Neoliberalismo e seus desdobramentos
O neoliberalismo é uma corrente política e teórica que concebe a sociedade assentada na liberdade dos indivíduos e do funcionamento do mercado. Inspirado no liberalismo clássico, que defende um capitalismo livre de regras e regulamentações, o neoliberalismo rejeita a intervenção do Estado na economia e valoriza a superioridade do mercado na vida social, incentivando a concorrência e a liberdade de iniciativa como mecanismos capazes de assegurar a soberania do consumidor, o crescimento da riqueza e o desenvolvimento humano.
Considerado como ideologia política da classe que detém o capital na globalização, o neoliberalismo não implica "negar" o papel central do Estado na economia capitalista, mas reconstituí-lo segundo a lógica das corporações transnacionais, analisa o sociólogo brasileiro Giovanni Alves (1961-). Nesses termos, cabe ao Estado manter o equilíbrio entre os preços das mercadorias e dos salários e atentar para temas como a redução dos gastos públicos.
Diante das crises sucessivas de acumulação e das mudanças no jogo de forças econômicas mundiais, o capitalismo passou a privilegiar o setor financeiro, ou seja, aquele que engloba bancos e bolsas de valores. Governos de países em desenvolvimento, influenciados pela ideologia política neoliberal, procuraram atrair, a partir das últimas décadas do século XX, recursos vindos dos países mais ricos (via bolsa de valores) para o seu desenvolvimento. Esses investimentos externos nem sempre foram aplicados na produção de bens e de serviços locais, desvinculando-se da necessidade de criar empregos, distribuir renda e ampliar o mercado consumidor. Com isso, ocorreu maior concentração de riqueza, com uma minoria da população consumindo parte significativa das riquezas e a maioria tendo acesso restrito aos bens produzidos.
FONTE: Orlando Pedroso/Arquivo da editora
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