nos olharmos, nos apreciarmos, a nos valorizarmos. Mas, hoje, já adultos, é nossa responsabilidade começarmos a valorizar nossas qualidades, nossas qualificações, nossos dons únicos, nossas infinitas possibilidades; aceitar nossa história, nossos sucessos e insucessos, nossas coragens e covardias, nossa humanidade... Poder dar voz a quem somos e mesmo quando fracassarmos em projetos, podermos valorizar a honestidade e o nosso crescimento ao reconhecê-los e analisá-los.
Precisamos lembrar de manter o foco em nós mesmos, recusando comparações externas. Precisamos lembrar que somos seres únicos, centelhas únicas de uma Luz Maior, “criações únicas de um Criador tão criativo que não trabalhou com cópias”. Temos um valor intrínseco que independe de julgamentos externos. A cada um de nós cabe acreditar e caminharmos, respeitando o valor dos outros, “curtindo” sermos aplaudidos e admirados, mas sem ter necessidade dessa afirmação externa. Iremos assim desenvolvendo uma segurança tranqüila e um senso de valor e dignidade própria.
Comentários e Sugestões: mariatude@gmail.com
Postado por Maria Tude às 10:40 Nenhum comentário:
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
O APRENDIZADO DO AMOR
Somos seres originados de um Amor Maior. Por isso, só o amor, realmente, consegue nos preencher, dar um sentido maior à nossa vida. Só ele pode nos dar uma sensação de saciedade interior, de plenitude. JeanYves Leloup afirma que “nascemos e vivemos para aprender a amar”. Eu também acredito nisso. Afinal, buscamos todos ser felizes!
Em nosso ainda imaturo mundo interior, podemos perceber o Amor apenas em momentos especiais, quase em flashes, que nos deslumbram e aquecem. Na maioria das vezes, nos enganamos sobre ele, deformando-o, apequenando-o, confundindo-o com sensações apenas físicas e emocionais.
É natural, na medida em que o Amor nos perpassa também nestas dimensões. Mas ele é maior, mais abrangente... A busca dessa totalidade amorosa é incessante, contínua, em nossa evolução. Sentimos, até pressentimos, que dele nos originamos e que só nos encontraremos e completaremos quando pudermos vivenciá-lo de todas as formas, em todos os momentos... Ele é a nossa vocação (o que nos chama), nossa direção, nosso propósito, nossa destinação!
Desde que nascemos iniciamos nosso aprendizado e exercício do amor. Aprendemos a amar com instinto de sobrevivência, buscando fora amar quem ou o que nos garantisse a vida, o conforto, o prazer. Nosso pequenino ego, defensivo e inseguro, nos levava a amar com apego, sugando, tirando do outro, do mundo, o que nos era prazeroso, necessário. Era um amor egoísta, primitivo, possessivo, do Eu e do Meu, do dominador e do dominado. Atendia necessidades primárias que, quando evoluímos, já não nos satisfazem. (e se satisfazem, é porque não evoluímos!).Começamos, mais tarde, a entender e sentir a gratificação de Doar e Receber. Era o aprendizado do Amor da Troca. Mas ainda tínhamos muito medo de perdermos o “objeto” do nosso amor, de sermos rejeitados, preteridos. Ainda buscávamos fora. Aprendemos a usar máscaras que nos fizessem parecer mais bonitos e desejáveis e acabamos por nos apaixonar por nossas fantasias! E amamos corpo e alma, com paixão. E por ela mergulhamos em abismos, fizemos desatinos, fingimos, mentimos... Estávamos deslumbrados, apaixonados pelo Amor. Mas era um Amor de Troca, queríamos o mesmo do outro! E esse amor troca transformou-se em amar com perseguição, competição, luta, cobrança... Quem se doou mais? Quem fingiu mais? Quem recebeu menos? Quem é o melhor, e o pior?
A dor do desengano, das desilusões, a amargura de assistir à falência desse modelo amoroso, nos leva muitas vezes a desistirmos de amar ou a tentarmos repetir etapas, mudando apenas de pessoas.
Mas também pode nos preparar para a possibilidade de iniciarmos uma nova etapa do aprendizado do Amor: desapaixonar-se, deixar as fantasias, para nos vermos com mais realidade, maturidade, humanidade. É o início desse novo aprendizado, o exercício do Amor Parceiro, generoso, gentil, amigo. Amor que se respeita e respeita as diferenças, que aceita, que tem compaixão, que é solidário, que nos mantém unidos, mas livres. Um amor que trás alegria e gostosura às nossas vidas.
Mas, precisamos mudar o foco. Todo esse processo precisa acontecer em mim, primeiro em mim. Preciso vivenciar esse processo interno que me leva a conhecer-me, aceitar-me e me ensina a amar com alegria, amar descobrindo as muitas faces do Amor. Então, ele naturalmente transborda para os outros, para qualquer das minhas relações amorosas, familiares ou não.
Estamos vivos, em movimento, em processo. Assim também o nosso aprendizado do Amor. Desde o Amor que suga e aprisiona, o amor que
troca e conflita, o amor que ilude e desilude, o amor que aproxima mas nos deixa livres...Ainda não estamos completos e nosso aprendizado também não. Em algum dia, em algum tempo, em algum momento, conseguiremos alcançar uma nova etapa, a do Amor Maior, Total, Abrangente a Tudo e Todos, Incondicional. E é exatamente de onde viemos!
Comentários e Sugestões: mariatude@gmail.com
Maria Tude
2012
Parte superior do formulário
Parte inferior do formulário
domingo, 30 de dezembro de 2012
AMIGOS PARA SEMPRE !
Nessa época de final de ano, com os sentimentos aflorados, com sensação de fins e começos, de balanços, as boas lembranças chegam mais fortes, insistentes...
Algumas pessoas chegam, passam e ficam em nossas vidas - para sempre. Com vínculos familiares, ou não, elas ficam para sempre!
- nossos primeiros encontros, os da infância, os colegas da escola, os primos nas festas em família. Os companheiros de adolescência, com quem dividimos sonhos, medos, segredos e ousadias... Quando os reencontramos, mesmo após muito tempo, retomamos a intimidade como se nunca tivéssemos nos separados!
