Perdido no Deserto



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6. A Convicção do Eu

Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; quem perder a vida por minha causa, esse a salvará” (Lucas 9.23, 24). Jesus diz que o caminho para a vida é através da morte, e se quisermos segui-Lo, devemos negar a nós mesmos. O que ê esse eu que devemos negar, e qual é a vida que deve ser perdida para que possamos viver?


O Desenvolvimento do Eu

De acordo com I João 4.8, Deus é amor. Já que amor deve ter um objeto, Deus criou o ho­mem para ser essa entidade. Para ter certeza de que Sua inclinação para o amor fosse cumprida, Deus colocou no homem a necessidade de ser amado e aceito por Ele. A partir do momento em que nascemos, somos levados a encontrar nosso Criador para suprir essas necessidades em nós.

Há, porém, um grande obstáculo para que Deus supra nossas necessidades espirituais de amor e aceitação. Nascemos sem Deus em nos­sos espíritos, tornando-se impossível que esse desejo seja consumado. Em Gênesis 2.17, Deus disse: "mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que come-res, certamente morrerás." É absoluto e imperativo que se comerem daquela árvore, eles mor­rerão! Eles comeram, e Deus disse que estavam mortos, mesmo que suas almas estivessem ativas (pensavam, sentiam e escolhiam) e seus corpos estivessem funcionando. Estavam mortos, mas vivendo; onde, então, ocorreu a morte? Resta um lugar - o espírito. Estavam mortos para Deus no espírito, e o resultado disso é que seria impossível ter suas profundas necessidades - amor e aceitação espiritual que só vêm de Deus - supridas. Essa condição traz três problemas em particular para o homem.
Vazio Inevitável

Primeiro, sendo criados com um propósito de receber amor e aceitação de Deus, e, como resultado da morte espiritual, tendo que lidar com a impossibilidade de ter essa necessidade suprida, o homem fica louco, e passa a procurar em outros lugares e coisas, além de Deus, a fim de suprir essa deficiência. A ambição de ter essa necessidade suprida é tão grande, que consome as energias do homem, tornando tudo o mais inú­til, sem valor em relação à busca. Em resumo, tudo o que importa é que essa necessidade seja suprida. O homem torna-se inteira e intensa­mente egocêntrico em sua busca de amor e acei­tação.

Uma mulher cristã, com quem eu conver­sava, confessou-me várias traições num período de um mês. Perguntei-lhe porque fazia tal coisa; era porque gostasse tanto de sexo? Nem um pouco; de fato, ela não gostava de sexo. Ela disse que sim­plesmente precisava de alguém dizendo que a ama­va e a queria, mesmo que ele estivesse bêbado e mentindo. Para ela, sexo era uma religião, no sentido de que estava sendo usado para suprir suas profundas necessidades.

A vida egocêntrica é uma vida miserável. Tenta atrair tudo o que há no mundo para si mes­ma, porém, depois de experimentar cada coisa, ela é jogada fora, e a busca de algo para suprir essa necessidade continua. Não importa se o que foi escolhido é animado ou inanimado; tudo é jogado fora. Não importa se são seus pais, seu parceiro, filhos ou amigos; todos serão descartados ou consi­derados irrelevantes, se não forem capazes de sa­tisfazer essa sede interna. Carreira, posses, álcool, status - a pessoa egocêntrica deve experimentar tudo o que pode, até que a perfeita religião, a receita que trará satisfação à vontade inerente, é encon­trada.

Considere a estupidez da vida egocêntrica. Parece que o zênite da criação de Deus - o ho­mem - não tem poder de observação para julgar o resultado dessa existência. O homem não mos­tra evidência de razão? Será que os que trocam de parceiros como se estivessem trocando de sapato estão felizes? Será que a mulher está mais feliz agora que tem o controle total da casa? Será que o homossexual está realmente feliz agora, que é assumido? Será que uma mulher está satis­feita em saber que preservou seus direitos huma­nos, fazendo um aborto? Se pudéssemos ver com a razão, concluiríamos que a vida egocêntrica re­sume-se em vazio, cansaço, e miséria, onde um cego guia outro. Infelizmente, vida própria é muito maior que a razão, capaz de escravizar a huma­nidade.

Se um marido ou uma esposa se recusam a sair perdendo numa discussão, ou abrir mão de um simples direito, preferindo o conflito à har­monia, deveria alguém ficar surpreso de que vizinhos não se combinem? E se vizinhos que­rem proteger seus direitos, sem se importar com outros, é de se assustar que nações não se combi­nem? Vida egoísta é feia, malvada e nos leva à miséria, controlando as pessoas e dando-lhes uma existência horrível. É isso que quer dizer ser carnal: viver como um animal.

Um animal tem alma (mente, vontade e emoções) e um corpo, mas não tem um espírito. Todos os anos nossa cachorra tem cachorrinhos; quando estão prontos para desmamar, a mãe vai até minha esposa e late, dando o sinal de que está na hora da minha esposa ajudar com a alimentação. Tudo parece muito nobre e estou certo de que a cachorra está preocupada com o estado de sua cria. No entanto, quando minha esposa leva comida para os cachorrinhos, a mãe não resiste a seu instinto animal (vida egoísta) e empurra os cachorrinhos, dos quais ela queria cuidar, comendo ela mesma a ração. Naquele momento, todo bom juízo vai embora, e ela se mostra não uma mãe consciente, mas somente um animal.

