Natureza: Auditoria Operacional



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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 013.773/2009-6


GRUPO I – CLASSE V – Plenário

TC 013.773/2009-6

Natureza: Auditoria Operacional.

Unidade: Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia – HC/UFU.

Responsáveis: Luzmar de Paula Faria, diretor-geral (CPF 187.056.776-53); Aluísio José Alves, diretor administrativo (CPF 597.665.146-15); Cezar Augusto dos Santos, diretor técnico (CPF 231.549.180-00); Marcelo Simão, diretor clínico (CPF 288.164.716-20); e Selma Andrade Coelho, assessora especial (CPF 001.213.628-09).

Advogado constituído nos autos: não há.
Sumário: AUDITORIA OPERACIONAL. HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS. IDENTIFICAÇÃO DE PROBLEMAS, BOAS PRÁTICAS E OPORTUNIDADES DE MELHORIA NAS ÁREAS DE GESTÃO ESTRATÉGICA, RECURSOS FINANCEIROS, PESSOAL, MATERIAIS, INSUMOS E EQUIPAMENTOS, SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO INSTITUCIONAL E CONTRATUALIZAÇÃO. RECOMENDAÇÕES.
RELATÓRIO
Na sessão de 10/12/2008, por intermédio do acórdão 3.098/2008, este Plenário, ao acatar proposta deste relator, determinou a realização de Fiscalização de Orientação Centralizada – FOC nos hospitais universitários vinculados às Instituições Federais de Ensino Superior – Ifes, com o intuito de produzir amplo diagnóstico da situação existente, disseminar boas práticas encontradas e oferecer propostas concretas aos poderes Legislativo e Executivo para aperfeiçoamento da gestão administrativa, das atividades de extensão, ensino e pesquisa e dos serviços médicos e assistenciais prestados à população por aquelas unidades.

2. O resultado consolidado das várias auditorias operacionais individuais empreendidas foi apreciado por este colegiado na sessão de 25/11/2009, oportunidade em que, à luz das evidências coletadas, das análises empreendidas e das sugestões de aprimoramento oferecidas pela equipe de coordenação da Secretaria de Controle Externo no Estado do Rio Grande do Sul – Secex/RS, foram efetuadas diversas determinações, recomendações e comunicações a instâncias do Congresso Nacional e do poder Executivo.

3. Nesta oportunidade, examina-se a auditoria operacional realizada, no âmbito da Foc acima descrita, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia – HC/UFU.

4. Construído como unidade de ensino para o ciclo profissionalizante do curso de Medicina da extinta Escola de Medicina e Cirurgia de Uberlândia, o HC/UFU foi inaugurado em 26/8/1970 e tornou-se, nos dias atuais, o único hospital público de referência para procedimentos médicos de média e alta complexidade nos municípios do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba. Com 510 leitos, é hoje o maior hospital prestador de serviços pelo Sistema Único de Saúde – SUS de Minas Gerais, com capacidade de atendimento superior à do Hospital de Clínicas de Belo Horizonte.

5. Dentro do escopo do trabalho empreendido, foram avaliados os processos internos do hospital nas áreas de: a) gestão estratégica, b) recursos financeiros, c) pessoal, d) materiais, insumos e equipamentos, e) sistemas de informação, f) avaliação de desempenho institucional e g) contratualização. Para tanto, embora a maior parte dos levantamentos tenha sido executada no HC/UFU, três outras instituições também foram visitadas: a Universidade Federal de Uberlândia – UFU, a Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia e a Fundação Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia – Faepu, fundação de apoio vinculada à UFU.

6. Inicialmente, a equipe de auditoria apresentou, em seu relatório, a seguinte visão geral do HC/UFU (fls. 142/144):


“Nome da Instituição: Hospital de Clínicas de Uberlândia – HC/UFU

Número do CNPJ: 256.483.870.002-07

Natureza Jurídica: Órgão

Vinculação Ministerial: Ministério da Educação – MEC

Endereço: Avenida Pará, 1.720 – Campus Umuarama

CEP 38405-382 Uberlândia – MG

Endereço na Internet: http://www.hc.ufu.br

SIAFI: Órgão: 26.274 UG: 150233 UO: 26.396 Gestão SIAFI: 15.260 UPAG:179 (SIAPE)


Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (por unidades): 2146339 – Ambulatório Amélio Marques, 5945011 – CAPSAD – Luizote de Freitas, 2146363 – Centro de Saúde Escola Jaraguá, 2146355 – Hospital de Clínicas de Uberlândia, 2146347 – Hospital do Câncer, 2209179 – Hospital Odontológico da Universidade Federal de Uberlândia, 2209063 – Pronto Socorro do HC e 2146371 – Unidade Diálise Hemodiálise.

