Perdido no Deserto


Vivendo Momento a Momento



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8. Vivendo Momento a Momento

No capítulo anterior, aprendemos que, mes­mo que seu velho "eu" tenha sido crucificado com Cristo, e esteja morto e enterrado, você ainda tem sua mente cheia de suas bagagens; e todas as vezes que a porta logo acima de seu coração se fecha para a vida de Cristo, o inimigo o tenta a se interes­sar novamente pelo resíduo que está em sua mente, levando-o a viver a réplica da vida que vivia antes de se tornar um cristão. Nós pensamos, será que isso é vida abundante? Qual poderia ser o propósito de Deus em tudo isso? O propósito dEle é bem engenhoso. É fazer com que sua vida momento a momento seja cheia de alegria, euforia!! E autenticidade! Como?

Se Deus deseja amar você, por quantos dias do ano Ele o quer amar? Sua resposta, es­tou bem certo, é 365 dias do ano. Por quantas horas do dia Ele gostaria de o amar? Vinte e quatro horas do dia. Por quantos minutos de cada hora e segundos de cada minuto Ele o quer amar? Deus o quer amar sessenta minutos de cada hora e sessenta segundos de cada minuto - você está certo! Agora, em que momentos de cada segundo Ele deseja amar você? A resposta é momento a momento.

Entendido isso, vamos supor que você te­nha dado sua vida para Cristo em 12 de Outubro de 1970, às 21:30 hs. O que aquele dia e hora tem a ver com este presente momento? Absolutamente nada! Se Deus o quer momento a momento, então, em 12 de Outubro de 1970 às 21:30 hs, Ele estava satisfeito, mas não tem nada a ver com seu desejo deste exato momento.

Suponha que peça a minha esposa para sentar perto de mim, segurar minha mão, con­versar comigo, e ela fale: "Mas fizemos isso há quinze anos!"

Qual seria minha reação? Provavelmente: "E daí? Eu não me importo com quinze anos atrás. Estou falando de agora!"

Relacionamentos sempre fluem; o que os faz maravilhosos não é o que aconteceu no passado, mas o que está acontecendo neste presente momen­to. Não importa se você e seu marido viveram bem no primeiro ano de casados; o que importa é se estão vivendo bem agora. Muitas vezes uma pessoa que sempre atuou no ministério, e no presente está vivendo em derrota, conta suas glórias do passado: as coisas maravilhosas que já fez e como foi usado por Deus. Fala de seus longos períodos de oração, das vezes em que o Senhor falou com ele, e coisas esplêndidas feitas por Deus. É óbvio que tal pessoa acredita que as coisas que aconteceram no passado vão perpetuamente carregá-lo ao futuro com Deus. Não é verdade.

Deus aspira estar em comunhão conosco momento a momento; também tem um plano de realizar seus desejos. Primeiro, Ele deve destruir o velho "eu" e colocar um novo com a vida de Seu Filho. Se isso não acontecer, então comunhão nenhuma será possível. A próxima coisa que faz, é deixar os resíduos do velho homem em nossas mentes. Quando por descrença a pessoa fecha a porta para- Sua vida e, conseqüentemente, corta a comunhão, toda bagagem, lixo, resíduo, emoções mentirosas, sentimentos negativos, velhos ídolos, identidades falsas, e até manifestação da carne vol­tam. De fato, essa pessoa está agora pior do que quando estava no mundo. Deus vai batalhar para que o cristão tenha consciência do desejo de estar livre dessas coisas, 365 dias do ano, 24 horas do dia, 60 minutos da hora, 60 segundos do minuto, e, sim, momento a momento. É então que Deus trabalha. Deus estrutura nossa vida de tal maneira para nos manter sempre perto Dele.

Quando o povo de Israel estava no deserto, devia colher o maná que desse só para um dia. Havia aqueles que talvez por preguiça ou porque preferissem descansar mais, colhiam o maná suficiente para uns dois dias. Mas o que acontecia com o maná no segundo dia? Cheirava mal. (Êxodo 16). Em João 6, Jesus deixa bem claro que Ele é o pão verdadeiro que vem do céu. "Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome" (verso 35). Jesus, como o pão que alimentou Israel no deserto, é para ser consumido diariamente, e se alguém qui­ser guardar o que saboreou do Senhor para um outro dia, isso será mostrado inútil. Jesus é para ser o sustento de cada dia!

As pessoas geralmente dizem que não con­seguem entender sua condição atual. Explicam que poucos anos atrás chegaram a um ponto em suas vidas em que entregaram todas as suas resoluções e seus próprios métodos para salva­rem a si mesmas, e de fato encontraram vitória. Isso, eu não questiono; realmente chegaram ao fim de si mesmas anos atrás. O problema é que não chegaram ao fim de si mesmas no momento em que estão conversando comigo. Deve ser firme­mente implantado em nossas mentes que vitória é para um momento de cada vez, e que, em qualquer tempo, ou participamos da vitória eterna ou derrota eterna.

Agora, são exatamente 23:15 hs: eu não possuo as 23:10 hs e nem as 23:20 hs; só tenho as 23:15 hs. Entretanto devo concluir que sou uma criatura do momento e tudo que importa é este instante. Se às 23:15 hs a minha porta para a vida de Cristo está aberta, então tenho, fluindo através de mim, uma vida perpétua que já venceu todas as tentações pelas quais vou passar. Então, neste momento, eu também sou eternamente vitorioso, e não me preocupo com as 23:20 hs, o amanhã, semana que vem, ano que vem, os filhos, o emprego, o destino, pois sou eternamente vitorio­so. Entretanto, se às 23:15 hs fecho a porta, então me preocupo com as 23:20 hs, e com o que vai acontecer. Novamente estou no comando, mesmo que seja um fracassado, uma pessoa sem valor, cheio de ansiedade e depressão; naturalmente, estou apreensivo sobre o amanhã, semana que vem, mês que vem, os filhos, meu casamento, e até mes­mo sobre o estar perante Deus. Estou me debili­tando em derrota eterna. Então, a única coisa que satanás pode fazer para nos derrotar é roubar o momento, o que consegue fazer com a perícia, lem­brando-nos do passado e aumentando nossos medos sobre o futuro!

Certa vez, depois que concluí uma confe­rência, uma mulher veio até mim, dizendo que não conseguira esquecer um erro que cometera: tinha deixado uma vasilha de água fervendo no fogão e sua filha a puxara, derrubando a água sobre si. A garota sofrerá várias queimaduras. A mãe disse que passava horas sentada em casa, relembrando o acontecido, condenando-se e cho­rando: ela se tornara totalmente apática, sem ação. Expliquei-lhe o plano do inimigo em roubar seu momento: mesmo que, sem dúvida, o acontecimento de doze meses atrás tivesse sido uma tragédia, a maior calamidade não era que o acidente tivesse arruinado o clima familiar, mas que estives­se prejudicado cada momento desde então. O ocorrido fora ruim, mas pior era a situação atual em que a filha estava sendo punida por não ter uma mãe sadia.

Muitos cristãos têm permitido que um in­cidente do passado continue a roubar vida abun­dante do momento, momento esse que se prolonga por dias e até anos. Quem permite que isso acon­teça está dançando com o diabo, cujos planos são não só roubar o momento, mas a vida inteira. Muitos abandonaram o momento presente por causa da falta de perdão; mesmo que tenham acontecido há vários anos, certos acontecimentos têm acesso a suas mentes a qualquer instante, roubando paz e alegria. Na falta de perdão, o inimigo tem à sua disposição uma ferramenta poderosa para tirar vidas. Somos lembrados de que o amor nunca guarda listas de coisas erradas, e que os que andam na falta de perdão estão se rebelando contra o reino de Deus, onde o amor não é opção.

Vida abundante e espiritual são experimen­tadas momento a momento. A mente carnal vê a passagem da vida de derrotas para a vida de vitó­rias, como que uma escada. Cada vez que faz o bem, a pessoa sobe um degrau, e cada vez que faz o mal, volta um degrau.

O livro de Gálatas nos ensina que nossas opções são andar atrás da carne ou andar em espírito, e não existe escada. A qualquer momento a pessoa ou está na carne ou está no espírito, cami­nhando em derrota eterna ou vitória eterna.

Lembre-se de que, muitos acreditam que a porta se fecha para a vida de Cristo tão rápido, tão rápido quanto o pensamento, mas não acreditam que ela também se abre com a mesma rapidez. O que abre a porta é a humildade, é a pessoa dizer que não tem nada, ou "eu não posso"! O que fecha a porta é o orgulho, o qual diz "eu posso".