Esse tipo de sentimento é visto hoje em muitos pais; quando se deitam na cama à noite ou estão dirigindo sozinhos, suas mentes estão cheias de amor por seus filhos. Ah, o quanto que­rem fazer o que é bom para seus filhos; o quanto se sentem abençoados por terem seus pequeninos! Eles resolvem fazer mais por seus filhos, a partir de amanhã. Mas aí, quando o amanhã chega, a vida egoísta ainda está no controle, e as neces­sidades de cada criança devem abrir mão às ativi­dades dos pais, que preferem beber, assistir à tele­visão, ficar até mais tarde no trabalho, ou conversar com adultos.

Em meu trabalho, estou abismado com a profundidade e extensão da horrível natureza da vida egoísta; sempre vejo famílias destruídas, por causa de um marido egocêntrico, que acredita que uma mulher dez anos mais nova que a sua vai, certamente, suprir suas necessidades. A destruição e o sacrifício da vida de cada um seus filhos não vale nada; eles não são nem conside­rados, quando comparados com a possibilidade de preencher seus próprios desejos.

Certa vez perguntei a uma mulher que estava sendo traída pelo marido, porque ela queria que ele voltasse. Seria por causa do medo da punição a um cristão traidor? Seria por cau­sa do impacto que o divórcio causa nas crian­ças? Ou seria porque se sentisse miserável e quisesse ser feliz novamente? O que você acha que ela respondeu? É claro, para que pudesse ser feliz novamente! Não tinha nada a ver com o bem-estar do marido ou o dos seus filhos!

Há certas características que o egocêntrico possui. Por exemplo, querem sempre ser vistos, ser o centro das atenções, querem atrair aplau­sos para suas realizações. Não conseguem su­portar críticas ou parecer inferiores. Manipulam, distorcem os atos dos outros, e mentem com freqüência. São exageradamente sensíveis, sem­pre se comparam com os outros, acham as opini­ões dos outros insignificantes. Cuidado, porque sempre procuram revidar, ficam facilmente irritados, recusam a culpa, e cobiçam as coisas que são proibidas. Revelam-se coléricos, assus­tadores e orgulhosos. São jactanciosos, compul­sivos, vãos, críticos, dominantes, incriminadores, inseguros, concentrados em si mesmos, difíceis de perdoar e não aceitam ser ensinados. E quando lêem uma lista como essa, sempre pensam em alguém que deveria lê-la e se sentir-se persuadido.

Como o homem chegou a tal ponto? Come­çou quando Adão pecou e caiu da vida celeste de comunhão com Deus, para a vida do mundo. Tentou suprir sua necessidade celestial aqui na Terra, através de uma vida de auto-suficiência. O homem egocêntrico é tão cego quanto à sua condição, quanto ã destruição que causa, não só em sua vida, mas na dos outros. Ele passará a apresentar desordens em sua personalidade, emoções agitadas e doença, seguidos de discórdia e divisão em suas relações com outros.


Em Busca de Sanidade

Eu gostaria que você imaginasse sua men­te, vontade e emoção como um automóvel, e o espírito, o motorista. Os automóveis foram cria­dos para motoristas; se não existissem motoris­tas, certamente não precisaríamos de automó­veis. Agora, imagine-se ao pé de uma ladeira: você percebe que urn carro vem vindo em sua direção, sem o motorista dentro! O que vai fazer? Eu acho que você faria o que pudesse, para sair do caminho desse carro. Porque não tem motorista e, conseqüentemente, está fora de controle. E se o carro estivesse em linha reta, você também sairia do caminho? E se começasse a descer, em ziguezague pela rua, você também não sairia do caminho? Suponha que o carro comece a capotar em sua direção, você não correria do mesmo jeito? A resposta a essas três perguntas é sim, claro. O que estou querendo dizer é que há varias manei­ras de se estar fora de controle; de fato, às vezes o carro parece estar brecando, mas sabemos que não está e, por causa disso, não confiamos.

Minha definição de sanidade é quando a mente, a vontade e as emoções de alguém estão sob o controle do Espírito Santo. Tecnicamente, sanidade é estar em contato com a realidade, e o que pode ser mais real do que estar em contato com Deus? Então, se nossos espíritos estão mor­tos para Deus, quando nascemos, qual a condição de um homem ao nascer? Insanidade! Insanidade é absolutamente estar fora de contato com a realidade, e Deus ê a única realidade absoluta. Muitas pessoas acham esse pensamento repulsivo porque, como carro que vem vindo em linha reta, elas não gostam de ser classificadas como carros que vêm vindo como loucos e sem controle, que batem e pegam fogo primeiro. Mas os dois estão na mesma condição, só que em graus diferentes. Até o cristão nascido de novo, que tem o Espírito de Cristo em si, pode criar uma parede de des­crença que não permite que Cristo governe sua alma; nesse momento, o cristão também é insano.

Muitos, escrevendo sobre a luta espiritual e as estratégias de satanás, têm notado que ele faz com que sua voz seja igual à de uma pessoa. O propósito dele é fazer com que os humanos achem que os pensamentos se originaram deles e que esses são desejos verdadeiramente seus. Deixe-me ilustrar. Em lugar de sugerir: "Troque sua esposa por uma mais nova", tendo acesso aos pensamentos do homem diz: "Acho que devo largar minha mulher." Isso ê tudo planejado para confundir a questão, já que o inimigo gostaria que acreditássemos que qualquer tentação é, de fato, nosso próprio desejo. Uma vez que ele con­clui esse engano, toda vez que dizemos não a uma tentação, acreditamos que estamos dizendo não ao que realmente queremos. Então perma­neceremos nisso, até que aquilo se torne nosso, e não consigamos resistir, logo nos entregando ao pecado. "Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá a luz ao pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte."

