Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



Yüklə 2,32 Mb.
səhifə130/434
tarix07.01.2022
ölçüsü2,32 Mb.
#87965
1   ...   126   127   128   129   130   131   132   133   ...   434
Pausa para refletir

Leia a análise do economista Marcio Pochmann (1962-) sobre a discriminação no mercado de trabalho brasileiro entre 1992 e 2002.



A variação, entre 1992 e 2002, da taxa de desemprego da população branca de baixa renda (49,5%) é pouco maior que a verificada para a população negra nessa faixa (46,7%). Nas classes de maior rendimento, ocorreu justamente o contrário, ou seja, a desigualdade entre as raças na variação do desemprego foi ampliada. Assim, o desemprego dos negros de renda alta, entre 1992 e 2002, aumentou 68%, enquanto o dos brancos dessa classe de rendimento cresceu 46,2%. De acordo com o comportamento do desemprego, pode-se observar que a discriminação racial alcançou novas formas de manifestação, ainda mais sofisticadas. A taxa de desemprego dos negros pobres cresceu menos, uma vez que estes tenderam a estar associados, em geral, às ocupações mais precárias, enquanto o desemprego dos negros de média e alta renda explodiu, provavelmente porque, em um contexto de escassez de empregos especializados, o preconceito racial atuou como um requisito decisivo na contratação. Assim, a discriminação racial passou a excluir de ocupações mais nobres aqueles que, depois de muito esforço, haviam alcançado maior renda e escolaridade.

POCHMANN, Marcio. Desempregados do Brasil. In: ANTUNES, Ricardo (Org.). Riqueza e miséria do trabalho no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2006. p. 64-65.

O gráfico a seguir faz um recorte de uma das realidades do mercado de trabalho. Nele, é possível observar que, além das mulheres em condições de trabalho mais precarizadas, a informalidade (o trabalho sem garantias mínimas e sem carteira assinada) atinge majoritariamente a população preta e parda (conforme definição do IBGE), uma vez que quase a metade dos trabalhadores desse grupo com mais de 16 anos são informais. Segundo o IBGE, em Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio 2004/2013, apesar da crescente formalização nos últimos anos, a distância que separa a população ocupada de cor preta e parda da população ocupada de cor branca, no que se refere às características de inserção no mercado de trabalho, pouco se alterou.


Yüklə 2,32 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   126   127   128   129   130   131   132   133   ...   434




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin