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chegar ao outro com respeito, sem tentar catequizar, convencer, competir, sem fazer promoção arrogante das nossas certezas. Essa ação diferente no Grupo e nos Serviços é que vai preparando-nos para a recuperação maior de nós mesmos e de nossas relações.
Essa é a ação que traduz e fortalece a recuperação e a ela precisamos estar atentos com perseverança e muito boa vontade, um dia de cada vez, um momento de cada vez.

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sábado, 30 de outubro de 2010

EM FAMÍLIA - Familiares “Difíceis”

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Buscamos nos aproximar e relacionar com pessoas mais afins conosco, que atendam nossos anseios ou se enquadrem em nossas expectativas. Procuramos sua convivência, gostamos de sua proximidade; parecem nos“completar”, nos entender; parecem “fáceis” e confortáveis de se conviver.
Em Família, no entanto, nos sentimos muitas vezes obrigados ao convívio com pessoas que nos parecem tão diferentes, erradas, “difíceis”. Um Poder Maior nos uniu pelo sangue, pelas circunstâncias cujo controle nos escapam, por impulso das paixões, por motivos que nos parecem incompreensíveis. São muito mais diferentes que nossas naturais diferenças. Não se adéquam ao perfil, ao estilo, às expectativas mínimas da Família, nem de cada um de nós em particular. Nós os rotulamos de “ovelhas negras”, “espíritos de porco”, etc e esses aspectos “difíceis” se revelam em suas atitudes nas interações dentro da Família. Mostram-se contestadores, confrontadores, ou fugidios e distantes, ou invasivos e dominadores, ou manhosos e manipuladores, ou ...
São “estranhos no ninho”. A Família entra em luta tentando manter a ninhada o mais igualada possível para melhor controle e proteção, mas são eles pessoas intensas em suas individualidades, trazem fortes traços de personalidade (positivos e negativos) e reagem a qualquer tentativa de enquadramento. Quanto menos ouvidos, quanto maior a cobrança, as comparações, as tentativas de controle, mais difíceis se tornam, mais reativos, mais ressentidos, mais isolados, mais solitários...
Estabelece-se uma luta interna, contínua, surda ou gritada, mas certamente dolorosa e sofrida, que desgasta a todos: a Família e o membro “dissidente”. Nessa disputa, todos ficam mais aguerridos, todos perdem e se perdem uns dos outros. Passamos a sentir os laços que nos unem como correntes que nos aprisionam no desamor quando apenas desejávamos e esperávamos gostosos laços de amor. Sentimo-nos culpados, culpamos o Outro ou esse Deus que nos uniu a pessoas tão difíceis. Mas tudo é difícil porque acreditamos que somos responsáveis por “consertá-los” e revela-se impossível quando pretendemos modificá-los.
Só o respeito à alteridade, ao modo diferente de ser de cada um, ainda que da mesma Família, poderá nos devolver a paz e, com o tempo, resgatar a confiança e o amor. O exercício do auto-respeito, a responsabilidade de estabelecer e honrar nossos próprios limites, nosso próprio espaço e o modo de atuarmos nesse espaço, nos dará segurança e a medida para respeitarmos o Outro em seu modo de ser e atuar na relação familiar. Pode parecer ironia, mas em vez de nos lamentarmos ou maldizermos nossos parentes “difíceis”, por seu modo de ser e viver, podemos ser gratos a esse Poder Superior, pleno de Amor e Sabedoria, que está dando a nós todos a oportunidade de aprender e exercitar o respeito, a aceitação, a tolerância, a assertividade, a paciência, o Amor... É fácil conviver e amar os “bons”, os “certinhos”, os semelhantes, mas o verdadeiro aprendizado do Amor, o que pode nos tornar melhores, mais livres, seguros, humanos, generosos, o que faz nossa vida adquirir um sentido maior, um sabor de vitória interior amorosa, nós só podemos aprender na relação com nossos “familiares difíceis”.

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domingo, 24 de outubro de 2010

EM FAMÍLIA - Comunicação

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A linguagem da família é a da instrução, da cobrança e da mentira.


Em nome do amor, entendemos que é nosso dever orientar a todos quanto ao que nos parece certo e melhor. Para isso, usaram conosco e usamos com os outros, a instrução contínua. Através do tempo, das idades, do grau de parentesco, instruímos e palpitamos sobre quaisquer assuntos, porque “sabemos o que é melhor” para quem amamos. Acreditamos que devemos estar atentos uns aos outros, querendo consertar o que estiver errado, tentando evitar quaisquer desvios de pensamentos, sentimentos e comportamentos, mostrando sempre que temos razão. Não nos revelamos intimamente e a comunicação fica a serviço do controle e da competição (quem é o melhor ou o pior?). Todos nos defendemos (“tudo que você revelar poderá ser usado contra você” – e será, na primeira oportunidade) porque temos muito medo de sermos rejeitados, menosprezados, abandonados, de falharmos em nossa missão de cuidarmos uns dos outros.
Infelizmente, usando esse modo de comunicação, a instrução contínua, “queimamos nosso filme”, fugimos de conversar uns com os outros, só ouvimos para poder corrigir ou rebater, discutimos, acabamos por nos comunicar apenas superficialmente ou silenciar, desistir...
Na verdade, de tanto orientarmos, instruirmos, falarmos, perdemos a capacidade de Ouvir. E é preciso ouvir realmente, com abertura, disponibilidade e coração para poder saber um pouquinho daqueles que dizemos Amar. Sabemos quem queríamos que eles fossem, o modo que seria o melhor... mas, quem são eles? E o que eles sabem de nós?
A comunicação está distorcida, adoecida... Precisávamos ter honestidade e coragem para Nos Revelar e amor, carinho e respeito para Ouvir!
Também em conseqüência da crença de que, por amor, temos o poder e o dever de direcionar os outros, muito nos aplicamos e desvelamos, deixando de viver nossas próprias vidas para cuidar da dos outros. Porque estamos atentos ao grau do que esperamos sempre receber em troca (atenção, aceitação, gratidão) e mais atentos ainda ao que não estamos recebendo, passamos a utilizar, mais e mais, como forma de comunicação, a Cobrança: sutil, delicada ou agressiva, lamuriosa, mas irritando, magoando, afastando...Em nome do que é justo, certo, do que nos é devido, tornamo-nos “muito chatos”, sempre irritados e irritantes, teimosos, rabugentos, desconfortáveis, até insuportáveis! E nossos amores passam a fugir de nós; mesmo quando ainda nos amam procuram guardar distância.
Ainda nessa visão distorcida de ter que controlar, por amor, aqueles que “possuímos”, adotamos também a Mentira em suas inúmeras facetas ao nos comunicarmos em família. São segredos, mentiras, omissões, manipulações que usamos em menor ou maior grau justificados em “não querer” magoar, quando, na verdade, estamos tirando aos outros o direito de decisão e escolha por medo que talvez decidissem e escolhessem diferente do que desejássemos. Tentar direcionar e conduzir as pessoas que acreditamos amar, decidindo o melhor para elas através da Mentira é profundamente desrespeitoso e gera ansiedade, medo, desconfiança, insegurança...
Acredito hoje que ainda posso (Eu) buscar fazer diferente nas minhas relações; cuidar que as novas fujam a esse modelo distorcido e destrutivo. E as antigas, já tão desgastadas? Posso fazer a minha parte, buscando, um dia de cada vez, falar menos, instruir menos e ouvir mais, confiar mais na capacidade dos outros, “Viver minha vida e deixar que os outros vivam a suas”; ser mais assertiva, serena e firme, com menos discursos, comparações e discussões; aprender a ser leal às minhas verdades para ser honesta e verdadeira com os outros.
“Que comece por mim” porque quando EU mudo, algo muda nas minhas relações, familiares ou não.

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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

EM FAMÍLIA - EU

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Quem, afinal, sou eu sob as vestes, as máscaras, os discursos, os rótulos de tantos papéis acumulados e cobrados, que tanto me abafam e me fazem perder de vista quem realmente sou, quero ou posso?


Quantas vezes esses papéis foram conflitantes, puxando-me em direções diferentes, quebrando-me, confundindo, fazendo-me sentir culpa e fracasso por não conseguir desempenhá-los a contento de todos...
Hoje, já adulta, sinto necessidade e começo a querer descobrir essa pessoa que sempre existiu, tolhida e não vista ou ouvida principalmente por mim, mas viva e esperando se libertar. Começo a buscar entender também os personagens que, inconscientemente, EU tenho escolhido desempenhar nas interações familiares. Na verdade, estou tomando consciência de como sou e do modo como escolho me relacionar. Tomar consciência é o início de todo o processo de libertação interior, é condição primeira para assumir novos rumos na vida.
Sem essa de passar o resto de minha vida repetindo lamúrias de que a culpa é de meus familiares pelo que me impuseram, esperaram e cobram até hoje de mim. Sem essa de permitir que me manipulem jogando culpas pelos erros do passado, de me achar pequena, fracassada, culpada...Sem essa de não querer largar o controle da vida dos outros enquanto perco o controle da minha ou simplesmente não a vivo.
Toda essa ladaínha, pensada e repetida, serve apenas como uma marola em navio encalhado: nada muda.
É de minha responsabilidade conhecer-me, rever meus papéis, desencalhar, para seguir na companhia dessa pessoa ainda tão desconhecida a quem, agora, estou aprendendo a amar, cuidar e respeitar.
Afinal, fui criada por um Poder Maior e Pleno de Sabedoria para incríveis viagens... Preciso apenas retomar o leme de minha vida.

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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

EM FAMÍLIA - Outros Papéis

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Enquanto desde a infância vamos aprendendo o roteiro básico de nossos papéis na Família ( e para o Mundo), vamos aos poucos também, inconscientemente, incorporando outros papéis na dinâmica familiar, mais condizentes com nossas características pessoais (nosso temperamento). Podemos estar desempenhando o papel de:
_ o Herói ou Salvador, aquele que se sacrifica por todos (“tudo arrebenta nas minhas costas!”) e tenta tudo controlar “porque sabe o que é melhor para todos”. Deixa de viver a própria vida tentando viver a dos outros. Sente-se sacrificado e explorado mas não consegue deixar de ser controlador.
_ o Facilitador, acredita ser sua missão “salvar” algum membro mais problemático, fazendo por ele tudo que é da responsabilidade do outro. Impossibilita o crescimento e, frustrado, sente-se vítima.Toma um discurso de eterna lamúria e cobrança.
_ o Provocador, espera um momento de calmaria para cobrar, provocar, discutir, “dar o troco”.
_ o Pacificador, aquele que se interpõem entre todos em nome da concórdia e da paz familiar. Minimiza comportamentos invasivos e agressivos, desqualifica sentimentos “menos aceitáveis”, não permite que os outros se vejam, se encontrem ou desencontrem, que aprendam a se cuidar e respeitar.
_ o Revoltado, se contrapõe sempre ao grupo familiar: contesta, critica, julga e condena. Não ouve e quer ser ouvido; não compreende e quer ser compreendido.
_ o “Bonzinho”, dócil, acomodado, repetidor das lições ensinadas; busca aprovação, mesmo à custa de si mesmo; esconde muitas vezes mágoa por não ser devidamente reconhecido.
_ o Palhaço, o gaiato, o irreverente, brincalhão, diverte o grupo, faz graça, minimiza as dores e os problemas na tentativa de espantá-los. Usa sua máscara sorridente para esconder ou não entrar em contacto com sua dor ou com as dores familiares.
_ o Provedor, aquele que banca, que detém o poder através do dinheiro.
_ o Alienado, distancia-se, buscando ficar indiferente às dores e problemas da Família. Na tentativa de se isolar da dor, acaba isolando-se também do Amor.
_ a Eterna Criança da família, cuidado por quase todos como um “caçula”que não cresceu. Acomoda-se, infantilizado, e pouco respeitado.
_ o Humilhado, em algum momento falhou, sente-se culpado e aceita a eterna culpa que lhe é lembrada pela família. Não tem voz, sente-se impotente.
E tantos outros... E os acumulados, trocados...
Crescer como indivíduo, tornar-se adulto, é tornarmo-nos mais e mais conscientes de nós mesmos, de nossos defeitos e talentos, de nossas acomodações e possibilidades na Família e no Mundo. A partir daí, é de nossa inteira responsabilidade a escolha de nossos papéis e o modo de desempenhá-los na família e em quaisquer outros grupos.

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terça-feira, 5 de outubro de 2010

EM FAMÍLIA - Nossos Papéis

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Quando nascemos somos acolhidos, cuidados e aprendemos a pertencer à Família desempenhando diversos papéis: filho, neto, irmão, homem, mulher, pai, mãe, companheiro ...


Na maioria das vezes recebemos roteiros prontos para esses desempenhos.
Os scripts na verdade não levam em conta nossas características inatas, nossos pendores, nossos temperamentos, nossa unicidade. Em nome da Educação, foi-nos exigido e cobrado adaptação total ao que era esperado:
“Na nossa família é assim!” – “Você pensa que é diferente?” – “Não nos faça passar vergonha!”... Para complicar, por Amor e para valorização da própria família, essas expectativas são muito idealizadas, exigindo ótimas performances, perfeitas, se possível, e quando não atingidas causam decepção, ameaça de desamor e desvalia. Como o que o ser humano mais necessita é de amar, ser amado e ser reconhecido em seu valor, a ameaça de falhar e não consegui-los nos trás sentimentos ( ainda que socialmente mascarados) de medo, frustração, raiva, culpa, vergonha, mágoa ... Nossos comportamentos para evitar toda essa dor são de tentativa de controle de pessoas e situações. Com maior ou menor empenho, nos entregamos à luta pelo sucesso em nossos papéis em busca do prêmio que tanto almejamos: amor e valor.
Por amor, na tentativa de repassar e perpetuar seu modelo, deixando em cada um de nós sua marca, para continuidade e proteção do grupo e de cada indivíduo, a Família luta e tenta fazer de nós meros repetidores, dóceis ou submetidos, adaptados, mas pouco criativos, espontâneos, florescidos. É uma troca, uma sinergia viciosa e pobre na qual a Família perde sua função de nidar, torna-se disfuncional, machucando, confundindo, empobrecendo seus membros, que por sua vez conformam-se, abrindo mão da responsabilidade de exercer seus papéis com seus potenciais únicos.
Na verdade, a Família é o ninho que, ao nos acolher e cuidar, deveria estar atenta e respeitar nossas características pessoais, dar espaço, favorecer, valorizar, deixar florescer nossos dons únicos e especiais. Esse Ninho, ao mesmo tempo que precisa ensinar regras de comportamento e respeito social, estabelecendo e honrando limites individuais, precisa também ser modelo para a aprendizagem de valores éticos/espirituais e dar liberdade de escolher, com a responsabilidade de assumir as conseqüências das escolhas.
É importante que cada um de nós, indivíduos, possamos nos ver e entender nessa dinâmica familiar (e na de quaisquer outros grupos como Escola, Igrejas, Empresas,etc), descobrindo-nos nos papéis que nos impuseram, mas que nós, já adultos, ainda estamos aceitando porque muitas vezes se adéquam às nossas características de caráter, ás nossas necessidades afetivas ou ao nosso comodismo.
É de nossa inteira responsabilidade ir reescrevendo nossos scripts e imprimindo nosso estilo no desempenho de nossos papéis em Família.