- os amigos adultos, companheiros em nossas primeiras grandes dores... e em tantas outras. Companheiros nos Grupos, na Vida, companheiros que estiveram sempre conosco, rindo, chorando, falando, calando, ouvindo...
- os parentes e amantes que superaram os limites de seus papéis familiares e decidiram nos aceitar e respeitar incondicionalmente; aqueles que quiseram ser mais, eles quiseram ser nossos amigos!
Esses amores são para sempre! Mesmo quando brigados, zangados, afastados... sempre encontramos um modo de nos perdoarmos e de acharmos explicações (e, às vezes, até justificativas) para as atitudes “erradas” daqueles que amamos. Pode até demorar, porque insistimos em criar expectativas irreais e as decepções e frustrações doem muito. Mas,
como “o amor é paciente e é bom...”, acabamos, com maturidade e pela força da amizade, tudo superar. Amigos, heróis ou bandidos, não importa para nós que os amamos.
A lembrança dos Amigos é sempre doce, leve e terna, mesmo quando doída pela distância, física ou de dimensões, ou pelo tempo que nos engana, fingindo ser longo. Mas, se “O tempo é uma ilusão”, “Longe é um lugar que não existe” e “O Amor é uma ponte para o sempre”, então...
Amigos são para sempre!
Postado por Maria Tude às 17:29
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
ENTÃO É NATAL !
Festa doce, colorida, “alegre”, cheia de ternura, universal... Seu simbolismo de Amor, Amizade, Confraternização, ultrapassa fronteiras criadas por religiões, culturas e povos. Talvez seja porque nasceu do advento de um Mensageiro e sua Mensagem amorosa, uma “Receita Nova” para pessoas e povos, uma Receita de Amor entre todos como caminho para a libertação e felicidade.
Mas que festa estranha o Natal está tornando-se, justamente, em Família e dentro de cada um de nós!
Travados por uma terrível dificuldade de lidar com nossos sentimentos, de demonstrá-los, nós nos vemos assolados por correntes afetivas em conflito, em confusão... Dentro de nós, de nosso oceano emocional, essas correntes se chocam:
- correntes lentas, choradas, de saudade... dos que já se foram, dos natais da infância, da espera doce e mágica por Papai Noel...
- correntes magoadas, chorosas, pelos “presentes” que não ganhamos, pelas expectativas amorosas que ainda não se realizaram, pelas presenças queridas que cresceram e se dispersaram...
- correntes poderosas, alimentadas por lembranças que trazem sentimentos de frustração, raiva, ciúmes, ressentimento, pelas doces palavras sempre esperadas, que jamais vieram, por “vergonha” de expressar doçura e amor num mundo tão irônico, aguerrido, defensivo...
- correntes ansiosas, excitadas, de alegrias e tristezas, infantis e adultas... – - correntes de muita ansiedade na luta pelas presenças divididas e disputadas, em famílias partidas, subdivididas...
Tudo se chocando dentro de nós, aumentado por uma força maior – a da importância desses laços da Família! Às vezes ficamos tão tocados e mexidos, que fugimos para a “solução” simplista, que nossa cultura materialista nos recomenda: “sepulte sentimentos com coisas, agrados, compre mais, mais e mais...”. E mesmo assim nos perguntamos, atormentados: “Será que tudo isto conseguirá dizer da grande importância que vocês têm para mim? Sempre me fica a impressão que tanto ainda é pouco, barato, sem graça... E talvez vocês não gostem!”
Brincamos e sorrimos, mas que agonia! Que tolice querer que coisas, mesmo as melhores e mais caras, digam o que não conseguimos expressar com palavras, gestos, olhares - o nosso desejo de ser amado, de sermos especiais para vocês e o quanto vocês o são para nós...
E se os muitos presentes não aquietarem os sentimentos, pode-se sepultá-los sob uma grande mistura de sabores e comidas e finalmente afogá-los em muito álcool!
Natal – festa que, assim, se torna estranha e dolorida! Mas não é assim que a desejamos! Não precisa ser assim! Cada um de nós tem o poder de construir seu próprio Natal – com Simplicidade!
Quero desfrutá-lo com aceitação do meu mundo interior, mesmo tumultuado; sem brigas comigo mesma, sem expectativas, sem tentativas de controle da festa, sem cobrança de dívidas antigas de mim, dos outros ou da Vida - apenas com Gratidão pela mensagem Leve, Doce e Amorosa que ele nos traz.
Natal é a reafirmação de uma promessa: a de que, através do Amor, da Gentileza, da Boa Vontade alcançaremos a Paz, Alegria, Felicidade!
Sejamos coerentes com nosso desejo e decidamo-nos a ter um Feliz Natal!
“Depende de nós...”
Postado por Maria Tude às 15:20
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
E A VIDA CONTINUA...
A Vida sempre continua! É uma história sem fim, contínua, através do tempo... Ela é eterna! É uma eternidade mutante, constante apenas em seu movimento, sua mudança, suas transformações... Num universo de pura energia divina, nada acaba realmente, apenas se transmuta, se transforma - em qualquer reino da natureza, inclusive no “reino dos homens”.
Vivemos hoje uma fase de grande ebulição, quando as transformações parecem ser ainda maiores, mais significativas do que em épocas anteriores. Livros de várias tradições antigas nos apontam predições, maldições, chamados... Sentimo-nos confusos, assombrados, amedrontados, acuados... Ouvimos ameaças de destruição e mortes, como se jamais houvessem acontecido antes; como, se não fosse por isso, pudéssemos continuar fisicamente aqui para sempre e o mundo seguiria imutável!
Sob essa “ameaça mortal” a nós próprios e ao nosso mundo tangível, concreto, nós nos agarramos fixamente, ainda mais, em nossa materialidade, numa busca competitiva e desorientada por coisas, por poder, dinheiro, pessoas... Agarramo-nos a esses prazeres concretos, imediatos, querendo eternizá-los num gozar frenético do agora, antes que, talvez, tudo se acabe! Esquecemo-nos que o encontro da Felicidade e do Eterno não se dá pelo que é mundano!
Se olharmos a nossa volta, antes ou agora, veremos que sempre, a todo momento, em quaisquer datas e épocas, transformações ocorrem na Terra e em nós mesmos, e deixamos esse mundo físico, de passagem. Passamos, mas não acabamos! Somos seres espirituais numa roupagem e passagem física, fugaz... Sempre fomos e sempre foi assim... Passamos, mas jamais acabamos!
Postado por Maria Tude às 20:33
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
EQUILIBRANDO PRATOS
Muitas vezes nos damos conta que passamos a vida como o artista de circo - “equilibrando pratos”! Absorvemos mais do que podemos: coisas, tarefas, empregos, pessoas, suas vidas... e para isso, corremos mais e mais, tentando em vão não deixar cair “os nossos pratos”!
Tentando o impossível, utilizamos pouco, e mal, as coisas; sofremos com tarefas corridas, nem sempre bem elaboradas ou curtidas; passamos pelas pessoas, superficialmente, sem tempo... Mesmo para as mais queridas, falta tempo, mais atenção, falta um ouvir sereno, um carinho sem pressa, um olhar nos olhos...
Vemos os melhores tempos irem passando rápido, como numa viagem corrida, quando pouco curtimos a paisagem...
- a infância dos filhos, suas “graças”, suas conquista, suas dificuldades... sem lembrar que “esse maravilhoso filme da infância não se pode repetir”!
- as refeições em família (ou não) sempre corridas, interrompidas pelas muitas coisas a serem feitas logo/logo e ligações, muitas, a serem atendidas...
- as atenções, ternuras e gentilezas que foram sendo diminuídas (ou distraídas) porque, cada vez mais, temos menos tempo, mais afazeres, mais cuidados...
- os momentos intensos da vida, que se perderam na tensão e agonia da pressa...
E tantas outras corridas para não deixar “os pratos”caírem, tentando controlar tudo...
Assustada, me pergunto, muitas vezes: Será que já me habituei, me viciei, na adrenalina liberada nessas ocupações corridas e contínuas? Será que estou perdendo a memória ou apenas passei tão rápido por tudo isso que pouco ficou registrado para poder ser lembrado?
Compartilho e tento, mais e mais, me conscientizar de que estamos, todos, cada vez mais perto do fim dessa oportunidade de viver e conviver com quem amamos! A vida continua, mas esse episódio específico se finda! Todos os pratos cairão, querendo eu ou não, independente de minha corrida, da minha tentativa de controle, da minha tola arrogância de achar que, se eu não fizer ou cuidar, como será?... Preciso ser humilde, realista, pisar no freio, abrir mão, relaxar, para desfrutar dessa viagem e saborear cada momento da vida! (Mesmo, meu Deus, sendo tão difícil!)
Postado por Maria Tude às 15:48
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
MÁSCARAS
Quem vem lá? Quem são essas pessoas que passam por mim? Quem são vocês, que param, que ficam comigo, que até vivem comigo?
Olho e o que vejo são apenas as máscaras que estamos usando...
Máscaras para a igreja, para o trabalho, para o clube, para a rua, para os vários papéis familiares... Máscaras variadas: sorridentes, amorosas, ameaçadoras, chorosas, indiferentes...Nas ruas, passamos uns pelos outros como robôs sem alma, máscaras impessoais sem olhos, sem vida... Não nos olhamos, pouco nos percebemos ou falamos – estamos todos sós, isolados, defendidos... No entanto, é tão gostoso (terno, suave, confortável...) quando podemos nos mostrar e também vislumbrar um pouquinho do outro – com sentimentos reais e gentis sob nossas máscaras sociais. Por outro lado, também pode ser até assustador nos defrontarmos com o desamor ou ressentimento de alguém, quando, por momentos, esse alguém, por descontrole ou por vontade, revela o que se esconde sob sua máscara.
Quem vem lá? Quem é você? Quem sou eu? O que escondem essas máscaras? Atrás de cada rosto existe uma história, existem sonhos abandonados, decepções disfarçadas e medos, muitos medos – medos de infância, medos adultos, medos aprendidos/ensinados, medos familiares, medos sociais... medo de não ser aceito, valorizado, medo de não ser amado. É muito difícil, triste, solitário, manter esse “Ser de Faz de Conta”, esse viver sempre alerta para escolher a máscara certa para cada ocasião; e o conviver se torna superficial, maquiado, mesmo com quem mais amamos.
Nesses bailes da vida, quero dançar mais leve, solta, verdadeira. Para isso, preciso ir, aos poucos, conhecendo o que se esconde sob as minhas máscaras. Só assim, me entendendo e aceitando, vou poder ir-me fortalecendo, me respeitando e me libertando desses “esconderijos” de mim. Eles têm me defendido, mas também me afastado de minha espontaneidade, minhas dores e alegrias, de minha luz... e das pessoas!
Quero ter coragem para me permitir olhar nos olhos do Outro, chamando-o, silenciosamente, para também se libertar, para ousar revelar, quando quiser ou puder, sua humanidade, esse seu mundo oculto que ele ainda esconde atrás de sua máscara.
“Enquanto vou tentando ir libertando-me de minhas máscaras, passo por ti, buscando teus olhos... E te espero e me enterneço com tua humanidade tímida e ainda tão defendida.”
Postado por Maria Tude às 17:03
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
domingo, 9 de dezembro de 2012
A DOR DO OUTRO
Qual o tamanho da dor do outro? Será que posso medi-la? Posso realmente “entendê-la”? Poso senti-la em todas as suas nuances?
Não, não posso! A dor de uma pessoa é tão única quanto ela mesma! Não importa se já passamos por uma circunstância dolorosa semelhante (traições, discriminações, decepções, humilhações...), por perdas “iguais” – de sonhos, de oportunidades, de relações, dos amores mais próximos...
Na verdade, nada é igual, porque não somos iguais! Cada um de nós tem uma história única; cada fato tem para cada um de nós um peso diferente e reagimos a eles de uma forma absolutamente particular. Uns choram para sempre, outros jamais choram; uns gritam, esperneiam, outros se calam, se sufocam; uns se revoltam, outros se anulam, outros ainda se amansam... Quando comparamos as dores do outro com as nossas, tendemos a minimizá-las e, às vezes, a não nos apercebermos delas . Em nós, dói mais, sentimos mais de perto! E ficamos tão fixados em nossa dor, que, em alguns casos, egoístas sofridos, nem nos damos conta do peso dela no Outro.