Tentação é igual ao desejo? Se isso for ver­dade, então o pior homem que já andou na terra foi Jesus Cristo, pois foi tentado em todas as coisas! "Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as cousas, à nossa semelhança, mas sem pecado." (Hebreus 4.15) Mesmo assim, sempre vemos cristãos que confes­sam suas tentações como pecado.

Expliquei esse princípio a minha esposa, que concordou. Então, perguntei se ela alguma vez havia sido tentada a cometer adultério; ela se ofendeu e respondeu: "Que tipo de mulher você acha que sou?" Expliquei-lhe que sua resposta provava que ela ainda acreditava que tentação é o mesmo que desejo. Mesmo que o inimigo possa colocar, absolutamente qualquer pensamento em nossas mentes, a qualquer hora, isso não repre­senta nossa vontade, mas o caráter verdadeiro dele.

Um amigo uma vez me disse que só exis­tem dois tipos de pessoas que lidam com ove­lhas: matadores e pastores! Explicou que a voz do matador, mesmo parecida com a da própria pessoa, sempre machuca, é dura, condena, cri­tica, traz depressão, confunde, induz. Se não lidar com ela, a pessoa que a ouve, passa a acreditar que está ouvindo sua própria predisposição. Por outro lado, a voz do Pastor é gentil, amável e ensina; guia, levanta meu espírito (mesmo quan­do culpado), traz vida e libertação. Eu acho esse simples teste das vozes que ouço, muito útil.

Certa vez, conversando com uma mulher, o Espírito Santo deu-lhe convicção de aceitar a Jesus em sua vida. Depois que orou, pedindo para o Senhor entrar em seu coração, sugeri que abai­xasse sua cabeça, esquecesse de tudo, olhasse bem dentro de si, onde agora Cristo morava, ouvisse Sua voz, e me dissesse o que ele falou. Poucos minutos depois ela estava sorrindo. Ele disse que a aceitava e que a amava. As palavras mal saíram de sua boca, seu semblante mudou e ela se pôs a chorar. Disse a ela que parasse ali mesmo. Então falei "Isso é o que você acabou de ouvir: eu devo trabalhar duro para agradar a Deus, mas sei que vou falhar, e Ele vai ficar triste comigo." Ela me olhou assustada e confirmou o que eu dissera. Argumentei que não era verdade! A verdade é que ela já agradava a Deus, e que não trabalharia para Ele para ganhar sua aprovação, porque já tinha essa aprovação. Expliquei-lhe sobre a voz do Pastor que havia ouvido e a voz do matador; ela pôde, facilmente, diferenciar as duas. Eu estava feliz porque ela era cristã fazia poucos minutos e distinguira as duas vozes, algo que muitos cristãos há anos ain­da têm que aprender.

Se ainda não sabemos julgar a origem de nossos pensamentos, nem preciso dizer que não estamos julgando nossas emoções, são muito mais enganadoras e úteis ao inimigo. O proble­ma é que as emoções são as mesmas, indepen­dente da origem ser verdadeira ou falsa.

Por exemplo, sentimos culpa se é vinda de eventos verdadeiros ou não. Cheio de raiva, um homem jogou um tijolo na cabeça de outro; pen­sando que o tivesse matado, o homem fugiu e foi morar em outro país, onde morreu alcoólatra e cheio de culpa. Na época de sua morte, o homem que pensara estar morto, resolveu ir atrás dele para mostrar-lhe que não tinha mágoas. O pri­meiro homem sofreu uma vida sob a impressão de ser um assassino e, mesmo não sendo, esses sentimentos permaneceram com ele.

As emoções enganam. Se alguém se sente sem valor, várias pessoas tentam convencê-lo de que não o é, porém, mesmo assim, ele vai passar a vida sentindo-se desvalorizado. As emoções sem supervisão do homem, são como um playground para satanás; lá, ele pode aumentar a destruição com o mínimo de esforço.

Eu sei, por experiência própria, que a de­pressão, depois de ser vivida por um período, tor­na-se uma coisa normal, do dia-a-dia. Quando comecei a entender as emoções mentirosas, per­cebi que podia estar sentado trabalhando, quan­do, de repente, entrava em depressão. Não havia nenhuma causa para a depressão. Ela simples­mente aparecia. Já que naquela época eu não sabia que os sentimentos vagavam, não os cha­mava de volta, ficando abatido por vários dias. Quando o Senhor me revelou o que estava aconte­cendo, Ele também me mostrou que, assim como era um absurdo passar dias onde meus pensa­mentos me levavam, era igualmente ridículo ir aonde minhas emoções mentirosas estavam me levando. Assim como podemos julgar nossos pen­samentos e rejeitá-los, também podemos identi­ficar que emoções estão sendo lideradas pelo inimigo.

Não fomos criados para viver independen­tes dEle; isso traz insanidade. É só numa humil­de dependência do Criador que mente e emoção são dignas da confiança de serem ouvidas. O nas­cer mortos para Deus, no espírito, faz com que sejamos egocêntricos, quando tentamos suprir nossas profundas necessidades; e também tem nos feito existir numa condição de insanidade, em que ouvimos e agimos através de falsos pensamentos e emoções mentirosas.

O resultado final de nascermos mortos no espírito é a perda de identidade; fomos criados para Deus, mas não somos trazidos ao mundo possuídos dEle ou Ele por nós. Sendo assim, a razão de nossa existência não é clara. Nascemos não sabendo quem somos, mas induzidos a descobri-lo. O que acontece depois é incrível. Em nossa condição de egocêntricos e insanos, per­guntamos a outras pessoas egocêntricas e insa­nas: "Você poderia me dizer quem sou?" Você pode se imaginar indo a um Instituto Psiquiátrico e perguntando aos loucos quem você é? O que seria mais incrível é se alguém lhe dissesse que você é Napoleão você acreditasse nele, agradecesse, e saísse, adotando sua nova identidade. Isso é exa­tamente o que o homem tem feito. Sendo nascidos sem Deus, egocêntricos e insanos, recebemos mensagens de identidade vindas de outras pes­soas na mesma condição; acreditamos e vivemos nelas.