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

TRADIÇÕES

http://4.bp.blogspot.com/_hi5h70dozbq/tkn9a_5hgsi/aaaaaaaaalm/tu6to0b04k8/s320/untitled.bmpRegras ou Sugestões?

O segredo para uma vida com alegria, aceitação e serenidade nos tem sido revelado nos momentos de Encontro que renovadamente temos em nossa Irmandade. Tudo começou, para mim, num grupo especial de pessoas que, como eu, do fundo de tanta agonia, buscavam, senão um caminho para a felicidade, pelo menos a sobrevivência ou uma saída para tanta dor. Naquela época eu tateava perdida numa escuridão sem fim, estendendo a mão em muitas direções, até que, naquele lugar, naquele grupo de pessoas, encontrei apoio, braços que me acolheram, rostos que me sorriram, irmãos que me ouviram.


Foi o início de uma nova etapa onde amar não necessariamente era sofrer, onde viver tornou-se uma eterna aventura de descobrir, compartilhar, amar. Nesses Encontros, comigo mesma e com meus companheiros, aprendi a desfrutar de um amor sem lutas por posse, tão diferente da amargura dos meus desencontros familiares.
Um dia de cada vez, fui descobrindo a possibilidade de estarmos juntos usufruindo a magia dessas trocas em grupo. Tudo isso é resguardado por nossas TRADIÇÕES. Elas visam nos defender, individualmente e em grupos, de nossas dificuldades pessoais para lidar com o Poder. Isso se revela em nossa necessidade de controle, de status, de bens materiais, de termos razão, de sermos os melhores, de nos acomodarmos, de não nos responsabilizarmos... de nos afastarmos de nossos propósitos espirituais de felicidade. As TRADIÇÕES gentilmente nos chamam e alertam, através de sugestões, para uma constante atenção e para o exercício desses princípios espirituais que nos proporcionam relações mais sadias e felizes.
Esses princípios são valores que nutrem nossa dimensão espiritual, são formas de se expressar do Amor – solidariedade, o servir, aceitação, liberdade (autonomia), responsabilidade (autosuficiência), verdade, humildade, respeito, simplicidade... As TRADIÇÕES são apenas sugeridas em respeito à liberdade imprescindível ao nosso crescimento. Elas não devem ser vistas como dogmas, leis ou regras que, embora pudessem mostrar organização, em contrapartida, dificultariam o movimento para descobertas, modificações, para o crescer e florescer de cada um de nós, dos grupos e da Irmandade.
As TRADIÇÕES refletem a sabedoria conquistada através de tentativas, de acertos e desacertos que tantas 24 horas puderam proporcionar a companheiros e grupos. Eles tiveram a autonomia e coragem de escolher como agir, a mente aberta para reformular e aprender e a Boa Vontade de nos oferecer toda essa experiência.
Quando a compreensão de tudo isso vai se fortalecendo em nós, vamos escolhendo a “ obediência ao que é apenas sugerido” porque, já então, aceitamos livremente as sugestões, acreditamos em sua sabedoria e somos muito gratos a esse Legado.

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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Novas Crenças/Escolhas

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Vivemos numa verdadeira ciranda em relação a muitas questões que nos vão sendo trazidas pela vida. O movimento da espiral é, às vezes, rápido, intenso ou mais moderado, fraco. Em muitas ocasiões, tentamos tomar atitudes que pensamos serem diferentes mas, na verdade, têm objetivos iguais porque se fundamentam em crenças antigas. (“Preciso modificar o Outro, fazê-lo entender que busco o melhor para nós, para ele; que tenho razão, sei mais, amo mais, lutarei até o fim por nós... e espero mais amor e valor”). Quando não conseguimos as respostas adequadas, acabamos, algumas vezes, por desistir: “pulamos fora” como podemos _ restando um sentimento de fracasso, menos valia/culpa ou culpamos os outros(familiares, amigos, colegas...) e recomeçamos tudo adiante, igual, apenas com outras pessoas, relações, projetos. Achamos que se mudarmos os objetos do nosso desejo, a nossa vida agora irá dar certo mas – nós permanecemos os mesmos!
Há algum tempo vivenciei todo esse processo intensamente. Senti minha vida girando em movimentos a princípio lentos até chegar a velocidades enlouquecedoras que me tiravam o raciocínio, a capacidade de rir, chorar, rezar – senti o horror e o desespero de acreditar que tinha que cumprir uma missão que se mostrava impossível – resgatar um de meus filhos de uma rota auto destrutiva, perversa, adoecida, adicta. Acreditava que tinha o poder e o dever como mãe de modificá-lo, redirecioná-lo, salvá-lo de si mesmo. Não dava para abandonar a luta então resignei-me a lutar contra ele, tudo e todos, por Amor, até o fim. Não via outra saída. E não havia – enquanto minha mente permanecesse fechada, aprisionada naquele modo de acreditar e buscar soluções.
Um dia , em meio a mais uma batalha daquela guerra sem fim, fui convidada a ouvir pessoas desconhecidas, anônimas, que vivenciavam situações semelhantes à minha. Compartilharam comigo suas histórias, sentimentos e esperanças, a partir de um novo enfoque, realista, de quem somos, o que realmente podemos para reconquistar nossa vida e o direito de sermos felizes. Um novo olhar, Novas Crenças, apontavam outra direção e era sugerido que essa caminhada fosse feita através de Passos, Com calma, suavemente, Um dia de cada vez. Procurei Manter a mente aberta, Escutei e aprendi que:
-somos impotentes perante qualquer ser humano, não podemos modificá-los. Não somos incompetentes, apenas impotentes. Se insistirmos nessa impossibilidade perderemos o controle de nós mesmos, de nossa vida e a possibilidade de sermos felizes. “Por minha felicidade sou o único responsável!”. Mas como, onde, encontrá-la?
-quem poderia me mostrar esse caminho senão um Poder Superior/Maior que habita em mim, em tudo? Decidimos crer na Sua sabedoria e nos entregarmos a Ele em vez de querer orientá-Lo, cobrar providências. Solte-se e entregue-se a Deus.
-o bom senso advindo dessa entrega, sua inspiração, me diz: só posso modificar a mim então o amor deve começar em mim para poder chegar ao outro. Preciso aprender a cuidar de mim: descobrir meus dons únicos, ter uma nova escuta de mim, de meus sentimentos. Decidimos iniciar a aventura incrível de nos conhecer, nos aceitar, nos revelar, buscarmos estar prontos para mudar e, com humildade, pedir ajuda para, cada vez mais, nos libertarmos de aspectos que nos entravam, aprisionam. E então, fazer desabrochar nossos dons únicos.
Com disposição, sob um novo olhar, decidimos rever nossa história, nossa relação conosco mesmos e com os outros, nossos acertos e desacertos; buscamos entender o que queremos e o que podemos reparar a cada dia.
Precisamos manter esse novo contacto interior, um dia de cada vez, com ternura e perseverança, com alegria e aceitação. Daí resulta a percepção de que tudo em nossa vida fez parte de um processo maior e encontramos força nessa relação cada vez mais estreita com o P.S para vivenciar as etapas do processo.
Passamos a acreditar que a vida não é uma luta mas uma oportunidade contínua de libertação com responsabilidade e aprendizado do Amor. A alegria que nos advém desse exercício transborda e queremos, precisamos, escolhemos, compartilhá-la com outros. Tudo isso pertence a um novo sistema de crenças que traz novos sentimentos e comportamentos, que nutre nossa dimensão espiritual e nos religa à Origem.
Aceitar ou não é uma decisão de cada um.
Eu aceitei... e a partir daí, tudo mudou!

