Por toda parte



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Anos finais do Ensino Fundamental

Componente curricular: Arte

POR TODA PARTE

6º ano

SOLANGE DOS SANTOS UTUARI FERRARI
Mestre em Artes (área: Artes Visuais) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Licenciada em Educação Artística pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC-SP). Especialização em Antropologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP). Especialização em Arte-Educação pela Universidade de São Paulo (USP). Artista plástica e ilustradora, formadora de educadores em Arte, assessora de projetos educativos e culturais, autora de materiais didáticos e de livros para formação em diversos níveis.

CARLOS ELIAS KATER
Educador, musicólogo e compositor. Doutor pela Universidade de Paris IV – Sorbonne. Professor Titular pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (EM-UFMG). Coordenou o Centro de Pesquisas em Música Contemporânea da UFMG; foi Vice-presidente da Associação Brasileira de Educação Musical (Abem) e membro do Conselho Editorial (função atual). É Professor Colaborador do Programa de Pós-Graduação em Música da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e Curador da Fundação Koellreutter da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Autor de diversos livros e artigos.

BRUNO FISCHER DIMARCH
Mestre em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com Licenciatura em Educação Artística pela Faculdade Mozarteum de São Paulo (Famosp-SP). Membro do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC). Participou do Centro de Estudos da Dança (CED). Trabalhou na equipe curricular de Arte da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Foi coordenador de Educação a Distância na Fundação Bienal de São Paulo e consultor pedagógico na Rádio e TV Cultura de São Paulo.

PASCOAL FERNANDO FERRARI
Mestre em Ciências (área de concentração: ensino de Ciências) pela Universidade Cruzeiro do Sul (UCS-SP). Especialização em Sociologia pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fesp-SP). Licenciado em Pedagogia pela Universidade Camilo Castelo Branco (UCCB-SP). Licenciado em Psicologia pela Universidade Braz Cubas (UBC-SP). Professor universitário, ator, diretor de teatro, consultor em projetos culturais em Artes Cênicas e autor de materiais didáticos para cursos de formação de professores em ambientes virtuais.

1ª edição

São Paulo – 2015

Logotipo FTD

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Por Toda Parte, 6.º ano



Copyright © Solange dos Santos Utuari Ferrari, Bruno Fischer Dimarch, Carlos Elias Kater, Pascoal Fernando Ferrari, 2015

Diretor editorial Lauri Cericato

Gerente editorial Silvana Rossi Júlio

Editor Roberto Henrique Lopes da Silva

Editor assistente José Alessandre S. Neto

Assessoria Alice Kobayashi, Daniela Alves, Daniela de Souza, Roze Pedroso, Solange de Araújo Gonçalves, Thiago Abdalla, Vera Sílvia de Oliveira Roselli

Assistente editorial Bruna Flores

Gerente de produção editorial Mariana Milani

Coordenadora de produção Marcia Berne Pereira

Coordenadora de arte Daniela Máximo

Projeto gráfico Juliana Carvalho, Alexandre S. de Paula

Capa Juliana Carvalho

Editor de arte Fabiano dos Santos Mariano

Diagramação Ingrid Velasques, Arte4 Produção Editorial

Tratamento de imagens Eziquiel Racheti

Ilustrações Frosa, Leonardo Conceição, Marcelo Cipis, Mariana Waechter, Rafa Anton

Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin

Preparação Líder: Sônia R. Cervantes

Preparadora: Veridiana Maenaka

Revisão Líder: Viviam Moreira

Revisores: Caline C. Devèze, Fernando Cardoso, Lucila V. Segóvia, Rita Lopes

Supervisora de iconografia Célia Maria Rosa de Oliveira

Iconografia Ana Stein, Érika Nascimento

Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Por toda parte, 6.º ano / Solange dos Santos Utuari Ferrari... [et al.]. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2015.

Outros autores: Bruno Fischer Dimarch, Carlos Elias Kater, Pascoal Fernando Ferrari

ISBN 978-85-20-00273-5 (aluno)

ISBN 978-85-20-00274-2 (professor)

1. Arte (Ensino fundamental) I. Ferrari, Solange dos Santos Utuari. II. Dimarch, Bruno Fischer. III. Kater, Carlos Elias. IV. Ferrari, Pascoal Fernando.

15-04073

372.5


Índices para catálogo sistemático: 1. Arte : Ensino fundamental 372.5

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei no 9.610 de 19 de fevereiro de 1998

Todos os direitos reservados à

Editora FTD S.A.

Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP

CEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000

Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970

www.ftd.com.br

E-mail: ensino.fundamental2@ftd.com.br

Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada.

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A.