Certas perdas nos atingem de tal modo, que nos trazem mais do que dor – trazem horror, desespero, desesperança... trazem uma sobrevida a princípio arrastada, sem vontade, sem força, fugitivos das lembranças ou reféns de um replay inacabável do filme da perda. Hoje, eu me dou conta que eram tão presentes e intensas para mim, em mim, que me fizeram fechada e insensível à dor do Outro, mesmo do Outro que eu tanto amava! O Outro que morrera, que se fora e me deixara ou o Outro que falhara aos meus olhos e aos do mundo... Não conseguia sequer “imaginar” a dor do Outro! Daquele que se fora e perdera todos de uma só vez (familiares, amigos, namoradas...), que deixara projetos inacabados, desculpas não pedidas, perdões não concedidos, “felicidades” não alcançadas... Ou a dor de quem falhou, decepcionou, que tentou, mas não conseguiu se salvar das humilhações, da vergonha... As perdas eram grandes demais e as dores tinham que ser grandes demais, também! Mas minha grande dor e minha tola pretensão me levaram a desconsiderar a dor do outro, me levaram à insensibilidade, à incapacidade de “pressenti-la”.
Hoje, tento olhar para o Outro, qualquer Outro, aceitando sua dor, sem avaliações, sem julgamentos, sem comparações, sem a pretensão de querer resgatá-los dela... Apenas solidários, com empatia e companheirismo.
Hoje, compartilho com vocês, “Outros”, aqui ou onde estiverem, meu arrependimento tardio, o meu “entendimento” tardio de tanta dor que sua humanidade lhes fez sentir. Também tardio, o meu sentimento e o meu profundo respeito!
Postado por Maria Tude às 16:34
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
DE CIMA DO MURO
Nesse modelo de mundo, competitivo e defensivo/agressivo, onde fomos criados e “orientados” pelos grupos que nos acolheram, ouvimos sempre que a condição para pertencermos e sermos aceitos, fosse na Família, Igrejas, Partidos políticos, clubes esportivos, empresas, etc, seria escolhermos “um lado do muro”, vestirmos “uma camisa” e ali permanecermos para sempre, fiéis e leais! Isto seria “ter personalidade” e “lealdade ao grupo”. Não poderíamos jamais, “ficar em cima do muro” e mudar... Isto seria uma vergonha, falta de caráter, fraqueza, falsidade...
Hoje entendo que não posso, não devo e não quero abrir mão da minha liberdade de escolha, do meu direito de modificar opiniões, pensamentos, atitudes... Esta é uma responsabilidade que preciso ter comigo mesma – garantir minha liberdade de escolher. Só assim garanto minha possibilidade de crescer, me transformar, ser co-autora de mim mesma, em vez de ser mera seguidora de “um lado do muro”.
De cima do muro é que posso ter a visão dos dois lados, dos vários lados, de qualquer lado, da veracidade das “verdades” apregoadas como “certezas”, que um dia escolhi ou me foram passadas, mas que já não me bastam...
Atenção! Essas “verdades”, tão defendidas e apregoadas, me aprisionam econtaminam sutilmente minha capacidade de ver, ouvir e refletir com isenção e liberdade sobre os vários lados de quaisquer questões! Estar refém de um lado, de uma razão, de uma camisa, de um rótulo, de um “partido” (familiar, religioso, político, esportivo...) na verdade me “parte”, me mutila, me apequena... E me arma, me “militariza”, me torna um militante combativo, guerreiro zangado ou irônico, eterno defensor do mesmo lado, das mesmas visões... E isso me rouba a possibilidade de ser pró-ativo em muitas questões que poderiam me parecer também justas, merecedoras de atenção e cooperação.
Tenho direito e necessidade de refletir com liberdade, tenho direito de mudar (ou não) de opinião, de abandonar “lados”, “certezas”, de escutar minhas dúvidas, de não “pertencer” a grupos, a tribos, a modismos...
Não adianta subir as mais altas montanhas, conhecer novas pessoas, paisagens, ler os melhores livros... se minha visão estiver condicionada, emparedada por algum “lado do muro”. Estamos vivos, somos uma Centelha Viva e tudo que vive tem movimento, muda e se transforma. Somos mutantes – a cada momento, precisamos adequar nossa visão e escolhas às pessoas que estivermos sendo. E somente livres, “de cima do muro”, podemos ser leais a nós mesmos e cumprirmos com nossos destinos em busca sempre do Melhor.
Postado por Maria Tude às 20:04
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
EM FAMÍLIA - OS IRMÃOS
Irmãos, companheiros primeiros, companheiros no ninho, companheiros de ninhada... Ninhadas pequenas, grandes ninhadas, crias criadas junto, crias criadas separadas – não importa, o vínculo se fez e persiste!
Irmãos mais velhos, mais “sabidos”, ora protetores, ora ditadores, invasores, “educadores”, ciumentos da atenção e do amor que passou a ser “dividido”. Irmãos mais novos, implicantes, invejosos de nossa “maior/idade”, das nossas primeiras liberdades... Eram nossos maiores admiradores, só queriam mesmo era serem aceitos como iguais, como colegas e companheiros! Irmãos “do meio”, espremidos, destemidos, lutadores, buscando sempre seu lugar no ninho! Irmãos que a gente critica e briga, mas não quer que ninguém critique! Irmãos eternos “rivais” competindo pelo espaço no ninho, espaço no colo, nos carinhos, na atenção e admiração do pai e da mãe.
Quando nos afastamos, fisicamente, na vida adulta, é o fio da infância que nos mantém unidos. Quando nos afastamos afetivamente, brigados, distanciados, a ruptura desses fios nos faz ressentidos, amargos, quebrados em nossa história...
Os irmãos nos foram oferecidos pela Vida para aprendermos a dividir, a compartilhar... Um Amor Maior nos fez irmãos, nos fez nascer no mesmo ninho, para sabermos, para sempre, que não somos sozinhos... Fomos moldados e curtidos nas mesmas festas de família, nos mesmos passeios, nas mesmas férias... E também nas mesmas crises dos pais, nas separações, nos mesmos medos, nas mesmas perdas...
Conforme o tempo avança, mais e mais, ganham significado esses laços que nos unem à nossa origem. Cada vez mais sentimos a força desses vínculos, mesmo quando distantes uns dos outros. Os irmãos são a memória, o que ficou de nossa infância, eles são o “restinho” de nossos pais. São as testemunhas vivas do início de nossa história. Eles trazem, como nós, a marca indelével de nosso berço, da Família que nos acolheu nessa caminhada.
Postado por Maria Tude às 12:29
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
GENEROSIDADE
É uma faceta do Amor! Aquela que nos leva a priorizar e valorizar sempre o Bem e o Amor nas situações, nas pessoas e em nós mesmos. Ela nos leva a procurar ver, mesmo em quem erra e falha, tudo que nele existe de bom, ainda que muito escondido!
Generosidade é aceitar a diferença, aceitar o diferente, de forma amorosa!
- é ouvir com gentil interesse e se revelar sempre com verdade, permitindo que o outro enxergue minhas humanas dificuldades, facilitando que ele relativize as suas próprias.
- é sorrir com simpatia, demonstrando vontade de estar junto, evitando que o outro se sinta isolado.
- é desejar compartilhar bens materiais, idéias, oportunidades, bons momentos...
- é estar disponível, sair do conforto de si mesmo, ir ao outro, buscar “senti-lo”...
- é valorizar o outro, favorecer-lhe oportunidade, encorajá-lo, “segurando” minha própria vontade de sobressair.
- é ter o cuidado de não iludir, de não alimentar fantasias, de não ferir os sentimentos dos outros, apenas para alimentar vaidades em mim.
- é não cobrar, não culpar, não humilhar, não “ajudar”, fazendo o outro se sentir eterno devedor, ou errado, menor, incompetente...
Esses são apenas alguns aspectos da Generosidade! Mas, para “transbordar” tudo isto para os outros nas minhas relações, preciso que a Generosidade passe por mim. Preciso entender e sentir a doçura, a coragem, a importância da Generosidade em mim, nos meus momentos. Não a Generosidade que vem de fora, mas a que tenho comigo mesmo. “Que comece em mim” – preciso aprender a ser generosa comigo, para que, generosamente, queira vivenciá-la no mundo, com o mundo.
Preciso “ver” o que há de bom em mim, com olhar amoroso/generoso, paraaceitar, perdoar e poder modificar minhas dificuldades, os meus defeitos. A Generosidade se revela para mim na atenção e cuidado com os meus limites, com as minhas possibilidades em cada momento. Ela não exagera, mas jamais desqualifica minhas dores e meus dissabores. Experimento esse doce sentimento comigo mesma quando aceito quem eu sou, Só Por Hoje, e não quem eu queria ou deveria ser.
Paciência, bom humor, cooperação, verdade, gentileza, aceitação, disponibilidade... são as maravilhosas companheiras da Generosidade eclodindo em nós, em nossas relações, tornando nosso caminho suave e muito gostoso! Qualquer atitude para ser generosa precisa ser amorosa. A Generosidade é o Amor em ação, trazendo mudança de atitudes e trazendo, principalmente, uma transformação interior.
Postado por Maria Tude às 15:12
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
ORIGEM E DESTINAÇÃO
Como tudo no universo, somos todos permeados pela Energia Luminosa de Deus. Somos centelhas de sua Luz, somos singelos “portadores de Sua Luz”. Dela nascemos e é em Sua direção que seguimos. Ela é nossa Origem e nossa Destinação. Uma força irresistível, uma atração incoercível, nos norteia e nos conduz para Ela... Assim evoluímos sempre, sempre...
Temos, todos, isso em comum. Mas o percurso, a caminhada, é pessoal, particular, porque somos, cada um, uma criação, uma criatura, uma centelha única, original, do Criador! Essa caminhada se faz, então, ao modo, ao estilo de cada um e respeitando o tempo e a possibilidade de cada um. Nela, é de minha responsabilidade o cuidado com a nutrição de minha Luz Interior. Também sou responsável por buscar a direção certa, ou por tomar atalhos duvidosos, porém mais fáceis e cômodos, ou pelas paradas preguiçosas, ou pelo esquecimento temporário do meu destino... E sou responsável pelas marcas que vou deixando... Suas conseqüências, boas ou más, também são minhas.
Como não nos perdermos definitivamente nesta jornada, tão presos que ainda somos ao mundo conhecido – à nossa materialidade tão defendida e tão disputada? Como abrir mão do concreto, do prazer mundano, aquele que se busca a qualquer preço porque ele é fugaz, passa tão rápido e não consegue nos satisfazer mais completamente, mais profundamente, porque, por mais e mais que o tenhamos, sempre nos falta algo? E como buscar o que, claramente, ainda não sabemos... apenas intuímos, sempre pressentimos?
Decorrente de nossa Origem, existe em nós, ainda que em surdina, uma Voz que nos orienta, que nos aponta o caminho de “volta à casa do Pai” – à nossa destinação. Ela sempre esteve presente! Nós muito pouco a ouvimos porque nossa atenção e nossos interesses estavam no Mundo.
É uma Voz Silenciosa, que jamais desiste, que tenta se fazer ouvir, mesmo abafada pelas vozes do ego que apregoam o ter, o parecer, o poder, o vencer... Esse ego racional/instintivo, arrogante e assustado, tenta nos impedir de ouvir a “Voz Sem Som” da Consciência Espiritual nos convocando a evoluir... A Voz que traduz “uma intuição profunda para os rumos a serem seguidos” em direção a SER QUEM, REALMENTE. SOMOS.
Como um filho pródigo à procura do caminho, precisamos, cada vez mais, estar atentos a essa Voz Espiritual Interior; precisamos ouvi-la e repassá-la, com infinita paciência, ao nosso ego, à nossa consciência racional/instintiva, num diálogo amoroso, apaziguando-a, ensinando a gostosura, o deleite, de um viver mais amoroso, mais generoso, mais livre e feliz... Acredito que é para isto que estamos aqui – aprender a ouvir a Voz da Consciência Espiritual a nos guiar nos cuidados com nossa Luz a caminho de nosso destino – a Luz Maior.
Postado por Maria Tude às 19:13
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
domingo, 18 de novembro de 2012
SAUDADE II
Dói tanto! Quando consigo, confesso que fujo dela!
Saudades são filhas das minhas lembranças...Lembranças alegres, lembranças tristes... Lembranças de momentos marcados pela felicidade e de outros, marcados pela dor, até pelo horror... Lembranças de dias frios, chuva fria, temporais quentes de verão, banhos de chuva, risos, trovoadas, sustos...eu menina e, mais tarde, os meus meninos... Elas me trazem saudade do aconchego da família protetora e ainda inteira... São tantas as saudades...!
- Saudade da infância, dos vizinhos, da escola, dos “amigos para sempre”, da adolescência assustada e atrevida...
- Saudade da juventude ainda inocente que me levava a idealizar, a buscar os sonhos de “peito aberto”, tão vulnerável às lições duras e objetivas da vida...
- Saudade dos meus alunos que me revelaram a importância de minha “mestria” em suas vidas e me encantavam em nosso convívio, naquele caminhar gostoso, juntos, num Encontro diário...
- Saudade de colegas, em outros trabalhos, que dividiam comigo brincadeiras, alegrias, impaciências, companheirismo, em meio às lutas cotidianas, nas longas horas longe de casa.
- Saudade das “secretárias” que tanto me ajudaram a “levar” a casa, os filhos, a família...
- Saudades maiores do carinho de meus avós, da tia sempre companheira, de meus pais mais jovens, sempre atentos, cuidadosos, disponíveis para tudo, a qualquer momento...
- Saudades dos primeiros amores, saudades dos primeiros tempos do último amor, do amor que ficou...
- Saudades da infância dos primeiros filhos, dos filhos que se juntaram a nós, dos filhos que chegaram ainda depois, tão dependentes, tão próximos, tão meninos... Saudades da chegada alvoroçada e curiosa dos “escolhidos” pelos filhos já adultos, saudade dessas relações se tornando mais íntimas, mais amorosas, saudade da chegada em festa dos netos... A Família crescendo, o abraço aumentando...
- Saudade das férias, das festas de São João, dos Natais, dos lanches sob qualquer pretexto, apenas para ficarmos juntinhos...
- Saudade das coisas boas que ficaram no tempo... mas, mesmo assim, como dói!
Saudade é o passado gritante, gritando, querendo se fazer ouvir, se fazer sentir, machucando de graça, porque ele não volta! A saudade revive o que não mais podemos viver!
As Saudades mais terríveis, saudades que parecem nos rasgar, dilacerar, no físico, na alma, são as saudades daqueles que já se foram de nossos olhos, de nosso toque, do nosso convívio. Enquanto ainda estávamos todos aqui parecia ser possível tornar realidade, recriar o filme maravilhoso do passado de nossas vidas. Agora não, agora são só saudades... Saudades que me assaltam em repentes, que eu respeito, que me fazem chorar em agonia... Mas, depois, enxugo o pranto e Caminho...
Postado por Maria Tude às 11:20
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
O DEPENDENTE QUÍMICO NA FAMÍLIA
O dependente químico faz parte da família! Ele é um membro do grupo como outro qualquer! Perdeu-se essa noção ao longo das lutas dentro da família. Ficou a sensação de que estavam em lados opostos, numa eterna luta pelo controle daquele familiar que estava em perigo, que colocava todos sob constante sentimento de medo, culpa, raiva, frustração, mágoa... que expunha a Família à vergonha!
O dependente químico já não conseguia “viver” sem o aditivo químico e a Família acreditava que, Por Amor, tinha o poder e o dever de salvá-lo. A comunicação distorcida fornecia as armas para essa “missão santa” – cobranças, agressões, mentiras, manipulações... E todas eram usadas e abusadas! E cada vez mais se machucavam, e foram se afastando...
Um dia, premido por uma dor maior e pela graça de Deus, o dependente químico entra “em recuperação”. Mas, recuperação de que? Do passado, de tudo que foram juntos? Não se iludam, não se recupera o passado! Ele passou! E nem tinha dado certo, afinal! Mas é possível recuperar o controle da própria vida, da capacidade de fazer as próprias escolhas, talvez de cuidar de outra forma das relações tão machucadas.
Toda família para recuperar sua função de “nidar”, para recuperar sua “sanidade”, precisa, também, mudar. O dependente químico precisa acreditar e reforçar novas crenças (e os outros membros, também):
“sou um ser único, com dons e destino único. Faço parte, mas não sou parte, não sou um pedaço da família; tenho uma direção e história própria. Preciso aprender, antes de tudo, a me auto responsabilizar, a me respeitar, a me cuidar!”
“preciso buscar, com firmeza e paciência, um novo papel nessa organização familiar. Preciso estabelecer limites claros e respeitar os dos outros – isto é assertividade.”
“preciso buscar um novo modo de me comunicar, com honestidade. Dizer do meu momento, das minhas prioridades, do meu amor independente.”
Atenção! Recaídas nas relações, a volta aos velhos maus hábitos de facilitação, dependência e cobrança, podem trazer recaídas maiores! Atenção e firmeza com outros membros que não estejam “em recuperação”, que não tenham mudado suas crenças e atitudes. Eles ainda não podem entender as mudanças do dependente químico na relação! Paciência, compreensão, compaixão... mas atenção e assertividade.. Atenção com cobranças! Familiares “paralisados” tendem a tentar arrastar o dependente químico para seu passado “errado” e paralisá-lo pela culpa. Eles ainda não sabem se relacionar no presente, no Só por hoje, ainda estão congelados na dor, na mágoa, na prepotência...
Atenção! Você e eles estão juntos nessa Família. Um Poder Maior apostou que seria importante para o crescimento de vocês tudo que viveram e o que podem ainda viver juntos. Depende de cada um! Mas sua vida é sua! Cuide dela em primeiro lugar, com carinho, alegria e bom humor! E seja feliz, “às suas custas”!
Postado por Maria Tude às 21:21
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
sábado, 10 de novembro de 2012
UM TEMPO
“O tempo não corre em vão!” Estou tentando aprender a me dar um tempo. Estou, afinal, entendendo que precisamos nos dar um tempo. Não devo dormir no tempo, mas estar acordada, respeitando cada tempo, aproveitando o saber, talvez até a sabedoria, que ele pode me trazer.
São tantos tempos! Tempo de chegar, tempo para ficar, tempo de partir... O tempo para aceitar o que não quero, o que me machuca, o que me irrita, o que não posso... Preciso de tempos curtos para aceitações mais simples, mas eles variam de acordo com as minhas expectativas, com o tamanho das minhas desilusões, com a força de minha teimosia, da minha negação, da minha raiva, da minha resistência em aceitar. Mas atenção: meu orgulho, com minha arrogância, minha pretensão, minha vaidade, meus melindres... podem ir esticando esse tempo, gastando as oportunidades que a vida me traz, transformando-me numa prisioneira da espera.
“Me dá um tempo!” – “Preciso de um tempo!” Parece “chororô”, mas é verdade!
- preciso de um tempo para entender e assimilar o novo
- preciso de um tempo para “esquecer” a vergonha...
- para abandonar a culpa e aceitar que falhei...
- para repensar minhas escolhas, para aceitar suas conseqüências...
- para desistir de me apegar às críticas e aprender a gostar, a apreciar, a elogiar...
- para “digerir” minhas experiências e transformá-las em nutrição sadia para minha vida.
- preciso de um tempo para aceitar o inaceitável, as dores maiores... Para entender que, apesar de tudo, precisamos continuar...
Precisamos, na verdade, de tantos tempos... De toda uma vida de variados tempos para nossas mudanças. “O tempo não corre em vão!” – Quando acordados, atentos, disponíveis, flexíveis, ele se perpetua no Agora e, então, nos vamos nos libertando, nos transformando.
Postado por Maria Tude às 17:48
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
terça-feira, 6 de novembro de 2012
O MELHOR QUE SE PÔDE
Um dia, fui a um cemitério acompanhando alguns familiares em visita “de rotina” à sepulturas de parentes. Ao caminhar olhando os túmulos, lendo dizeres de homenagem e saudades nas lápides, fui sendo tomada pela energia do passado, de vidas de outrora, daquelas pessoas que existiram por aqui deixando suas marcas, mais fundas ou mais leves, longas ou ligeiras, mas certamente fortes nos corações daqueles que os amaram. Chegamos a um pequeno túmulo, onde estavam recolhidos os ossos de antepassados dos quais eu ouvira falar, ouvira pedaços de suas histórias. Talvez pela isenção que a distância no tempo nos traz, sem a força da memória e das dores mais recentes interferindo nos julgamentos, pude, de repente, me dar conta de que aqueles nomes representavam pessoas que por aqui estiveram marcando suas presenças com seus sonhos, suas crenças, ilusões e desilusões, suas atitudes, suas lutas, seus sentimentos quase sempre negados e escondidos, buscando acertar, querendo dar certo e tantas vezes errando, falhando... Mas todas querendo ser felizes!
Eu me emocionei, e ainda me emociono, numa atitude reverente ante aqueles nomes do passado porque entendi, senti, que cada um deles fez o melhor que pôde, o melhor que conseguiu fazer, certo ou errado!
Entendi que todos nós, desde o mais remoto passado da História até hoje, todos nós, estamos vivendo e dando à Vida o melhor que podemos, que conseguimos!Acertando, errando, sendo muito bons ou muito maus, amorosos ou odiosos, gentis ou brutos... sendo o que formos, estamos sendo o melhor que conseguimos naquele momento! As conseqüências, os frutos bons ou maus do que fomos, colheremos certamente depois, mas naquele momento, foi o que se pôde!
Não adianta nos crucificarmos, ou aos outros, pelo mal que fizemos, pelo bem que não conseguimos fazer. Se fomos pequenos, mesquinhos, covardes, se erramos mesmo sabendo que deveríamos fazer diferente, ainda assim, esse foi o nosso tamanho naquela circunstância, fomos o que pudemos ser. Acho importante ter essa percepção do processo de nós todos e poder aceitar, mesmo com dor e até horror, os erros e fracassos do passado para poder perdoar o que fui e aceitar aresponsabilidade de tentar, agora, ser melhor, mudar o que puder. É muito importante tentar olhar os Outros e seus erros, passados e presentes, com essa mesma compreensão.
Na vida de relação, em quaisquer relações, mais próximas e na sociedade, precisamos aprender a estabelecer e respeitar limites, fazer acatar as regras sociais e não aceitar comportamentos destrutivos, maldosos, agressivos. Mas não posso acalentar a noção de que o Outro é irremediavelmente mau! Temos, todos, a mesma Origem! Ele está revelando apenas o seu tamanho, o que, nesse momento, ele Pode. Não adianta eu me magoar ou me horrorizar, porque isto é o que ele pode, é o que ele consegue ser – agora. A sociedade pode e deve cercear suas atitudes, mas não desprezá-lo!
A Vida é um continuum maravilhoso em direção ao Melhor. Temos, todos, a oportunidade de estar tentando, com erros e acertos, de recomeçar a todo momento, mudando, nos transformando. Estamos todos nesta jornada, caminhando, Um dia de cada Vez, como podemos.
Um Poder Superior, pleno de Amor e Sabedoria, entende o que ainda somos e podemos e, paciente, amoroso e firme, aguarda o tempo de cada um de nós.
Postado por Maria Tude às 21:48
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
OS MEUS LIMITES
A única forma de preservar minhas relações, quaisquer relações, é a minha capacidade de estabelecer e honrar os meus limites, não me deixando invadir e desrespeitar. Já entendi que não posso modificar ninguém! Não posso modificar os “folgados”, os invasivos, os manipuladores, os grosseiros, os “espertos” mal intencionados... Não posso, por isso, estabelecer limites e ter controle sobre suas atitudes e suas vidas. Não posso transformá-los em pessoas éticas, respeitosas, gentis, educadas...
No entanto, se não estou disposta a abandoná-los, se não quero desistir dos“difíceis”, o jeito será EU me mobilizar procurando descobrir, estabelecer, comunicar e honrar os Meus Limites dentro dessas relações. Para isso, preciso estar em constante atenção comigo mesma. Qual é o meu limite nesse convívio e nessa situação? Acabo por descobrir que meus limites são diferentes em situações diferentes e com diferentes pessoas! Com algumas pessoas tenho maior aceitação, com outras tenho maior dificuldade de comunicar o meu limite – dizer –lhes o que aceito e o que não aceito. Uma vez eu li e hoje acredito: “Eu ensino aos outros como eles irão me tratar”! “O bom cabrito não berra!” Se eu permito que me invadam, não adianta reclamar, me lamuriar, culpar os outros, ficar ressentida, com mágoa ou com muita raiva. O meu espaço, a minha dignidade, a minha qualidade de vida nas relações é Minha responsabilidade.