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quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O SUPÉRFLUO E O NECESSÁRIO

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Nosso modo de pensar e sentir foi condicionado pelo grupo onde crescemos, pelas nossas experiências na vida e hoje, muito fortemente, pela mídia. Pela nossa necessidade de pertencer, fazer parte, ser aceito e valorizado, ficamos fortemente influenciados pelas idéias que absorvemos desses grupos. Ficamos submetidos a modismos, aos anseios dos que visam estimular as competições e os ganhos materiais.
Supérfluo é a distorção, o excesso, o exagero, do que é prazeroso e do que precisamos para viver. É a busca do que é “a mais”: mais consumo de coisas, mais variedades, mais novidades, mais detalhes (nas pessoas e nas coisas), mais títulos, mais poder, mais... Supérfluo é o que buscamos atendendo às imposições da mídia e aos delírios de nosso ego adestrado para acatar o que vem de fora... Supérfluo é o que sobreveste e esconde nossa identidade física, nosso estilo único de seres únicos; que distorce nosso cheiro, nosso corpo, nossa comunicação com as pessoas, com Deus... E esse supérfluo cobiçado, buscado a qualquer preço, nos leva à distração, à desatenção de quem realmente somos e do que realmente precisamos para viver, crescer e ser feliz. E o lema nos lembra: Até que ponto isto é importante?
Necessário é o que respeita e garante nossa existência física, o que satisfaz, com simplicidade, muita atenção e bom senso, nosso ego tão influenciável e o que nutre nossa dimensão espiritual. É atender às nossas demandas básicas e às mais altas de seres espirituais em uma experiência material. Necessário é o que desperta, alimenta, nutre e fortalece nossa espiritualidade: verdade, respeito, bom humor, beleza, compaixão, justiça, generosidade, gentileza, solidariedade...Necessário é o bastante, o suficiente. É o que atende ao ser e não ao parecer; é o que garante que não nos percamos de quem somos e do que queremos.
Para estabelecer minhas prioridades e manter-me focado, é bom lembrar que “estou aqui mas não sou daqui”. Estou de passagem, então, é bom que deixe os excessos de bagagem, que caminhe bem leve. Não quero complicar nem dificultar a revelação e libertação de quem realmente sou.
O Necessário é medido pela simplicidade.”Mantenha-o simples”

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domingo, 12 de setembro de 2010



ATENÇÃO E ESCOLHAS

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Estar atento é estar vivo. É estar aberto às possibilidades do Aqui/Agora. Contudo, em nome da educação para a vida, fomos condicionados à desatenção com o momento. Aprendemos a estar todo o tempo relembrando o passado (distante ou “ainda agora”) ou conjecturando sobre o futuro (distante ou “daqui a pouco”). A vida, enquanto isso, vai passando, transformando-se na nossa história, perdendo-se a possibilidade de sermos criativos, co-autores de nossos destinos através das escolhas do momento.
A Atenção com o Aqui/Agora, aliada à abertura de nossas mentes e corações, é que torna possível o “dar-se conta”, o entender, compreender, descobrir novos ângulos das questões de nossa vida. Nossas relações se enriquecem quando estamos atentos ao Outro – atentos ao que ele é e ao que ele pode – não ao que queríamos que fosse ou pudesse. Só quando estamos em estado de Atenção podemos realmente usufruir o que é bom, defendermo-nos do que não é, cuidarmos de nós mesmos e de nossos amores.
O estado de atenção é um estado de permanente curiosidade e interesse por nós mesmos( nosso corpo, nossos sentimentos, nossos pensamentos/crenças, para nossa espiritualidade), por tudo e todos que nos cercam.
Fazer Escolhas também é estar vivo, participando ativamente de nosso destino. “O momento da decisão é o mais solitário da vida humana” porque as escolhas, por mais simples que sejam, são de nossa inteira responsabilidade. Elas vão traçando nosso caminho pela vida. Mesmo quando parecemos não optar, deixando aos outros as decisões do nosso destino, isto também é uma escolha. Queríamos tanto a certeza de estarmos escolhendo “o melhor”, “o que vai dar certo”... mas nosso compromisso com a Vida, é só com o que podemos, Só por hoje, Aqui/Agora – e esse compromisso requer Atenção, Abertura e Coragem.

Sugestões e comentários: mariatude@gmail.com

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domingo, 5 de setembro de 2010

LIBERDADE – UM PRINCÍPIO ESPIRITUAL

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Somos seres vivos, espirituais, “mutantes”, em processo contínuo de aprendizado, crescimento, evolução, aperfeiçoamento. Para tanto todos necessitamos de Liberdade. Só realmente crescemos quando temos liberdade para escolher, acertando e errando, podendo compreender... Sem essa oportunidade nada aprendemos, apenas seguimos ordens, regras, aceitamos soluções prontas e repetimos modelos – mesmo quando são bons modelos. Quando somos comandados e direcionados não crescemos, não nos tornamos criativos ou realmente aprendemos, tornando-nos, sim, meros repetidores, adestrados, ainda que para um bom propósito.
A importância do que não nos é imposto, do que nos é apenas sugerido, é que ficamos com a oportunidade de escolher, assimilar e depois assumir as conseqüências de nossas opções. Não restam mais as desculpas, as culpas alheias. Na Liberdade está implícita a auto- responsabilidade por nossas crenças, pensamentos, sentimentos e comportamentos, por nosso caminhar no mundo. Nos grupos humanos ( Família, Igreja, Escola, Empresas,Nações, etc)onde a liberdade individual é cerceada em nome da boa ordem, do poder e crescimento material e até moral, as riquezas, o poder e o sucesso podem até se acumular, mas os indivíduos mantêm-se infantilizados, tornam-se meros fantoches, abrem mão de si mesmos, de sua natureza ímpar, esquecendo sua origem sagrada de seres espirituais.
A Liberdade desfrutada nos conduz por experiências de acertos e erros aonde vamos aprendendo e exercitando a Humildade, a importância de ouvir com abertura, de falar com Honestidade, de reconhecer falhas, de refazer caminhos... A ânsia de liberdade nos leva ao auto-respeito e a sermos respeitosos com os outros, aprendendo a amar sem controlar e sem se deixar controlar, a amar sem sofrer e sem fazer sofrer, a “viver e deixar viver”
A Liberdade é um princípio espiritual porque ela emerge com a força e beleza da luz desta nossa dimensão. Ela nos faz sentir realmente seres espirituais, criaturas únicas, caminhantes responsáveis por nossas próprias histórias, conscientes de nossa origem e destinação sagradas.

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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

MANIPULAÇÂO

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De todos os descaminhos da comunicação, é a manipulação a arte final a serviço da luta pelo controle dentro das relações. A disputa vira um jogo que não aceitamos perder. Acreditando na justiça de nossos “bons motivos”, fazemos uso de mentiras, omissões, disfarces... Fazemos uso, na verdade, das pessoas, utilizando-as com total desrespeito para atingir nossos objetivos em nome do amor, para o bem...ou não.
Manipular é acreditar que os fins justificam os meios.
Nesse jogo jamais nos revelamos inteiros, de cara e coração abertos, descobertos. Usamos muitas máscaras, tantas quantas forem necessárias às várias situações que precisam ser controladas. Desde a mais tenra idade aprendemos a nos comunicar manipulando, conseguindo as vantagens que buscávamos, materiais ou não.
Com a prática, refinamos a “arte” de trazer o outro para nossa área de controle, bajulando, concedendo demais, fingindo concordar, dizendo ao outro o que sabemos que ele quer ouvir, escondendo aspectos de nós ou dos fatos que poderiam desagradar,
fingindo nos deixar manipular, rindo ou sério, sorrindo ou chorando... é a arte do parecer em vez do ser. E quando nos sentimos ameaçados de perder o controle do outro, usamos outras armas que lhe provoquem raiva, culpa, medo, criando silêncios e “climas” que geram insegurança, ameaçando, fustigando com palavras, chantageando suas emoções... paralisando-o na disputa.
Com essa crença de tudo valer pelo amor, pela justiça, pelos nossos direitos, continuaremos competindo, lutando e jogando dentro das relações. O preço é que nos desgastamos, nos frustramos, magoamos, somos magoados, até chegarmos, muitas vezes, ao abandono, quando já não nos interessamos mais pelo outro porque só colhemos Desencontros. E então paramos de jogar e o descartamos!!
Nossas relações mais queridas, mesmo quando aparentemente boas, se estão alicerçadas e mantidas com manipulações, são castelos de areia que não resistem à nossa necessidade intrínseca de valores espirituais como respeito, auto respeito, verdade... E são esses valores que verdadeiramente permitem o Encontro pelo qual tanto ansiamos.

