diretamente ligada à história da psicanálise. Tudo começou com a
intensa amizade entre Sigmund Freud e o otorrinolaringologista
Wilhelm Fliess, atestada na vasta correspondência entre ambos. O
primeiro encontro aconteceu em outubro de 1887, portanto um ano
após o casamento de Freud com Marta, quando Fliess, de passagem
por Viena, é apresentado a Freud por Josef Breuer. Os temas dessa
correspondência, além do que se convencionou chamar de auto-
análise, eram os mais variados: problemas domésticos, estudos, pro-
jetos, casos clínicos, leituras, etc. A técnica para a auto-análise,
sustentada por uma interpretação das cartas de Freud, aconselha a
interpretação dos próprios sonhos, esquecimentos, atos falhos e a
análise de sintomas, tais como estado depressivo, dores de cabeça,
dores de barriga e etc.
que tenha mantido essa crença para o resto de sua vida. Em 14 de
novembro de 1897, numa carta dirigida a Fliess, temos o testemu-
nho desta mudança. Inicialmente ele diz: Antes da viagem de féri-
as, eu lhe disse que o paciente mais importante para mim era eu
mesmo; e então, de repente, depois que voltei das férias, comecei
minha auto-análise, da qual não havia nenhum sinal na época.
tornando, inclusive, a análise interminável? Foi preciso surgir um
jovem médico, que não reconheceu neles a marca da letra freudiana
e, justamente por isso, deu início a um ensino, pautado pela reto-
mada dos textos freudianos, para desmistificar a auto-análise. Seu
nome era Jacques Lacan.