Nossa Identidade Controladora

Muitos livros já foram escritos sobre identi­dade e seu efeito. Uma ilustração para ajudá-lo a entender como a identidade afeta cada pessoa.

Pense sobre a impressão que você gosta­ria de deixar, quando sai de uma sala cheia de pessoas. O que você gostaria que fosse falado a seu respeito? A maioria de nós inclui algumas das seguintes qualidades: cuidadoso, bondoso, útil, bom marido (esposa) e pai, inteligente, de sucesso, atraente e espiritual. Se fosse para eu leiloar uma pessoa como essas palavras descre­vem, quanto dinheiro ganharia? Provavelmente muito, porque a palavra que resume essa pessoa é VALOR Essa pessoa tem grande mérito.

Agora, no meio de tudo isso, coloque uma descrição sua, o que você é em seus piores mo­mentos. Lembre-se, o que você é nos piores mo­mentos é sua verdadeira condição! Quando nada vai bem (seu filho doente, problemas nos relacio­namentos interpessoais, acontecimentos vergo­nhosos, ataques ao seu caráter, falhas suas para com Deus, falta de dinheiro) como você se descre­ve? Nervoso, vingativo, caluniador, um derrotado, fingido, carnal, estúpido, feio, em depressão, um péssimo parceiro ou pai? Ou em seus piores mo­mentos você se torna orgulhoso, arrogante, auto-suficiente e foge da ajuda de outros? Se levasse essa pessoa ao leilão, quanto dinheiro ganharia? Essa provavelmente voltaria para casa sem ser vendida, pois ninguém quer uma pessoa tão sem valor. Gostaria de estar casado com a pessoa des­crita acima? Queria essa pessoa como um de seus pais? Gostaria que ela trabalhasse para você?

Porque somos tudo o que descrevemos em nossos piores momentos, torna-se claro que nin­guém vai nos aceitar ou nos amar. Essa desco­berta traz grande desconforto, já que aceitação e amor são nossas mais profundas necessidades. Então, para arrancar amor e aceitação das pes­soas, corremos para nossa máquina de costura imaginária e fazemos um "terno de sucesso" muito parecido com a impressão que esperamos deixar nas pessoas; colocamos o terno e o abotoamos até o pescoço para que ninguém veja o que real­mente está embaixo. Nosso relacionamento com as pessoas é um pouco estressante; por um lado, pedimos que cheguem perto e nos dêem amor e aceitação, baseados nos méritos de nosso terno de sucesso, mas por outro, nós os empurramos com medo de que cheguem muito perto, podendo ver e rejeitar a pessoa verdadeira que está enco­berta.

Vamos supor que eu possa fazê-lo acredi­tar ser um coelho! Durante quanto tempo você consegue saltar? Cinco, dez, talvez quinze minu­tos? Depois de saltar durante tanto tempo, o que estaria pronto a fazer? Andar, é claro! Seu corpo todo doeria de tanto saltar e tentar ser o que você não é. Quando você mora em seu terno de sucesso, está praticamente saltando. Você sente que deve fazê-lo, é claro, pois quem iria aceitar seu eu verdadeiro? Então você se levanta às 7:00hs, coloca seu terno de sucesso e começa a pular! Ali pelas 8:00hs o que você está querendo fazer? Parar, arrancar esse terno que o incomoda, e ser o que realmente é! Então, o mundo tem o privilégio de conhecer você em seu terno de suces­so, mas sua família colhe as conseqüências de conhecer sua pessoa verdadeira.

Um certo homem de negócios, cristão, es­tava viciado em pornografia. Sentado em seu es­critório pensava: "Acho que vou à loja de porno­grafia hoje." Assim, a luta começava: "Não! eu não vou; eu sou cristão!" Eu não vou!" À tarde, quando entrava em seu carro, repetia: "Eu não vou", e dirigia até a loja de pornografias. Ele para­va no estacionamento: "Mas eu não vou entrar." Parado na porta da loja, o argumento continuava: "Eu não vou entrar." Entrando, pensava: "Eu não vou ficar." Uma vez com a revista na mão, a luta acabava. Você vê: ele achava que sua identida­de - o que ele acreditava realmente ser - era a de um hipócrita, e todas as suas recusas eram ape­nas pulos.

Uma prova de que o que somos em nossos piores momentos é nossa condição verdadeira é que temos tentado esconder tudo com o terno de sucesso. Outra prova é que pessoas conseguem nos controlar através dessa identidade. Por exem­plo, um homem se sente atraído por uma certa mulher, porque ela afirma que seu terno de suces­so é o que ele realmente é. Ele é manipulado e contorcido através de suas afirmações que lhe permitem, mesmo que por pouco tempo, acreditar na mentira de que ele é algo diferente do que sente ser. Então eles se casam e, depois de alguns meses, ela percebe que pode também controlá-lo, insinuando que a identidade verdadeira dele é o que ele teme ser em seu pior momento. Ele agora está sendo controlado por frases negativas. Todavia, a secretária dele no trabalho está lhe dizendo o quanto ele é maravilhoso em seu terno de sucesso. Com quem ele vai preferir ficar? Talvez deixe sua esposa e se case com sua secre­tária e, depois de alguns meses, ela passe a controlá-lo, confirmando o que ele tem medo de ser; mas nunca falha: uma nova secretária lou­vando seu terno de sucesso, e o ciclo continua.