Deus estruturou as coisas de maneira que só temos vitória, momento a momento, quando estamos nEle.

Há dois princípios que podem ser apren­didos pelo entendimento de que Deus deixa coisas que nos irritam, para que fiquemos perto dele. Primeiro, se Deus deixa a bagagem e resíduo do velho eu em sua mente para deixá-lo miserável, quando não está ligado a Ele, fazendo assim com que se volte para Ele, e tenha vitória e alegria, deixe-me fazer uma pergunta. A bagagem e o resíduo são fortalezas de satanás para destruí-lo, ou fortalezas de Deus para abençoá-lo e dar-lhe vida abundante? É fortaleza de Deus! O que você tem pedido tanto que Deus retire de você, por acreditar que, então, teria uma comunhão completa e sem obstáculos com o Rei, é a maior garantia de Deus de que você vai continuar a servi-lo e ter comunhão com Ele. Glória a Deus, as Suas ma­neiras não são as maneiras do homem!

Agora você entende porque eu disse ao cristão que sofria com a homossexualidade, que ele continuaria sendo abençoado por Deus, já que todas as vezes que estava livre de vontades era quando estava em Cristo, com a porta comple­tamente aberta? Por algum motivo que não precisa­mos entender, a maioria dos cristãos está satisfeita em andar longe de Deus; o Senhor permite, mas não está contente até que os chame de volta a Ele. Qualquer um que quer sair do quarto chamado "carnal" para o chamado "espiritual" deve sair por uma porta somente, chamada "Sofrimento, Derrota e Dificuldade". Assim é com os que são chamados a retornar a Deus: eles devem passar por essa porta!

Segundo, o Senhor gasta um tempo consi­derável nos ensinando a reconhecer a bagagem e resíduos quando vêm à tona. Essas coisas ve­lhas (depressão, descrença, vontade de drogas) são luzes vermelhas piscando e nos informando que a porta está fechada. Aqui um segredo: "quanto mais bagagem a pessoa tiver, mais lu­zes vermelhas vão aparecer, e mais terá consci­ência de sua necessidade de estar em Cristo. Quanto mais a pessoa tem consciência dessa necessidade, mais ela vai abrir a porta para que Cristo viva Sua vida através dela. A pessoa com a carne bem ajustada, com grandes talentos naturais, habilidades, intelecto, na maioria das vezes não vê sua grande necessidade de Deus; sendo assim, é mais vagaroso em abrir a porta e manifestar o poder de Deus, meramente mostran­do suas próprias capacidades carnais.


"Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens. Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação, visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as cousas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as cousas fracas do mundo para envergonhar os fortes; e Deus escolheu as cousas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para re­duzir a nada as que são; afim de que nin­guém se vanglorie na presença de Deus." Coríntios 1.25-29
Preste atenção no que Paulo disse,"...foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de satanás, para me esbofetear, afim de que não me exalte. Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de Cristo" (II Coríntios 12.7-9). Paulo recebeu algo que o fez dizer: "Eu não posso", e isso abriu a porta para a vida de Cristo nele para que Seu poder fosse liberado. Quanto mais fraqueza, mais poder foi dado; então, ficava assim orgulhoso de suas limi­tações.

Você percebe então, filho de Deus, que tudo que satanás planejou para sua destruição, Deus planejou para seu bem? Satanás pode preparar uma tentação feita só para você, mas Deus virá e com um estalo de seus dedos, muda os trajes de morte para trajes de celebração. Deus não é nunca, e eu repito, nunca vencido por satanás. Não lamente suas derrotas, dores, e identidades do passado; todas foram crucificadas, e suas lembran­ças são só baluartes de Deus.

Quando Paulo descreve os frutos do Espí­rito em Gálatas, ele não os faz para que os Gálatas simplesmente o imitem, porque, sendo assim, seria fruto artificial, sem substância ou valor. Ao invés, Paulo descreve o que o cristão manifesta, quando a porta para a vida de Cristo está aberta. Se você está manifestando naturalmente amor, alegria, paz, paciência, bondade, e assim por diante, você está gozando de vida no Espírito. No entanto, se essas coisas não estão presentes em sua vida, pode saber que a porta está fechada.

Quando uma pessoa aprende a pilotar um avião, todas as vezes que estiver voando, sempre olha para os indicadores, dos quais, sua vida depende. Eles o advertem dos perigos e o mantêm seguro. Pense nas bagagens e resíduos que ficam na mente como indicadores, e quando te mostra­rem que a porta está fechada, abra-a imediata­mente para que não perca um só momento da preciosa vida de Jesus. Se quer ter vida abundante, ela deve ser abraçada momento a momento!


A Cruz Momento a Momento

No capítulo anterior explicamos que no dia em que aceitamos a Jesus e acreditamos nEle, fomos crucificados com Cristo, recebemos a vida de Cristo, nascemos de novo, tornando-nos assim, novas criaturas. Gostaria de dar uma olhada mais detalhada na maravilha de nossa crucificação com Cristo.

Devo muito a Andrew Murray, o grande sul africano, escritor devocional do final do sé­culo dezenove e começo do século vinte, que es­creveu muitas coisas a respeito do cristão tendo vida abundante. Muitos o seguiram, crescendo e ensinando esses princípios, dentre os mais notáveis Jessie Penn-Lewes, Watchman Nee, e mais recentemente, F.J. Huegel. Devo muito a esses santos ensinadores, os quais o Espírito Santo usou para tornar reais em minha vida os ensinamentos de Romanos 6.

Certa vez, discipulei uma mulher, que era escrava do alcoolismo por muitos anos. Uma vez que o Espírito Santo abriu seus olhos e viu o poder da cruz, sua crucificação com Cristo, e que sua vida interior alcoólatra já havia morrido há quase dois mil anos, ela ficou radiantemente transfor­mada. Não era mais alcoólatra, mas uma filha de Deus, tão livre do álcool quanto a vida de Cristo que fluía dentro dela. Umas semanas depois, ela retornou ao meu escritório para me dar uma notícia que achava ótima: já que Deus a tinha libertado do álcool, todas as pessoas que trabalhavam no centro de recuperação que ela freqüentara antes, deveriam ser treinadas como eu tinha sido. Eu disse a ela que ficaria muito feliz em compartilhar com aquelas pessoas.

"Mas não se esqueça de que também devo dizer a eles que essa vitória só é conseguida com a morte juntamente com Cristo, há uns dois mil anos".

Ela então respondeu: "Isso parece um pou­co louco. Acho melhor cancelarmos a reunião!" Talvez tudo pareça um pouco absurdo quando alguém pára para pensar, mas é essa falta de sentido de Deus que será nosso poder na salva­ção. Devemos ter cuidado para não tirar a falta de sentido dessa mensagem, retirando seu poder. Peça ao Espírito Santo que abra os olhos de seu coração, para que Ele faça dessa coisa sem sentido, que é a cruz, não um ensinamento entendido, mas uma revelação, pois a fé e o poder do que é ensinado só vêm com revelação.

O que faz do pecador um pecador? Será um pecador porque peca, ou porque nasce peca­dor, é, então levado a pecar? Watchman Nee usa uma analogia apropriada para a pergunta: "Eu sou um Nee por que nasci um Nee, ou sou um Nee por causa de meu comportamento?" (Veja A Vida Cristã Normal, capítulo 2). A resposta é óbvia: ele é um Nee por causa de seu nascimento, não por causa de seu comportamento. Romanos 5:19 diz: "Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos se tornaram pecadores... então Nee conclui, "Sou pecador porque nasci de Adão. Não tem nada a ver com meu comportamento, mas com minha hereditariedade, meu. parentesco".

Ele então, ilustra isso de um modo mais coerente. Nossa hereditariedade, nossa linha de descendentes são a origem de nossos problemas. Revisando seu parentesco, onde você estaria hoje, se seu tetravô tivesse morrido aos três anos de idade? Você não estaria aqui! Se uma mala foi colocada num avião, e ele caiu e foi todo destruí­do, a mala seguiu o caminho do avião por estar onde estava. Assim ê conosco: nós estávamos em Adão, quando caímos.

As Escrituras também mostram que esta­mos espiritualmente ligados a Adão, e que seu pe­cado, morte espiritual, expulsão do Jardim, puni­ção, e toda a sua natureza também passaram a ser nossos, pois estávamos com ele desde o começo. Nascemos com essa natureza de Adão; somos o que somos por causa de nosso nascimento. Para nosso prejuízo, em Adão recebemos tudo que é verdade sobre ele.