CNPJ da Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia – FAEPU: 25.763.673/0001-24

Atividades de atendimento hospitalar, exceto pronto socorro e unidades para atendimentos a urgências.

Renovado o certificado de entidade beneficente de assistência social no Conselho Nacional de Assistência Social – CNAS, de 14/2/2007 a 13/2/2010.

2.1 Em 9/6/1966, em reunião da Sociedade de Medicina de Uberlândia, foi criada a Escola de Medicina de Uberlândia – EMECIU; e, em seguida, em 21/7/1966, a Fundação Escola de Medicina e Cirurgia de Uberlândia – FEMECIU (fls. 66, v.p.).

2.2 A fundação foi reconhecida como sendo de utilidade pública municipal pela Lei nº 1.434, de 25/11/1.966 e estadual, por meio da Lei nº 4.322, de 21/12/1966; tendo sido autorizada a funcionar após o registro no Conselho Nacional de Serviço Social – CNSS (Processo nº 39.110, de 13/5/1968) e a edição do Decreto-Lei nº 762, de 14/8/1969 (fls. 66, v.p.).

2.3 Em 19/3/1.968, a escola foi inaugurada (Decreto nº 62.261, de 14/2/1968, com reconhecimento pelo Decreto nº 74.363, de 7/8/1974, tendo se consolidado como universidade federal pela Lei nº 6.532, de 24/5/1978 (sigla UFU). O Hospital teve sua inauguração em outubro de 1970, contando com 27 leitos, serviços de pronto socorro e ambulatório. O Instituto Médico Legal – IML foi criado em 4/10/1971, completando o empreendimento arquitetado pelos fundadores da Escola de Medicina. A inauguração do novo pronto socorro e das novas instalações do Serviço Médico de Emergência – SAME ocorreu em 25/3/1976 (fls. 66, v.p.).

2.4 O HC/UFU integra a rede de hospitais universitários do Ministério da Educação, estando vinculado academicamente à UFU. Em 13/6/1984, o Regulamento do Hospital foi aprovado em reunião do Conselho Administrativo do Hospital de Clínicas (alterado em 29/11/1996, fls. 67/80, v.p.). O hospital atua na área de assistência, ensino e pesquisa em saúde, definindo como missão institucional: desenvolver, indissociavelmente e com qualidade, atividades nos níveis de graduação, pós-graduação e educação continuada; promover atividades de pesquisa, extensão, consultoria, administração e assistência a saúde; respeitar e subsidiar a elaboração de princípios constitucionais do sistema público de saúde; participar da rede de saúde macro regional como referência dos diferentes níveis de atenção, preferencialmente, de maior complexidade.

2.5 A partir de sua visão de futuro, o Hospital de Clínicas de Uberlândia deverá (fonte: site do HU):

a) prestar assistência de qualidade, em todos os níveis de atenção, valorizando o processo educativo e o autocuidado, promovendo a desospitalização e reservando as internações aos processos de maior complexidade;

b) dispor de infraestrutura de ensino que garanta um perfil educacional coincidente com o perfil ocupacional dos profissionais de saúde, valorize o espírito de trabalho em equipe multiprofissional e a integração ensino-serviço, e garanta, ainda, o enfoque epidemiológico no planejamento do ensino, da pesquisa e da assistência à saúde;

c) estar com seus processos administrativos automatizados ao máximo e implantar a gestão por processos;

d) documentar e atualizar suas rotinas, incluindo as condutas médicas; e

e) dispor de sistema consistente de processamento da informação, que disponibilize informações das diversas fontes, garantindo às equipes e aos profissionais em formação substrato para uma sólida base de conhecimentos.

2.6 A prestação de assistência de excelência e referência com responsabilidade social, a formação de recursos humanos e a geração de conhecimento caracterizam atuação decisiva na transformação de realidades e no desenvolvimento pleno da cidadania.

