Português: contexto, interlocução e sentido



Yüklə 2,9 Mb.
səhifə16/61
tarix11.08.2018
ölçüsü2,9 Mb.
#69548
1   ...   12   13   14   15   16   17   18   19   ...   61
. Acesso em: 17 fev. 2016. (Fragmento).
Página 132

O texto exemplifica claramente o funcionamento do jargão. Por recorrer a um vocabulário específico, quase sempre constituído por palavras formadas a partir de radicais da língua inglesa, ele é compreendido apenas pelas pessoas da área.

Um leitor comum provavelmente tropeçará em termos como phishing, crackers, “hackear” ou phreaking. É por esse motivo que, ao mesmo tempo que garante identidade a um grupo, o uso do jargão também apresenta um efeito isolador. Todas as pessoas que não compreendem os termos utilizados ficam automaticamente excluídas do grupo que o utiliza.

Mudança linguística

A variação linguística está relacionada ao fenômeno da mudança das línguas ao longo do tempo. Não existe língua na qual não se percebam diferenças, quando se comparam duas épocas. Em princípio, as diferenças serão maiores quanto mais distantes no tempo estiverem.

Formas que em uma época são consideradas “erradas” e/ou “feias” podem vir a ser consideradas “corretas” e “elegantes” com o passar dos anos. Esse fato linguístico ocorre com certa frequência em todas as línguas.

A mudança linguística manifesta-se também no nível da organização textual. Assim, em diferentes gêneros discursivos, podem ser observadas mudanças tanto do ponto de vista das escolhas temáticas quanto do ponto de vista da escolha de palavras e da organização e apresentação das ideias no texto.



Tome nota

Gêneros discursivos correspondem a certos padrões de composição de texto consagrados pelo uso.

Esses padrões são determinados pelo contexto em que um texto foi produzido, pelo público a que ele se destina, por sua finalidade, por seu modo de circulação, etc.

São exemplos de gêneros discursivos a carta, o bilhete, o cartaz, a receita, o anúncio, a notícia, o ensaio, o editorial, entre outros.

Tradicionalmente, costuma-se fazer uma abordagem especial dos gêneros literários (épico, lírico e dramático), mas eles também são gêneros discursivos e podem assim ser chamados.

ATIVIDADES

Observe a tira e responda às questões 1 e 2.



Níquel Náusea

Fernando Gonsales

0132_001.jpg

© FERNANDO GONSALES

Gonsales, Fernando. Botando os bofes para fora. São Paulo: Devir, 2002. p. 7.

1. O dono do papagaio reage de maneira ríspida e ameaçadora à fala da ave no primeiro quadrinho. Por que ele reage dessa forma?

> No segundo quadrinho, por que a fala do papagaio muda?

2. O que o contraste entre as falas do papagaio revela a respeito das expectativas estabelecidas pela maneira como usamos a linguagem?

> Por que a súbita mudança na maneira de falar do papagaio contribui para a construção do humor da tira?

Leia o texto atentamente para responder às questões 3 e 4.



Orra, meu!

Não fique encanado, que a ideia é truta, pra bróder nenhum ficar boiando nem bodeado, seja na balada, seja no busão. A SP Turis lançou o mó legal “Dicionário do Paulistanês”, com


Página 133

mais de 150 palavras típicas da fala dos manos e das minas. Demorô: acesse o site paulistanes. spturis.com.br e não deixe a ideia miar.

Publicado originalmente na edição impressa do Estadão, coluna “Paulistices”, dia 14 de fevereiro de 2014.

VEIGA, Edison. Paulistices, cultura geral e outras curiosidades. Disponível em: . Acesso em: 17 fev. 2016.



3. Qual é o assunto tratado no texto?

4. O autor utiliza várias expressões e gírias típicas do “paulistanês” no desenvolvimento do texto. Transcreva-as no caderno.

a) Pelo contexto, é possível compreender o significado das expressões e gírias utilizadas no texto. Explique o sentido de cada uma delas.

b) Considerando o assunto abordado, explique por que o autor faz uso dessa linguagem em seu texto.

As questões 5 e 6 referem-se à tira a seguir.



Bichinhos de jardim

Clara Gomes

0133_001.jpg

© CLARA GOMES

GOMES, Clara. Bichinhos de jardim. Disponível em: . Acesso em: 17 fev. 2016.

