legendas nas falas dos entrevistados e os créditos das imagens que foram usadas de outras reportagens.
Vamos repensar
Relembrem as perguntas do começo do capítulo.
1. Escreva um pequeno texto, sintetizando o que você discutiu e aprendeu e o que você considera ter sido importante para ajudá-lo a construir respostas para as questões acima.
2. Compare seu texto com as anotações que você fez no caderno ao longo dos dois capítulos.
3. Conclua: hoje você sabe mais do que sabia antes?
• O que é o trabalho infantil?
• Que consequências ele pode ter?
• Qual é a dimensão dele no Brasil?
• Como informar mais pessoas sobre essa realidade?
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Avaliando a produção
Após exibirem as reportagens, avalie a experiência com seus colegas e professor:
a) Ajudamos a comunidade escolar a refletir mais sobre o tema?
b) Aprendemos a lidar melhor com o gênero reportagem e com a “linguagem das câmeras”?
Depois disso, em grupos preencham a ficha de avaliação para entregar ao professor.
Ficha de avaliação 4
Reportagem Audiovisual
Adequação à proposta
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1. Elaboraram uma reportagem audiovisual sobre o trabalho infantil, desenvolvendo as sugestões da pauta?
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Adequação às características estudadas do gênero
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2. As imagens produzidas têm enquadramento adequado?
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3. As imagens escolhidas de outras fontes foram adequadas às intenções da reportagem?
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4. As entrevistas feitas obtiveram informações e opiniões importantes para o tema da pauta?
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5. As fontes pessoais foram bem escolhidas?
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Construção da coesão/coerência do texto (textualidade)
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6. O roteiro de edição estabelece sequência coerente entre as partes da reportagem audiovisual (cabeça, off, entrevistas e pé)?
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7. As deixas iniciais e finais garantem a coerência das falas dos entrevistados?
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Uso das regras e convenções da gramática normativa
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8. Os textos que cabem ao repórter estão escritos em terceira pessoa?
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9. A redação deles sugere objetividade e neutralidade?
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10. Os textos estão adequados às normas urbanas de prestígio?
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Roda de leitura - Mitos: a beleza e a força de narrativas através dos tempos
Somos seres marcados pela capacidade de usar a razão, mas também pela capacidade de imaginar. Ao longo da História, produzimos saberes com valor científico e outros inventados, sem nenhuma possibilidade de comprovação, mas nem por isso menos válidos como forma de conhecer valores e crenças de grupos sociais. Assim nasceram os mitos: narrativas com que diferentes povos buscaram compreender e explicar aspectos da vida. Na Grécia Antiga, civilização que marcou diversas culturas, criaram-se belíssimas histórias de deuses, homens, amores, desafios e tragédias... Se hoje já não há a crença nos deuses que moravam no Olimpo e que de lá podiam governar o destino dos homens, a força dessas histórias permanece, provocando nossas emoções, curiosidade e reflexões. Não é à toa que as diferentes artes continuam revisitando a mitologia grega!
[...]
O céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu
E lendo teus bilhetes eu penso no que fiz
Querendo ver o mais distante sem saber voar
Desprezando as asas que você me deu
[...]
VIANNA, Herbert. “Tendo a lua”. In: Os Paralamas do Sucesso. Os grãos. EMI-Odeon, 1991. 1 CD. Faixa 3. (Fragmento).
Clipe
O Monte Olimpo
É o ponto mais alto da Grécia (2.917 m) e foi considerado a morada dos deuses para os antigos gregos.
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Texto 1
Geometria de Ícaro
O céu côncavo abarca o voo.
O sol oblíquo derrete a cera e o sonho.
O mar convexo recebe a queda.
FIRMINO, Solange. Disponível em:
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