2.7 O HU é de grande porte (4) e de alta complexidade. Encontra-se situado em uma área de 51 mil m², sendo 35 mil m² de área construída. Construído há, aproximadamente, 40 anos, o Hospital possui 510 leitos, realizando consultas médicas, cirurgias e outros procedimentos. No momento, não há construção com recursos oriundos do REUNI.



Desempenho Assistencial

2.8 Integrado ao SUS, o Hospital de Clínicas de Uberlândia presta assistência universal e com padrão de excelência. Cem por cento dos leitos cadastrados no CNES destinam-se ao atendimento SUS, não havendo utilização para atendimentos particulares e de convênios. A produção assistencial nos exercícios de 2007 e 2008 está demonstrada no quadro abaixo:



QUADRO I – Produção Assistencial HCPA, exercício 2007 e 2008

Produção Assistencial

2007

2008

Consultas atendidas

464.430

493.125

Internações

20.278

21.018

Procedimentos cirúrgicos

13.548

14.428

Transplantes

74

67

Partos

1.681

2002

Exames

1.124.887

1.258.808

Procedimentos em consultório

149.060

203.277

Sessões terapêuticas

1.675

2.296

Atendimentos de emergência

237.397

206.387

Outros

123.574

125.135

Desempenho Acadêmico

2.9 O HC/UFU recebe, aproximadamente, 2000 estudantes de Graduação de 13 cursos da Universidade. Mantém, ainda, a Escola Técnica em Enfermagem e oferece programas de residência médica em 31 especialidades (162 residentes, em julho de 2009). Dentre os docentes, o HC/UFU possui 201 doutores, 93 mestres, 47 especialistas e 34 graduados.

2.10 Por fim, desenvolve, também, programa de capacitação e aperfeiçoamento de profissionais, disponibilizando cursos abertos à comunidade.

A Pesquisa

2.11 Lado a lado com a assistência, o HC/UFU promove o ensino e a pesquisa em saúde, formando recursos humanos e produzindo conhecimentos. Nos últimos exercícios, o Hospital reforçou sua condição de polo de atração de pesquisadores, com aumento significativo na quantidade de alunos, constatando-se, de 2007 para 2009, um aumento de 100 % no total de mestrandos.

2.12 Em 2008, o HC/UFU desenvolveu iniciativas importantes para fortalecimento e gestão da pesquisa, incluindo o Centro de Hanseníase, referência nacional.

2.13 O curso de pós-graduação, lecionado por um total de 20 professores, foi reconhecido pela CAPES em 1996. Atualmente, há 52 alunos regulares e 15 seguidores de disciplinas isoladas. Em 2008, na Pós-graduação, foram publicados, em periódicos completos (sem contar os anais em congressos), aproximadamente, 33 trabalhos (média de 2 por professor). No campus, é publicada a revista Bioscience Journal.


1. Características de Gestão

2.14 O modelo de gestão do Hospital de Clínicas é composto por elementos presentes desde sua criação e outros desenvolvidos ao longo de sua história. Entre os fatores constituintes, destacam-se a natureza jurídica de órgão; a vinculação direta ao Ministério da Educação; o papel de hospital universitário da UFU; a participação de integrantes da UFU no Conselho Diretor do Hospital; a realização de preceptorias do Programa de Residência Médica do Hospital de Clínicas de Uberlândia pelos professores da Faculdade de Medicina da UFU; e a nomeação, para as chefias dos serviços assistenciais, de professores da UFU.


QUADRO II – Demonstrativo das Receitas e Despesas

DEMONSTRATIVO DAS RECEITAS

Descrição

2005

2006

2007

2008

Receita Orçamentária – FUNDAÇÃO

62.772.900,62

61.024.620,03

64.943.802,92

74.605.412,06

Receita Orçamentária – Universidade

42.192.177,43

65.158.350,58

68.860.575,07

93.207.578,98

Receita Extraorçamentária

1.721.660,00

2.926.357,14

7.605.894,00

14.925.664,41

SUS – Parte fixa contratualizada

41.148.761,76

41.135.165,76

41.135.165,76

47.829.496,64

SUS – Parte variável (Alta Complexidade  e FAEC)