Preciso trocar o foco de minha atenção! Em vez de focar o outro e tentar modificá-lo, preciso focar em mim, procurar me conhecer, aprender a ser leal comigo, comunicando às pessoas o que aceito ou não. E para isso preciso, realmente, criar uma “intimidade” comigo, me “sentir” em cada situação, para ver se estou pronta a honrar os limites que quero estabelecer e comunicar. Quando não, devo procurar entender melhor os meus medos e porque me obrigo a “engolir os sapos” que não quero! Esse assunto de Limites é muito difícil de enfrentar porque aprendi a Amar misturando, invadindo e sendo invadida, sem limites... Também é difícil porque sempre queria agradar para ser valorizada... Queria amor e valorização, tinha medo de ser rejeitada, preterida...
Nossos relacionamentos são importantes para nosso crescimento e libertação porque eles apontam e nos confrontam com nossas dificuldades. Fico muitas vezes tentada a simplesmente abandonar algumas pessoas, a desistir de me relacionar com elas pelos incômodos, dificuldades e dores que me trazem. Mas entendo que esta “poda” me levaria ao isolamento e me faria perder essas oportunidades que a Vida me traz através dos “difíceis”. Permanecer nas relações mantendo o foco interno, enfrentando com gentileza, honestidade e firmeza os desafios que o ego do Outro pode me trazer, é a oportunidade que tenho de aprender a me respeitar, me conhecer, me gostar, a ser leal e generosa comigo mesma.
Postado por Maria Tude às 19:31
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
REJEIÇÃO
É, talvez, a mais dolorosa experiência dentro da relação humana. Quando nos sentimos rejeitados, sentimos que estão nos negando amor e valorização, as maiores necessidades do ser humano.
Não importa quem nos rejeita ou porque nos rejeita – é muito doloroso sempre! Não importa que tenhamos falhado, que tenhamos “dado motivo” - dói sempre! Não importa que nos rejeitem em assuntos puramente materiais, comerciais, intelectuais, profissionais – dá muita raiva! E se a rejeição for afetiva – então dói muito mais! Não importam os motivos, quaisquer motivos, que tenham levado pessoas e, principalmente, nossos amores a nos rejeitar – dói demais! Parece-nos o início de um processo de distanciamento, abandono, indiferença... Sentimos a rejeição como negação – de presença, de carinho, de valorização, do direito de Pertencer – à família ou a qualquer outro grupo (afetivo, religioso, profissional, etc). Sentimos que não nos querem, que estamos sendo preteridos, estamos sendo “deixados de fora”! E logo nos comparamos e nos perguntamos com mágoa, humilhação, vergonha e despeito: “O que eles têm que eu não tenho?” E com raiva e ressentimento: “Quem ele pensa que é?” Não importa que desculpas nos dêem; parece doer ainda mais, porque estão nos rejeitando até mesmo a verdade!
Além da dificuldade natural de lidarmos com a rejeição, as pessoas muitas vezes revelam-se duras, impiedosas, indiferentes à sensibilidade do Outro. Elas não conseguem ser gentis, mesmo discordando; não lidam com as diferenças sem competir, sem derrotar, sem afastar, sem rejeitar, sem discriminar uns aos outros por diferenças religiosas, políticas, raciais ou interesses puramente materiais.
Como seres sociais, precisamos ter Pertença, precisamos nos sentir dentro, pertencendo! Mas, em vez de mendigar aceitação e pertencimento, preciso construir minha auto estima e minha auto imagem, preciso desenvolver minha auto confiança, descobrir meu valor, ser leal às minhas razões e aos meus sentimentos, para estar nas relações livremente, de forma positiva (mas sem expectativas), sem sucumbir a quaisquer rejeições, sem que me sinta diminuída.
Preciso, também, estar atenta e sensível para não descartar simplesmente as pessoas, sabendo o quanto a Rejeição tanto machuca.
Postado por Maria Tude às 16:31
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar com o Pinterest
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
MEMÓRIA I
Qualquer aprendizado se mantém, se fixa, se completa e enriquece, através da Memória. Não fosse a memória, ainda hoje estaríamos tendo que reaprender, todos os dias, as mesmas coisas: fogo, roda... A memória pode nos trazer a experiência, o aprendizado com os erros de ontem, como base, hoje, paras novas descobertas, para continuarmos... A Memória preserva nossa história pessoal, a de nossos antepassados; preserva a história dos povos e suas tradições, sua sabedoria e seus enganos; preserva, enfim, a história do Homem. Possibilita um olhar mais extenso, mais abrangente, do que fomos, do que somos, favorecendo uma compreensão maior e melhor de nossa caminhada, liberando-nos para novas e melhores escolhas.
Mas ela não deve servir de corrente a me atar ao passado, trazendo-o repetidamente à lembrança, como um disco rachado, como um replay desgovernado em minha mente. Preciso estar atenta para não me deixar aprisionar a um passado, bom ou mau, que não tem volta. Atenção para que as lembranças não me tragam tristeza e nostalgia das alegrias e gostosuras que não são mais presentes, tornando-me desatenta com as possibilidades do agora. Atenção para não me prender a elas numa busca contínua e fantasiosa, querendo revivê-las hoje. E também preciso de atenção para não usar a memória como um chicote punitivo, relembrando mágoas, humilhações, culpas, ódios... esperando, talvez, uma “volta”, uma revanche ou nada esperando, porque, talvez, já não acredite que mereça.
Preciso escolher como vou utilizar minha Memória. Ela pode ser minha aliada para vôos maiores, servir de degrau para atingir novos patamares ou se transformar em minha prisão. Estou tentando não repetir comportamentos que minha memória sinaliza o quanto foram negativos - dos mais simples, materiais, dos hábitos que me prejudicaram, até aos outros, às atitudes mais complexas, que envolveram emoções, sentimentos e tanto sofrimento causaram.
Atenção! Se perdermos a Memória do que aprendemos com o passado, teremos que repeti-lo indefinidamente!
Dostları ilə paylaş: |