Dissemos que já tentamos uma variedade de métodos para mudar nossa vida interior, fazendo algo com nossa vida exterior, e o resultado é nada mais que frustração e maior decadência de uma identidade feia que já precisava de conserto. Não há saída a não ser que possamos trocar nosso parentesco ou linha de existência!

A solução de Deus para a pessoa que tem fé é uma remoção total daquela vida com Adão que está desligada de Deus, e controlada pelo peca­do. Ele a repõe com a Vida de Cristo! Como Jessie Penn-Lewis (grande professora sobre as verdades da cruz) coloca em seus livros que só há uma saída da vida de Adão, e já que a adquirimos através do nascimento, devemos perdê-la através da morte. Escravidão ao pecado vem do nascimento; liberta­ção do pecado vem da morte. E agora, assim como em Adão recebemos tudo o que era verdadeiro sobre ele, quando estamos em Cristo, recebemos tudo o que é verdadeiro sobre Cristo. Uma vez colocados em Sua linhagem, por Sua vida ser eterna, então estávamos sempre com Ele; quando foi crucifica­do, também fomos; quando foi enterrado também fomos; quando foi ressuscitado e sentado em lugares celestiais, também fomos com Ele (agora, leia Romanos 6 com os olhos da fé).

Que maravilha saber que o velho "eu", o qual tenho lutado tanto para mudar, morreu na cruz com Cristo. Como isso tudo aconteceu? "afim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus. Mas vós sois dEle, em Cristo Jesus... " (I Coríntios 1.29,30). Ele simplesmente fez isso. Aconteceu no dia em que aceitei a Jesus!

Quando comecei a estudar sobre os ensina­mentos da cruz, fui movido a esperar que essa vida de Cristo pudesse ser minha um dia (nenhuma outra resposta é possível quando se lêem coisas como Segredos Espirituais de Hudson Taylor) e entender o que Hudson Taylor, fundador da Missão no Interior da China, chamou de vida trocada. Eu queria ter a vida de Cristo como minha, mas quanto mais lutava para isso, mais ela escapava de mim, porque há uma coisa da qual Deus nunca abre mão, e é a fé. Ele se torna homem para chamar minha atenção, Ele não se lembra de meus peca­dos, Ele me mostra grande compaixão e misericór­dia, mas não vai retirar sua exigência de fé. Eu não havia percebido, mas o que estava dizendo para Deus era: "Se tiver a vida de Cristo, se sentir a crucificação do meu velho "eu", se todos os meus sentimentos de inferioridade forem embora, então vou acreditar no que diz." Eu era um cristão descristão. Finalmente eu disse: "Senhor, se viver em derrota toda a minha vida e nunca me libertar do sentimento de inferioridade e fracasso, mesmo assim vou acreditar que meu velho "eu" foi crucificado. Eu recebi a vida de Cristo, e tudo que é verdade sobre Ele também é verdadeiro sobre mim!" Não muito tempo depois, as experiências seguiram a fé.

Somos filhos do Altíssimo, e uma vez en­tendido quem somos, não precisamos mais lutar para ser aquilo.

Se eu nasci um Wells, e um dia tiver am­nésia e me esquecer de quem sou, isso muda quem sou? Claro que não, mas me tornaria uma pessoa miserável, se tentasse ser algo que não sou. Uma vez curado da amnésia, acharia natural ser um Wells, sabendo que eu era quem realmente era.

Você tem amnésia? Você sabe quem real­mente é? Você ainda está para recuperar os senti­dos e ver que por causa da crucificação com Cris­to, você é um filho de Deus e pode deixar de lado todos os problemas que tem por tentar mudar? Será alguma surpresa que satanás queira cegá-lo ante essa gloriosa verdade, deixá-lo perdido e ar­mar uma conspiração para vencer seu velho "eu"? Estamos completamente em Cristo (Roma­nos 6.6; Efésios 2.5,6; Colossenses 2.10). Repito, a história de Cristo torna-se experiência nossa e nossa hereditariedade espiritual. Como Nee sucintamente coloca, "Deus me colocou em Cristo, logo, tudo o que é verdadeiro sobre Ele também é verdadeiro sobre mim. Vou então ficar nEle." Lem­bre-se de que crescimento cristão é meramente aceitar o que sempre teve desde o dia que entregou sua vida para Jesus. Sua morte em Cristo já acon­teceu, quanto tempo vai permitir que esse velho eu apodrecido more em sua casa? Ele está, como sabe, começando a cheirar mal e, não importa como o vista, você não pode mais escondê-lo e enganar as pessoas - ele está morto!

O batismo é o testemunho do fato; uma confissão de fé no que Deus fez (Romanos 10.10). Ele lhe permite andar em seu novo nascimento, uma nova vida, vida que não possuía antes - a vida de Cristo, que se tornou sua. Vou repetir: antes de participarmos completamente da vida de Cristo, devemos participar completamente da morte de Cristo. A natureza nos mostra que antes de vida, deve ocorrer morte. Por exemplo, o que deve acon­tecer com a raiz de uma árvore que foi plantada? Ela deve primeiro morrer, pois a vida não se mostra acima do solo antes que a semente esteja enraizada na morte. Se a raiz se torna uma grande árvore, isso só acontece porque a semente foi firmemente enraizada na morte. O mesmo acontece com os cristãos; devemos nos enraizar na morte de Cristo antes que possamos usufruir de Sua vida.

Para os que descobriram que essa vida in­terior, em sua semelhança com Adão, é a raiz do problema, surge uma outra pergunta. Por que, então, depois de, pela fé, participarmos da crucificação com Cristo, ainda, às vezes, experimenta­mos derrota novamente?

Se vivemos novamente em derrota, também vamos ser tentados a pensar: "Esse ensinamento não funciona!" Mas isso é impossível por não ser algo que fizemos, mas que Deus fez. Deve funcio­nar; vai funcionar. Foi o Espírito Santo quem disse: "Considerai-vos mortos para o pecado." Deus disse isso, e não um homem. Fomos sepultados com Cristo independente de sentirmos ou não, mas porque Deus disse que fomos! "Pode ser, mas ainda me pego vivendo derrotado" Novamente isso acon­tece, porque você vê a cruz como um acontecimen­to, um método, um "cura-tudo", e não como uma participação momento a momento, pelo qual Deus tem a intenção de nos manter perto dEle.

Deus não está preso a algo que Ele mesmo criou, como o tempo e, por isso, Ele pode estar em qualquer lugar, quando bem entender. Deus pode estar em qualquer lugar, em qualquer tempo. Neste exato momento, Deus está na criação do mundo, na crucificação de Cristo, e em meio à destruição do mundo. Pela Sua perspectiva, uma vez que en­tramos em Cristo , é como seja estivéssemos com Ele sempre. "Assim como nos escolheu, Nele, antes da fundação do mundo" (Efésios 1.4). Acho que aju­daria, se você visse a vida de Cristo como uma linha que se encontra para formar um círculo, chamado de Alfa e Ômega (Apocalipse 1.8), o Primeiro e o Último, (Apocalipse 1.17), o Começo e o Fim.

Você tem vida eterna porque a vida de Cristo está em você. Não precisa se preocupar se Deus vai se cansar de você um dia, porque você é parte da vida eterna de Seu Filho, do qual Ele nunca se cansa.

Quando vemos a vida de Cristo como um círculo eterno, nas linhas desse círculo estão os acontecimentos da existência de Cristo. Deus no centro do círculo, girando e assistindo aos aconte­cimentos que ocorrem na linha. No dia em que aceitou Jesus, você foi colocado na linha desse círculo e está nEle; onde quer que Sua vida esteja, ali você estará também. Quando Deus olha para a linha e vê a crucificação de Seu Filho, quem é que Ele vê também? Ele também vê você, pois você está em Cristo, sendo crucificado.

Olhando para a linha desse círculo, cha­mado vida eterna, vemos um acontecimento. Ocorreu no dia em que você deu sua vida para Cristo. Suponha que você se veja sendo colocado na linha desse círculo, chamado vida eterna, em 1970 e então foi crucificado com Ele. Agora, anos mais tarde, onde você está? Ainda está na linha da vida eterna e ainda está em Cristo, então, ainda está participando dos sofrimentos da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus. Crucificação com Cristo é um acontecimento único que ocorre no momento em que você entra na linha do círculo, mas também é momento a momento, quando permanece nEle.

Deixe-me usar a analogia do casamento. Eu me casei; quer dizer, entrei no casamento em um determinado dia. Ao mesmo tempo, per­cebo que estou casado diariamente. Se não te­nho experimentado desse casamento, aonde devo ir? Para minha esposa, é claro; e por que ela deve­rá me receber? Será porque nós é que nos casa­mos? Não seria porque permitimos que alguém o fizesse, isto é, nos casasse?