5. Nos três primeiros quadrinhos, o caramujo Caramelo faz uso de termos que podem não ser compreensíveis para muitos leitores. Como esse tipo de linguagem é denominado?

> Considerando a situação apresentada na tira, explique por que Caramelo faz uso dessa linguagem.

6. A graça da tira está no contraste entre a linguagem utilizada por Caramelo nos três primeiros quadrinhos e a situação apresentada no último. Por quê?

Leia a tira a seguir para responder às questões 7 e 8.



Níquel Náusea

Fernando Gonsales

0133_002.jpg

FERNANDO GONSALES

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Disponível em: . Acesso em: 9 ago. 2010.

7. A resposta dos pintinhos à bronca da galinha causa estranhamento. Por quê?

> De que maneira a galinha justifica a resposta dada pelos pintinhos?

8. Considerando a resposta da galinha, qual é a variedade linguística utilizada por ela e seus filhotes? Explique.

> De que forma essa representação da variedade linguística contribui para construir o humor da tira?
Página 134

Capítulo 13 Oralidade e escrita

A relação entre oralidade e escrita

Leia com atenção o texto que aparece na fotografia reproduzida abaixo para responder às questões de 1 a 3.



0134_001.jpg

JOSÉ EDUARDO CAMARGO/O BRASIL DAS PLACAS

SOARES, L.; CAMARGO, José Eduardo. O Brasil das placas: viagem por um país ao pé da letra. São Paulo: Panda Books, 2007. p. 104.

1. Como teria sido escrito o texto reproduzido no para-choque do caminhão, caso tivessem sido respeitadas as regras da ortografia da língua portuguesa?

2. Analise, agora, o modo como o texto foi escrito. O que ele revela sobre o contato que seu autor tem com as práticas de escrita?

> Que marcas presentes no texto violam os padrões ortográficos vigentes no português escrito?

3. Que hipótese pode ser feita para explicar o uso da letra u na palavra perduar?

Nem todas as sociedades do mundo têm escrita, mas todas fazem uso de uma língua oral.

Nas sociedades letradas, mesmo as pessoas consideradas analfabetas lidam de alguma forma com a escrita dos muros, dos outdoors, dos rótulos de produtos, dos folhetos, atribuindo alguma interpretação a esses símbolos escritos. Nesse sentido, elas podem ser consideradas indiretamente letradas.

A escrita chinesa

Nem todas as sociedades letradas desenvolveram sistemas alfabéticos de escrita. Na China, por exemplo, utilizam-se símbolos, chamados ideogramas, que representam ideias. Em um sistema como esse, é necessária uma grande quantidade de caracteres para a produção dos textos básicos. Estima-se que um chinês faça uso corrente de cerca de 8.000 caracteres.



0134_002.jpg

Ideogramas chineses e seus respectivos significados.

REPRODUÇÃO
Página 135

A escrita não é um mero registro da fala, pois surgiu para expressar diferentes necessidades comunicativas e cognitivas dos seres humanos.

Alguns imaginam que escrever é simplesmente transpor para o papel, sob a forma de letras, os enunciados da fala. Essa ideia se apoia no fato de que a base do sistema de escrita que utilizamos é alfabética: usamos sinais gráficos (letras) para representar unidades de som menores do que as sílabas (fonemas). Esse procedimento permite representar, na escrita, qualquer palavra da língua, mesmo as que inventamos.

Tome nota

A escrita alfabética recupera os significados (as ideias) por meio da representação dos significantes linguísticos (as palavras). Isso não quer dizer, porém, que a fala possa ser transposta para a escrita com uma simples substituição dos sons pelas letras.



A dimensão sonora da língua portuguesa

Cada língua faz uso de um número limitado de sons, dentre aqueles que o aparelho fonador humano é capaz de produzir.



Tome nota

A fonologia é a parte da gramática que se dedica ao estudo dos fonemas de uma língua e sua ocorrência em diferentes contextos.

Fonema é a unidade de som que contribui para o estabelecimento de diferenças de significado entre as palavras de uma língua. Entre as palavras faca e vaca, por exemplo, a mudança de sentido é provocada pela substituição do fonema /f/ pelo fonema /v/.

Veja um exemplo na tira abaixo.



Calvin

Bill Watterson

0135_001.jpg

CALVIN & HOBBES, BILL WATTERSON © 1989 WATTERSON / DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

WATTERSON, Bill. Calvin. O Estado de S. Paulo. São Paulo, 16 maio 1999.

Nessa tira, Calvin queria mesmo dizer que tinha visto diferentes “rostos” na Lua, portanto faz uso da palavra faces. Seu pai pensa que ele se enganou e desejava falar das diferentes fases da Lua (nova, crescente, cheia, minguante).

No caso, a simples diferença entre um som surdo [s] e outro sonoro [z] provoca uma mudança de sentido na palavra. Por esse motivo, dizemos que /s/ e /z/ são fonemas do português.

Há muitos casos, porém, em que a variação de sons não acarreta mudança de sentido. Pense, por exemplo, nas diferentes maneiras como a palavra tia é pronunciada nas várias regiões do país: “tchia” ou “tia”.

Embora as pessoas pronunciem o fonema /t/ de modo diverso, essa diferença não altera o significado da palavra. Quando isso ocorre, trata-se apenas de uma variação fonética.

A relação entre os sons da língua e a escrita alfabética

O sistema alfabético prevê a representação apenas dos fonemas, e não de todos os sons que ocorrem na língua. Por esse motivo, na escrita do português, não se usam símbolos diferentes para representar o som da consoante inicial de palavras como tudo, tempo, tapa etipo. Em todos os casos, usamos a letra t.


Página 136

É importante também reconhecer que a escrita alfabética não prevê a representação de um mesmo fonema sempre com a mesma letra. Por isso encontramos, no português, a ocorrência de palavras como casa e zebra, em que o mesmo fonema, /z/, é representado na escrita pelas letras s e z, respectivamente.

É possível ainda usar uma mesma letra para representar mais de um fonema. A letra x, por exemplo, pode representar o fonema /z/ em exame e o fonema /s/ em sintaxe. Uma sequência de duas letras pode representar apenas um fonema, como em chuva, em que a sequência ch representa apenas um fonema, /∫/. Pode haver ainda o caso de uma só letra, por exemplo, o x da palavra sexo, representar uma sequência de dois fonemas, /ks/. Vejamos alguns exemplos (a transcrição fonológica vem indicada entre barras inclinadas, após a escrita alfabética):

casa — /káza/ : 4 letras e 4 fonemas

palhaço — /paʎáso/ : 7 letras e 6 fonemas

queijo — /kéiჳo/ : 6 letras e 5 fonemas

fim — /f ĩ/ : 3 letras e 2 fonemas

maxilar — /maksilár/ : 7 letras e 8 fonemas

forquilha — /forkíʎa/ : 9 letras e 7 fonemas

Tome nota

O uso de um sistema alfabético de escrita costuma ser regulado por uma ortografia, que estabelece as normas para utilização das letras na representação dos fonemas das diversas palavras da língua.



ATIVIDADES

Leia a placa abaixo para responder às questões de 1 a 3.



0136_001.jpg

JOSÉ EDUARDO CAMARGO/O BRASIL DAS PLACAS

SOARES, L.; CAMARGO, José Eduardo. O Brasil das placas: viagem por um país ao pé da letra. São Paulo: Abril, 2003. p. 72-73. (Coleção Superinteressante Apresenta).

1. O que o texto da placa revela a respeito do contato de seu autor com as práticas de escrita?

2. É possível, com base na escrita da placa, formular algumas hipóteses sobre o perfil do autor. O que se pode inferir sobre ele?

a) Considere suas respostas anteriores e responda: é possível identificar um esforço do autor em relação à busca de adequação de seu texto à forma escrita? Por quê?

b) Por que o autor teria preocupação em adequar o texto à forma escrita?

3. No caderno, faça as alterações necessárias para que os dizeres fiquem de acordo com o que é recomendado pela gramática normativa.

Leia a tira e os textos a seguir para responder às questões 4 e 5.



Texto 1

Laerte

0136_002.jpg

© LAERTE


LAERTE. Folha de S.Paulo, 9 mar. 2007. Disponível em:
Yüklə 2,9 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   12   13   14   15   16   17   18   19   ...   61




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin