Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



Yüklə 1,85 Mb.
Pdf görüntüsü
səhifə159/471
tarix01.01.2022
ölçüsü1,85 Mb.
#106913
1   ...   155   156   157   158   159   160   161   162   ...   471
Silvia Maria de Ara jo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi M.docx

práticas   keynesianas:   inspiradas   nas   ideias   do   economista   inglês   John

Maynard Keynes (1883-1946), que defendia maior regulação do mercado pelo

Estado a fim de garantir o pleno emprego para a população.

otimização:   forma   de  obter   melhores  condições  para  algo.  No   contexto  de

produção, significa produzir mais em menos tempo ou com menos recursos.

Fim do glossário.

139

Os   trabalhadores   são   treinados   para   a   alta   produtividade   mediante   o   uso

eficiente do tempo, a divisão de atividades, a separação entre concepção e

execução das tarefas e a economia de movimentos exercidos em cada função.

Essa   racionalização   científica   do   tempo   e   dos   movimentos   leva   à

especialização e à intensificação do ritmo de trabalho, visando ao controle dele.

LEGENDA:   Trabalhadores   na  linha   de   produção  de   automóveis  em   Detroit,

Estados Unidos, 1911.

FONTE: Akg-Images/Latinstock



Associados, o fordismo e o taylorismo constituíram um eficiente sistema de

produção que se espalhou também para outros setores econômicos, além

da   indústria.   O   consagrado   filme  Tempos   modernos,  de   Charles   Chaplin,

aborda   de   forma   irônica   o   trabalho   de   tipo   fordista-taylorista   e   suas

consequências para os indivíduos.

Depois de duas grandes guerras e em meio à corrida desenvolvimentista entre

as   potências   mundiais,   nos   anos   1960   e   1970,   ocorreram   importantes

mudanças   no   âmbito   do   trabalho.   Para   adaptarem-se   às   oscilações   do

mercado, as  empresas implantaram  um  conjunto  de  inovações tecnológicas

(derivadas  da informática  e  da  robótica) e organizacionais,  que alteraram  a

maneira de gerir o trabalho. Mais uma vez, soluções produtivas surgiram como

resposta a uma crise capitalista, a chamada "crise do petróleo". Dessa vez, o

modelo veio do Japão.

LEGENDA: A tirinha, de 1996, de autoria de Bob Thaves, satiriza a alienação a

que o trabalhador está sujeito no modelo fordista.

FONTE: Bob Thaves © 1996 Thaves/Dist. by Universal Uclick for UFS



140

O   Japão,   que   tinha   sido   arrasado   na   Segunda   Guerra   Mundial,   estava

experimentando uma nova forma de organização da produção, mais flexível,

criada por Taiichi Ohno e introduzida na fábrica de veículos Toyota, na década

de 1950, que se espalhou para outros países do mundo. Nesse modelo de

produção,   denominado  toyotismo  (ou   modelo   japonês),   a   produção   é

comandada pela demanda do mercado e não trabalha com grandes estoques

de insumos e de mercadorias.

A introdução de mais máquinas, equipamentos, programas, processos e novas

formas de administrar os empregados levou à diminuição geral dos custos, a

um   maior   controle   sobre   os   trabalhadores   e   à   redução   de   mão   de   obra

utilizada.   A   esse   modo   de   produzir,   altamente   flexível   e   com   economia   de

recursos, convencionou-se chamar produção enxuta. O processo de trabalho

tornou-se mais flexível nas empresas que adotaram o toyotismo, no seguinte

sentido: a mão de obra é multifuncional, ou seja, o trabalhador deve se adequar

a diferentes  funções;  há  controle  visual  da  produção,   com  a  supervisão  de




todas   as   etapas,   buscando   a   qualidade   do   produto   final;   e   a   produção   é

estabelecida segundo a demanda e a necessidade de produtos personalizados.

LEGENDA: Linha de montagem de empresa automobilística chinesa instalada

em Jacareí (SP). Foto de 2015.