Se ele não acreditasse ser o que é em seu pior momento, sua verdadeira condição, ele não ficaria nervoso e chateado quando alguém suge­risse ser esse o caso. Como a pessoa responde a avaliações negativas, esse é um teste verdadeiro de quem ela acredita ser. Se chamada de derro­tada, a pessoa reage com raiva, é porque ela acre­dita ser derrotada. Pessoas que escondem suas verdadeiras identidades, esperam cada palavra e acontecimento, e mostram grande hostilidade quando qualquer coisa confirma seu medo do que realmente são.
Moldando Vida Própria

Acontecimentos passados afetam a maio­ria das áreas da vida. A atitude com que uma pessoa enfrenta seu patrão, depende da maneira como foi tratada antes. Certos comportamentos são esperados de um parceiro, quando ele volta para casa à noite. Nos apegamos ao passado, con­tinuamente; e vai nos ajudar a entender o nosso eu que deve ser negado, o fato de percebemos que as mensagens de identidade do passado têm grande significado hoje.

Todos já recebemos uma variedade de men­sagens de identidade. Algumas são bem óbvias, enquanto outras falam tão alto sem que pala­vras sejam utilizadas. Por exemplo, eu poderia falar-lhe que não gosto de você; o que seria facil­mente compreendido. Por outro lado, enquanto estivéssemos conversando, eu poderia simples­mente sair de perto, sem dizer nada. Em ambas as situações fui capaz de lhe comunicar como me sinto. Quando recebe essas mensagens, você não só tem falsas emoções e pensamentos com que lidar, mas também o inimigo, que vai pegar cada mensagem e distorcê-la para que você a receba como se eu estivesse tendo a pior das intenções.

Muitos pais são acusados de mandar men­sagens negativas a seus filhos sem a intenção de fazê-lo. O inimigo simplesmente aproveitou a oportunidade, e a voz que parecia com a dos pais, disse-lhes coisas que não eram verdadeiras. Por exemplo, uma garota pode se lembrar de seu pai empurrando-a de seu colo, e, dez anos mais tarde, dizer que aquele foi o momento em que percebeu que seu pai não a amava mais. Mas o motivo pelo qual seu pai fez aquilo, pode ter sido o de precisar naquela hora, sair para trabalhar. O inimigo usou a situação para mentir para a menina, e ela acreditou.

Há também uma rede peculiar de emoções da pessoa, que eu imagino como uma tela, que separa aquela pessoa do resto do mundo. Quan­do algo é falado, bate na tela de emoções e retor­na, levando a pessoa a ouvir o que talvez nem tenha sido falado.

Uma mulher uma vez me contou que quan­do tinha treze anos, sua mãe morreu e passou a ser sua responsabilidade, cozinhar e cuidar de seu pai e de seus dois irmãos mais novos. Todas as noites ela fazia o melhor que podia para fazer um jantar perfeito para seu pai, mas todas as vezes ele achava algo de errado com a comida e dizia: "Você nunca vai ser uma boa esposa, se não aprender a cozinhar." A menina cresceu ou­vindo essas coisas. Aos vinte anos ela se casou; uns três meses depois do casamento, quis fazer uma surpresa para seu marido com umas bolachinhas. Ele deu uma mordida e, sem pensar, fez uma crítica construtiva: estava faltando um pouco de açúcar. Naquele momento, ela muito nervosa, saiu da casa dizendo que ele podia ir embora e que arrumasse uma esposa que soubes­se cozinhar! O marido ficou ali parado, olhando para a bolacha e pensando: Eu deveria ter comido do jeito que estava! A única coisa que ele disse foi que a bolacha precisava de um pouco mais de açúcar, mas o que ela ouviu? "Você nunca vai ser uma boa esposa, se não aprender a cozinhar."

Com freqüência, isso é o que acontece quando respondemos pela rede de emoções. Numa escala de zero a dez, um dez de importância para uma pessoa pode ser o um para outra. Muitos têm uma rede que foi moldada pelas mensagens recebidas as quais continuam a confirmar o que eles sentem. Uma vez que uma identidade é de­senvolvida, passamos a procurar sinais que a comprovem. Por exemplo, se nosso patrão diz para mim e um amigo que somos estúpidos, e eu tenho uma identidade positiva, isso me diz que o patrão é que é mentalmente deficiente. Por outro lado, se meu amigo sente, por causa de mensagens do passado, que ele não é muito inteligente, o que nosso patrão disse vai comprovar seu maior medo - ele é estúpido.

Uma criança recebe a idéia de que não tem valor algum: pode testar essa hipótese, re­belando-se e ficando fora de casa a noite toda. Sob essas circunstâncias, se os pais não falam nada, ou pior, dizem que seria melhor se a cri­ança nunca tivesse nascido, ela passa a acredi­tar que o de que já suspeitava é mesmo verdade. Isso pode trazer um maior desafio e até abrir as portas para que o inimigo a tente na área de suicídio, pois essa criança já está convencida de que não tem valor algum.


Mensagens de Identidade

Muitas crianças recebem de seus pais a de mensagem de que não são valorizadas ou que­ridas, quando, por exemplo, os pais decidem se divorciar. Uma criança não consegue entender a complexidade do divórcio; ela só pode pensar o óbvio: "Estar comigo não é importante para o meu pai." Uma mensagem de valor é dada a uma criança quando ela percebe com o que seus pais gastam seu tempo. Se o telefone toca, o pai deixa tudo de lado e atende, então a pessoa ao telefone tem muito valor. No entanto, se o pai nunca tem tempo para conversar com a criança, o pequenino só pode concluir que seu pai não tem tempo para ele. Se a mãe trabalha para sustentar a casa, é uma coisa, mas se está trabalhando para que possa comprar mais coisas materiais e para sair de perto das crianças um pouco, aí já é outro caso. Crianças que têm seu tempo com os pais sacrificado, porque estes estão sempre em busca de coisas materiais, freqüentemente desprezam as coisas tangíveis. Por quê? Porque as coisas materiais passam a ser vistas como competido­res da atenção de seus pais.

Da mesma forma, uma esposa pode gostar de uma vizinha até que descubra que seu marido está tendo um caso com ela; a partir daí, ela passa a encontrar uma variedade de defeitos nes­sa mulher. O mesmo também é verdade quanto aos hábitos de um marido de assistir televisão, ler o jornal, trabalhar, com os quais a esposa não tem problema algum até que passam a roubar a atenção que ela deveria estar recebendo. Ela reage à mensagem de que, coisas são mais impor­tantes do que ela.

Duas coisas afetam intensamente a identi­dade de uma mulher: uma, se seu pai de repente pára de abraçá-la e lhe dar atenção, e outra, se foi molestada. Nos dois casos, a mensagem dada foi que ela não era amada. Existem várias mulheres com dez, vinte, ou até trinta anos de idade que precisam ser amadas por seus pais. Afeições nega­das mandam uma forte mensagem.

Existe, infelizmente, uma grande discri­minação quanto às aparências em todo o mun­do. Uma vez, quando estava numa pequena vila indiana, uma mulher com o rosto marcado, dentes tortos, baixinha e um pé virado para dentro me procurou. Ela nem queria olhar em meus olhos, porém me entregou um pedaço de papel com uma lista do que fazia para lidar com a vida. Tinham dito a ela que ela era a maldição da família, nunca iria encontrar um marido para ela , e também que ela era o fardo que a família tinha que carregar. Naquele pedacinho de papel, contou que só saía de casa pela porta dos fundos e só limpava a casa à noite para que ninguém da família a visse durante o dia. Também disse que gostaria de se suicidar mas não tinha coragem e esperava ansiosa a morte natural. Qual a identi­dade dessa pobre mulher? Só por causa de sua aparência ela foi rejeitada e, em vários países, muitos sofrem por causa disso. Quando a olhei, o Espírito Santo me falou: " Foi por ela, e somen­te ela, que o trouxe até a índia". Poderia ser que, oito semanas na estrada, noites sem dormir, can­saço, saudades de casa, e, falando dia após dia, tenha sido tudo por causa dessa única pessoa? Eu disse: "Se você é tão sem valor, por que o Senhor acabou de me mostrar que Ele me trouxe dos Estados Unidos até aqui só para conhecer você?" Eu adoro o jeito como Deus trabalha - não de acordo com os pensamentos ou planos de homens!! Essa garota hindu entregou sua vida a Jesus naquele momento. Deve ser verdade, então, que todos os fios de cabelos de nossas cabeças são contados, e que até mesmo o mais fraco e mais débil de todos entre nós é olhado por Deus, que ouve nosso choro de tristeza.

Uma criança pode receber mensagens de identidade de pais que fazem muito, como dos que fazem pouco. Se um pai ou mãe nunca aju­dam a criança com seus projetos escolares, es­tão querendo dizer que a criança não é digna de seu tempo. Mas se todas as vezes que a criança tem que fazer alguma coisa, o pai já pega as ferramentas de suas mãos para "fazer certo", a criança está sendo chamada de incompetente. Se uma filha deve arrumar sua cama, mas sem­pre encontra sua mãe em seu quarto refazendo a cama, logo a filha passa a acreditar que não consegue fazer as coisas certas.

Quando estava ensinando numa Univer­sidade, sempre podia perceber os alunos cujos pais faziam tudo para eles: quando chegavam lá, não tinham condição alguma de tomar decisões. O resultado final era que, quando deparados com alternativas, faziam péssimas escolhas, pois dei­xavam tudo para a última hora, até que eram forçados a resolver o problema impulsivamente. A maioria das decisões apressadas trazia resultados negativos, os quais faziam com que os alunos espe­rassem ainda mais para tomar uma decisão, crian­do assim, uma espiral sempre apertada de decisões mal tomadas.

Sempre sugiro aos pais que, quando seu filho faz um pedido (como: "Posso passar a noite na casa de meu amigo?"), eles devem dizer não, se não querem que a criança vá, mas se não se importam, deveriam deixar que a criança tomas­se essa decisão e dar razões para a escolha. Sem­pre ficava surpreso se meus filhos não iam a algum lugar, quando tinham que tomar essa deci­são; eles teriam ido imediatamente, se tivesse dito que sim. Quando achamos que devemos con­trolar tudo o que nossos filhos fazem, nós os dei­xamos com uma mensagem silenciosa de que são muito estúpidos para tomar qualquer decisão.

Uma discussão que sempre traz uma men­sagem alta e clara é quando os pais falam de um filho ou filha que está indo tão bem em termos de posição, realização, dinheiro, e assim por dian­te. A marca de triunfo para as outras crianças se torna conquistas semelhantes. Qualquer coisa a menos é fracasso, o que é lembrado todas as vezes que a outra criança é elogiada.

Essas são só poucas das mensagens que recebemos, quando estamos em nossa condição insana. Como se pode supor, existem infinitas mais, tão variadas quanto o número das pessoas que vão absorvê-las. Uma vez que recebemos a mensagem e acreditamos nela, a nossa identi­dade, quando estamos muito mal, começa a ser moldada. Pode incluir sentimentos de inferiori­dade, desvalorização, depressão, rejeição, estu­pidez, fracasso, feiúra, culpa, ódio de si mesmo. Então, todo erro começa a nos provar que não só sentimos dessa maneira, mas é o que realmente somos.

As tentativas (ternos de sucesso) para en­cobrir essa identidade tomam várias formas, in­cluindo coisas como posições, profissões, traba­lhos da igreja, roupas, posses, ser os pais ou parceiro ideal, intelectualismo, auto-compaixão (sim, uma pessoa pode se gloriar disso), talen­tos, ou fazer parte de grupos políticos ou sociais. Tudo são esforços para manter escondido o que tememos ser verdadeiro. Em resumo, nós nos odiamos! Frustração virá de qualquer aconteci­mento que provar, que somos o que temos tenta­do tanto não ser. O uso de ídolos é meramente uma parte daquela escura, odiada coisa chamada vida própria. Todas as tentativas para negá-la têm falhado. Como ser livre é a questão.
O Problema Não é o Problema

Baseado nos dois tipos de identidades pre­viamente discutidos, o terno de sucesso e o que acontece em nossos piores momentos, gostaria que você imaginasse três círculos, um em frente ao outro, em fileira. No primeiro círculo, do lado esquerdo, gostaria que colocasse aquele problema ou pecado que continua consumindo-o. Chama­remos esse primeiro círculo de Círculo do Proble­ma. Eu colocarei nesse primeiro círculo, só para ilustrar, o problema do álcool. Podemos criar uma variedade de soluções para vencer o álcool: torná-lo ilegal, dar drogas para os que bebem se adoece­rem, até mesmo trancar as pessoas que têm esse tipo de problema num lugar onde seria impossível tomar alguma coisa. Podemos ser gratos a qual­quer organização que ajude as pessoas a para­rem de beber, pois a destruição de famílias por causa desse vício é tremenda. No entanto, o pro­blema é que várias vezes em que encontramos alguém com uma identidade bagunçada, ele é um alcoólatra. É de fato um bêbado bagunçado. Existem duas maneiras de ser controlado pelo álcool: uma é o ter que bebê-lo, outra é o precisar estar longe dele. Em ambos os casos o álcool torna-se o foco principal na vida da pessoa. Quan­do o único problema visto é o álcool, o homem pára de beber e, então, se torna um sóbrio bagun­çado. O problema não é o problema.

Vamos para o círculo do meio, o qual cha­maremos de Círculo de Acontecimentos. O que aconteceu para que essa pessoa começasse a beber? Pode ter sido insignificante; mas algo acon­teceu para que se tornasse zangada e rebelde. Para termos um problema devemos nos rebelar contra Deus, e a única coisa que justifica uma rebeldia é a raiva.

Deixe-me ilustrar. Um garoto pergunta ã mãe se pode ir" a uma festa depois da qual todos vão dormir na casa do anfitrião, e a mãe recusa. O garoto, então, começa a procurar uma briga com a mãe até que ela diga algo que o deixe nervoso. Então ele sai, vai à festa, sentindo que sua rebeldia foi justificada. No outro dia a mãe pergunta: "Por que você foi contra a minha vontade? " O garoto respon­de: "Porque você me deixou com raiva." Percebe-se que agora a rebeldia foi culpa dela. Não é nada agradável ser o recipiente desse tipo de comporta­mento.

Suponha que um homem decida cometer adultério com alguém em seu trabalho. Ele sabe que tal ato não é bom para seu casamento, seus filhos ou sua vida profissional. Ele não pode justi­ficar seus atos. No entanto, vai para casa e procu­ra uma briga com sua esposa até que ela fale algo que o ofenda: em sua raiva ele se sente perfei­tamente justificado e vai até à casa da outra mu­lher. Quanto maior a rebeldia em nossas vidas, maior deve ser a hostilidade que criamos para que nos sintamos bem.

O cristão que está se rebelando contra Deus faz o mesmo. Ele chega a um ponto de ira muito grande antes de justificar sua rebeldia, e quanto mais se rebelar , mais ira terá que sentir.

Com isso em mente, vamos perguntar no­vamente o que causou o problema da bebida. Essa pessoa e outras duas foram levadas até seu patrão e levaram uma bronca, pois não estavam traba­lhando bem. Enquanto o homem pensava sobre o que aconteceu, ficou com raiva e naquela noite se encontrou bêbado. Então dizemos que o proble­ma verdadeiro foi o acontecimento, e para resolver o problema com a bebida, o homem deveria deixar seu emprego e procurar outro, mudando assim as circunstâncias. Mas, devemos perguntar, por que o Jim e o Ed também foram chamados pelo patrão, levaram a mesma bronca, mas não fica­ram bêbados naquela noite? Qual a diferença entre esses homens e seu companheiro de trabalho?

Agora vamos para o terceiro círculo, cha­mado Identidade. Há algo na identidade desse homem, não encontrado na identidade do Jim ou do Ed, que permite que tais acontecimentos o controlem. Se colocássemos nesse círculo o que ele acredita ser em seus piores momentos, per­ceberíamos que todas as vezes que uma situação comprova isso, o homem vai se tornar irado, rebelde, e lidar com a situação, virando-se para seus ídolos do passado. Isto é, todas as vezes que uma situação o desveste, removendo seu terno de sucesso, ele se torna irado e bebe.

Vamos supor que você venha ao meu es­critório e, antes que saia, eu lhe diga que você tem que deixar todas as suas roupas comigo. Você não tem escolha, deve voltar para casa comple­tamente nu. Presumo que isso o deixaria um pou­co estressado. Como você vai lidar com a situação de ir completamente nu para sua casa? Você pode­ria ficar bêbado para tirar um pouco sua inibição, ou optar por drogas e curtir o caminho sem rou­pas. Você pode se tornar depressivo e dizer: "Nun­ca mereci roupa mesmo." Talvez você se escondes­se atrás de todas as árvores que achasse pelo caminho para que ninguém o visse, ou talvez gri­tasse como um louco , fazendo com que as pes­soas corressem de você, sem nem perceber que estava nu. O que estou querendo dizer é que todas as vezes que alguma coisa acontece, provando que você é o que tem lutado tanto para não ser, você vai se tornar irado, rebelde, e procurar uma maneira para lidar com a nudez em que foi dei­xado, quando seu terno de sucesso for retirado. Podemos concluir que o problema não é o proble­ma, o acontecimento não é o problema, mas sua identidade em seus piores momentos é o problema.

Esse princípio sempre acontece em casa­mentos. Muitos geralmente não estão apaixona­dos, que é o querer fazer o bem para a outra pessoa. Pelo contrário, cobiçam o exterior da ou­tra pessoa. Depois de um curto período, devido ao terno de sucesso estar muito usado, o marido ou a esposa começa a rasgar a vida interior do parceiro, achando-a repugnante, e ao mesmo tempo espera que o companheiro, depois de tanta surra emocional, se entregue para o sexo de braços abertos. Nosso companheiro de casamento quer ser amado por inteiro, mas, dependendo dos estragos do passado no interior, isso se torna impossível. Algumas pessoas têm um interior difícil de ser amado; elas sabem disso e, se afirma­mos isso, pagamos um preço - elas se afastam ou explodem para nos punir por causa de nossa observação. Lembre-se de que Deus tem a respos­ta para tal dilema.

Gostaria que imaginasse dois copos que representem dois indivíduos, garotos A e B. Os copos são do mesmo tamanho, e suportam a mes­ma quantidade de água, mas ao invés de enchê-los com água, vamos enchê-los com estresse. Quando estão cheios e continuamos a colocar mais, eles simplesmente vão derramar. O garoto A começa sua vida numa agência de adoção, sentindo-se, por isso, malquisto, o que torna seu copo 50% cheio de estresse. O garoto B, no entan­to, não tinha muita coisa em sua vida que o afli­gisse. A professora do primeiro ano não pôde notar diferença na ansiedade dos dois, pois nenhum deles tinha ainda atingido 100%. No segundo grau, as namoradas dos garotos A e B, respec­tivamente, terminam com eles. Isso leva o nível de pressão do garoto B subir para 5%; mas porque o garoto A já se sente mal amado a. 50%, um acontecimento de 5% para o garoto B é um acon­tecimento de 20% para o garoto A, e sua tensão sobe para 70%. Os dois decidem se casar depois que terminam a escola. Casamento traz um au­mento de 25% no estresse de qualquer pessoa, não importa quem; então, o garoto B sobe para 30% de estresse mas o garoto A vai para 95%. Sobra muito pouco para agüentar tamanha dificuldade.

A vida é cheia de acontecimentos 6%, que não são constantes, mas vêm e vão. Incluem coi­sas como acabar a gasolina, derramar uma bebi­da na mesa, as crianças quebrando o televisor, o vizinho reclamando do seu cachorro, ou um com­panheiro de trabalho sendo mandado embora. Suponha que esteja sentado na varanda de casa tomando um café e perceba as portas das gara­gens dos garotos A e B sendo abertas ao mesmo tempo. Vejo que os dois carros estão com um pneu furado - um acontecimento 6% para cada - mas suas atitudes serão completamente diferentes! O garoto A começa a gritar, xingar, culpa a esposa por não olhar o pneu, bate com a chave de rodas no carro. O garoto B começa a assobiar, achando até bom sujar suas mãos; ele está grato porque sua esposa não estava dirigindo, quando o pneu furou. O problema não é o pneu furado, mas a quan­tidade de estresse carregada do passado e a dispo­sição desenvolvida a partir disso.

O engano que muitas pessoas cometem é achar que os acontecimentos 6% são o problema verdadeiro. Se meu esposo me tratasse melhor, se eu tivesse um emprego melhor, se meus filhos se comportassem, se meus pais pedissem des­culpas, se eu tivesse um carro mais novo - tudo seria melhor! Mas esses são, como menciona­mos antes, apenas galhos que mostram a raiz, que é a vida interior, cuja identidade sempre odeia, controla, e deve estar camuflada para as outras pessoas.

O que você diria de um homem viciado em pornografia que passa suas noites envolvido com qualquer tipo de perversão sexual? Penso que o acharia um desvairado doente. Se entendesse melhor, você diria que ele é levado por seu passa­do, que é um homem nojento, corrupto e depra­vado. Não estou justificando sua atitude; Deus vai julgar isso. Mas perdôo o com argumento de que se tivesse o passado dele, talvez não estivesse tão bem quanto ele está hoje. Se soubesse que seu pai o molestou repetidamente quando ainda bem pequeno, concordaria que seu passado é uma tragédia e, se ele tivesse outro passado, talvez estivesse na igreja ao invés de uma casa de pornografia.

Nosso problema com a raiz é que a identi­dade da vida interior nos controla. Se pudésse­mos destruir a identidade do que somos em nos­sos piores momentos e trocá-la por uma nova, os acontecimentos diários não teriam poder sobre nós; não precisaríamos nos tornar irados e rebel­des, lidando com uma variedade de ídolos.



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