21.624.138,86

19.889.454,27

23.808.637,16

26.775.915,42

Convênios e Particulares

0

0

0

0

Receita Financeira

0

0

0

0

Outras receitas

43.913.837,43

68.084.707,72

76.466.469,07

108.133.243,39

Total das receitas

106.686.738,05

129.109.327,75

141.410.271,99

182.738.655,45















Obs.:1 Receita Orçamentária FUNDAÇÃO – Receitas SUS

Obs.:2 Receita Orçamentária Universidade – Receitas Oriundas UFU

Obs.:3 Receita ExtraOrçamentária – Receitas com Programa Interministerial MEC e Projetos Específicos



Obs.:4 Outras Receitas oriundas UFU, Programa Interministerial MEC e Projetos Específicos

DEMONSTRATIVO DAS DESPESAS

Descrição

2005

2006

2007

2008

Material de Consumo – FUNDAÇÃO

32.011.418,28

32.160.854,93

34.499.160,86

39.789.227,73

Material de Consumo – UFU

1.837.007,63

1.967.945,65

1.545.236,27

3.357.901,69

Serviços de Terceiros – FUNDAÇÃO

2.744.553,96

4.151.028,87

6.081.266,27

7.941.549,86

Serviços de Terceiros – UFU

1.951.827,52

2.323.089,22

2.960.543,81

3.201.227,54

Despesa com pessoal e encargos – CLT

19.569.178,24

21.696.012,98

23.089.884,02

28.572.068,65

Despesa com pessoal e encargos – Terc.

2.123.359,00

2.386.517,64

2.229.914,68

2.087.668,29

Residentes

2.339.539,53

2.537.080,99

3.558.847,65

3.889.203,79

Despesas Financeiras

237.640,81

272.251,57

255.731,91

317.162,21

Desp. Capital Obras Reformas Fundação

3.263.080,11

3.325.391,29

3.739.291,82

2.780.867,85

Desp. Capital Equipamentos Fundação

1.398.462,90

1.425.167,70

1.602.553,64

1.191.800,51

Desp. Capital Obras Reformas Univers

4.256.581,00

3.366.893,00

4.122.670,00

3.000.000,00

Desp. Capital Equipamentos Univers

325.353,70

387.181,70

490.061,40

350.000,00

Desp. Com pessoal

59.352.000,00

66.649.000,00

72.400.000,00

89.528.000,00

Depreciação

0

0

0

0

TOTAL

131.410.002,68

142.648.415,54

156.575.162,33

186.006.678,12”

7. Em seguida, a equipe passou a relatar a situação encontrada, as boas práticas detectadas e os achados de auditoria no tocante aos diversos aspectos abordados na fiscalização (fls. 146/184):


3 – Gestão Estratégica

3.1 Uberlândia, cidade de, aproximadamente, 650 mil habitantes, não possui hospital municipal, o qual somente estará concluído em dezembro de 2009. O novo hospital terá 285 leitos (a carência de leitos do SUS, na cidade, seria de 750 leitos, sendo 40 de UTI adulto); contudo, não contará com pronto socorro. Deve destinar-se ao atendimento de baixa e de média complexidade, sem resolutividade nas oito UAI´s da cidade, efetuando pagamento por produção. Tal distribuição evidencia uma tendência à especialização, pois somente a alta complexidade ficaria a cargo do HU. O Município recebe nove milhões e trezentos mil reais para cobrir as despesas com a prestação de assistência à saúde. Desse total, seis milhões e seiscentos são repassados ao HU para cobrir os gastos na prestação de assistência em saúde e dois milhões e setecentos mil reais custeiam o atendimento nas UAI´s e na rede privada (cerca de R$ 1.200.000,00 por mês com o pagamento de leitos – os hospitais particulares somente aceitam a tabela da Associação Médica Brasileira – AMB, em média, o dobro do valor pago pelo SUS).