CNPJ 61.186.490/0016-33

Avenida Antonio Bardella, 300

Guarulhos-SP – CEP 07220-020

Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

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APRESENTAÇÃO

Podemos encontrar arte nos mais diferentes lugares, tempos e contextos. Um olhar atento, um ouvido esperto e logo percebemos uma imagem, uma música, um gesto ou movimento, às vezes tudo junto ao mesmo tempo. Música que saiu do rádio do carro que passou pela rua agora há pouco, ou nos sons a revelar o gosto musical do seu vizinho. Bem pertinho, no fone de ouvido do seu celular, naquela música preferida, escolhida por você ou enviada por um amigo que encontra você.

Somos contemporâneos do tempo das tecnologias, da cultura visual, dos sistemas de gravação de áudios e vídeos. Podemos compartilhar tudo isso com alguém, mesmo que bem distante.

A arte alimenta-se de tudo que o ser humano inventa porque ela também foi inventada por pessoas há muito tempo e agora mesmo, neste último minuto. Você já parou para pensar que alguém, em algum lugar, acabou de fazer um desenho, uma pintura, uma escultura, tirou uma fotografia, criou uma composição, um arranjo musical? Ou que há pessoas apresentando uma peça teatral ou mostrando uma coreografia, com os corpos a movimentar-se em uma dança? Quem sabe alguém por aí está fazendo uma performance, criando uma instalação, escrevendo ou lendo um livro de literatura ou de poemas, ou criando filmes, vídeos, cenários, figurinos ou imagens para ilustrar um livro? É possível que alguém também esteja organizando uma festa, e roupas de carnaval ou maracatu possam, neste exato momento, ser bordadas pelas mãos de quem faz arte do povo para o povo!

A arte é assim. Está mesmo em todos os lugares e é criada e apreciada por toda a gente. Estudá-la é procurar mais maneiras para encontrá-la. As produções artísticas brasileiras e as que foram ou são feitas mundo afora nos mostram um caminho para conhecer mais sobre o ser humano e sua maneira poética e estética de viver. Somos seres culturais. Por isso inventamos linguagens, entre as quais muitas são artísticas. Nosso estudo quer ajudá-lo a desvendar essas linguagens para compreender e fazer arte.

Convidamos você para estudar Arte. Vem!

Veja, cante, movimente-se, sinta a arte da gente.

Os autores

Página 04

Caro aluno, conheça o seu livro de estudo da Arte!

Figura 1

VEM!

Você gosta de ser convidado? Imaginamos que sim. Logo de início fazemos convites: Vem olhar! Vem Cantar! Vem encenar, dançar, imaginar, tramar, pintar... conhecer e fazer arte!



Figura 2

TEMAS

Estudar Arte pode ser bem instigante e divertido, é como mergulhar em um mar de saberes sem fim. Existem muitas obras de arte, feitas por milhares de artistas em diferentes lugares e tempos. Nesta seção, escolhemos alguns temas e exemplos para que você conheça ideias e histórias do mundo da Arte. A arte está relacionada a outras disciplinas e à vida cotidiana. Você pode descobrir como isso acontece lendo a seção Mundo conectado.



Figura 3

MAIS DE PERTO

Quando começamos a conhecer Arte e tudo que este universo de saberes pode nos ajudar a compreender melhor o mundo, não queremos mais parar de conhecer! Assim, a seção Mais de perto resgata o convite feito inicialmente na seção Vem! para aprofundar seus conhecimentos sobre os temas e linguagens estudados. E, para aproximar você ainda mais da Arte, trazemos sempre uma entrevista ou um depoimento na seção Palavra do artista.



Figura 4

AMPLIANDO

Pode ser que algumas palavras sejam novas em seu vocabulário. Assim, preparamos um boxe em estilo de glossário para você saber mais sobre essas palavras e ajudá-lo a compreender melhor o universo da Arte e seus termos. No final do livro há um índice remissivo para você localizá-los sempre que precisar.



Página 05

Figura 5

LINGUAGEM DA ARTE

Para criar em cada linguagem, precisamos conhecer seus códigos e procedimentos. Toda linguagem tem seu jeito de ser e de se comunicar. Para se expressar por meio de linguagens é preciso aprender sobre esses jeitos e significados. Assim, nesta seção vamos estudar como as linguagens da arte são criadas. Na subseção Ação e criação, sugerimos projetos de criação e experimentos artísticos para você, seus colegas e professores poderem fazer arte. Nos boxes Procedimentos artísticos, damos algumas dicas sobre como fazer e usar materiais em produções artísticas.



Figura 6

MISTURANDO TUDO!

Um conhecimento pode ser conectado a outro. Uma linguagem pode ter relação com outras e até estarem juntas em uma produção artística. Esta seção traz questões para você pensar sobre isso e para perceber o que você aprendeu ao estudar cada capítulo.



