Português 8º ano

. Acesso em: 22 maio 2015.
Thaís Nicoleti de Camargo aborda no texto “A posição das circunstâncias adverbiais nos períodos”, com exemplos ilustrativos, a relação entre posição do adjunto adverbial nos períodos e os sentidos criados pelo enunciado.

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• Nas questões 1 e 2, chame a atenção dos alunos para as circunstâncias que aparecem no trecho da notícia. Faça uma leitura do texto em voz alta sem os adjuntos adverbiais e peça-lhes que observem se o texto fica com sentido completo.

• Em seguida, sugira um exercício oral de substituição dos adjuntos adverbiais. Solicite que notem os efeitos de sentido que as substituições criam no texto.

• Reforce, na questão 3, a necessidade do emprego do adjunto adverbial para o sentido do enunciado da propaganda. Mostre que, nesse caso, o adjunto adverbial de tempo é necessário justamente para retirar do texto o seu caráter atemporal e chamar a atenção do leitor para uma causa urgente.

• Na mesma questão, destaque a presença do advérbio não. Ele é tão expressivo que altera completamente o sentido do enunciado, negando o que é dito em seguida. Sem a palavra não, mais do que incompleto, o enunciado causaria o efeito de sentido contrário no leitor.

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• Na questão 1, mostre aos alunos que o uso da impessoalização do sujeito por meio do verbo procura-se cria um efeito poético no texto. Em vez de dizer objetivamente que perdeu um objeto estimado, o narrador recorre à linguagem e à estrutura de outro gênero, causando um efeito de estranhamento no leitor.

• Chame a atenção dos alunos para a construção do advérbio de modo, que, em geral, se faz com um adjetivo mais o sufixo –mente.

• Destaque também que, numa série de advérbios em –mente, em geral só o último toma esse sufixo. Como as expressões do texto de Rubem Braga: “insistente e melancolicamente”; “comovida e desesperadamente”.

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• Se for necessário, retome as classificações dos advérbios e as circunstâncias correspondentes.

• Na questão 2, mostre aos alunos que o adjunto adverbial, além de indicar uma circunstância, pode dar pistas da intencionalidade discursiva e da opinião do enunciador. Dessa forma, em textos como as notícias, em que se busca maior grau de impessoalidade e objetividade, as marcas de subjetividade fazem-se presentes por meio dos advérbios. É o caso de felizmente e devidamente, presentes no texto dessa questão.

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O gênero

Segundo Tzvetan Todorov, a principal marca do fantástico é “a hesitação experimentada por um ser que só conhece as leis naturais em face de um acontecimento aparentemente sobrenatural”. Essa hesitação — expressa na narrativa por meio da voz das personagens e, em alguns casos, da personagem-narrador — contamina o leitor. No conto fantástico, portanto, ocorre um fenômeno estranho que pode ser explicado de duas maneiras: por razões naturais ou por razões sobrenaturais. A possibilidade de hesitar entre elas cria o efeito do fantástico.

A autora

Lygia Fagundes Telles nasceu em São Paulo, em 1923. Membro da Academia Brasileira de Letras, ao longo de sua carreira publicou romances e contos, muitos deles traduzidos em diversos países e adaptados para TV, teatro e cinema. Lygia considera sua obra de natureza engajada, ou seja, comprometida com a difícil condição do ser.

O texto

Nesse conto, publicado pela primeira vez em 1965, a realidade se confunde com o improvável. Um homem, num antiquário, sente profunda estranheza ao contemplar uma tapeçaria. Ele se identifica com a cena, uma caçada, e sente que já viveu essa situação. O conto é permeado pela descrição das impressões da personagem, deixando ao leitor a dúvida: o fato narrado realmente aconteceu ou foi apenas imaginação do homem?

Antes de ler

• Antes de apresentar o boxe O que você vai ler, pergunte aos alunos sobre o que esperam de um texto do gênero conto fantástico. Esse texto será semelhante ao de ficção científica? O que o define como “fantástico”? Pergunte-lhes também sobre as expectativas que o título suscita.

• Leia com eles o boxe e o primeiro parágrafo do texto. Peça-lhes, a partir disso, que façam nova predição e hipótese de leitura.

Sugestão para o professor

Para ler

• TODOROV, T. Introdução à literatura fantástica. São Paulo: Perspectiva, 1992.
Nesse livro, Tzvetan Todorov procura definir as características da literatura fantástica. Para tanto, realiza uma revisão da teoria dos gêneros literários e um amplo estudo sobre os temas do fantástico.

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Durante a leitura

• Solicite aos alunos que identifiquem, no conto, os aspectos que caracterizam o fantástico, ou seja, os elementos que causam estranhamento ao leitor.

• Solicite também que observem os elementos sensoriais no conto: o olfato, na descrição do cheiro da loja de antiguidades; o tato, no toque na pilha de quadros; a visão, na observação dos objetos da loja.

• Peça-lhes que notem o foco narrativo: quem conta a história? O narrador participa da história? Como temos acesso aos pensamentos e às impressões das personagens?

Vale a pena destacar

• Uma das funções do espaço na narrativa é definir a fixação realista ou não realista da história. Os lugares podem ancorar a narrativa no real, produzindo a impressão de que refletem o texto. Nesse caso, o texto recebe indicações precisas do universo do leitor, baseadas em descrições detalhadas e elementos típicos que remetem a um saber cultural assinalável fora do texto.

• Os lugares também podem ser construídos longe do universo do leitor. O texto pode, por exemplo, como no caso da ficção científica, estabelecer “um universo completamente imaginário, um outro mundo possível, mas de maneira tão precisa, tão detalhada, tão realista, que também nós chegaremos a acreditar nele”. (Reuter, Y. A análise da narrativa: o texto, a ficção e a narração. 3. ed. Rio de Janeiro: Difel, 2011. p. 53.)

• Nas histórias fantásticas, o texto mistura referências ao universo real com elementos incontroláveis, remissões a outros universos e lugares simbólicos.

Sugestão para o professor

Para acessar

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