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Pobre Brasil!... Foi uma tentativa falha de nacionalidade. Paciência...
E que nos adiantam os Estados Unidos? Será sempre um senhor.
Todo este continente está destinado ao pasto das feras... Sul
América... Ridículo... Mas não haverá uma salvação, não haverá um
deus ou uma força que paralise o raio armado contra nós?... Enfim,
vá lá...
Mea culpa, e está acabado... Temos o que merecemos... Daí,
pode ser que seja melhor... A Terra prosperará...
Melhor
administração... mais polícia... e é só... Vale a pena? E o mundo é só
isso? Vale a pena viver para ter mais polícia? E a língua? a raça...
esta associação... degradada se quiserem... mesquinha... sim, fraca,
quase a esfacelar-se... mas amorável, boa e amada, apesar de tudo,
porque é nossa, nossa... Oh! muito nossa...”
Caminhando, assim chegaram à casa, onde eram esperados para
jantar. Puseram-se à mesa, e o meirinho, já de volta das intimações,
ajudava o serviço. Saindo do seu esconderijo, Maria rodava pela
sala, sempre perseguida pelos homens. A pobre, porém, parecia fria
e indiferente às
frases atrevidas, imorais, com que a cobriam os
sujeitos da Justiça. Acabado o jantar, estes puseram as cadeiras do
lado da casa e entretiveram-se a conversar pela noite adentro,
enquanto as estrelas se vinham abrindo numerosas e infinitas.
O juiz de direito não desanimava
em desmanchar qualquer
impressão sobre a sua falta de patriotismo que porventura ficasse no
espírito de Pantoja, temido pela sua influência política, e voltava ao
assunto.
– O meu nacionalismo, capitão, é antigo. Desde a Academia fui um
exaltado em questões de patriotismo. Ah! nunca transigi.
– Mas isso foi noutro tempo, creio que hoje... – ia interrompendo
Maciel por brincadeira.
– Hoje, com a idade – respondeu empenhado Itapecuru pondo o
monóculo –, redobrou o meu nativismo. Não dou tréguas ao
estrangeiro. Aqui para nós, sou até jacobino.
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–
Mas divertiu-se bem na Europa, e com certeza, se pudesse, não
sairia de lá –, objetou Maciel.
– Nunca abandonaria minha Pátria. Não nego que a Europa tenha
alguma coisa de bom. Aqueles que, como o senhor, sentem desgosto
de ser brasileiros devem dar uma vista d’olhos ao velho mundo. É
salutar, creia.
Os meus sentimentos nacionais, confesso, estavam
enfraquecendo, mas, vendo a decadência da Europa,
tive orgulho
deste Brasil e voltei ao meu furor. Não é debalde que me chamo
Itapecuru. É a marca nativista que trago da Academia...
– Como assim? – inquiriu Brederodes.
– Quando Gonçalves Dias e Alencar deram o grito de alarma pelo
Brasil, pelo caboclo, nós, estudantes, respondemos ao nosso modo...
Eu me chamava Manoel Antônio de Sousa. E só. Sousa cheirava a
galego. Acrescentei Itapecuru. Manoel Antônio de Sousa Itapecuru...
Foi um movimento geral. Cada um tomou um nome indígena, e daí
os Tupinambás, os Itabaianas, os Gurupis.
Quando mais tarde a palestra esmoreceu, o juiz de direito disse aos
companheiros:
– Meus senhores, que propõem para matar o tempo? Vamos a uma
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