3.2 O HU/UFU foi criado para ser um hospital direcionado, sobretudo, para o ensino. Contudo, devido à pequena rede de hospitais credenciados pelo Sistema Único de Saúde – SUS, em Uberlândia (apenas quatro hospitais: Maternidade São Francisco, Hospital Geral Santa Marta, Clínica Infantil Dom Bosco e Hospital Santa Catarina), atende, principalmente, a demanda pela prestação de assistência em saúde, na região. O seguinte contexto comprova a nossa assertiva:

a) os quatro maiores hospitais de Uberlândia não são credenciados pelo SUS;

b) a Santa Casa foi adquirida por um grupo privado;

c) a cidade não dispõe de hospitais filantrópicos nem de hospitais estaduais;

d) o único pronto socorro público, aberto 24 horas por dia, está no HU; e

e) Uberlândia é pólo regional, atendendo a demanda das cidades vizinhas, fato comprovado pela presença constante, no estacionamento do HU, de ambulâncias e ônibus oriundos de Araguari, Ituiutaba, Monte Alegre e outras cidades circunvizinhas, que não realizam investimentos em saúde.

3.3 De acordo com o Diretor-Geral, há troca de informações entre os HU, por meio da ABRAHUE – Associação Brasileira dos Hospitais Universitários e de Ensino, em reuniões e seminários (fls. 63, v.p.).

3.4 O site do HU estabelece a missão, os valores e outras definições da alta administração, contemplando as necessidades assistenciais, de ensino e de pesquisa. Questionada sobre a definição das diretrizes no Plano Estratégico 2009, o HU encaminhou somente o Plano de Trabalho da FAEPU (fls. 02/03, anexo 3).

3.5 O atual Regulamento do Hospital de Clínicas (fls. 67/80, v.p.) prevê, como órgão colegiado, somente o Conselho Administrativo, que não se reuniu em 2009 (item 23 do Ofício nº 6 – DIRAH, de 28/7/2009), inviabilizando o levantamento de assuntos relevantes discutidos. A definição dos membros dos conselhos somente ocorrerá após a aprovação do Regimento Interno (proposta às fls. 81/103, v.p.), que prevê, também, o Conselho de Integração HCU – Sociedade e o Conselho Local de Saúde.

3.6 O Relatório de Gestão de 2008 (TC 015.203/2009-3) define os objetivos, as metas por programa, as responsabilidades institucionais das unidades na execução das políticas públicas e a estratégia de atuação nas áreas de (pós) graduação, pesquisa, extensão, estudantes, pessoal, gestão e infraestrutura. Apesar da alternância no poder (janeiro de 2009), há planejamento sistemático e contínuo na elaboração e no acompanhamento das metas atingidas e as a atingir em 2009 (acompanhadas e mensuradas pelo Setor de Estatísticas).

3.7 Não constatamos a formalização de diretrizes para elaboração nem observações relativas às análises de POP e de protocolos clínicos no Plano de Trabalho da FAEPU (fls. 02/03, anexo 3) nem no Relatório de Gestão de 2008 (TC 015.203/2009-3).

3.8 O HU não dispõe de planos de ação das unidades internas, utilizando-se, no que couber, do Plano Diretor de 2005. A elaboração destes planos aguarda a entrada em vigor do novo Regimento Interno e a consolidação das novas gerências, empossadas em 2009.

3.9 A carência de estrutura faz com que a cidade receba menos recursos do que outras de menor porte; contudo, de maior capacidade instalada, como Juiz de Fora.

3.10 O HU tem 100% de leitos direcionados ao SUS (fls. 64, v.p.), não havendo atendimento nem pagamento privado por consultas, internações e cirurgias (fonte: entrevistas).

3.11 A alocação de pacientes, no sistema regional, é realizada a partir do sistema SUS fácil, central de regulação estadual que encaminha os pacientes, conforme a complexidade do procedimento e as vagas disponíveis nos hospitais da região, conforme (contra)referência. Nos bairros da cidade, a distribuição do atendimento é baseada na localização geográfica da residência do munícipe em relação as oito UAI´s de Uberlândia.

3.12 O HU constatou que mais de 300 pacientes informaram ao cadastro hospitalar o mesmo endereço, no Bairro Umuarama, mesmo logradouro do HU. O fato decorre de que, em virtude da gratuidade e da alta qualidade dos serviços prestados, a maioria da população prefere ser atendida diretamente no HU, em detrimento das UAI´s mais próximas (que deveriam ser destinadas a, no máximo, sala de observação). Para evitar a concentração no HC, o Município pretende implantar o cartão municipal, no qual constará o bairro no qual reside o munícipe, vinculando-o à UAI mais próxima.



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