Figura 7

EXPEDIÇÃO CULTURAL

Depois de conhecer algumas trajetórias da Arte, você e os colegas podem ter interesse em ver, ouvir ou sentir a arte mais de perto. Nesta seção, há propostas de passeios culturais e dicas de como ou onde encontrar mais arte. Registre tudo em seu Diário de artista e aproveite as dicas da seção Conexão arte.



Figura 8

LINHA DO TEMPO

No estudo de Arte, estamos o tempo todo fazendo relações entre passado e presente. A viagem pela arte nem sempre ocorre no tempo cronológico. Precisamos estudar a arte do nosso tempo porque somos contemporâneos dessas produções. Olhar para o passado e ver como a arte se transforma pode provocar reflexões sobre como a vida e a sociedade também mudam com o passar dos séculos. Assim, observe a linha do tempo e pesquise mais sobre alguma obra de arte que lhe chamar a atenção.



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SUMÁRIO

UNIDADE 1 Arte: cada um tem a sua

Capítulo 1: #ARTE, 10
VEM OLHAR!, 12
VEM CANTAR!
, 13
Tema 1 – Arte: criar e sentir, 14
Inspirações e expressões, 15
Tema 2 – Mensagens, 16
Participando da arte, 16
Mundo conectado: Arte e atitude, 19
Mais de perto: Olhar e ver, 20
Palavra do artista: Candido Portinari, 22
Mais de perto: Ouvir e cantar, 23
Palavra do artista: Maria Gadú, 24
Tema 3 – Sensações, 25
Criações e significados, 26
Mundo conectado: A voz dos rios, 28
Linguagem das artes visuais, 29
Pinturas gigantes em cores e relevos, 29
Suportes bidimensionais e tridimensionais, 30
Ação e criação: Grandes formatos, 35
Suportes bidimensionais, 35
Suportes tridimensionais, 36
Criando “escultopinturas”, 37
Linguagem da música, 38
Sons e lugares, 38
Ação e criação: Palavras-sons, 39
Compondo, regendo e cantando, 40
Misturando tudo!, 41

Capítulo 2: O LUGAR DA ARTE, 42
VEM ENCENAR!, 44
VEM DANÇAR!
, 45
Tema 1 – Lugares para encenar, 46
Diferentes lugares para a arte, 46
Tema 2 – A rua: lugar de encontros, 50
Imagens e cores fantásticas, 51
Tema 3 – O circo: um lugar especial, 53
As artes do circo, 53
Mundo conectado: O circo e a tecnologia, 58
Mais de perto: Improvisar e jogar, 60
Palavra do artista: Rhena de Faria, 62
Mais de perto: Ouvir e dançar, 63
Linguagem do teatro, 65
A arte da improvisação, 65
Ação e criação: Improvisando o tema, 66
Linguagem da dança, 67
Dançando nas paredes, 67
Ação e criação: Expressando um movimento, 69
Misturando tudo!, 69

Expedição cultural, 70


Diário de artista, 70
Conexão arte, 71
Linha do tempo, 72
A pintura em grandes dimensões, 72

UNIDADE 2 Raízes

Capítulo 1: A FLORESTA, 76
VEM IMAGINAR!, 78
VEM TRAMAR!
, 79
Tema 1 – A floresta dos curumins, 80
A arte dos povos indígenas, 81
Tema 2 – Seres imaginários, 82
Híbrida? Hã? Ahhh..., 83
Tema 3 – Balaio de histórias, 93
Olhares, tramas e trançados da arte, 95
Mundo conectado: Arte: línguas e histórias, 97
Mais de perto: Roda da imaginação, 99
Palavra do artista: Lúcia Hussak van Velthem..102
Mais de perto: Tramas da arte indígena, 103
Palavra do artista: Povo Kaingang, 106
Linguagem das artes visuais, 107
Mito e imagem, 107
Realismo mental (imaginação), 107
Realismo visual (observação), 110
Ação e criação: Imagens e imaginários, 111
Linguagem das artes visuais, 113
Simetrias, 113
Simetria espelhada, 114
Simetria de translação, 116
Simetria rotacional, 116
Ação e criação: Padrões abstratos, 118
Misturando tudo!, 119

Figura 1

Tarsila do Amaral. Abaporu. 1928. Óleo sobre tela. Museu de Arte Latino-Americana, Buenos Aires. © Tarsila do Amaral Empreendimentos Ltda.

Guilherme Kramer. 2011. Técnica mista sobre papel. Coleção particular.

