Por toda parte



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. Acesso em: 17 mar. 2015. OLIVEIRA, Afonso. Em Pernambuco, Gil se mostra otimista para 2004. Cultura e Mercado, 17 fev. 2004. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2015.

AMPLIANDO
Folgazões, também conhecidos como brincantes, são grupos de pessoas que participam de folguedos (festas e manifestações) de cultura popular. O folgazão é aquele que tem o gingado, molejo de corpo e sabe requebrar no ritmo do jogo (música).
Rabeca é um instrumento musical feito de madeira e cordas, de origem árabe, trazido para o Brasil pelos portugueses. Considerado o precursor do violino, no Brasil é bem popular na região Nordeste, em manifestações culturais tradicionais.
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MAIS DE PERTO

- A sambada

Observe a imagem a seguir.

Figura 27

Apresentação do Grupo Maracatu Piaba de Ouro, de Tabajara, em Olinda, Pernambuco. Foto de 2008.

Delfim Martins/Pulsar

Como se dança o maracatu?

É simples! É só começar uma sambada!

A sambada, segundo a Nação Piaba de Ouro, é quando se dança os passos do maracatu com toda a força, raça e gingado.

Os passos dessa dança são como o próprio Brasil, uma mistura de passos de muitos outros estilos de dança (capoeira, frevo, cavalo-marinho, caboclinho, entre outros). São a mistura da força das tradições afrodescendente, indígena e portuguesa.

Uma dança para brincar feita para os folgazões.

É preciso somente ouvir a música e deixar que o ritmo envolva você. E isso não exige muito esforço, porque o ritmo do maracatu é contagiante! Como normalmente é tocado por um conjunto sonoro de instrumentos de percussão – alfaias, agogôs, caixa etc., conforme mencionamos acima –, produz um efeito muito rico e intenso. É muito difícil não dançar, gingar ou mexer o corpo quando se escuta um grupo – ou nação – de maracatu tocando, como o Grupo Maracatu Piaba de Ouro, um dos grupos de maracatu mais tradicionais de Pernambuco, criado em 1977 por Mestre Salustiano.
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PALAVRA DO ARTISTA

Manoel Salustiano Filho (1970)

Figura 28

Mestre Salustiano, pai de Manoel Salustiano, recebe Gilberto Gil, na época Ministro da Cultura, na Casa da Rabeca, em Olinda (PE), em 2004.

Rosane Marinho/Agência O Globo

A tradição do maracatu passa de pai para filho. Mestre Salustiano (1945-2008), pai de Manoel Salustiano Filho, deixou para ele essa herança, a vontade de dançar, batucar e brincar de maracatu. Contudo, essa história começou há duas gerações, antes ainda, com o pai do avô de Manoel (o filho). Histórias que teceram o tecido do tempo, da cultura popular e fizeram surgir vários seguimentos do maracatu, como o maracatu de baque solto e o de baque virado. Maracatus que acontecem tanto na cidade, em frente às câmaras de televisão, quanto lá na roça, no meio do Sertão. O maracatu é, assim, uma arte de pessoas brincantes.

Você pode ser um simples cortador de cana, mas no Maracatu você é rei. De todos os folguedos, é o mais forte. [...] Não interessa o tamanho do Maracatu, pode ser o menor deles. Pode ser o Piaba de Ouro, com 220 componentes, ou outro com 20. A emoção é a mesma. É o meu brinquedo, o meu maracatu, a minha paixão.

FERRON, Maleronka; COHN, Sergio. Manoel Salustiano: dirigente do maracatu Piaba de Ouro. Disponível em: . Acesso em: 17 mar. 2015.


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LINGUAGEM DA MÚSICA

- A música e seus códigos

Você está lembrado de que já conversamos sobre a arte ser uma linguagem composta de muitas línguas? E se é assim, vamos começar a conhecer a língua da música? Trata-se de uma forma de escrever e ler a música.

E quando a escrita musical começou a ser desse jeito?

Em uma época conhecida como Idade Média, alguns músicos, na Europa, já conheciam formas de escrita musical, como vemos na pintura O tocador de alaúde (1596), do italiano Michelangelo Merisisi da Caravaggio (1571-1610). Era um conhecimento que foi se aperfeiçoando e passado de muitas maneiras de uns para os outros, de geração à geração.



Figura 29

O tocador de alaúde, de Caravaggio, c. 1595. Óleo sobre tela, 100 cm × 126 cm.