Se não estou experimentando da liberda­de que a cruz há de trazer das bagagens e resí­duos da mente deixadas pelo velho homem, para onde devo ir? De volta à cruz! Por que posso voltar lá? Será porque eu mesmo me crucifiquei? Não, mas porque Deus me colocou em Cristo e fui crucificado. O cristão nunca deve tentar a auto-crucificação porque não vai funcionar. Devemos agir de acordo com o que já aconteceu.

Sendo assim, minha crucificação com Cris­to é um fato consumado, mas se eu fecho a porta para Sua vida, a aplicação da cruz momento a mo­mento, em minha velha bagagem e resíduos - o que torna a vitória uma realidade - vai cessar. Re­pito, Deus estruturou minha vida, para que seja vivi­da numa comunhão, momento a momento, com Ele.


Aplicações Práticas da Cruz

Jesus declara algo interessante aos dis­cípulos. Em Lucas 9.23, Ele diz: "Dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia, tome a sua cruz e siga-me". Não havia dúvida alguma na mente dos discípulos sobre o que Jesus queria dizer. Eles haviam visto várias vezes alguém carregar sua própria cruz para ser crucificado. Eles sabiam, que carregar uma cruz não era só um testemunho da sua sentença de morte, para os que estariam assistindo, mas um reconhecimento de que a morte era merecida!

O mundo, o pecado e satanás falam para o cristão: "Salve-se. Não tome a cruz!" À medida que salvamos nossos próprios "eus", espalhamos morte para os que estão à nossa volta. Mas, na mesma intensidade em que tomamos a cruz, nos nega­mos e permitimos que a cruz seja aplicada, nessa mesma intensidade, espalharemos vida para os que estão à nossa volta.

Suponha que chegue em casa à noite e minha esposa fale: "Não gostei de você sujar o tapete de barro!". Minha resposta poderia ser: Não fale comigo desse jeito! Com quem você pensa que está falando? Ou então poderia dizer: "Por que um pouquinho de barro a incomoda? A casa inteira parece um chiqueiro!" Dessa maneira estou jogando as acusações de volta para ela, e se ela não quer sair perdendo, a briga começa. Mais tarde, quando sentamos para jantar, ela joga as panelas na mesa com raiva; depois de um jantar silencioso e apressado, jogo o meu prato na pia e saio para ler um jornal ou assistir à televisão. Sim, eu me salvei; não aceitei comentários rebaixadores sobre meu descuido. Eu mostrei a ela; simplesmente não poderia aceitar isso. Sim, eu me salvei, mas trouxe morte para três crianças e uma esposa maravi­lhosa, porque em meu egoísmo recusei a cruz.

Se, no entanto, estivesse andando na cruz, minha resposta inicial teria sido bem diferente. Talvez tivesse dito: "Deixe que vou limpar", sabendo que não tinha nada para salvar daquele velho Mike, cheio de inferioridade, e que teria de evitar qualquer comentário que a provasse. Eu havia sido crucifi­cado com Cristo. Tendo Cristo como minha nova identidade, poderia continuar a amar mesmo quando acusado. Teria perguntado a ela como foi seu dia, teríamos sentado para jantar sem nenhu­ma tensão no ar, as crianças estariam livres para compartilhar conosco o que acontecerá durante o dia, e sairíamos da mesa todos contentes. O que teria acontecido poderia não ter sido visto por mais ninguém, mas somente a mim. Eu teria perdido minha vida, não teria me salvado, teria experimen­tado algo mais profundo da cruz, além de único, e o resultado teria sido que me acharia sentado em lugares celestiais, cheio de amor e alegria. E vida teria se espalhado para meus filhos e esposa.

Quando o Senhor começou a colocar em meu coração essa verdade, eu estava na Facul­dade Bíblica. Cheguei em casa, encontrei minha esposa na cozinha. Ela disse alguma coisa um pouco mal educada. Passei por ela e fui ao meu quartinho de estudos preparar-me para uma prova. Naquele momento decidi que a melhor forma de puni-la seria não conversar com ela. A passagem que eu tinha que estudar para minha prova era Efésios 5; e logo cheguei ao verso 25: "Maridos, amai vossas esposas." Imediatamente, disse: "Não, Se­nhor. Não antes que ela peça desculpas".

E o Senhor falou comigo: "Mike, vá até lá, abrace sua esposa e diga a ela que você a ama". Novamente respondi: "Não, Senhor. Primeiro ela tem que pedir desculpas". O Senhor não permitiu que eu continuasse a estudar; fiquei parado no versículo 25. "Senhor, ela não merece minhas desculpas: se eu fizer isso, ela vai se acostumar e só estarei encorajando esse tipo de comportamento no futuro".

Mas o Senhor falou outra vez: "Vá, abrace sua esposa e diga a ela que a ama. Como você quer que Eu o trate quando você me ofender, Mike?"

"Ah, Senhor," eu disse: "Eu quero que me abrace e diga que me ama, mas isso é diferente!"

Finalmente, depois de muita luta, me sub­meti ao Senhor, e fui até a cozinha onde minha esposa estava. Morávamos em uma casa bem pequena, mas naquela hora, minha ida até a cozinha pareceu que morávamos numa mansão. Então, cheguei lá. Ainda me lembro de ver minha esposa lavando louças na pia, de costas para mim. Cheguei até ela, andei para lá e para cá, dei-lhe um abraço e falei, "Betty, eu te amo."

Sua resposta foi incrível: "Bem, estou fe­liz em saber que chegou a um bom senso."

O que deveria fazer então? Meu maior medo acabara de se concretizar! Acabara por en­corajar um comportamento que detestava. O Senhor falou novamente comigo: "Abrace sua esposa e diga a ela que a ama". Depois do segundo abraço, ela simplesmente saiu de perto e voltou ao seu trabalho, sem dizer uma só palavra. Nada de espetacular aconteceu com ela, mas eu não era o mesmo. A única coisa que posso explicar é que foi como que se um ramo fosse quebrado bem dentro de mim. Estava perdendo vida própria! Uma morte aconteceu, e nunca me senti tão vivo em toda a minha vida. A lição não era para ela, mas para mim! Eu havia morrido para que ela pudesse viver. Tenho certeza de que só vou saber quanta vida minha família recebeu naquele dia, quando chegar ao céu, mas posso dizer que, desde aquele dia, amar minha esposa é muito mais fácil. Porque, agora, eu não a amo pelo que ela faz por mim ou para mim, eu a amo por quem ela é. Ela está livre de ter que se esforçar para receber meu amor, porque Jesus o ganhou para ela.

Quantos casamentos cristãos sofrem de uma auto-proteção superficial? Quantos sofrem por se recusar a morrer, e guardam listas de todas as perdas causadas pelo outro, atentos a cada palavra que pode ofender ou a invasões ao precio­so "eu"? Mesmo porque, meu "eu" é tudo que tenho e devo fazer o possível para protegê-lo. Não dis­corde de mim, não me negligencie, cuidado para não me ofender, lembre-se de sempre me tratar com muito respeito. O único problema que tenho é que também não me suporto. Será que sou mais feliz com todo esse esforço? Existe algum conten­tamento em fazer com que cada membro da família estruture sua vida ao redor da minha?

Certa mulher me procurou sob a aparência de querer salvar seu casamento. Na realidade, estava simplesmente procurando alguém que concordasse com ela, e a fizesse sentir-se bem sobre a decisão, que já tinha tomado de deixar seu marido e dois filhos. Todas as vezes que eu men­cionava que o Senhor poderia trabalhar nessa situa­ção para restaurar a família, ela imediatamente dizia outra coisa que havia de errado com seu esposo, e me assegurava que o Senhor nada podia fazer. Depois de vários minutos assim, eu a confrontei: "Quem é o outro homem?". Ela, então, continuou a conversa me contando desse homem maravilhoso que havia conhecido e por quem estava apaixonada.

Eu lhe falei da analogia que geralmente uso para explicar o engano. Nos velhos filmes de horror, há sempre uma cena de um monstro escondido no guarda-roupas; e é óbvio para mim e as outras pessoas do cinema: ele está ali dentro. Por que então, a garota do filme estava chegando mais perto do guarda-roupa para abrir sua porta? É claro que deve ser tão óbvio para ela quanto é para o resto de nós que ali dentro tem um monstro. De dentro de mim, ouço uma voz silenciosamente gritar: "Não abra a porta! Tem um monstro aí den­tro!" E a garota do filme, que podia ver o que eu via, abria a porta, mas quando percebia seu erro, já era muito tarde.