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domingo, 29 de agosto de 2010

SEGREDOS E MENTIRAS

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Nossos Segredos funcionam como blocos compactos de energia morta nos cercando, envolvendo, aprisionando, impedindo que possamos viver e nos comunicar com espontaneidade e soltura, que estejamos inteiros nas relações.
Aprendemos a viver com segredos em nossas próprias famílias. Alguém disse:
“Na minha família não há segredos!” e outro alguém observou: “Eles existem,sim, mas são tão bem guardados que você os ignora!”.
As pessoas e as famílias têm segredos porque eles escondem erros, falhas, deslizes, que poderiam nos envergonhar. E temos tanto medo de “passar vergonha”, de trazer vergonha para a família! Afinal, acreditamos que deveríamos ser muito bons (se possível, os melhores)¸jamais falhar, para podermos ser motivo de orgulho pessoal e da família, para podermos receber o que tanto buscamos fora de nós, nos outros e na sociedade: sermos valorizados, exaltados, jamais ridicularizados ou rejeitados.
Os segredos funcionam então como arma de defesa, como tentativa de controle de situações que exigiriam enfrentamento interno e “coragem para mudar”. Mas eles são muralhas de defesa que também nos aprisionam e nos isolam na medida em que negamos aspectos de nós mesmos, da nossa história. Grandes segredos ou omissões menores representam os “não ditos”, os vazios que enfraquecem a relação. Para mantê-los precisamos estar sob constante alerta, aos pedaços. Precisamos mentir...
A Mentira é a palavra que distorce. Ela distorce quem somos, nossa historia, os fatos, o que buscamos, onde estamos. A mentira nos disfarça e se disfarça de várias formas: fingimos quem não somos, inventamos para nos justificar, para não termos que ser verdadeiros. Mesmo fisicamente juntos, estamos sozinhos, temos noção de que não somos o que dizemos, falamos, mostramos. Quanto mais mentimos, menor torna-se nosso auto respeito, nossa auto valorização e auto imagem. É também um desrespeito, uma invasão aos direitos do outro, direito de conhecer a verdade, de poder optar. Ela trás confusão, ansiedade, incerteza, decepção... Acaba a confiança, surge a insegurança.
Nas relações “o amor resiste a tudo, menos à mentira”. Então, tudo que usamos para evitar rejeição, abandono, desvalorização, desamor (os segredos e mentiras) são instrumentos que se voltam contra nós. Eles impossibilitaram o Encontro, geraram pistas falsas que levaram ao Desencontro!
Na medida em que vamos nos conhecendo, cuidando, aceitando, mudando, nos respeitando, os Segredos e Mentiras começam a nos incomodar. Eles nos fazem sentir desleais conosco mesmos, dando poder demais aos outros, obrigando-nos a trair nossa realidade para buscar aceitação e valorização deles. Naturalmente, vamos sentindo necessidade de nos revelar como realmente somos, abandonando jogos de esconde-esconde e de controle através de mentiras e omissões. Buscamos nossa integridade, então queremos estar inteiros nas relações. Descobrimos que a Verdade, um princípio espiritual, nos fortalece, liberta, dá alegria e gosto à vida. “Mantenha-o simples”, não complique as relações! Alguém disse: “Busca a verdade e ela te libertará”.
Nosso programa é de honestidade porque acreditamos que encontraremos nossa felicidade e libertação a partir do despertar de nossa dimensão espiritual e é lá que reside a clara, doce e livre Verdade.

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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

COMUNICAÇÃO

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Procuramos nos comunicar desde sempre, numa necessidade incoercível de pedir, saber, aprender, ensinar, entender, ser entendido, amar, ser amado...
Aprendemos a ser humanos no encontro com outros seres humanos e para esse encontro precisamos nos comunicar. Precisamos revelar (por gestos, falas, escritos, etc) quem somos, onde estamos, como estamos, o que buscamos, necessitamos, o que sabemos; precisamos sentir, querer saber, querer realmente saber do outro, abrir a mente e o coração para ouvi-lo.
O triste, irônico, até trágico, é que, por temermos a rejeição, o desamor, a desvalia, complicamos nossa comunicação, deixando de lado a verdade, a simplicidade, a espontaneidade, a alegria da troca. Colocamos nossas máscaras ( alegres, tristes, ameaçadoras, submissas, etc) para tentar o controle das relações, do outro...É uma disputa sem fim, que nos distancia de nossa meta, inviabilizando o Encontro, pervertendo a função da comunicação ao utilizá-la como arma a serviço do controle.
São segredos, mentiras, manipulações, ironias, sarcasmos, silêncios, gritos, sussurros, instruções contínuas, queixas, lamúrias, reclamações, cobranças, culpas...
Estabelece-se a desconfiança no “vale tudo” para ganhar, controlar. E então, ouvimos
“tudo que você falar poderá ser usado contra você”! De toda essa distorção resta a dor do desencontro, a frustração do desejo de chegarmos, estarmos juntos no encontro.
Precisamos entender a nós mesmos, nossas crenças, nossos sentimentos, o que nos leva a usar essas armas; precisamos refletir sobre seu poder destrutivo nas relações para então buscarmos utilizar outras formas de comunicação, verdadeiras, mais sadias e coerentes com a alegria e doçura que buscamos no Encontro.

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sábado, 21 de agosto de 2010

Ajudar

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As tradições se constituíram através de muitas 24 horas dos grupos anônimos. Elas sintetizam a sabedoria adquirida na convivência norteada por princípios espirituais (amorosos). A quinta tradição nos chama a atenção para nosso único propósito - prestar ajuda. Ela sugere o caminho espiritual para isto: o desabrochar do amor a nós mesmos pelo exercício dos 12 Passos quando então, mais serenos e generosos, poderemos sentir compaixão por nossos companheiros e familiares tentando compreende-los e encorajá-los. Num transbordamento, cada vez maior, desse amor buscamos nos reunir para acolher e levar alívio a outras pessoas.
Ajudar é um ato, antes de tudo, de gratidão, ternura e boa vontade. É importante a coragem de nos revelarmos ou a coragem e determinação de calar nossa necessidade de dirigir, ensinar ou controlar. Quando nos revelamos, falamos de nós, de nossos acertos e desacertos, das dores que nos levaram a descobertas. Damos testemunho de acolhidas que reacenderam nossas esperanças e da nossa confiança crescente no processo da vida. Coerente com o que dizemos e ao que nos propomos nossa fala deve ser plena de honestidade, gentileza, gratidão.
Não é recomendável dar soluções e orientações aos companheiros (ainda que peçam), pois elas são individuais e, é sugerido, não apontarmos caminhos e atitudes a tomar porque devem ser descobertas e ganhos pessoais.
O programa nos sugere também uma nova crença, uma nova visão sobre o que seja ajudar. Ajudar é amar: ter compaixão, compreensão, demonstrando, um dia de cada vez, em gestos e palavras, esses sentimentos. É acolher com gentileza. É servir, é abraçar e ... é ouvir. Ouvir com simpatia, com empatia, com o coração - descobrindo nossa humanidade na humanidade dos companheiros. Ouvir ‘’inteiro’’, sem precisar ficar pensando em dar respostas, conselhos, críticas ou em confrontar a auto piedade, as confusões e os conflitos do companheiro. Ouvir entendendo que alguém está se expondo, desnudando, confiando o que tem de mais precioso - seus sentimentos. Mas, se não puder entende-lo, não faz mal, apenas o ouça e o ame.
Isto é o ajudar nas Irmandades anônimas e este é o nosso único propósito.