Odair Fonseca de Souza



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Capítulo 2: A CARAVELA, 120
VEM CRIAR!, 122
VEM ENCENAR!
, 123
Tema 1 – O mar que traz arte, 124
Artes que se encontram, 125
Tema 2 – A canção que vem de lá, 128
O canto do outro lado do mar, 128
Tema 3 – A arte da azulejaria, 129
Azulejos, simetrias, padrões, abstração, figuração: um caldeirão cultural, 132
Mundo conectado: Um mar de mistérios, 136
Mais de perto: Correntes marítimas, 137
Mais de perto: Teatro jesuítico, 140
Palavra do artista: Padre Serafim, 145
Linguagem das artes visuais, 146
Azulejo invasor?, 146
Invader, 146
Coletivo MUDA, 147
Azulejo de papel?, 149
Palavra do artista: Poro, 150
Ação e criação, 152
Linguagem do teatro, 153
Auto lá!, 153
Palavra do artista: Grupo Cupuaçu, 155
Teatro Medieval, 156
A arte da mímica, 156
Ação e criação, 157
Misturando tudo!, 159

Expedição cultural, 160


Diário de artista, 160
Conexão arte, 161
Linha do tempo, 162
A imagem da pessoa indígena: pelo próprio olhar e pelo olhar do outro, 162

Povos arteiros UNIDADE 3



Capítulo 1: SEMENTES, 166
VEM OLHAR!, 168
VEM CANTAR!
, 169
Tema 1 – Mistura cultural, 170
O que é cultura?, 171
Mundo conectado: Donos da arte de jogar e da arte de pintar, 173
Tema 2 – As sementes da cultura afrodescendente, 174
A cultura afrodescendente, 175
Mundo conectado: Ancestralidade tecendo histórias, 177
Palavra do artista: Mestre Didi, 178
Tema 3 – Sincretismo cultural, 179
O que é sincretismo cultural?, 179
Mais de perto: Sementes do pensamento, 183
Palavra do artista: Rosana Paulino, 185
Mais de perto: O som da miscigenação, 186
Palavra do artista: Chico Science, 187
Linguagem das artes visuais, 188
Risca e rabisca, 188
Os elementos das linguagens visuais, 190
Ação e criação: Técnicas mistas e suas materialidades, 191
Mundo conectado: As artes abraçam as ciências, 199
Linguagem da música, 200
Este som é a nossa cara!, 200
Ação e criação: Vamos criar uma playlist?, 202
Misturando tudo!, 203

Capítulo 2: O REINO, 204
VEM DANÇAR!, 206
VEM CANTAR!
, 207
Tema 1 – Brincantes ao som do gonguê, 209
Sons, ritmos e movimento!, 210
Tema 2 – Histórias dançadas e cantadas, 211
Danças e cantos que contam histórias, 212
Mundo conectado: A geografia da dança, 214
Tema 3 – Ouvido musical, 216
Música de estilos múltiplos, 217
O maracatu do Chico Rei, 218
O maracatu moderno, 220
Mundo conectado: O poeta curioso, 224
Mais de perto: Temas e histórias, 225
Palavra do artista: Mestre Salustiano, 228
Mais de perto: A sambada, 230
Palavra do artista: Manoel Salustiano Filho, 231
Linguagem da música, 232
A música e seus códigos, 232
Ação e criação: Criando uma alfaia, 239
Ação e criação: Notação musical ou partitura: para ler e tocar!, 240
Ação e criação: Cena musical, 241
Linguagem da dança, 243
Dançando no ritmo do maracatu, 243
Ação e criação: Vamos dançar o maracatu?, 245
Misturando tudo!, 247

Expedição cultural, 248


Diário de artista, 248
Conexão arte, 249
Linha do tempo, 250
Afrodescendentes: arte e cultura, 250

Páginas finais
Ampliando: Índice remissivo, 252
Referências, 253


Figura 2

Odair Fonseca de Souza

Tarsila do Amaral. Abaporu. 1928. Óleo sobre tela. Museu de Arte Latino-Americana, Buenos Aires. © Tarsila do Amaral Empreendimentos Ltda.

Guilherme Kramer. 2011. Técnica mista sobre papel. Coleção particular.



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UNIDADE 1 - Arte: cada um tem a sua

A arte apresenta mensagens e sensações. Há imagens em grandes formatos e palavras que são sons. A arte está em todos os lugares, cada um pode criar a sua. Ela faz parte da vida, e a sentimos ao ver, ouvir, cantar, dançar, encenar...

Figura 1

Crédito imagens: Abertura. Marcelo Cipis; 1. Editoria de arte; 2. Odair Fonseca de Souza; 3. Cia. de Dança Deborah Colker/J.E. Produções; 4. David Siqueiros. 1952-1956. Mural. Universidade Nacional Autônoma do México. Foto: Patrick Escudero/Hemis/Corbis/Latinstock; 5. Haas&Hahn; 6. Melquíades Junior; 7. Pablo Picasso. 1937. Óleo sobre tela. 349,3 ×776,6 cm. Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia. Foto: Peter Horree/Alamy/Latinstock; 8. Eskemar/Shutterstock/GlowImages.