Assim são os enganos do inimigo: outros conseguem ver que o caminho que certa pessoa está tomando só vai levar à morte e destruição, miséria e perda, solidão e dor. Mas adianta pou­co, se é que adianta, avisar à pessoa que está sob tamanho engano, que atrás daquela porta ela só vai encontrar a resposta para seus desejos egoístas. Infelizmente, existem os que vivem para agradar a homens, e às vezes se tornam os chamados Conse­lheiros Cristãos, os quais alimentam falsas espe­ranças por um preço. Muitos são destruídos por causa deles, pois só aconselham para a pessoa o que ela quer ouvir. "Enfadais o Senhor com fossos palavras; e ainda dizeis: Em que o enfadamos? Nisto que pensais: Qualquer que faz o mal passa por bom aos olhos do Senhor, e desses é que ele se agrada..." (Malaquias 2.17). No final, se a porta é aberta, a pessoa reconhece o engano tarde demais.

Foi isso que aconteceu com aquela mulher; ela não podia ser advertida. Deixou o marido, passou a viver uma vida de adultério, seus filhos não conversam mais com ela, e ela está cheia de miséria e solidão. "Ora, pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: "Considerai o vosso passado. Tendes semeado muito e recolhido pouco; comeis mas não chega para fartar-vos; bebeis, mas não dá para saciar-vos; vesti-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Considerai o vosso passado! "(Ageu 1.5-7) É um engano acreditar que vida própria pode ser saciada. Funcionou para você no passado? Você não está sem­pre querendo mais?

Se você decidir guardar 25% de sua velha bagagem - ídolos, resíduos, emoções mentirosas, então serão 25% a menos que vai conhecer do Senhor. Se decidir guardar 5% de seu velho "eu", estará perdendo 5% que poderia ter tido do Se­nhor. A cruz de Cristo faz grande subtração, e todos os que estão em contato com ela perderão muitas coisas. Mas toda perda será preenchida com uma abundante medida de Sua presença.

Quanto que permitimos que a cruz apli­que à morte, com a mesma intensidade o Espí­rito Santo aplica à vida. A respeito do que foi dito antes, leia o que Paulo disse: "levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida." (II Coríntios 4.10-12). Aqui está o segredo de Paulo, ele apela para o ciclo de morte/vida. Pois nós que vivemos, estamos experimentando a promessa de Jesus: "Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abun­dância, " e "sempre entregues à morte."

Um pastor da Inglaterra, certa vez me dis­se, que devemos ser o adubo do mundo, e que se recebêssemos todo o lixo que os outros jogam em nossa direção, sem recusar, dentro de vinte e qua­tro horas o Senhor faria com que algo lindo nasces­se disso. Eu tenho concordado com esse princípio, porque todas as vezes que o Senhor me usou, Ele primeiro me mandou uma série de coisas ruins, as quais fizeram com que eu deixasse minha porta bem aberta, permitindo assim que o Senhor se mo­vesse em Seu poder e alcançasse sua intenção sobrenatural. Apesar de ter aprendido essa lição mais de uma vez, não posso dizer que todas as vezes que as coisas andam mal e pessoas ao meu redor estão jogando seus lixos em minha direção, saben­do que um milagre de Deus - o qual Ele quer que eu faça parte - está para acontecer. Algumas vezes achamos que essas coisas vão nos esmagar, mas devemos deixá-las que nos esmaguem, pois esma­gados é que os vasos de barro liberam a preciosa vida de Jesus que estava guardada. "Graças, porém, a Deus, que, em Cristo, sempre nos conduz em triunfo e, por meio de nós, manifesta em todo lugar a fragrância do seu conhecimento. Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos..."(I Coríntios 2.14,15).

Quando Jesus apareceu aos discípulos, qual foi a prova de Sua ressurreição? Como eles sabiam que de fato Ele havia vencido a morte e o túmulo? Como sabiam que era mesmo Ele? "Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas cristão." (João 20.27). A prova da vida ressuscitada estará sempre nas marcas da morte. Aquele que irradia a vida de Jesus e é fragrância do seu conhecimento, sempre terá essas marcas. Por outro lado, o que carrega as marcas da vida própria, o que se vangloria de suas habili­dades, programas, conhecimento, riqueza, famí­lia, ou qualquer coisa dessa lista sem fim, ainda está para conhecer vida real.

Em minhas viagens por esse mundo, já con­vivi com vários cristãos, e em certas ocasiões encontrei cristãos gozando da alegria e do poder que o Senhor tem para Seus filhos. Quando em comunhão com esses irmãos e irmãs, descobri que todos têm duas coisas em comum: todos entendem a necessidade de andar em Cristo momento a momento, e todos têm fé. Se for uma percepção exata, então a maior fonte de poder é a oração e o andar em Cristo.

Certa vez, quando viajava de avião, per­cebi que uma senhora indiana estava sentada sozinha, e perguntei se poderia me sentar com ela. Ela tinha sido amiga pessoal de Gandhi e começou a compartilhar comigo que as pessoas precisavam ser mais humanas e que havia mais de um caminho para Deus. O que ela queria dizer é que todas as pessoas que imitassem a Jesus seriam aceitas por Deus.

Ninguém pode imitar o Filho; ele deve viver através de nós. Paulo instrui os Coríntios para "serem meus imitadores, assim como sou imitador de Cristo" (I Coríntios 11.1), sim, devemos imitar Cristo, mas em que devemos ser iguais a Ele? Não em Seu trabalho, pois não podemos morrer pelos pecados do mundo. Devemos então copiar as atitudes as quais Ele viveu.


Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois Ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se es­vaziou, assumindo a forma de servo, tornan­do-se em semelhança de homens; e, reconheci­do em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.

Filipenses 2.5-8.


Imitar, ter Cristo só como um exemplo, é ensinamento falso. Como Jesus confronta esse falso ensinamento? Com uma simples ilustração de uma videira, um agricultor e um ramo! Geralmente, o Mestre usa ilustrações e analogias da natureza, mas aqui, Ele afirma : "Eu sou a videira verdadeira"; Ele não diz ser parecido com uma videira, mas Ele é a videira verdadeira! Isso é para dizer que, se Jesus não existisse, não haveria videiras; todas as videiras foram criadas para ensinar e pregar sobre o Filho de Deus. Se quisermos saber mais dEle, podemos simples­mente observar uma vinha.

Uma coisa que podemos aprender é: "todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produ­za mais fruto ainda." Muitas vezes ouvi ser pregado que, o que Deus limpa são as coisas impuras em nossas vidas, as quais desagradam a Deus. Ao contrário disso, o que o agricultor limpa são os brotos que no ano passado deram mais fruto. É verdade, o agricultor corta as coisas que eram boas do ano passado. Por que faria tal coisa? Bem simples: se aos bons brotos do ano passado fosse permitido viver neste ano, eles precisariam de mais seiva (vida) e produziriam menos fruto.

Essa analogia aponta para o fato de que, existem trabalhos que, começam sob a direção do Senhor e produzem muitos frutos para o cor­po de Cristo, mas às vezes, os que iniciaram tal trabalho, tornam-se enamorados do resultado, e passam a recusar que o Senhor faça a limpeza. Confiaram no trabalho, e não no Senhor. Muitos ministérios que começaram vinte anos atrás com bênçãos do Senhor, agora se negam a operação limpeza do Agricultor e, como resultado precisam de vinte vezes mais energia, para produzir vinte vezes menos fruto.

O elemento chave, esquecido nesse proces­so todo, foi que o fruto foi resultado do andar; quando esses cristãos andaram em Cristo, o Senhor pôde realizar Seu trabalho. Mas o inimigo tirou seus olhos desse andar em Cristo, para que acreditassem que as grandes bênçãos fossem re­sultado do processo que Deus usou. Cortar fora o que foi bênção no ano passado permite que o cris­tão O tenha como foco e lhe permita trazer aquilo de que precisa neste ano. A necessidade hoje é a mesma necessidade do passado - Jesus - mas os métodos que Deus usa para alcançar a humani­dade, continuam mudando. Tudo de que precisa­mos para ter sucesso, virá de permanecermos Nele, momento a momento, e não de outra fonte.