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terça-feira, 17 de agosto de 2010

IRONIA, SARCASMO, “BRINCADEIRAS”...

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Estas são algumas das formas mais perversas de comunicação. Elas nascem de nossos medos, mágoas, inseguranças, que nos geram raiva e ressentimento e se expressam nessa agressividade disfarçada em colocações espirituosas, gozações,... Como não aprendemos a olhar para nós mesmos, não nos cuidamos, não “re-conhecemos” nossos sentimentos, então eles se fixam e se transformam em nossas “dificuldades”. Procuramos muitas vezes disfarçá-las em nossas relações, assumindo atitudes de ataque (como defesa), numa disputa pessoal onde eu quero/preciso parecer ou ser o melhor, o que sabe mais, o que pode mais.
A ironia, o sarcasmo, as gozações, funcionam então, efetivamente, como armas. Machucam, ferem, lanham, chicoteiam, expõem o Outro em seus aspectos mais vulneráveis: sua aparência, seu menor saber, seu modo de ser, de se expressar, etc. Embora possam parecer ditos finos, espirituosos, inteligentes, nada mais são que o velho deboche, que humilha e menospreza os outros numa tentativa de enganar que somos melhores. Muitas vezes compactuamos com essas atitudes, rindo, dando força ao ataque alheio, para ver se “não sobra para nós”.
São formas abusivas e até covardes, na medida em que impedem a defesa do outro e buscam disfarçar nossas garras. Ou o outro finge achar graça e não ligar (numa aceitação implícita) para disfarçar a vergonha e o mal estar de ser exposto em suas fraquezas (verdadeiras ou não) ou ele reage e é acusado de não ter “espírito esportivo”, não saber brincar, ter mau gênio, etc.
O constante uso dessa forma perversa de se comunicar pode subjugar os que estão mais frágeis (por quaisquer motivos) fixando neles uma falsa impressão de inferioridade e em nós de superioridade.
O doloroso de tudo isso é que acabamos sempre isolados em nosso pedestal de mentira e mal amados ... porque ninguém ama realmente a quem teme ou ache superior. O amor precisa de igualdade para verdadeiramente se expressar na troca, na parceria, na confiança de sermos aceitos em nosso exato tamanho e possibilidades. O amor valoriza, jamais deprecia; ele é atento, sensível no cuidado gentil com os sentimentos do outro.
Que comece comigo mesmo esse cuidado atento e amoroso com meus sentimentos para que possa ir eliminando o medo, sem precisar me defender, atacar, ... para que possa desfrutar amorosamente, respeitosamente, com gostosura, das minhas relações.

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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

INTOLERÂNCIA E TOLERÂNCIA

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A intolerância nasce de nossa incapacidade de lidar, aceitar e de nos posicionarmos ante o que é diferente do que esperávamos, do que acreditávamos correto ou do que desejávamos . Aprendemos muitas vezes a achar ser possível, no aqui e agora, um “mundo perfeito” onde as pessoas, a vida e Deus se enquadrariam à nossa visão do que é certo ou desejável.
O medo e a insegurança que advém do diferente, nos levam a uma atitude de luta, não aceitação, tentativas de mudança dos outros, do mundo “errado”. A incapacidade de efetuarmos essas mudanças nos frustra, enraivece e revolta, tornando-nos intolerantes, ainda que “virtuosos”, porque acreditamos estar combatendo o mal, os maus, o erro, os errados. E não desfrutamos de serenidade enquanto teimamos em não aceitar o que não temos o poder de modificar. Remoendo sempre o que deveria ser mudado, analisando tudo e todos com crítica e raiva surda ou gritada, vamos ficando prisioneiros de um estado pesado, de eterna cobrança, mau-humor, impaciência, irritação, secura, amargura, ...de intolerância. Não é gostoso sentirmo-nos assim. Nada muda e sofremos muito.
Em contrapartida, posso aprender a ver, acreditar e esperar de um modo mais realista, seja das pessoas ou do mundo, para poder desfrutar a gostosura da tolerância. Tolerar não é “engolir sapos”, não é se conformar com abusos, não é ser permissivo, passivo, conivente. A diferença é sutil, a linha que os separa da tolerância é tênue, mas ela existe. Nas nossas relações, a tolerância precisa ser delimitada pelo respeito. Quanto posso tolerar guardando respeito a mim, à minha dignidade? Não posso modificar os outros, mas o que posso modificar em mim, nas minhas atitudes, para resguardar esse respeito, para poder estar bem com o outro? Para poder tolerar, aceitar, entender e amar as pessoas, preciso ser firme e assertivo quando suas atitudes, seus comportamentos, forem invasivos, desrespeitosos. É respeitar meus limites para poder tolerar as diferenças e dificuldades dos outros, para poder amá-los do jeito que estão (só por hoje).
A tolerância é uma das faces do amor por isso é honesta, compreensiva, paciente, bem humorada. Ela nos trás alegria, bem-estar; ela é doce, leve e gentil. Mas, re-interando, ela se apóia no respeito a mim mesma e aos outros para estabelecer o limite do tolerável nas relações.

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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

COMPETIÇÃO E COOPERAÇÃO

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Vivemos num mundo material e competitivo. Crescemos aprendendo a acreditar naquilo que pudéssemos ver, tocar, guardar, comprar... e a acreditar que quanto mais possuíssemos (coisas/pessoas), mais teríamos poder, prestígio, valor, amor – seríamos então felizes. Desde que nascemos somos examinados, julgados, provados, comparados. Queremos ganhar a qualquer custo, ter razão, saber mais, orientar mais, possuir mais, ter a palavra final, sermos os melhores. Competição é luta (qualquer competição, com qualquer finalidade) e a linguagem da competição é a da guerra. “ Usamos a palavra como arma afiada, às vezes mortal, impossibilitando a comunicação verdadeira, a compreensão, a aproximação e o amor. De companheiros, pais, irmãos, amantes, amigos, nos tornamos adversários endurecidos, ressentidos e amargos.” A competição também nos levou ao equívoco de criar “perdedores”. Acreditamos que falhar em disputas ou simplesmente em tarefas nos tira o valor intrínseco de seres humanos únicos, originais, com potencialidades próprias. Sentimo-nos pequenos, envergonhados, humilhados, com a auto-imagem prejudicada e não merecedores de valorização e amor. Isto é tão forte que vemos escolas com o slogan “aqui se forjam vencedores” e famílias que brigam, cobram, humilham seus membros por melhores performances. E nessa cultura competitiva, de guerra, nós nos armamos, lutamos e matamos para garantir a paz!!! O vencedor torna-se invejado, arrogante, isolado, mal-amado; o vencido , ressentido e humilhado. É um triste modelo!
Podemos buscar uma alternativa; um modo de ser e estar com abertura, aceitação e respeito às diferenças; um modo de interagir mais espontâneo, criativo, amoroso. Podemos escolher a cooperação em vez da luta. Cooperar é participar, sentir-se fazendo parte, pertencendo aos grupos, às relações, sem tentativas arrogantes de convencer, sem submeter ou coagir aqueles que julgamos inferiores, menores, nem nos humilharmos ou calarmos, intimidados, perante aqueles que se arvoram melhores.
Para isso preciso “aprender a conhecer e valorizar a pessoa única e maravilhosa que sou. Entender que não preciso tentar controlar, dominar e vencer para ter valor. Acreditar na igualdade de valor de todos. Mesmo quando nossas aptidões são diferentes, o nosso valor pessoal e capacidade de participar é igual. Essa igualdade nos libera da luta, da disputa, para que possamos desfrutar da riqueza do compartilhar com coração e mente abertos, inteiros. Confiantes e desarmados podemos acolher, ser solidários, compreensivos, pacientes e respeitosos. Podemos trocar e participar de uma tomada de consciência grupal.”
A cooperação nos entusiasma e trás alegria na medida em que nos sentimos criativos, próximos, generosos, gentis e solidários. O exercício da cooperação nos faz vivenciar nossa espiritualidade; aprendemos a pensar, sentir e agir a partir de nossa dimensão espiritual.

