movimento contra-hegemônico: iniciativa na esfera local que tende a resistir a poderes transnacionais e globais de variadas maneiras.
Fim do glossário.
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As Ciências Sociais investigam esse conjunto de processos e instituições em escala global e dão-nos a conhecer os matizes dessa dimensão ampliada da sociedade.
O sociólogo português Boaventura de Sousa Santos (1940-) reconhece duas principais formas de globalização: a) o localismo globalizado, em que um fenômeno local é disseminado com sucesso, como a alimentação fast-food estadunidense, que foi levada ao resto do mundo; b) o globalismo localizado, que é um reflexo de práticas transnacionais nas condições de vida locais. Essas são práticas que ultrapassam o espaço de um único país, como a instalação de grandes empresas numa região, o que, às vezes, modifica ou até destrói a economia local.
Nessa linha de raciocínio, Santos identificou uma divisão internacional dos países em relação à globalização. Os países desenvolvidos, aqueles que historicamente têm garantida sua posição na economia mundial, especializam-se nos localismos globalizados, isto é, eles disseminam valores, comportamentos e hábitos culturais, bem como empresas e domínios econômicos. Já os países em desenvolvimento estão sob os efeitos da globalização e sofrem com as imposições de fora para dentro. São países que recebem influências externas e também exercem, em maior ou menor grau, alguma influência para além de seus territórios. O Brasil é um desses países onde coexistem localismos globalizados e globalismos localizados. Nesse caso, é um país emergente que está se inserindo de forma mais efetiva na economia globalizada nas últimas décadas, e cria localismos globalizados em países de maior fragilidade política, social e econômica, como alguns países vizinhos, latino-americanos, ou países africanos com quem divide laços linguísticos.
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