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Trajetórias para a arte:
Capítulo 1 / #Arte
Capítulo 2 / O lugar da arte
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Capítulo 1 - #ARTE

Arte e você em:
Arte: criar e sentir
Mensagens
Sensações
Linguagem das artes visuais
Linguagem da música

Figura 1

Crianças cantando. Detalhe da imagem do painel Paz, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm × 953 cm (irregular) (aproximadas). Obra criada especialmente para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), Nova York, EUA.

Candido Portinari. 1952-1956. Óleo sobre madeira. 140,5 ×95 cm. ONU, Nova Iorque. Reprodução autorizada por João Candido Portinari
Página 11

Figura em página dupla com a página anterior
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VEM OLHAR!

Leia o texto e observe a imagem a seguir.



Figura 2

Paz, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm × 953 cm (irregular) (aproximadas).

Candido Portinari. 1952-1956. Óleo sobre madeira. 140,5 ×95 cm. ONU, Nova Iorque. Reprodução autorizada por João Candido Portinari

Cada um tem um jeito de ver.
É sempre uma aventura olhar, perceber... cores, linhas, formas...
Luzes em tons claros ou mais escuros...
Onde estão? Qual é a sua forma de olhar? De cima para baixo? De baixo para cima?
De um lado ao outro? Vem olhar! O que há para descobrir nesta imagem?
As pessoas e os outros animais estão em algum lugar. Onde será?
Crianças brincam. De que será? Crianças em coro a cantar. Há uma música no ar. É uma festa?
Tem gente que dança. É festa de cavalo-marinho ou de boi-bumbá?
É viver um dia de cada vez? O que lhe parece? Tem emoção? Quem sente?
Tanta cor usada por esse pintor, só para o nosso olhar...
Somos muitos, cada um tem um jeito de ser e de fazer.
Na arte, cada um tem a sua maneira de criar, olhar, sentir, cantar, encenar...
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VEM CANTAR!

Leia a letra de música a seguir.



Shimbalaiê

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar


Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar (2x)

Natureza, deusa do viver


A beleza pura do nascer
Uma flor brilhando a luz do sol
Pescador entre o mar e o anzol

Pensamento tão livre quanto o céu


Imagino um barco de papel
Indo embora pra não mais voltar
Tendo como guia Iemanjá

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar


Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar (2x)

Quanto tempo leva pra aprender


Que uma flor tem vida ao nascer
Essa flor brilhando à luz do sol
Pescador entre o mar e o anzol

Shimbalaiê, quando vejo o sol beijando o mar


Shimbalaiê, toda vez que ele vai repousar (2x)

[...]


Trecho da letra da música Shimbalaiê, de Maria Gadú. Editora: Som Livre Edições Musicais.

Figura 3

Kirillov Igor/Shutterstock/Glow Images



Shimbalaiê... que palavra será esta?

Você já a viu em algum dicionário?

Será uma palavra da nossa língua portuguesa ou de outra conversação?

Será que é nome de coisa, de natureza, de gente? Ou será o nome de um som?

Tudo na arte precisa de uma explicação ou tem arte que é pura invenção?
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Tema 1 - Arte: criar e sentir

Leia este trecho de letra de música.

A paz
Invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
[...]

Trecho da letra da música A paz. GIL, Gilberto; DONATO, João. A paz. Intérprete: Gilberto Gil. In: _____. Gilberto Gil Unplugged. Rio de Janeiro: Warner Music Brasil, 1994. CD. Faixa 7.

A arte faz parte da vida de todos os povos do mundo, assim como o desejo de paz. Cada povo tem seu modo de criar a arte, assim como o de pedir pela paz. O significado da palavra paz pode ser expresso em muitas línguas, mas em cada uma é escrito de modo diferente. Em países em que se fala a língua árabe escreve-se paz como salam; na Alemanha, o desejo pela paz mundial pode ser expresso pela palavra friede; na China, escreve-se heping; no Egito, hetep; onde se fala hebraico, é shalom. Nos países de conversação
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em língua inglesa, fala-se peace; na França, o nome é paix. Mundo afora, todos têm uma palavra especial para esse desejo que o pintor brasileiro Candido Portinari (1903-1962) um dia se dedicou a pintar: a paz.



Inspirações e expressões

Os artistas criam inspirados por aquilo que toca os seus sentimentos. Às vezes, são temas ligados à sua vida pessoal, como lembranças, experiências, ideais. Em outras situações, eles podem expressar os dramas, desejos e sonhos de muitas pessoas.

Ao apreciarmos uma pintura ou ouvirmos uma música, por exemplo, podemos ter vários pensamentos, lembrar histórias, acontecimentos; ou relacionar imagens e sons a mensagens, a ideologias... Podemos também imaginar mundos fantásticos ou nos lembrar de algo que já experimentamos, sentir emoções ou ter sensações, enfim, o contato com a arte nos permite múltiplas interpretações. Cada um tem seu jeito de olhar, de ouvir, de sentir. Não existe apenas um modo de sentir ou interpretar obras artísticas.

Artistas criam com base em suas intenções, emoções, sensações, do seu contato sensível com o mundo. Podemos transmitir mensagens por meio da arte ou expressar nossa maneira de sentir o mundo em algum momento da nossa vida. Há muitas formas de criar arte.

Observando a reprodução da pintura de Portinari e da letra de música da compositora e cantora Maria Gadú (1986), o que você pensa sobre as formas de criar e sentir a arte?

Figura 4

Candido Portinari. 1952-1956. Óleo sobre madeira. 140,5 cm ×95 cm. ONU, Nova Iorque. Reprodução autorizada por João Candido Portinari

Detalhe do painel Paz, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm ×953 cm (irregular) (aproximadas).
Página 16

Tema 2 - Mensagens

Há propostas artísticas nas quais, para que possamos compreendê-las, sentir sua mensagem ou as sensações que possibilitam despertar, é necessário mais que apreciá-las de longe. É preciso participar delas. Vale até entrar literalmente nessa forma de arte. Como isso é possível? Vamos ver.

O artista, nesse caso, faz o convite ao público e propõe uma experiência, que é aceita por quem quer participar. Trata-se de uma forma de compartilhar o processo criativo e artístico. Vamos conhecer uma performance assim?

AMPLIANDO
Chamamos de performance a linguagem da arte que se utiliza de diversos elementos de outras áreas (música, teatro, dança, artes visuais, artes audiovisuais, tecnologias, entre outras) para criar uma forma específica de arte com apresentações e experimentos estéticos ao vivo ou que envolvam uma ação elaborada.

Participando da arte

Observe a imagem a seguir.



Figura 5

Registro em fotografia da performance Divisor, de Lygia Pape, 1968. Pano de algodão com fendas, 20 m × 20 m.

Paula Pape
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Na obra de arte Divisor, realizada pela primeira vez em 1968, um grande tecido branco com várias fendas foi o material usado para que as pessoas entrassem nesse grande manto e participassem da obra. Na época em que a artista brasileira Lygia Pape (1927-2004) criou essa performance e convidou o público a atuar na obra, o Brasil vivia um momento histórico muito triste. O governo brasileiro era comandado por uma ditadura militar, que não permitia às pessoas se expressar livremente.

A performance realizada por essa artista, em parceria com várias pessoas, foi um modo de espalhar a mensagem de união e liberdade. Lygia Pape costumava dizer que seu objetivo era fazer uma obra coletiva, na qual as pessoas pudessem participar e viver a experiência de criar juntos.

Muitos outros artistas também expressam desejos e mensagens de paz por meio de suas obras, com o objetivo de que as coisas ruins nunca mais aconteçam e que as pessoas respeitem as diferenças e escolhas de cada um.

No período imediatamente anterior e durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), também aconteceram conflitos internos e entre alguns países. Nesses casos, a guerra foi tanto local quanto mundial e afetou a vida de muitos. Em uma cidade pequena da Espanha, por exemplo, as pessoas

AMPLIANDO
Ditadura militar é uma forma de sistema político em que os comandos militares se autodeclaram líderes do governo, na maioria dos casos, por meio de um golpe. Quem assume a administração desse tipo de governo são pessoas indicadas pelos líderes militares e que, geralmente, estão ligadas ao exército. Tem como características principais o autoritarismo e a suspensão de direitos das pessoas. No Brasil, tivemos esse tipo de regime entre os anos de 1964 e 1985.

Figura 6

Guernica, de Pablo Picasso, 1937. Óleo sobre tela, 3,8 m × 7,8 m.

Pablo Picasso. 1937. Painel. Óleo sobre tela. 349,3 cm ×776,6 cm. Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia. Foto: Peter Horree/Alamy/Latinstock


Página 18

viviam um dia aparentemente normal de seu cotidiano, quando bombas começaram a cair do céu. Em 1937, essa história foi contada pelo artista espanhol Pablo Picasso (1881-1973) em uma pintura conhecida como Guernica, nome da cidade bombardeada. Os horrores da guerra povoam essa pintura. Será que o artista deixou expresso o seu desejo de que cenas como essas não se repetissem?