O inimigo se esforça para que nossos olhos descansem nas coisas erradas. Não devemos nos concentrar nos resultados do permanecer, porque fazendo isso, deixamos de permanecer nEle; mas devemos sempre estar olhando para Ele, o que produzirá mais fruto. É assim que você entende João 15.2? 'Todo ramo que estando em mim não orar todos os dias, não for à igreja, não ler a Bíblia, não tiver um ótimo casamento, não tiver pensa­mentos puros, não parar de xingar, não se tornar um pregador, não tiver ótimas experiências emocio­nais, e um ministério integral, Ele corta fora". Não! Nosso único propósito na vida é dar frutos, e não fazer algo para o Senhor.

Quando estava na Austrália, uma mulher me procurou depois de uma conferência. Disse que havia gostado muito da pregação e também tinha vindo nos anos anteriores. Acabou dizendo que, mesmo que gostasse de estar ali, ela queria que eu soubesse que não estava funcionando. Estou sempre interessado nesse tipo de comentá­rios, porque estar em Cristo tem que funcionar; não há nada que possamos fazer porque é Deus que faz o trabalho. Ela me contou que estava fa­zendo terapia para parar de comer muito. Um problema que carregava há anos, e já havia tentado várias coisas - livros, terapia em grupo, hipnotismo, hospitalização, e, é claro, meu seminário. Ela então perguntou: "O que devo fazer?"

A resposta é bem simples: "Vá para casa e coma!"

Ela ficou me olhando e disse: "Você não está falando sério!"

Respondi: "Estou sim; vá para casa e coma." Então expliquei que se ela mesma pudesse se livrar do problema de comer muito, ela já teria feito isso; se eu pudesse, eu também o faria. No entanto, cada manhã eu queria que ela acordasse e dissesse: "Senhor, sem Ti nada posso fazer. Te entrego minha gula e Te agradeço pois o Senhor já a recebeu", e então, fosse comer. Uns dias depois ela me contou que não estava comendo muito mais! Por quê? Seus olhos não estavam mais em comida, mas no Senhor que dá a vida, que vence a escravidão.

Numa outra ocasião, um viciado em cocaí­na, que não era cristão, veio se consultar comigo. Depois de ter se convertido, ele perguntou: "O que devo fazer com o meu vício?"

Primeiro, eu perguntei se estava certo de que quisesse deixar aquele vício, Ele respondeu que sim. Então eu disse: "vamos orar e entregar seu vício para Deus, permitindo que Ele o tenha." Ele concordou e oramos. Logo depois, ele pergun­tou o que deveria fazer naquela noite, quando sentisse vontade de usar cocaína. Respondi para usar, mas que cada manhã antes mesmo de se levantar, ele orasse: "Senhor, sem Ti nada posso fazer; hoje Te entrego meu vício de cocaína, e Te agradeço, porque o Senhor já o recebeu." Qualquer um pode estar determinado a não usar cocaína. Esse homem não era idiota; ele não queria usar a droga e, se pudesse, já teria parado! O que era preciso era uma ação sobrenatural de Deus que acontece, quando tiramos nossos olhos do pro­blema e os colocamos nEle, permanecendo em Cristo.

O homem me ligou três dias depois, para me contar o que havia acontecido. Na primeira manhã orou, mas usou cocaína. Na segunda ma­nhã, ele fez o mesmo; mas pela terceira manhã, depois de orar, ele simplesmente não conseguia pegar na seringa! Ele estava rejubilando-se. E por que não? Tinha sido sobrenaturalmente liberto pela mão do Deus vivo. Glórias a Deus!

O Senhor tem me libertado de todos os tipos de manifestação da carne. Mas em nenhuma das vezes, Ele me libertou, quando meus olhos estavam nelas. Às vezes fiquei tão impaciente com determi­nado problema, que resolvia ler, estudar e superar. Mas a única coisa que acontecia, era mais derrota! Somente quando estava num relacionamento de andar em Cristo foi que o Senhor me libertou des­sas exasperações e, geralmente, não o percebi até um tempo depois, quando elas sumiram natural­mente. Se seu foco são seus problemas, você não vai ser liberto. A Videira tem que estar sempre em primeiro lugar. "Eu sou a videira, vós os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer."

Assim como os ramos não têm vida dentro de si, os cristãos não são chamados para gerar vida, mas para recebê-la. Não somos chamados para imitar a vida de Cristo, mas para participar dela. Quando aprendermos sobre a vida plena, passaremos a fazer naturalmente as coisas que muitos lutam e sofrem para fazer, porque temos a mesma fibra, a mesma vida e o mesmo Espírito que a Videira, sendo um com Ele!

Minha mãe sempre teve lindas imitações de frutas em sua mesa da cozinha. Mais de uma vez tentei dar uma mordida, mas logo fui lembrado de que não era verdadeira. Se visitássemos a fábrica dessas imitações de frutas, encontraríamos lá máquinas barulhentas e quentes, emitindo um cheiro ruim. Ao contrário disso, se visitássemos uma vinha, iríamos querer um travesseiro para deitar entre as fileiras de parreiras. Poderíamos nos deitar embaixo da fresca sombra, sentir o cheiro agradável, e ouvir barulhos que só trazem paz, enquanto víssemos as uvas crescerem. Há uma grande diferença entre a máquina que traba­lha para produzir uma imitação de vida, e a videira que produz vida.

Encontramos a mesma dessemelhança entre o cristão que imita e o que permanece. Os que trabalham são barulhentos e febris; seus esforços não produzem o doce aroma do Senhor. Seus frutos, que enganam os outros na primeira olhada, são uma falsificação. Mas o cristão que aprendeu o segredo de permanecer é calmo, refrescante e cheio de vida verdadeira - a vida de Cristo! Ele tem um fruto de aroma agradável e revitalizador, produzido não para si mesmo, mas para que outros possam usufruir dele, para que sejam renovados e possam viver. Sua vida é espontânea; ele nunca enfatiza o fazer, mas o permanecer, e não tira seus olhos de sua preciosa Videira. Ele não tem preocupações, pois o Agricul­tor e a Videira tomam conta de tudo. Está sempre pronto para ser aparado, pois cada vez isso o leva mais perto de Deus e com mais vida abundante. O ramo reconhece com alegria: "Sem Ti nada posso fazer."

Querido Pai, nós te adoramos e agradece­mos pela vida da Videira. Hoje, neste momento, escolhemos permanecer, e sendo assim, permitimos que o Senhor nos encha com a preciosa vida de Seu Filho, a Videira Verdadeira.
Trabalho de Seu Sangue Momento a Momento

No Velho Testamento, o homem reclamava que Deus não entendia o que era ser homem, en­quanto Deus falava que o homem não entendia o que significava ser Sagrado como Ele. A solução de Deus foi mandar o Deus/homem, Jesus Cristo: o Verbo se fez carne (nascido de uma mulher). Esse maravilhoso, seria o mensageiro de Deus para o homem e do homem para Deus, pois poderia enten­der e se simpatizar com as duas situações, sendo o Intercessor e Sacerdote, Rei e Senhor, Irmão e Mediador. Porque Ele era Deus em corpo huma­no, com alma de homem. Satanás tentou o homem Jesus, mas o Espírito divino que estava dentro dele recusou essa tentação, e, então, o Espírito de Deus num corpo humano destruiu os trabalhos de satanás. Sabemos que Jesus foi tentado em todas as coisas possíveis! Não sei ao certo quanto tempo se gastaria para que uma pessoa fosse tentada em todas as coisas, mas tenho achado que gastaria um pouco mais do que trinta e três anos e meio.

Até a morte de Jesus, o Espírito havia venci­do todos os nossos inimigos em um corpo e alma como a nossa! Se, de alguma forma, pudesse ter esse precioso Espírito e colocá-lo em meu corpo e alma, eu seria completamente vitorioso! De fato, se pudesse liberar aquele Espírito que já venceu todos os inimigos de um humano, o resultado seria o que Jesus falou em João: "Em verdade, em verda­de vos digo que aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará, porque eu vou para junto do Pai"(João 14.12).

O segredo está no sangue de Cristo. Ou não é por isso que o Novo Testamento menciona o sangue mais de noventa vezes? O sangue de Jesus é a coisa mais preciosa; infelizmente, muitos só vêem sua excelência ligada ao perdão e a estarem livres do inferno no futuro. Vêem o sangue como algo valioso no passado e no futuro, mas não consi­deram sua validade no presente. Qualquer igno­rância quanto ao trabalho diário do sangue, em derrotar os inimigos que o homem tem, é realização orgulhosa de satanás, porque o sangue liberado em nossas vidas, momento a momento, significa vitória sobre tentação, emoções mentirosas, medo, frustração, e qualquer outro inimigo.