FONTE: Nilton Cardin/Folhapress

Para   muitos   autores   o   modelo   toyotista   substituiu   o   fordismo.   No   entanto,

diversas pesquisas realizadas pelos sociólogos do trabalho demonstraram que

o fordismo não desapareceu. A racionalização da produção, com a adoção de

alguns   princípios   característicos   do   toyotismo,   em   muitos   casos   configurou

sistemas de produção híbridos, fordistas-toyotistas. O fato é que, com essas e

outras   mudanças   no   âmbito   da   política,   inaugurou-se   um   tempo   de   grande

flexibilidade não apenas na produção, mas também nas relações sociais e do

trabalho,   nas   bases   econômicas   e   geográficas,   como   atesta   a   dinâmica

produtiva das empresas transnacionais.

A Terceira Revolução Industrial (ou Revolução Tecnológica), ocorrida a partir

dos anos 1970, automatizou o trabalho, introduziu a informática e a robótica,

desenvolvendo a capacidade de acumular, armazenar, processar e distribuir

informações.

Glossário:

insumo:   termo   empregado   na   economia   para   se   referir   aos   elementos

necessários   para   produzir   mercadorias   ou   serviços,   tais   como   as   matérias-

primas, os equipamentos, o capital, etc.

Fim do glossário.



141

A   maneira   de   produzir   transitou   da   rigidez   das   formas   de   organização

taylorista-fordistas, nas quais cada pessoa detinha um posto de trabalho e uma

máquina, para a flexibilização na produção, no trabalho e nos mercados. Isso

não   significa   que   a   produção   fordista   tenha   desaparecido,   mas   que   essas

formas de produção podem até coexistir em uma mesma empresa, quando se

combinam  elementos  do  fordismo,  do taylorismo  e  de  sistemas flexíveis de

produção.




Essa reorganização da produção, baseada na inovação de equipamentos, na

flexibilidade de tempo e de mão de obra, na redução do custo e no controle da

qualidade, é denominada reestruturação produtiva. Desenvolvida nos países

capitalistas centrais nas décadas de 1970 e 1980, ela chegou ao Brasil com

intensidade   nos   anos   1990,   período   marcado   por   ajustes   nas   relações

trabalhistas.   Nesse   contexto,   é   importante   conhecer   as   alterações   que

acontecem nas relações de trabalho, uma vez que essas se compõem de um

conjunto de leis e normas sociais reguladoras da compra e venda da força de

trabalho e também dos conflitos resultantes.

O   geógrafo   britânico   David   Harvey   (1935-)   alerta   que,   nas   condições   da

produção capitalista, a socialização do trabalhador envolve o controle social

amplo das suas capacidades físicas e mentais. O maior controle do trabalho

contribui para a acumulação do capital, e ele acontece também fora do local de

trabalho,   estimulando   a   familiarização   do   trabalhador   com   os   objetivos   da

empresa e convencendo-o a participar e a cooperar com o processo produtivo,

estratégias típicas das novas formas de gestão do trabalho. Um exemplo desse

envolvimento integral com o trabalho são aqueles trabalhadores que, por meio

de celulares e computadores, permanecem à disposição da empresa além do

horário previsto em contrato.

LEGENDA:   A   tirinha   de   Laerte,   de   2012,   ironiza   a   maneira   como   o   ritmo

intenso de trabalho inibe a capacidade do trabalhador de aproveitar seu tempo

livre.


FONTE: Laerte/Acervo do artista

Presente   na   indústria   e   nos   serviços,   a   produção   flexível   acontece   por

encomenda,   utiliza   técnicas   que   produzem   mais   em   menos   tempo   e   com

menor número  de  trabalhadores. Ela se diferencia  tipicamente  da  produção

fordista, que é baseada na produção em massa, com altos níveis de estoque e

rígido   controle   sobre   o   trabalhador.   O   uso   de   máquinas   complexas   na

agricultura,   por   exemplo,   permitiu   o   cultivo   de   extensas   áreas   rurais,   que

favoreceu   a   competição   na   venda   mundial   de   grãos,   mas   reduziu

drasticamente o emprego de trabalhadores. Algumas dessas mudanças podem

ser vistas no quadro da próxima página, no qual são comparadas as principais

características   dos   dois   sistemas   de   produção   em   países   de   capitalismo



avançado,   levando   em   conta   o   mercado,   a   produção,   a   organização   do

trabalho,   as   inovações   técnicas   e   organizacionais   e   a   estruturação   das

fábricas.


Yüklə 1,85 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   155   156   157   158   159   160   161   162   ...   471




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin