Por toda parte



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. Acesso em: 6 mar. 2015.
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Imagens e cores fantásticas

A rua e as suas cores tornam-se um espaço de encontro de muitas artes. O teatro de bonecos encanta o olhar do público que assiste, a céu aberto, à arte cênica acontecer. O artista espanhol Joan Miró (1893-1983) inspira o grupo de teatro Pernas Pro Ar (1988), do Rio Grande do Sul, a criar bonecões gigantes que parecem ter saltado das telas do pintor. É como ver o mundo pela primeira vez em explosão de cores e gestos. Artes visuais e cênicas encontram-se na arte de rua.

O grupo de teatro Pernas Pro Ar vem se apresentando há mais de 25 anos em vários espaços públicos. Sua proposta é estimular os espectadores a entrar em um universo imaginário, repleto de seres coloridos e histórias fantásticas. A música também faz parte desses espetáculos, que misturam diversas linguagens artísticas.

Veja exemplos dessas propostas na imagem a seguir.



Figura 10

Imagem do espetáculo Mira, do grupo de teatro Pernas Pro Ar, em 2014.

Fotos: Odair Fonseca de Souza

Figura 11

Detalhe da peça Mira.



Figura 12

Detalhe da peça Mira.


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Seja no palco ou na rua, o fenômeno teatral sempre acontece, trazendo alegria, conhecimento, muitas brincadeiras e estimulando nossos pensamentos.

O teatro de rua é produzido em locais exteriores, ao ar livre, como largos e praças, ou ainda em locais não convencionais, como estações de trem e de metrô, mercados, escolas, entre outros. Essa forma de fazer teatro tem suas origens na Antiguidade grega, como vimos, mas continua muito presente nos dias de hoje.

Veja alguns exemplos dessas propostas na imagem a seguir.

O grupo de teatro Buraco d’Oráculo, com a peça A farsa do bom enganador, apresenta-se pelas ruas de todo o Brasil, proporcionando alegria, encontros e cidadania cultural. Encenada pela primeira vez em 2006, a peça mostra as diferenças e os conflitos das classes sociais, discute o poder e a vaidade das pessoas.

Há inúmeros grupos teatrais que têm como proposta a apresentação em espaços não convencionais. Seus atores utilizam o corpo e a voz para se comunicarem com as pessoas de forma livre e democrática, pois a participação do público é direta e espontânea. Esses grupos costumam ocupar as ruas e praças das cidades, transformando-as em espaço de encenação, proporcionando a muitas pessoas a possibilidade de apreciarem essa arte.

São muitas formas e estilos de encenação. Cada grupo de teatro tem o seu jeito de criar arte de rua.

Você já participou de uma apresentação assim?

Será que próximo a sua casa está acontecendo algum espetáculo de teatro de rua?

Figura 13

Acervo do Grupo

Cenas do espetáculo teatral de rua A farsa do bom enganador, da Cia. Buraco d’Oráculo, em São Paulo (SP), 2006.
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Tema 3 - O circo: um lugar especial

Leia o trecho de letra de música a seguir.

[...]

Vai, vai, vai começar a brincadeira


Tem charanga tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver o circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro de qualidade
Faço versos pro palhaço que na vida já foi tudo
Foi soldado, carpinteiro, seresteiro e vagabundo
Sem juízo e sem juízo fez feliz a todo mundo
Mas no fundo não sabia que em seu rosto coloria
Todo encanto do sorriso que seu povo não sorria

[...]


Trecho da letra da música O circo. MILLER, Sidney. O circo. Intérprete: Nara Leão. In: _____. Box Nara Leão. Rio de Janeiro: Universal, 2002. CD Vento de maio, 1967. Faixa 7.

As artes do circo

Você já ouviu falar em picadeiro? É um lugar muito especial para as artes circenses. O picadeiro é a parte central, circular, dos circos, na qual se fazem as apresentações. É conhecido também como arena.

O circo nos traz a alegria e a arte há muito tempo. É impossível precisar a data de sua criação, porém existem vestígios dessa arte de mais de mil anos. China, Índia e Itália são países onde encontramos indícios do surgimento dessa arte milenar.

Um dos mais famosos circos da Antiguidade é o grande Circus Maximus (Circo Máximo, em português). Era uma arena ao ar livre construída em Roma, na Itália, no século VI a.C. Possuía arquibancadas para o público assistir a jogos, acrobacias, engolidores de fogo, malabaristas, entre outras apresentações artísticas, além dos jogos romanos.


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O Circus Maximus era o local mais antigo de entretenimento em Roma. Conta a história que esse espaço foi destruído por um incêndio, e somente pequenas partes de sua construção foram encontradas. Hoje, o local abriga uma área aberta ao lazer e à visitação. Para substituí-lo, foi construído o Coliseu, uma das mais visitadas construções antigas de Roma.

Agora, veja como era e como ficou o local do Circus Maximus.

Figura 14

Desenho do antigo Circus Maximus, em Roma, Itália, por volta de VI a.C.

c. 1600. Gravura. Biblioteca Nacional, Paris. Foto: The Bridgeman Art Library/Easypix

Figura 15

Atual situação das ruínas do Circus Maximus. Fotografia de 2015.

Deposit Photos/StockPhotos/Glow Images
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No Oriente, a tradição circense é milenar. Pinturas chinesas antigas mostram diversas imagens de acrobatas, ilusionistas, contorcionistas e equilibristas apresentando-se em festividades para a antiga realeza.

A tradição dos artistas circenses chineses continua até hoje, com a criação de espetáculos de grande beleza, que demonstram extremo equilíbrio e flexibilidade corporal.

Veja exemplos dessas influências nas imagens a seguir.



Figura 16

Contorcionistas do Circo Nacional Chinês em apresentação na Alemanha, 2013.

Arno Burgi/dpa/Corbis/Latinstock

Figura 17

Equilibristas chineses do Wuqiao International Circus Festival, China, 2011.

Yang Shiyao/Xinhua Press/Corbis/Latinstock

Em sua origem, todo circo tinha local fixo para suas apresentações. O circo moderno, que vem desde o século XVIII, é diferente, viaja de cidade em cidade, à procura de novas plateias e aplausos, indo até onde o público está.

De forma itinerante, palhaços, acrobatas, mágicos e equilibristas apresentam-se abrigados pela lona dos circos. Os artistas circenses ainda fazem o encontro e a alegria de muita gente, por todos os lugares do Brasil e do mundo.

Nas últimas décadas, o circo tem se transformado. No passado, quando uma companhia de circo chegava às cidades, principalmente as menores, era um grande acontecimento. Você já viu algum circo instalando-se próximo a sua casa?


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O artista Candido Portinari (1903-1962), quando era criança, ficava atento a cenas do dia a dia em sua cidade natal, Brodowski, no interior de São Paulo. Muitas dessas lembranças foram retratadas em suas pinturas.

Veja algumas das lembranças de Portinari retratadas nas obras a seguir.

Figura 18

Candido Portinari. 1957. Óleo sobre tela. Coleção Particular. Reprodução autorizada por João Candido Portinari



Circo, de Candido Portinari, 1957. Óleo sobre tela, 61 cm × 73,5 cm.

Figura 19

Detalhe da obra Circo

Detalhe da obra Circo, de Portinari, 1957.

Figura 20

Candido Portinari. 1933. Óleo sobre tela. Coleção Particular. Reprodução autorizada por João Candido Portinari



Circo, de Candido Portinari, 1933. Óleo sobre tela, 60 cm × 73 cm.

Figura 21

Detalhe da obra Circo

Detalhe da obra Circo, de Portinari, 1933.
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A tradição circense no Brasil vem sendo construída desde o tempo de sua colonização. Essa tradição está ligada ao povo cigano, vindo da Europa. Em seus acampamentos, os ciganos faziam apresentações para a população local. Os espetáculos contavam com domadores de ursos, ilusionismo e exibições com cavalos. Hoje em dia, para proteção e defesa dos animais, seu uso não é mais permitido nos circos.

Para suas exibições, os ciganos apresentavam-se em tendas e com teatro de bonecos, entre outros números artísticos. Como era característico ser um povo nômade, viajavam de cidade em cidade, até nas mais distantes localidades, adaptando seus espetáculos às condições do lugar.

A história registra que o primeiro circo com lona e picadeiro teria chegado ao Brasil vindo da Europa. O Circo Bragassi, erguido no Rio de Janeiro, em 1830, era constituído por uma família com o mesmo nome.

Outras companhias circenses e suas lonas chegaram ao Brasil, formadas geralmente por uma família de artistas. Foram esses circos que iniciaram a tradição circense brasileira. Hoje, mesmo com a diminuição dessa tradição artística, ainda encontramos inúmeros circos, de pequenos a grandes, andando e se apresentando pelo país.

Veja a imagem de um circo atual a seguir.



Figura 22

Vista externa de circo tradicional de pequeno porte em Laranjeiras, Sergipe, 2008.

José Emílio Perillo/Folhapress

Assim é a arte do circo, misturando acrobacias, mágicas, teatro e tantas outras linguagens artísticas. O picadeiro é um espaço cênico privilegiado. Nele acontecem vários eventos incríveis. Por ser itinerante, está sempre mais próximo do público.

E você? Já foi a um circo?

Pesquise se há um circo em sua cidade e dê um “pulo lá”.

Bom divertimento e tenha um ótimo espetáculo!
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MUNDO CONECTADO

- O circo e a tecnologia

Observe a imagem a seguir.

Figura 23

Imagem das lonas do Cirque du Soleil durante temporada na Califórnia, Estados Unidos, em 2012.

SuperStock/Glow Images

A tecnologia está em todos os lugares. Na arte não é diferente. Até no circo a tecnologia chegou. A união das apresentações de palhaços, malabaristas, trapezistas, ilusionistas, contorcionistas e outros artistas com a tecnologia, nos espetáculos circenses modernos, transformou todas as atuações, deixando-as ainda mais fantásticas.

Veja o exemplo do Cirque du Soleil (Circo do Sol, em português). Fundado no Canadá, em 1984, por Guy Laliberté e Daniel Gauthier, dois artistas de rua, é conhecido em todo o mundo. Essa companhia circense inova a linguagem artística do circo a cada espetáculo. Seus artistas praticamente “voam” em cena, ocupando todo o espaço cênico do picadeiro, como podemos observar na imagem a seguir.
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Figura 24

Levi Bianco/NewsFree/LatinContent/Getty Images

Registro fotográfico do espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil, na cidade de São Paulo (SP), em 2014.

Figura 25

Detalhe da obra Varekai

Detalhe do espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil, em São Paulo, em 2014.

O Cirque du Soleil tem como uma de suas características principais utilizar muita tecnologia em todos os elementos do espetáculo, desde iluminação e cenários até os figurinos, entre outros. A habilidade corporal dos artistas e os efeitos especiais proporcionados pelas tecnologias formam uma nova estética do circo, como podemos observar na imagem a seguir.



Figura 26

Levi Bianco/NewsFree/LatinContent/Getty Images

Registro fotográfico do espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil, na cidade de São Paulo (SP), em 2014.
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MAIS DE PERTO

- Improvisar e jogar

Retome a imagem da Cia. do Quintal no início deste capítulo, e esta outra a seguir. O que acontece no palco, nesse espaço cênico tão diferente? É um jogo? De xadrez ou de improviso?

Você já jogou xadrez?

Observe atentamente a imagem. Nela vemos palhaço, xadrez, mas também há rainha, bispo e peão.



Figura 27

Imagem de cena da peça A rainha procura..., da Cia. do Quintal, São Paulo, 2013.

Marcelo Kahn

A peça A rainha procura... acontece em um grande tabuleiro de xadrez colocado no chão. No tabuleiro, a Rainha encontra-se solitária, pois seu reino foi massacrado por um exército adversário e um peão, que era seu fiel escudeiro. Para recompor seu reinado, a Rainha abre testes para bispos, cavalos, torres e peões, e outras peças de seu tabuleiro. É uma tentativa de recuperar seu reino e acabar com sua solidão.

Contudo, seus planos acabam mudando de rumo com a aparição de dois palhaços que preferem ser bobos da corte a servir como defensores do território. A Rainha decide, então, promover uma audição para bobos da corte, na
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qual os candidatos terão a difícil tarefa de alegrá-la por meio dos mais inusitados desafios. Apenas um candidato será o escolhido, enquanto o outro terá sua cabeça cortada. Para tomar a melhor decisão, a Rainha precisará da ajuda de seu povo – a plateia –, que será chamada a participar da cena.



Figura 28

Imagem de cena da peça A rainha procura..., da Cia. do Quintal, São Paulo, 2013.

Marcelo Kahn

Figura 29

Imagem de cena da peça A rainha procura..., da Cia. do Quintal, São Paulo, 2013.

Marcelo Kahn

A peça tem um roteiro-base preestabelecido, no qual os atores e atrizes encenam de forma livre e improvisada. O público participa da peça como povo da corte da Rainha, tornando-se porta-voz dela.


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PALAVRA DO ARTISTA

Rhena de Faria

Leia, a seguir, um trecho da entrevista dada ao site Improvisando pela atriz Rhena de Faria, que faz o papel da Rainha na peça A Rainha procura..., da Cia. do Quintal. Ela fala sobre a improvisação cênica no teatro.



Figura 30

Atriz Rhena de Faria caracterizada como Rainha, na peça A Rainha procura..., da Cia. do Quintal.

BRADSHAW, Lala. Rhena de Faria: a improvisação em passos de dança. Improvisando, 24 jan. 2010. Disponível em:


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