X.Tendências históricas
Figura 2: Média histórica da precipitação total de 1961-1990 no estado da Paraíba. (Fonte: University of Sussex-conjunto de dados CRU, e Climate Analysis tool, Climate Change Knowledge Portal).
Localizado na região Nordeste, o Estado da Paraíba ocupa uma área de 56.469,47 km² e se divide em 223 municípios. O clima da Paraíba varia. É tropical úmido no litoral, com abundantes chuvas (aproximadamente 1.300 mm/ano), enquanto no interior é semiárido e está sujeito a secas prolongadas e baixa precipitação média (entre 600 e 1.200 mm/ano) (Figura 2). No mesmo período também foi registrado um aumento considerável na frequência de noites quentes da região.
De acordo com a análise histórica dos dados climáticos globais, houve uma média de 55 “dias secos consecutivos” (número máximo de dias consecutivos com precipitação diária inferior a 1 mm) no estado entre 1961 e 1990 (Figura 3).
Figura 3: Média histórica de dias secos consecutivos entre 1961- e 1990 no estado da Paraíba
(Fonte: University of Sussex- conjunto de dados CRU, e Climate Analysis tool, Climate Change
Knowledge Portal, http://climatewizard.ciat.cgiar.org/outputs/Paraíba/).
Futuras Tendências Climáticas
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Além de um aumento da temperatura média anual de até 2-3 °C, vários modelos climáticos de projeção em pequena escala conduzidos pelo IPCC estimam um aumento médio da duração das secas de 20-30 dias39 em meados do século (Figura 4) devido às mudanças climáticas nos cenários de alta emissão40.
Figura 4: Média histórica de dias secos consecutivos entre 1961- e 1990 no estado da Paraíba. (Fonte: University of Sussex, conjunto de dados
CRU, e Climate Analysis tool, Climate Change Knowledge Portal, http://climatewizard.ciat.cgiar.org/outputs/Paraíba/).
Impacto potencial de um clima em mudança
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O aumento dos eventos de seca no estado da Paraíba pode levar a perdas generalizadas na produção agrícola e pecuária, ameaçando os meios de subsistência dos pequenos agricultores. Uma queda na produtividade agrícola pode limitar o acesso a alimentos, e se essa queda não for mitigada possivelmente produzirá impactos a longo prazo no estado nutricional das famílias. O aumento da área sob irrigação, se não estiver bem integrado com o planejamento e manejo dos recursos hídricos a longo prazo, poderá exacerbar os desafios impostos pela disponibilidade hídrica devido à competição por esse recurso para consumo urbano e humano. Uma menor disponibilidade de água potável nas comunidades rurais pode acarretar uma maior dependência pelos carros pipa, elevando os custos para o setor público e privado e aumentando a incidência de morbidades. Além disso, a necessidade de buscar água potável e os problemas de saúde associados à água de baixa qualidade para consumo humano podem ter um impacto na força de trabalho e na renda nas áreas rurais, gerando problemas sociais adicionais em razão da migração para as cidades durante os eventos de seca. Um maior estresse hídrico pode levar à sobre-exploração de aquíferos já esgotados. Isso, por sua vez, levaria à liberação de minerais nas águas subterrâneas, afetando a qualidade dessas águas, e, nos aquíferos costeiros, à intrusão de água do mar. Em geral, os sistemas hidrelétricos e energéticos sofrerão com o estresse hídrico nessas regiões secas. Os danos diretos causados pelas secas e também seus impactos secundários no setor agrícola e nos mercados de trabalho relacionados à agropecuária podem acarretar taxas negativas de crescimento do PIB no setor agrícola durante esses eventos.
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