. Acesso em: 3 jun. 2015.
a) Levando em conta o que foi lido sobre a cultura hip-hop, você, pessoalmente, continuaria classificando a música “Pretin” como um rap? Explique a sua posição.
b) Você concorda com a afirmação de Rincon Sapienza? Por quê?
Vale a pena ler, ver e ouvir!
MC’s Guaranis
Em 2011, alguns jornais divulgaram o surgimento do primeiro grupo de rap indígena do Brasil, de uma reserva em Mato Grosso do Sul. O grupo Brô MC’s, formado por quatro garotos indígenas guarani-caiovás – Clemerson, Charles, Bruno e Kelvin —, escolheu o rap como forma de falar sobre os problemas que seus povos enfrentam.
Você poderá ler uma entrevista com o grupo na página: . Acesso em: 29 jun. 2011.
E poderá ver e ouvir o vídeo da música “Eju orendive”, do Brô MC’s, disponível na internet e facilmente localizável em sites de buscas a partir da combinação dos termos “Eju orendive” + “Brô Mc’s”.
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UNIDADE 3 - Não é brincadeira: o problema do trabalho infantil
Quem é
Nascido em 1971, em Cachoeira do Sul (RS), Márcio Ramos, entre outras atividades, trabalha com animações em vídeo. Seu curta Vida Maria recebeu mais de cinquenta prêmios.
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Converse com a turma
1. O que a cena sugere sobre o espaço nela representado: ele é urbano ou rural? Que elementos permitem afirmar isso?
2. Que idade a personagem que aparece na cena aparenta ter?
3. Em sua opinião, que atividades uma criança nessa fase deveria fazer?
4. O que é mais provável: crianças com condições de vida parecidas com as da personagem terem ou não acesso a essas atividades? Por quê?
5. Que consequências isso pode ter?
6. Você acha que em regiões urbanizadas também existem crianças que trabalham?
Vale a pena ver!
Vida Maria. Direção de Márcio Ramos. BRA, 2006.
Há muitas gerações, mulheres nordestinas repetem o ciclo: abandonar o estudo para trabalhar, casar, ter filhos e envelhecer. É a Vida Maria, animação gráfica 3D de Márcio Ramos. O curtametragem acompanha Maria José, desde os 5 anos de idade, na labuta diária no pilão, no envelhecer calado que transforma seu corpo, revelando as marcas do tempo. Os cenários, construídos a partir de pesquisas no sertão cearense, do Nordeste brasileiro, mostra texturas e cores como o pano de fundo de uma história que não muda.
Vamos pensar
• O que é o trabalho infantil?
• Que consequências ele pode ter?
• Qual é a dimensão dele no Brasil?
• Como informar mais pessoas sobre essa realidade?
O que vamos fazer nesta unidade
Conheceremos informações e opiniões sobre o trabalho infantil. Recordaremos o que sabemos sobre o gênero reportagem e produziremos uma reportagem audiovisual para informar outros colegas, pais e professores sobre essa realidade.
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Leitura
Converse com a turma
Você lerá a seguir uma reportagem com o título “OIT alerta sobre o risco de trabalho infantil perigoso não ser erradicado no mundo”, publicada em junho de 2011.
1. Que significado tem a palavra erradicar nesse contexto?
2. Você sabe o que significa a sigla OIT?
3. Com base em quê, provavelmente, a OIT fez esse alerta?
4. Onde o texto foi publicado? O que você sabe sobre esse veículo?
5. Considerando que a reportagem foi publicada no Brasil, que outras fontes provavelmente serão citadas na reportagem, além da OIT?
Texto 1
OIT alerta sobre o risco de trabalho infantil perigoso não ser erradicado no mundo
RIO – A crise global tornou ainda piores as relações de trabalho e o mundo passou a correr o sério risco de não cumprir as metas de erradicação do trabalho infantil até 2020, assim como a extinção das piores formas de exploração de crianças e jovens no mundo do trabalho até 2016.
A conclusão é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que divulga nesta sexta-feira em Genebra, na Suíça, o mais novo relatório sobre o assunto: “Crianças em trabalhos perigosos: o que sabemos, o que precisamos fazer”. Os ministros do Trabalho, da Igualdade Racial e dos Direitos da Mulher estarão em Genebra participando da divulgação do relatório da OIT.
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Um total de 215 milhões de crianças e jovens, de 5 a 17 anos, continuam no mercado de trabalho e pouco mais da metade deste universo (53%) é de trabalhadores mirins que exercem funções consideradas extremamente perigosas. São ao todo 115 milhões de crianças e jovens envolvidos com as piores formas de trabalho, e 60% deles são meninos. O maior número de crianças em trabalhos perigosos está em países da Ásia e do Pacífico. No entanto, a maior proporção de crianças em trabalhos perigosos em relação ao número total de crianças da região está na África subsaariana. A agricultura, incluindo a silvicultura, a pesca e aquicultura, lidera a lista de trabalho infantil perigoso.
— Apesar de todo o esforço que o Brasil tem feito, o país também está correndo risco de não cumprir a meta de erradicação do trabalho infantil — diz Renato Mendes, coordenador de projetos da OIT. Segundo ele, a entidade vai sugerir que o IBGE aprimore sua base de cálculo para incluir a contagem do trabalho infantil perigoso.
— Ainda que o país não tenha estatísticas deste tipo, é possível inferir que o Brasil vem seguindo a tendência mundial, o que significa que metade da população envolvida com trabalho infantil também está exercendo funções consideradas perigosas.
Brasil tem situação parecida
A cada minuto durante o dia, seja no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo, um trabalhador mirim sofre um acidente de trabalho, fica doente ou é acometido por um trauma psicológico. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o trabalho infantil no Brasil englobava, em 2009, 4,2 milhões de crianças e jovens. Na avaliação de Mendes, metade deste contingente exerce funções consideradas perigosas. O que coloca o Brasil em linha com o resto do mundo. Aqui, o trabalho infantil perigoso pode ser traduzido pelo envolvimento de crianças e jovens na agricultura familiar, especialmente na cultura do fumo, nas ruas dos grandes centros urbanos, no trabalho doméstico e nos lixões.
— Se, por um lado, foi um avanço imensurável o país ter aprovado a Política Nacional de Resíduos Sólidos, é inadmissível ainda ter crianças e jovens trabalhando nos lixões — denuncia Mendes, admitindo, no entanto, que o país vem fazendo grandes esforços para erradicar o trabalho infantil. — Mas o Brasil também está correndo o risco de não cumprir a meta de acabar com o trabalho infantil.
Mas, curiosamente, iniciativas de combate ao trabalho infantil made in Brazil estão sendo exportadas para os países de língua portuguesa da África — incluindo a Tanzânia, o único deles que não fala português — e para os vizinhos Bolívia e Equador, e também o Haiti. O modelo brasileiro está sendo exportado para um total de 16 países.
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A experiência que vem sendo desenvolvida no semiárido nordestino, onde já foram identificadas cerca de 14 mil crianças em situação de trabalho infantil, já virou um modelo exportável. Dentre os municípios do semiárido, na fronteira da Bahia com Sergipe, a cidade baiana Coronel de Sá, que está na lista dos piores índices de desenvolvimento humano (IDH) do país, deverá ser a primeira cidade brasileira a declarar-se, ainda este ano, livre de trabalho infantil. A expectativa em torno do anúncio é grande e a própria OIT, que vem acompanhando o trabalho de perto, desde meados do ano passado, está confiante no cumprimento da meta.
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