Olhando para a imagem de Guernica com atenção, qual é a sua opinião?

Com o seu jeito de olhar, observe, descreva, analise, pense sobre as imagens dentro da obra de Picasso.

Atualmente, muitos materiais podem ser usados para expressar ideias e desejos por meio da arte. Os artistas cubanos Alain Guerra (1968) e Neraldo de La Paz (1955) criam esculturas e instalações utilizando retalhos de tecidos e roupas coloridas. Exploram as cores do arco-íris como mensagem sobre o respeito à diversidade e às escolhas de cada um, além de criticar as guerras e as motivações que as fizeram surgir. Notem que as palavras Guerra e Paz fazem parte do nome dos artistas. Veja uma das obras desses artistas a seguir.

AMPLIANDO
A instalação é uma linguagem artística contemporânea que utiliza diversos meios e suportes – por vezes, tecnológicos –, e que permanece disponível ao público durante certo tempo. Depois, ela é desmontada, restando seu registro em fotografias, vídeos e catálogos.

Figura 7

Indradhanush Over the Mersey, de Guerra de La Paz (Alain Guerra e Neraldo de La Paz). Escultura com roupas encontradas em lixões e recicladas, 304 cm × 609 cm × 244 cm. Cortesia dos artistas.

Alain Guerra e Neraldo de La Paz. Indradhanush Over the Mersey. 2008. Escultura com vários objetos. Coleção particular. Cortesia de Guerra de La Paz.


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MUNDO CONECTADO

Arte e atitude

Os painéis Guerra e Paz, pintados por Candido Portinari, quando não estão em exposição pelo mundo, ficam na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.

Fundada em 1945, a ONU foi criada após a Segunda Guerra Mundial para compreender e desenvolver ações tanto nas negociações de conflitos quanto na defesa de direitos humanos, além de organizar e promover campanhas mundiais de cultura pela paz.

Você já presenciou alguma briga na escola? Já sofreu ou percebeu alguma injustiça? O que você faz quando seus amigos estão envolvidos em algum conflito?

Que tal criar uma sede da ONU na sua escola? Essa pode ser uma proposta para trabalhar a promoção da paz por meio da arte. Alunos, professores e membros da comunidade podem participar. Vocês podem criar desenhos, pinturas, músicas, danças, peças teatrais, performances, elaborar estatutos da paz, entre outras ideias.

Figura 8

Visitação aos painéis Guerra e Paz, pintados por Candido Portinari. Nesta foto, a exposição passava por Paris, França, em 2014. Em destaque o painel Guerra, em frente a um grande espelho, que faz as suas grandes dimensões (14,5 m ×9,5 m) parecerem ainda maiores.

Maxppp/ZUMAPRESS/Glow Images
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MAIS DE PERTO

Olhar e ver

Vamos observar novamente a imagem do painel Paz, de Portinari.

O que você vê?

Como você percebe a mensagem “paz”?

O que a arte de Candido Portinari diz a você?

Agora, observe os detalhes.

Olhe a sua volta na sala de aula.

Você já notou que seus colegas são diferentes



Figura 9

Detalhe do painel Paz, de Candido Portinari

Coro de crianças. Detalhe da imagem do de você? painel Paz, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm ×953 cm (irregular) (aproximadas).

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Figura 10

Detalhe do painel Paz, de Candido Portinari

Mulheres dançando em detalhe da imagem do painel Paz, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm ×953 cm (irregular) (aproximadas).

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Figura 11

Detalhe do painel Paz, de Candido Portinari

Festas e brincadeiras em detalhe da imagem do painel Paz, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm ×953 cm (irregular) (aproximadas).

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Figura 12

Candido Portinari. 1952-1956. Óleo sobre madeira. 140,5 ×95 cm. ONU, Nova Iorque. Reprodução autorizada por João Candido Portinari

Localização dos detalhes na reprodução da obra principal (veja a imagem na seção Vem olhar!)

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Nos detalhes do painel Paz, de Portinari, vemos imagens que mostram pessoas trabalhando, dançando, crianças brincando. O artista gostava de registrar o modo de vida dos brasileiros em suas pinturas. Nesse painel, o artista nos apresenta uma visão de vida pacata em tempos de paz. Agora observe a seguir a reprodução do painel Guerra, feito por esse mesmo artista. Ambas as pinturas costumam ser mostradas juntas. Por que será?

Você consegue identificar o estilo de vida em situações de paz e de guerra? Que diferenças há entre essas realidades?

Figura 13

Guerra, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm ×1 058 cm (irregular) (aproximadas). Obra criada para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, EUA.

Candido Portinari. 1952-1956. Óleo sobre madeira. 140,5 × 95 cm. ONU, Nova Iorque. Reprodução autorizada por João Candido Portinari


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PALAVRA DO ARTISTA

Candido Portinari (1903-1962)

Figura 14

1956. Francesco Florian Steiner. Coleção Particular. Reprodução autorizada por João Candido Portinari

Candido Portinari, 1956.

Candido Portinari (1903-1962) foi um artista plástico brasileiro cuja obra é muito importante. Nasceu em Brodowski, interior do estado de São Paulo. Nos temas de sua arte, ele retratou o povo brasileiro em cenas de trabalho, brincadeiras e festas. Também registrou a tristeza dos retirantes de uma terra a outra. Alegria e tristeza foram representadas com diversas cores e formas nas telas do pintor.

Portinari trabalhou nos painéis Guerra e Paz entre os anos de 1952 e 1956. O lugar de destino dessas obras foi a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), na cidade de Nova York, nos Estados Unidos da América. Muitos anos depois, essas pinturas também foram expostas em outras partes do mundo, inclusive no Brasil.

Portinari costumava dizer que os artistas brasileiros precisavam olhar para sua gente. Para ele, era importante usar a arte para falar em favor das pessoas que sofriam com a pobreza, a violência ou por outros motivos sociais.

Não pretendo entender de política.

Minhas convicções, que são fundas, cheguei a elas por força da minha infância pobre, de minha vida de trabalho e luta, e porque sou um artista.

Tenho pena dos que sofrem, e gostaria de ajudar a remediar a injustiça social existente. Qualquer artista consciente sente o mesmo.

Candido Portinari, 2003. Depoimento dado ao poeta Vinicius de Moraes e publicado postumamente, em março de 1962. PORTINARI, Candido. Guerra e Paz. In: BALBI, Marilia. Portinari: o pintor do Brasil. São Paulo: Boitempo, 2003. p.12.


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MAIS DE PERTO

Ouvir e cantar

Na sua opinião, o que é preciso para criar a letra para uma música?

Do que você gosta em relação às letras de música?

Em uma entrevista, Maria Gadú disse que quando criou a sua primeira composição, Shimbalaiê, “estava despretensiosamente feliz” (disponível em: http://eba.im/az7pp6>. Acesso em: 5 mar. 2015).

Será que as canções criadas pelos artistas refletem suas emoções?

E os sons que ouvimos, também influenciam nossas emoções? Sons como o de vento, mar, rios, sons das cidades, de instrumentos?

Que sons você gosta de ouvir? E de quais sons você não gosta?

Em relação às músicas que você gosta de ouvir, se fosse enviar uma delas de presente a um amigo ou amiga, por e-mail, via redes sociais ou gravada em um CD ou pen drive, qual seria?

Que tal criar um caderno de anotações sobre as suas músicas preferidas? Você pode escrever as letras, fazer desenhos enquanto as ouve ou criar imagens para descrever as sensações que elas lhe provocam. Também pode escrever comentários sobre a opinião de outras pessoas em relação às músicas de que você gosta.

Será que todo mundo tem o mesmo gosto musical?



Figura 15

Ilustração da cantora Maria Gadú.

Frosa
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PALAVRA DO ARTISTA

Maria Gadú (1986)

Figura 16

Cantora e compositora Maria Gadú em show do projeto Mulheres do Brasil (Mulheres Brasileiras), em São Paulo, 30 abr. 2010.

Jorge Rosenberg/LatinContent/Getty Images

Maria Gadú nasceu em São Paulo e desde criança faz suas próprias composições musicais. Ela disse que aprendeu a cantar com sua avó, que foi cantora lírica. Uma de suas canções é em homenagem a sua avó, Dona Cila.

Ainda na adolescência, Gadú começou a fazer shows. Considerada uma das revelações da música popular brasileira, compõe a maioria das músicas que canta, mas também interpreta canções de outros músicos da nossa música popular. Costuma dizer que não tem preconceitos e ouve muitos estilos. Estuda música em casa, tocando seu instrumento preferido, o violão. Gosta de experimentar diferentes ritmos e gêneros de música do Brasil e de outras partes do mundo. Às vezes, faz experiências e mistura sons e ritmos.

Em seus shows, Maria Gadú já apresentou ritmos de maracatu, samba, reggae e pop. Também já gravou canções em francês e inglês. Costuma dizer que a pesquisa é importante para criar na linguagem da música:

Ouço de tudo. Sem preconceito algum [...]

Gosto de pesquisar, fuçar aquilo que não está ao alcance de todos. [...]

Fonte da pesquisa e da citação [entrevista de Maria Gadú à revista Época]. Disponível em:


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