Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim


As primeiras inquietações dos cientistas sociais



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As primeiras inquietações dos cientistas sociais

A partir do século XVIII, quando se consolidou o sistema econômico em que

vivemos   atualmente   -   o   capitalismo   -,   as   formas   como   os   indivíduos   se

apropriam dos recursos da natureza e dos bens produzidos passaram a ser

cada vez mais importantes para o pensamento social. Os estudiosos da vida

social perguntavam-se: por que tantos seres humanos estão relativamente à

margem do consumo dos bens e do usufruto de direitos?

Quando os indivíduos de uma sociedade acentuam as diferenças entre si, os

segmentos   marginalizados   e   as   minorias   são   postos   em   situação   de

desvantagem. As diferenças de gênero (entre homens e mulheres), de origem




étnica ou regional, entre outras, transformam-se em desigualdades de direitos

e   oportunidades.   Quase   sempre   são   justificadas,   disfarçadas   ou   mesmo

negadas por aqueles que exercem a dominação, em contextos específicos, a

fim   de   garantir   a   manutenção   da   ordem   social   vigente.   No   entanto,   essas

desigualdades provocam tensões e movimentos.

LEGENDA: Aquarela de Jean-Baptiste Debret (1768-1848) publicada no livro

Viagem pitoresca e histórica ao Brasil. As desigualdades de gênero e etnia nas

relações   sociais   são,   em   geral,   justificadas   ideologicamente   para   garantir   a

manutenção da ordem social vigente.

FONTE: Reprodução/Fundação Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro, RJ.

Como   vimos   no   Capítulo   1,   a   Sociologia   nasceu,   no   século   XIX,   em   um

contexto   de   significativas   mudanças   sociais,   políticas   e   econômicas.   Nessa

época, na Europa ocidental, muitas pessoas deixavam o meio rural rumo às

cidades.   O   processo   intenso   de   urbanização   e   o   aumento   populacional

desenfreado geraram uma série de problemas sociais, como crises de fome,

desigualdades,   epidemias   e   longas   jornadas   de   trabalho   em   condições

inadequadas.   Essas   questões   desencadearam   revoltas   e   mobilizações

populares por melhores condições de moradia, saúde, alimentação, trabalho,

entre outras necessidades a serem satisfeitas socialmente.

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Até então, predominava a visão de que as desigualdades sociais e econômicas

eram   fenômenos   naturais.   Essa   concepção,   chamada  naturalista,

desconsiderava a necessidade de realizar pesquisas para entender a posição

dos indivíduos e grupos na estrutura da sociedade. Pensava-se que o lugar de

cada um já estava determinado para sempre por normas, regras, tradições e

valores   sociais   dominantes,   como   os   valores   religiosos.   Essas   normas

costumavam ser justificadas por fatores biológicos e divinos.

As   ciências   preocupadas   com   a   vida   coletiva   romperam   com   essa   visão,

mostrando   como   o   modo   de   se   organizar   socialmente   e   as   mudanças   nas

formas de conviver e de trabalhar repercutiam e repercutem nas condições de

vida da população. Nessa reflexão sobre a realidade das relações entre os




seres humanos, as Ciências Sociais puderam identificar como se produziam e

se produzem desigualdades em diferentes momentos da história da sociedade.

Os   fundadores   da   Sociologia   no   século   XIX   -   hoje   chamada  Sociologia


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