Vida eterna - a vida de Cristo - não tem co­meço nem fim, e Deus, não estando preso ao tem­po, pode Se mover em qualquer lugar do tempo, agora mesmo. Então, o que a vida eterna realiza urna vez, também pode ser realizado momento a momento. Uma vez que Deus faz alguma coisa na eternidade, ela está sempre sendo feita. Esse san­gue possui essa qualidade indestrutível, a vitali­dade que rasgou o véu de cima a baixo, a vida que é obediente ao Pai, cheia de todos os frutos, não é egoísta e possui a natureza de Jesus!

A cruz e o sangue não podem ser separa­dos; os dois têm um efeito único e uma conseqüên­cia momento a momento, em nossas vidas. Fui crucificado com Cristo uma vez no dia em que O aceitei, mas colocado em Sua vida Eterna, agora estou crucificado sempre. Fui perdoado e restaura­do pelo sangue de Jesus no dia em que O recebi como Salvador, mas uma vez em Sua vida eterna, sou liberto, momento a momento, pelo seu precioso sangue. O sangue de Cristo não foi dado sem sa­crifício do "eu", e não vai ser recebido sem o meu próprio sacrifício na cruz de Cristo.

Deixe-me explicar dessa maneira: suponha que tenha comprado um caminhão bem velho, com a intenção de reformá-lo. Quando o adquiri, estava certo que pouco esforço e dinheiro seriam gastos para a reforma, mas quanto mais progredia, encon­trava mais e mais coisas erradas e gastava mais e mais dinheiro. Quanto mais eu consertava o veícu­lo, mais ele parecia quebrar. Certo dia, quando tra­balhava, me cansei e decidi aceitar minha perda; eu não queria ter nada a ver com isso mais. Na esperança de não ter o caminhão, nem mesmo em minha memória, chamei um guincho para retirá-lo dali. Quando a garagem estava vazia, eu ainda tinha uma lembrança - minhas mãos estavam sujas! Se não quisesse me lembrar do caminhão de jeito nenhum, ou que um dia ele fora meu, teria que lavar minhas mãos!

Pense no caminhão como sua velha Vida de Adão, que você tanto tentou mudar, até que resol­veu tê-la removida através da crucificação com Cristo. Entretanto, a poluição daquela velha vida ainda permaneceu em sua mente, seus hábitos e seus desejos. Você, agora, precisa do sangue de Jesus para lavar todas essas coisas, e quando abre a porta do permanecer, você permite a esse sangue fluir, e até a lembrança dessas coisas vai sumir. O sangue remove o sentimento de sujeira que o pe­cado traz. "Se porém , andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado." (I João 1.7) . Esse sangue purifi­cador tira todo estorvo que temos, e cria em nós, um coração puro.

No templo, o Santo dos Santos, onde Deus estava, era protegido por um véu bem grosso, e atrás dele o sacerdote só podia ir uma vez por ano, depois do derramamento de sangue. O véu representava o domínio da velha Vida de Adão; enquanto estivesse ali, a presença de Deus era proibida para você. No dia em que Ele foi crucifi­cado e você estava nEle, o véu se partiu ao meio. A presença de Deus é agora acessível a você, mas somente com o sangue de Jesus, que você tem; por causa de seu imenso valor e poder eterno, você tem entrada não só uma vez por ano mas a todo momento. Tudo de que precisa é se ajoelhar perante Deus e entrar "com intrepidez" pelo poder de Seu sangue.

Novamente repito, e nunca é demais ouvir isto: já que o sangue possui vida eterna (isto é, a vida que nunca perde o poder), então, o que o san­gue conseguiu uma vez, ele continua a realizar. O que então o sangue fez e faz para os filhos de Deus? Redenção e perdão - Efésios 1.7; santificação - Hebreus 13.12; comunhão - Efésios 2.13; compro­misso total - Apocalipse 5:9; certeza e presença de Deus - Hebreus 10.19-21; o céu aberto para nós - Hebreus 9.12; vitória sobre a morte e sepultura - Hebreus 13.20; justificação - Romanos 3.24,25; paz - Colossenses 1.20; e vitória sobre satanás - Apocalipse 12.11. Você vê a beleza do sangue?

Pare por um segundo e esteja no precioso sangue de Jesus, por cujo mérito nesse exato momento você tem acesso ao Pai. Você faz pedi­dos não por causa de seus talentos, mas pelo sucesso de Seu sangue. O sangue de Jesus é tão precioso para o Pai que Ele não vai lhe recusar; na verdade, Ele espera que você aproveite ao máximo esse fluir tão caro, nunca deixando que nem uma gotinha seja desperdiçada; Ele quer o sangue maximizado. Isso não é para dizer "peque para que a graça seja abundante", mas que o sangue custou tanto, que o Pai e o Filho querem que o cristão experimente cada benefício possível, vindo dEle.

Minha esposa e eu temos uma pequena cabana nas montanhas pela qual fazemos pagamentos mensais. Algumas vezes, fazer os pagamentos é um sacrifício, e quase sempre não podemos pas­sar um tempinho lá. Quando não podemos estar lá, mas, alguns de nossos irmãos e irmãs em Cristo vão lá para relaxar, aproveitar a criação de Deus, e passar tempo com o Senhor e suas famílias, temos um outro tipo de satisfação - sofrida - mas real. A cabana, que não está diretamente nos be­neficiando, traz prazer para outros, e isso torna os pagamentos mensais agradáveis.

O mesmo é verdade com o sangue de Cris­to, um pagamento enorme. Deus tem prazer quan­do aproveitamos o que O custou tão caro. Você tem medo de fazer pedidos ao Pai? Se tem, temo que seu pedido seja baseado em seus méritos, e não no valor do sangue. Você tem tanta coragem diante do Pai, quando você falhou, quanto tem quando você foi um sucesso? Se não, então seu sustentáculo não é o sangue de Cristo mas seus próprios esforços. Quando você falhar, entre com tudo na presença do Pai: você vai então descobrir o quanto esse sangue é precioso para Ele. Uma vez que você entender o valor incomparável do sangue, você vai se encontrar diante do Pai em confidencia.

Numa certa manhã, recebi um telefonema de minha mãe, contando que meu avô estava no hospital. Devido ao fato de ser muito unido ao meu avô, o inimigo tinha uma ótima oportunidade para cochichar em meu ouvido: "Se você estivesse mais perto de Deus, se você tivesse orado mais, se você tivesse passado mais tempo lendo a bíblia, então, quando precisasse, você poderia entrar na presen­ça de Deus e ele o ouviria." Por um momento eu acreditei nesses pensamentos, mas percebi que eles negavam o sangue de Jesus; se o acesso ao Pai fosse baseado em meu tamanho, então Jesus não teria vindo. Com muita alegria cheguei ao Pai no céu "pelo qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a f é nEle (Efésios 3.12). "Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus" (Hebreus 10.19). O cristão não opera sob o sistema mundano de aceitação, baseado em execuções, mas sob a aceitação baseada em Cristo.


Como Viver a Vida Plena

Estava pensando no peixinho que falou para o velho peixe: "Um dia quero conhecer o grande oceano. "O peixe velho ficou espantado e respondeu: "Você está no grande oceano. "O peixi­nho então falou: "O quê? Eu não vejo nenhum oceano. "Você percebe, o peixinho não conseguia reconhecer o oceano, porque ele já tinha uma pré-noção do que seria. Continuaria a procurar aquele lugar maravilhoso, sem saber que durante todo o tempo eleja estava nele!

Permanecer em Cristo é várias vezes visto por muitos do mesmo jeito: eles estão esperando para ver e sentir o que é, antes de acreditar, enquanto o tempo todo já estavam naquele relacionamento e na mais abençoada existência.

Um dos meus irmãos da índia conta a his­tória de como aceitou a Cristo através de um guru hindu. Desde pequeno, ele queria ser um médico, e para isso estudou bastante. No dia em que precisava se inscrever para a escola de medicina, ficou muito doente e, conseqüentemente, estava um dia atrasado. Quando chegou lá no outro dia, foi informado de que não havia mais vagas, e o único curso que seria oferecido seria Botânica. Como podem imaginar, ele ficou bastante desapontado. No entanto, estudou bastante e tornou-se um professor. Durante esse tempo ele ainda não era cristão.