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quinta-feira, 5 de agosto de 2010

APEGO E DESAPEGO

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Quando trago sentido à minha vida me identificando com o que está fora de mim como pessoas, objetos, estilos de vida, crenças, etc, torno-me apegado a tudo isso, tenho muito medo de perdê-los. Crio uma visão fechada de como sou, como levo a vida; me apego ao passado, às “verdades”, opiniões, ao modo de ser, de julgar, de “ver”.
Quanto mais nos apegamos a tudo e todos vamos criando uma incapacidade de acompanhar o constante movimento da vida. Ela é fluida, está sempre acontecendo, mudando... e como temos medo do novo, vamos nos apegando ao que já conhecemos. Tentamos manter o passado já conhecido congelado no presente em fotos, filmes, músicas, lembranças (boas e más). Apegamo-nos ao modo de desempenharmos nossos papéis nas relações, teimando em ignorar que os filhos cresceram, que os pais envelheceram, que companheiros, parentes, amigos, pessoas, enfim, mudaram. Apegamo-nos também à juventude de nossos corpos tentando, às vezes com desespero, deter os sinais do tempo... E apegados, repetimos falando, pensando, teimando, cobrando: “sempre foi assim”, “você já não é o mesmo”, “na nossa família é assim”, “é o meu jeito:fui, sou e serei assim”, “não esquecerei jamais”, “como antigamente...”, “não vivo sem você”, “meu mundo acabou”, “sem isso eu morro”, etc...
O apego faz com que transformemos as pessoas, mesmo as mais amadas, em objetos que nos pertencem, que pertencem ao nosso mundo, à nossa vida; objetos necessários à nossa visão estática de felicidade. Por isso tememos tanto perdê-las! Como não ter medo? Como deixar de tentar controlar tudo e todos? Mesmo nos custando todo o tempo, mesmo vivendo sob um constante stress que nos adoece física e psicologicamente, que nos esvazia espiritualmente... Como sair dessa ciranda? Como desapegar se fomos ensinados a ver nas pessoas e coisas o necessário para sermos amados e valorizados? Como nos libertarmos, ou ao menos amenizarmos, o medo da perda dos nossos apegos?

A liberdade tem um preço. O preço é o trabalhoso caminho de volta e o início de um novo caminho. Acreditar e reforçar a crença, a todo instante, que sou inteiro e único, que os outros e as coisas não me completam, apenas fazem parte, durante algum tempo, do meu caminho, da minha história. Entender que “somos passantes; somos seres de passagem” e precisamos caminhar leves dos nossos apegos.


Só desapegando do passado podemos viver intensamente o presente, sentir melhor suas possibilidades. Só desapegando das soluções fechadas, perfeitas, das crenças e verdades estabelecidas, podemos enxergar novas direções se revelando, novas portas se abrindo. Só abrindo mão das expectativas antigas podemos “ver” a realidade com pessoas vivas, mudadas,mutantes, pessoas que não “víamos”porque não se enquadravam no sonho, no desejado, pessoas que não foram respeitadas/aceitas porque funcionavam apenas como objetos (amados ou detestados) na nossa história, nos nossos ideais. Só desapegando da espera eterna e ansiosa pelo sol, podemos desfrutar das gostosuras da chuva. Só desapegando do costume posso viver as aventuras e desafios do inesperado.
O desapego nos trás para o aqui e agora, trás toda uma riqueza de possibilidades para nós mesmos e nossas relações – todas as nossas relações.

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domingo, 1 de agosto de 2010

Ressentimento e Rancor

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O ressentimento e o rancor atuam como blocos muito pesados aos quais nos mantemos amarrados e que arrastamos na vida tirando-lhe a graça e o frescor. Tornam um passado doído para sempre presente, num replay doentio que não nos deixa seguir adiante, que pesa, que nos aprisiona.
Na verdade, tudo se inicia com nossas falsas, ilusórias e até delirantes expectativas sobre os outros, sobre a vida, sobre Deus.
E quando nos decepcionamos, nosso orgulho não nos deixa aceitar a realidade de que não somos tão especiais ou melhores, merecedores de tudo que esperávamos e... sentimos muita raiva.
Tanta raiva que muitos preferimos disfarçá-la, nomeá-la de mágoa e assumimos o papel de amargas vítimas ressentidas. Em outros, a raiva reprimida, fixada, oculta, alimenta um eterno e surdo rancor.
E remoendo as mágoas, remoendo a raiva ficamos reféns do ressentimento e do rancor.
Nossa vida perde o viço com tanto veneno circulando em nós. Não percebemos, mas estamos aprisionados, não mais estamos no comando de nosso mundo interior, estamos sendo controlados pelo passado, por nossas mentes e corações fechados.
A boa notícia é que a chave dessa prisão está a nosso alcance! A chave que pode abrir nossas mentes e corações é a (boa) vontade de ser feliz. É poder entender que as pessoas são o que são, o que podem, e não o que queríamos que fossem... que nos atingem na medida que nós o permitimos, iludidos ou não...
É entender que a vida nos oferece não o que desejamos, mas o que precisamos...É estar atento, reconhecer as mágoas e raivas, entender como se instalaram em nós...É dar voz, compartilhar sobre esses sentimentos, não como acusações ou lamúrias sem fim, mas para deixá-los ir, transcendê-los... É fazer a cada dia a escolha de iluminar meu mundo interior com compreensão, aceitação, perdão... É aliviar-me de tanto peso para poder participar mais livre e leve da incrível dança da vida!

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quarta-feira, 28 de julho de 2010

COBRANÇA

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Poucas atitudes são tão destrutivas para as relações como a cobrança. Ela pressupõe que estamos separados em níveis diferentes: eu credor, você devedor; eu sei, você não sabe; eu tenho meus direitos, você é o transgressor; eu tenho razão, você não tem; eu sou o ofendido, você é o ofensor... A cobrança nos sinaliza que a relação, qualquer relação, virou luta, virou briga!


Não percebemos que, quando mantemos crenças absurdas, idealizadas, achamos que os outros deveriam ser diferentes do que são para atender às nossas expectativas e passamos a vê-los como eternos devedores que falharam aos nossos desejos ou não reconheceram, com gratidão, tudo que fizemos por eles. Acreditar nisso nos leva à frustração, à raiva, à revolta, à mágoa, ao ressentimento... e reagimos a esses sentimentos com Cobrança àqueles que nos decepcionaram!
Nada pode ser mais irritante, ameaçador e opressivo que cobradores à nossa porta. Imagine só cobradores na nossa família, na nossa casa, no nosso quarto, na nossa cama! A triste ironia é que, quanto mais perseguimos com cobranças cada vez mais agressivas e chorosas (mesmo que “por amor”) mais o outro foge, resiste e luta. Ele defende suas posições, não quer mais ouvir, negociar, mudar. Reage com silêncios hostis ou com contra-argumentos igualmente raivosos e magoados que cada vez mais nos separam. Tanto as cobranças como os revides se repetem como discos rachados. Alguém já disse: “brigamos sempre as mesmas brigas”. Ninguém muda, só a relação que definha, encalha e morre.
A mim parece que a saída para esse impasse nas relações é, antes de mais nada, reconhecer que pensar e agir dessa forma não tem dado bom resultado, só nos tem trazido dor e afastamento.
Abrindo nossa mente podemos entender que ninguém é responsável por nossos desejos, expectativas e felicidade (mesmo que tenham se comprometido a isso num momento de paixão ou engano). Não tenho também o poder de modificar ninguém, mesmo com cobranças, ameaças, lamúrias, manipulações...
Compete a mim, sim, usar minha coragem e honestidade para estabelecer , comunicar e honrar meus limites, o espaço que me é necessário nas relações (comunicar os meus limites e não tentar impor ou modificar os limites do outro). Com assertividade e firmeza, saber me colocar nas relações do modo que me convém ou até mesmo ver até onde ela me convém.
É isso: jamais cobrar – apenas respeitar e dar-se ao respeito.
“O bom cabrito não berra”, nem se deixa manipular pelos berros dos outros.

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segunda-feira, 26 de julho de 2010

SAUDADE E CULPA

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Por que andam tão juntas?

São filhas de um passado que se foi e que eu não soube ou não pude fazer melhor.


Saudade de quem se foi , saudade do que se foi.
Falta de poder ver, falar, tocar, ouvir...Falta do que foi tão bom e bonito, falta do que deixou de ser como eu queria... Falta, falta, meu Deus, quanta falta...
Como se doesse pouco, faz-se acompanhar da culpa! Culpa de não ter sido como devia, como eu queria. Culpa do que me omiti, do quanto invadi, do quanto falhei... Ficamos reféns de perguntas que se repetem, que nos açoitam:
Onde falhei? Por que falhei? Em que pedaço do caminho nos perdemos um do outro?
Devia ter feito mais, lutado mais, respeitado mais, ouvido mais, ter sido mais corajosa e verdadeira, ter amado melhor... Devia ter invadido menos, manipulado menos, cobrado menos, facilitado menos, ter tido menos medo... Tantos mais, tantos menos, tudo dói, tudo é dor!
São reflexões que se repetem quando as lembranças nos assaltam. Mas tenho que lembrar-me que não adianta remoer tudo isso. Já passou, não volta, não posso modificar. Nada muda o passado. Só por ontem, eu fui o que pude e os outros também.
Preciso continuar procurando aceitar o que não posso modificar, lembrando sempre que aceitar não é gostar, é apenas deixar de brigar com a realidade, é perdoar.
A cada vez que o passado me assalta de forma tão dolorosa, abafando até o que de bom também houve, procuro ir gentilmente me ouvindo, me consolando, me perdoando...
Quero substituir esse sofrimento que paralisa e destrói, pela ação responsável e criativa de tentar a cada dia ser um pouco melhor comigo mesma e nas minhas relações, usando o ganho que as experiências me puderam oferecer. Quero substituir lembranças que machucam, saudades dolorosas, pelo pensamento doce, carinhoso, atual e amoroso que me leva até vocês, anulando a distância e as dimensões que os separam dos meus olhos, mantendo-os vivos e próximos, no aqui e agora, com aceitação do que fomos e do que somos.
“O amor é uma ponte para o sempre” É o que me une, hoje, agora, a cada instante, aos amores da minha vida.

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

CUIDAR DE MIM

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Preciso cuidar de mim. Preciso lembrar-me que essa é a primeira e principal responsabilidade de cada um de nós. Não posso delegá-la nem cobrá-la de ninguém. Cuidar-me para melhor ser e estar, melhor amar...
Cuidar-me por inteiro, atenta e gentil aos meus vários “corpos”.
Cuidar de mim é cuidar dos meus pensamentos, estar atenta aos tipos de crenças, conceitos, pré-conceitos que detonam esses pensamentos. Preciso permanecer alerta, aberta, flexível, examinando-os, confrontando-os, remodelando-os quando necessário, à luz de uma maior sabedoria que as experiências da vida vão me propiciando. Cuidar de mim é não me tornar mera repetidora do que antepassados, culturas, hábitos, mídias, me impõem e poder optar, escolher, reformular...isto é liberdade, é auto-responsabilidade.
É estar gentilmente atenta aos pensamentos que cultivo:
_ fico remoendo fatos dolorosos, odiosos, do passado?
_ fico antecipando possíveis desgraças, tragédias, disputas?
_ entrego-me e fico saboreando indigestamente as informações perversas que me chegam através da mídia adoecida de nossa época ( jornais, cinema, TV, livros...)? Em nome de serem fiéis à realidade, retratam e reforçam só o que há de pior e mais agressivo em nossos egos assustados, competitivos, aguerridos. Além de me agredirem, me contaminarem, elas acabam por sedimentar valores, conceitos, crenças pervertidas de anti-heróis, de vencer a qualquer custo, de ter a qualquer preço, de parecer (em vez de ser).
Quando cuido dos meus pensamentos estou também cuidando dos meus sentimentos, das minhas emoções. Pensamentos sadios e generosos geram sentimentos gostosos, amorosos. Também preciso cuidar dos sentimentos dolorosos mais antigos, aderidos como lama escura ao meu corpo emocional, escondidos, bloqueados na sombra de mim, mas atuando e me torturando indefinidamente. Escolho não ficar remoendo as situações que os originaram mas hoje entendo a necessidade reconhecê-los, não renegá-los, poder falar deles, dar-lhes voz para que saiam, possam ir, sem retroalimentá-los com lamúrias, auto-piedade, culpas e desculpas. Decidi substituir ser vítima de um mundo caótico por ser responsável pelo meu mundo interior e de como me colocar nas minhas relações.
Os cuidados que quero ter com meus pensamentos e sentimentos evitam descargas destrutivas em meu organismo físico. Cuidar do meu corpo passa por estar atenta a ele, respeitar seus limites a cada fase de minha vida:
_ exercitá-lo sem forçá-lo irresponsavelmente atrás de recordes, metas irreais, estética, modismos...
_ alimentá-lo sem exageros ( demais ou de menos), com atenção à qualidade
_ estar atenta ao seu funcionamento, buscar a causas de suas disfunções, às suas sinalizações de perigo, sem simplesmente abafá-las ou dissimulá-las com usos de químicos(“doril,engov,etc”), entregando a tarefa de “curar” meu corpo a profissionais, eximindo-me de qualquer olhar mais profundo de mim mesma, como se não tivesse “nada com isso”
Cuidar de mim é buscar amar para ser feliz. É tentar me relacionar comigo a partir de minha dimensão espiritual/amorosa: com atenção, cuidado, bom humor, gentileza, aceitação, ternura, compaixão, respeito...É escolher cuidadosamente o que permitirei que me chegue através de meus sentidos, da minha mente...é buscar a vivência de minha espiritualidade.. É cuidar que minha essência espiritual possa se expressar na minha existência humana.

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Maria Tude

2011


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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011



RESSACAS E REFLEXÕES

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             As festas natalinas se foram... Deixaram, no entanto, ressacas físicas,  materiais e emocionais pelo que “festejamos” 
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