Michelangelo Merisi da Caravaggio. 1596. Hermitage, São Petersburgo. Foto: The Bridgeman Art Library/Keystone

Todos os povos faziam música – criando-a e executando-a nos momentos mais significativos da vida coletiva –, mas nem todos tinham necessidade de escrevê-la. Para aqueles que a registravam em notação musical, ainda não existia uma linguagem “universal”, ou seja, uma forma de escrita que fosse compreensível por todos os músicos, de qualquer lugar do mundo. Precisava ser um jeito de anotar ou escrever a música que possibilitasse, também, que ela pudesse ser tocada da forma original mesmo depois de muito tempo de o compositor a ter feito. Como um livro escrito em uma língua que todos conhecessem.
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Figura 30

Escultura em homenagem a Guido D’Arezzo, em Arezzo, Itália, 2011.

Wojtek Buss/AGF RM/Keystone

Foi Guido D’Arezzo (992-1050), um monge e músico da cidade de Arezzo, na Itália, que teve a ideia de recorrer às sílabas de uma canção latina para dar nome às diferentes notas da gama musical: Ut, , Mi, , Sol, .

Essa canção, tirada de um manuscrito antigo que ele encontrou na biblioteca de Sens, na França, chamava-se Hino de São João. Os seis primeiros versos desse hino começam pelos sons de uma escala ascendente cujas notas acabaram recebendo, assim, o nome das primeiras sílabas. A sétima nota é formada pelas iniciais do sétimo verso. Eis o texto do hino:

Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum,
Solve polluti
Labii reatum,
Sancte Ioannis

Tradução aproximada:

A fim de que teus servidores,
liberados,
possam cantar
as maravilhas de tuas ações,
retira o pecado
de seus lábios impuros,
São João
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De lá para cá, a escrita musical foi sendo aperfeiçoada e transformada. Hoje, tornou-se acessível às pessoas de todo o mundo.

Há, também, músicos que criam ou utilizam outras formas de escrita musical, mas esta é outra história que vamos estudar mais adiante.

Vamos conhecer essa escrita musical iniciada por Guido D’Arezzo?

Na música tradicional, chamamos de partitura o registro em que estão escritas as partes que todos os instrumentos deverão tocar para que soe a música. A partitura registra, inclusive, as partes para as vozes que vão cantar, porque a voz também pode ser considerada um instrumento musical.

- Compasso

Você sabe o que é compasso?

Não, não estamos falando daquele instrumento para fazer circunferências. Falamos de compasso musical.

Lembra-se desta partitura? Vamos observá-la com mais atenção.

Figura 31

Partitura de trecho (tema) da música Chico Rei.

Acervo dos autores

Compasso 1

Compasso 2

Compasso 3

Compasso 4

Compasso 5

Compasso 6

Compasso 7

Compasso 8

Compasso 9

Compasso 10

Compasso é o espaço delimitado em cada uma das barras verticais que se encontram no pentagrama (pauta com cinco linhas e quatro espaços) acima. Cada compasso é uma unidade na qual podemos colocar notas de diferentes valores ou durações, mas cuja soma total terá uma duração sempre igual.
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AÇÃO E CRIAÇÃO

PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

Agora, para entender melhor, vamos fazer uma atividade de musicalização na sala?

Peça ajuda ao professor. Todos os participantes sentam-se em círculo. O professor vai escolher uma escala musical e sua direção. Por exemplo, a escala de Dó, em direção ascendente. Combinem qual será o sentido da roda, se horário ou anti-horário.

Um colega vai dizer o nome da nota fundamental, no caso, “Dó”. O colega ao lado dirá, então, o nome da nota seguinte, no caso, Ré; o seguinte, Mi, e assim por diante.

Figura 32

Leonardo Conceição



Depois, pode-se realizar a escala de Dó em sentido descendente. Um pouco mais adiante, realizar escalas em outros tons, como, por exemplo, em Ré (Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si, Dó, Ré), tanto ascendente quanto descendente etc.

Quer deixar a brincadeira mais animada ainda?

Depois de algumas rodadas, quando a nota fundamental da escala for pronunciada, todos podem combinar de bater palmas ou o pé juntos, marcando a nota. Podem combinar, também, de falar as notas mais rapidamente e mais devagar, conforme a rodada.
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- Arranjo musical

O que é um arranjo musical?

Arranjo musical é uma criação feita sobre um tema musical já existente, com a finalidade de lhe dar nova ambientação e “roupagem”.

Podemos ter arranjos musicais que interferem pouco no tema. Assim, não temos dificuldades em reconhecer a música original.

Temos, também, aqueles arranjos que modificam muitos elementos do tema, exigindo de nossa escuta a procura mais cuidadosa e a compreensão das transformações realizadas pelo arranjador ou compositor.

A música Maracatu atômico, por exemplo, foi gravada por vários artistas. Em cada uma dessas interpretações, os artistas criaram arranjos diferentes. Em 1974, foi gravada pelos seus autores, Jorge Mautner e Nelson Jacobina. Em 1979, por Gilberto Gil. Em 1996, por Chico Science & Nação Zumbi, entre outros.

- Grupo de percussão

Do ponto de vista musical, o maracatu é também conhecido como Maracatu do Baque Virado ou Maracatu nação (“nação” como significado de todo um grupo participando junto, formando uma “família”, um mesmo “povo”). Em geral, o maracatu é interpretado com instrumentos de percussão, como as alfaias – tambores grandes e muito sonoros –, com a caixa e o agogô. Entretanto, costumam também fazer parte do grupo de instrumentos os taróis, ganzás, chocalhos, gonguês e agbês.

Vamos conhecer alguns dos instrumentos que, quando tocados pelas nações do maracatu, convidam-nos a ouvir e dançar esse ritmo bem brasileiro?



Figura 33

Alfaia, instrumento de percussão (membranofone).

elvistudio/Shutterstock/Glow Images

Figura 34

Caixa de repique, instrumento de percussão.

Fernando Favoretto
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Figura 35

Agogôs duplo e agogô triplo, instrumentos de percussão.

Fernando Favoretto/Criar Imagem

Fernando Favoretto/Criar Imagem



Figura 36

O tarol é instrumento de percussão da família da caixa, de sonoridade um pouco mais aguda.

Fernando Favoretto

Figura 37

Caxixi é um instrumento de percussão de origem africana, um tipo de chocalho.

Ismar Ingber/Pulsar

Figura 38

Gonguê é um instrumento de percussão, semelhante a um agogô de uma só campânula.

Fernando Favoretto

Figura 39

Agbê, instrumento de percussão de origem africana, confeccionado com uma cabaça envolta por uma rede feita de barbante com contas de sementes, conchas ou miçangas.

Juca Martins/Olhar Imagem
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A alfaia é um membranofone, isto é, um tipo de instrumento de percussão que possui uma pele, uma membrana sobre a qual se bate com uma baqueta.

Tambor de som grave, chamado genericamente de bumbo.

O agogô é um metalofone, isto é, um instrumento de percussão feito de metal, constituído por dois cones sobre os quais o percussionista percute com uma baqueta geralmente de ferro. Há também uma versão com três cones.

O gonguê é um instrumento de percussão composto de uma espécie de sino achatado de metal. É uma variação do agogô e também classificado como metalofone, isto é, instrumentos de percussão feitos de metal. Um bastão de madeira é geralmente usado para bater no sino.

Taróis são instrumentos de percussão, um tipo de caixas com sons mais agudos.

O agbê, também conhecido como xequerê, é um instrumento de origem africana. Composto de uma cabaça revestida com uma rede de miçangas. É tocado pelo processo de batida, raspagem ou chocalhar.

Os caxixis são instrumentos musicais populares no Brasil, utilizados em nossa música em diferentes gêneros. De influência africana, podem ser feitos com formas cilíndricas ocas ou cestinhas de vime, mas existem muitas variações. Em seu interior, são colocadas sementes, contas, porção de areia ou outros materiais em grãos.



Figura 40

O bloco Rio Maracatu durante a saída de blocos de rua do Rio de Janeiro, no início do Carnaval de 2013.

Bia Alves/Fotoarena
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AÇÃO E CRIAÇÃO

- Criando uma alfaia

A alfaia é um dos principais instrumentos do maracatu. Que tal criarmos a nossa própria alfaia estilizada?



PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

Podemos criar o nosso próprio instrumento de percussão. Para isso, precisaremos de:

garrafão de água de plástico com capacidade para 10 litros;

tecido resistente e colorido (como a chita, por exemplo);

pedaços de madeira;

feltro ou algodão.

A personalização será feita com um tecido resistente e colorido (como a chita, por exemplo) amarrado em volta do garrafão. Antes, retire o rótulo do garrafão e limpe-o bem. A boca de nosso instrumento será voltada para baixo. O tecido também pode ser usado para fazer alças na alfaia para segurá-la na cintura ou nos ombros. Sobre o fundo ou base do garrafão (que estará voltado para cima), você poderá agora bater com as mãos ou com o auxílio de uma ou duas baquetas. A baqueta, para esse caso, pode ser um pedaço de madeira (bastão), tendo em uma das pontas um tecido enrolado (feltro, por exemplo), bem apertado, em forma de bola.

Figura 41

Ilustração de criança fazendo e tocando o instrumento.

Rafa Anton
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AÇÃO E CRIAÇÃO

- Notação musical ou partitura: para ler e tocar!

É interessante aprender a ler e a escrever segundo a grafia mais utilizada, assim como também é muito importante experimentar e conhecer outras maneiras de anotar as criações musicais.

Agora, vamos ver algumas maneiras de interpretar um ritmo básico do maracatu e nos aproximar da escrita tradicional, deixando para ver em um próximo momento outras formas de grafia.

Conte de 1 até 8 e repita sucessivamente (pode ser bem baixinho mesmo). A ideia é contar os tempos, todos juntos, no mesmo andamento, quer dizer, todos na mesma velocidade.



1 2 3 4 5 6 7 8

Contando de 1 a 8, bata uma palma nos tempos indicados por



Figura 42

∙ Nos demais, indicados por um tracinho, apenas conte baixinho os tempos, o que vai equivaler a uma pausa ou silêncio das palmas. Veja a seguir.



Figura 43

Ilustrações: Rafa Anton

1 2 3 4 5 6 7 8
Página 241

Observe a notação musical anterior: há números de 1 a 8. Você reparou que abaixo desses números há linhas e que em cada uma há uma sequência de desenhos e traços?

Também notou que, quando há um desenho de palmas, é hora de bater palma e, quando há um traço, é momento de manter silêncio, porém no ritmo da contagem?

Essa é uma maneira de criar um registro musical de um compasso de oito tempos. E é, também, uma das batidas encontradas no maracatu.



PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

Que tal experimentar criar uma notação musical diferente explorando outros ritmos?

Essa experiência é bem livre, não se preocupe em criar um registro musical de um ritmo conhecido. A proposta é jogar com todas essas possibilidades. Vamos lá?

Escolha números que representarão a duração do seu compasso. Por exemplo: 1 a 3, 1 a 4, 1 a 6, 1 a 8, por exemplo.

Coloque os números em uma linha e crie colunas com desenhos e traços, como feito anteriormente.

Agora, o compositor é você. Seja um criador de ritmos!

Para fazer essa proposta, você pode usar a lousa, uma folha de papel ou o seu caderno. Reproduza a linha numerada e crie os seus compassos.

1 2 3 4 5 6 7 8

AÇÃO E CRIAÇÃO

Cena musical

Agora que já fizemos nosso instrumento (alfaia) e aprendemos a organizar uma partitura do nosso jeito, vamos encenar, tocar e cantar?

Com base em um tema musical – no caso, uma melodia de menos de 10 compassos (muito curta e com letra, datada do séc. XVIII) – criamos, aqui, uma adaptação para cena musical. Assim, você e os colegas poderão ser atores e músicos. Vamos experimentar?


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PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

A cena começa por uma fala quase teatral, em que um personagem apresenta as informações básicas da história. Somente depois surge a música, propriamente dita, com canto e instrumentos. Ela se desenvolve em duas partes:

1ª parte – um percussionista interpreta o texto indicado, em que são apresentadas informações básicas da história do herói africano;

2ª parte – a interpretação é feita por um grupo de músicos que, juntos com o percussionista, tocam e cantam a música em uma versão ampliada e com nova letra acrescentada.

A segunda parte já vimos no começo deste capítulo, na seção Vem cantar!. Vamos conhecer, agora, como se inicia a cena.

Combine com o professor e com a turma quem será o percussionista que vai interpretar o texto a seguir. Vocês também podem dividir o texto em um grupo de apresentadores.

Há 250 anos...


houve um rei africano, justo, poderoso, forte e bom.
Ele foi preso em sua aldeia pelos portugueses,
feito escravo com toda a sua tribo,
jogado no porão de um navio negreiro e
trazido para trabalhar nas minas de ouro em Minas Gerais.
Ele se chamava Nalanga e se tornou conhecido no Brasil como “Chico Rei”.
Kikuyu era o nome de sua tribo.
De homem livre que era foi feito escravo, por um estranho destino.
De escravo, porém, conseguiu se tornar ainda mais livre
com muito trabalho, força de vontade, determinação.
Cada gota de suor e de lágrima transformou em ouro,
cada grama de ouro ele pacientemente ajuntou e
trocou pela liberdade de um irmão seu.
A história de Nalanga ou Chico Rei é a estória de uma pessoa nobre,
corajosa e amiga, mas pode ser também a história de cada um de nós.
Na verdade ela é a história de todos aqueles
que lutam com honra e sinceridade, para conseguir a própria liberdade
e fazer com que a sua vida e a vida de todas as pessoas
tenha sentido e seja melhor.
Ele sabia olhar para o céu e falar com as estrelas.
Ele saudava todos os dias o Deus-de-todas-as-coisas
que vive dentro de tudo e de todos.
Por isso o Chico era... Rei!

KATER, Carlos. Chico Rei. Disponível em:


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