Certo dia, quando levava sua classe para uma aula na floresta, ele notou um velho ho­mem hindu sair de um pequeno santuário, mancar até um riacho cujas águas corriam forte, com bastante dificuldade chegar até ao meio, tomar um banho e retornar. Isso o deixou muito curioso, já que seus próprios alunos não conseguiam enfren­tar o riacho. Foi até o velho para lhe perguntar como conseguia fazer tal coisa, e, enquanto conver­savam, percebeu que o homem era cego, tornando assim ainda mais fascinante conversar com ele. O velho homem descreveu seu sucesso com a água da seguinte maneira: 'Tenho um bastão que uso para me guiar. Coloco o bastão à minha frente; se a terra for firme, sinto a terra em volta do bastão, então, coloco meu pé onde o bastão estava, e sei que estou seguro. Então coloco o bastão mais para frente e continuo a fazer o mesmo. Eu sigo meu bastão. Vou aonde ele me leva, pois sei que com que ele estou seguro. Eu segui o bastão até a água e o segui de volta seguro." Meu amigo agradeceu ao homem e quando saía de perto, o homem chamou-o de volta e disse: "Ainda não terminei. "O problema com a sua geração é que vocês não têm um bastão." Aquilo intrigou meu amigo. Ele estava atravessando a vida sem um bastão! Ela nada tinha que pudesse seguir, nada para lhe dizer onde colocar o pé, nada para seguir até um lugar seguro.

Poucos dias depois, estava mexendo em sua estante e viu uma Bíblia; desesperado, abriu-a. Onde você acha que a Bíblia se abriu, para o botâ­nico incrédulo, que não tinha um bastão para guiá-lo pela vida? João 15.1-5:


Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não pode o ramo produzir fruto de si mesmo se não permanecer na videira, assim, nem vós o podeis dar, se não permane­cer dês em mim. Eu sou a videira, vós, os ra­mos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
Você consegue imaginar o impacto que esse verso teve no especialista em plantas? Ele sabia que a videira e os ramos se tornavam um, que a fibra da videira era a fibra do ramo; ele sabia que a vida da videira se tornava a vida do ramo, e ele também sabia muito bem que o ramos sozinhos não podiam fazer nada! Aleluia! Ele tinha encon­trado um bastão; agora tinha alguém para lhe mostrar onde colocar o pé; estava seguro. Só mes­mo Deus poderia tê-lo tornado como um botânico e não um doutor, e convencê-lo de sua perdição através de um perdido. Oh, quanto esse irmão testifica da abundância de viver a vida plena, o jeito mais simples de vivê-la, não mantida por sofrimento, mas entregue a Deus.

O "como" permanecer começa não com tra­balho, mas como uma posição que deve ser mantida. Vivemos numa posição de permane­cer, no fundo sabemos que Ele é nossa vida. Primeiro devemos sempre ter em mente qual seria nossa verdadeira condição, se estivéssemos fora da Videira. Existem poucos hoje que podem dizer que se conhecem, mas devemos passar por esse processo desagradável. O apóstolo Pedro é um ótimo exemplo de alguém que não se conhecia. Ele fez certas declarações como: "Nunca vou traí-lo Mestre," e no entanto, foi exatamente o que fez. Ele não se conhecia.

Observe uma adolescente que afirma com certeza, que ela pode ir a uma festa e não se entregar à pressão dos amigos para usar drogas e beber; que ela pode ter um namorado e que não vai se envolver sexualmente. Tais declarações mostram, imediatamente, que não se pode confiar nessa pessoa, porque ela não se conhece.

Chegar ao ponto de se conhecer, e aceitar o fato que dentro de nós não existe nada bom, não é fácil, e geralmente isso só acontece depois de sofrimento. Entretanto, quando aprendemos a lição, o que Paulo disse é alegremente aceito: "Tende em vós o mesmo sentimento que ouve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo..." (Filipenses 2.5-7). O primeiro passo, então, é conhecermos a nós mesmos, e uma vez que temos esse conhecimento, vivermos o dia todo sabendo de nossa absoluta dependência.

Segundo, cada um de nós deve viver como quem crê. Acreditar não é trabalhar, mas des­cansar: não é desenvolver muitas atividades, mas receber; não é colher imediatamente, mas ter paciência antes de obter. Fé é esperar com confiança que Deus vai providenciar, e isso é algo que toda criatura entende, a não ser o ho­mem que precisa aprender. Fé é um esperar agradável e um fácil descansar, o que a torna tão agradável e fácil você pergunta. Sabemos que Deus providenciou o necessário para aqueles a quem Ele criou. Os ramos têm úlceras de tanto se preo­cupar se a videira vai tomar conta deles? Nunca!

Eles descansam onde estão, confiando na respon­sabilidade da videira e nunca tentando fazer o trabalho dela! O cristão que anda em fé vai descan­sar como a criatura que não tenta fazer o trabalho do Criador. Nossa segunda posição tem a ver com a fé. Entendemos que se o permanecer depende de nós, ele será possível, mas temos coragem, porque aprendemos que é Deus quem cuida de nós.

Terceiro, temos consciência que a vida plena não é baseada em sentimentos, mas em consciência. Um dos grandes segredos da vida cristã é que, quando alguém está cheio do Espírito, não sente nada, já que esse é o jeito natural e normal da vida. Assim como o ramo não sente nada de extraordinário quando está recebendo a seiva da vinha, o cristão que permanece em Cristo tem consciência de onde está, sem labutar, mas dando preferência ao Seu trabalho e sabendo que está seguro! Permanecer é saber que estamos sendo cuidados mesmo quando não conseguimos cuidar de nós mesmos.

Quarto, aceitamos nossa posição de cria­turas e desistimos da nossa tendência e desejo de bancar o Criador. Entendemos que somos cria­tura dEle e, com total convicção, esperamos que ele nos mantenha. Vemos que a vida plena só é possível porque é Ele quem nos chama, nos guia e nos mantém nela. Geralmente chegamos a essa conclusão, depois de termos tentado e falhado em per­manecer em Cristo através de nosso próprios esforços.

Uma vez que resolvemos aceitar nossa po­sição de criatura, resolvemos viver somente um momento de cada vez. Essa é a mais difícil realiza­ção; estamos muito acostumados a pensar no ontem e no amanhã, sem saber que o ontem já passou e que o amanhã pertence a Deus. Você percebe que não há nada que possamos fazer a respeito do amanhã - esse momento é tudo o que temos?

Também não é bom ficar esperando o ama­nhã. Imagine que alguém lhe entregue um livro sobre como construir um computador. A pior coisa que você pode fazer è olhar a última página do livro para ver o computador já terminado. Sem se­guir cada passo para a montagem, você se tornaria facilmente desencorajado, se olhasse a foto do com­putador já terminado, e provavelmente não iria querer terminar antes mesmo de começar.

Imagine também um livro que contasse a história de sua vida. O que aconteceria, se você abrisse o livro ao meio e lesse que perderia um filho? Uma vez que você lesse aquilo, seria impos­sível concentrar-se em sua vida diária, e também não iria curtir aquele filho hoje. Esse aconteci­mento do futuro roubaria todos os seus momentos até o dia em que aquele filho morresse. Entretanto, se você se recusasse a olhar aquele capítulo, mas escolhesse viver sua vida uma página de cada vez, dia-a-dia e momento a momento, vividos na presença do Senhor, você perceberia que, quando aquele dia do futuro chegasse, você teria toda a graça de que precisasse para vencer tal calamidade. Para nós criaturas, um dia já é muita coisa. "Por­tanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados, basta ao dia o seu próprio mal" (Mateus 6.34).

A vida é para ser vivida um momento de cada vez, sendo nós fiéis em cada um deles, para experimentar a vida de Cristo. Deus, então, nos dará continuamente, momentos onde permanece­remos nEle, e esses momentos se tornarão dias, e finalmente, uma vida inteira vivida da alegria da presença do Mestre. O futuro pertence a Deus! Peça somente a graça de que você precisa hoje; quando fala com seu filho rebelde, quando precisa traba­lhar em algo de que você não goste, hoje, quando você deseja fazer de seu casamento uma bênção, quando você fala de Jesus para alguém que não O conhece, quando deseja viver uma relação plena com o Senhor.

Essas são as atitudes de que precisamos para experimentar a vida plena. Uma vez que a temos, saberemos que permanecer não depende de nossas forças, crescimento, sentimentos, derrotas ou sucessos, mas em Sua habilidade em nos colocar na videira e nos manter nela. Cada dia pode começar com uma simples confissão:
"Nesse dia Senhor, eu te agradeço porque estou em Ti e o Senhor em mim. Obrigado porque não importa como me sinto, eu permaneço em Ti. Obrigado porque não é uma posição pela qual eu deva lutar, porque o Senhor me colocou nela. Esse momento é tudo como que vou me importar. Eu aceito minha posição de permanecer com alegria.”



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