Português: contexto, interlocução e sentido



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. Acesso em: 3 mar. 2016. (Fragmento).

3. Para tratar da questão abordada no texto, Gregorio Duvivier se vale de um recurso interessante. Que recurso é esse?

4. Explique como o uso da ironia pode ser percebido no título do texto.

a) De que forma os taxistas e os motoristas associados ao Uber são caracterizados?

b) É possível afirmar que a caracterização dos taxistas é feita com base em uma visão estereotipada desse profissional. Por quê?

5. Qual é a função da ironia no texto de Gregorio Duvivier?

Humor

Leia atentamente o diálogo abaixo.



Hagar

Chris Browne

0171_001.jpg

© 2016 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

BROWNE, Chris. Hagar. Folha de S.Paulo. São Paulo, 18 nov. 1996.
Página 172

1. Considerando as falas das personagens no primeiro quadrinho, explique por que Hagar imagina que o homem com quem conversa seria “sentimental”.

2. A resposta dada pelo homem à pergunta de Hagar é a esperada? Justifique.

3. Qual pode ter sido a intenção do autor da tira ao mudar o foco do diálogo? Explique.

Uma das características que distinguem os seres humanos das demais espécies é a capacidade de rir e de provocar o riso.

Muitas vezes relacionado a um uso específico da linguagem, esse comportamento manifesta-se em diferentes circunstâncias. Rimos de situações que parecem absurdas, cômicas, inesperadas, surpreendentes (como o diálogo da tira da página anterior).

O discurso humorístico

Certamente você já ouviu e contou piadas. Mas já parou para analisá-las? Já se perguntou o que, nesse gênero textual, desencadeia o riso? Veremos, a seguir, que a raiz de humor das piadas liga-se a duas situações: ao que é tematizado ou ao modo como a linguagem é utilizada.

No texto abaixo, o riso nasce da resposta inesperada dada pelo filho a uma pergunta da mãe. Trata-se, portanto, de um humor gerado pela questão tematizada: a reação de filhos à notícia de que “ganharão” um irmão ou uma irmã de “presente”.

O presente

A mãe de Juca estava grávida e perguntou a ele o que preferia ganhar: um irmãozinho ou uma irmãzinha.

Juca respondeu:

— Mamãe, se não for pedir muito eu preferiria uma bicicleta.

Disponível em: . Acesso em: 3 mar. 2016.

Como nosso objetivo é analisar os efeitos de sentido associados aos usos da linguagem, vamos nos concentrar na segunda das situações que provocam o riso, aquelas criadas pela manipulação das estruturas da língua.

Riso e linguagem

Duplo sentido, interpretação literal de algo que precisa ser entendido em sentido figurado, representações estereotipadas de variedades linguísticas estigmatizadas são recursos associados à linguagem presentes em muitas piadas. Observe.



Haja coração!

A professora pergunta:

— Quantos corações nós temos?

O aluno:

— Temos dois, professora!

— Dois?


— Sim: o meu e o seu!

Disponível em: . Acesso em: 3 mar. 2016.

A graça desse texto está na interpretação que o aluno faz do pronome nós utilizado pela professora. Em situações como essa, geralmente o pronome deve ser entendido como fazendo referência à raça humana.

O aluno faz uma interpretação mais específica e entende que o pronome se refere a duas pessoas: ele e a professora.



Cuidado com o preconceito

Verbos

A professora pergunta para a Mariazinha:

— Mariazinha, me dê um exemplo de verbo.

— Bicicreta! — respondeu a menina.

— Não se diz “bicicreta”, e sim “bicicleta”. Além disso, bicicleta não é verbo. Pedro, me diga você um verbo.

— Prástico! — disse o garoto.

— É “plástico”, não “prástico”. E também não é verbo. Laura, é sua vez: me dê um exemplo correto de verbo — pediu a professora.

— Hospedar! — respondeu Laura.

— Muito bem! — disse a professora. Agora, forme uma frase com este verbo.

— Os pedar da bicicreta é de prástico!

Disponível em: . Acesso em: 3 mar. 2016.

Várias piadas trabalham com representações estereotipadas de variedades linguísticas estigmatizadas para provocar o riso. Como vimos no Capítulo 12, não se deve recorrer ao modo como as pessoas falam para justificar qualquer tipo de discriminação ou preconceito. Mesmo que a brincadeira com a interpretação equivocada de “Os pedar”, na piada, provoque o riso, é preciso reconhecer que o texto faz uma caracterização estereotipada e preconceituosa dos alunos que são falantes de variedades do português diferentes das normas urbanas de prestígio.


Página 173

ATIVIDADES

A crônica a seguir faz parte de um livro intitulado Zé Cabala e outros filósofos do futebol. Nele, o autor reproduz o monólogo interior de um goleiro durante um jogo de futebol. Leia o texto para responder às questões de 1 a 4.



Camisa 1

Já faz cinco minutos que ninguém chuta uma bola. Melhor assim. Ou vai ver é pior: se ninguém chuta, eu não defendo e não apareço.

Tomara que chutem, mas chutem fraco, porque aí eu faço uma ponte e a torcida vai achar que eu sou bom.

Mas tem uns chutes fracos que vão bem no canto e aí parece um frango. O melhor mesmo é que não chutem. Ainda mais se o chute vier daquele número 8. Ele chuta bem pra caramba.

Eu também chuto forte. Por que não fui ser atacante? Acho que foi porque meu pai me deu umas luvas quando eu era pequeno. Lá vem o 8, lá vem o 8!

— Trava, trava!

Boa, o central travou. Esse cara ainda vai para a seleção. Ou pelo menos para um clube de cidade grande.

Eu também vou, eu sei que um dia eu vou. Não, não vou, eu sei que não vou.

É melhor estudar para aquele concurso do Banco do Brasil. Lá deve ter um time de futebol. Aposto que eu ia ser o titular.

A não ser que o Aristides também passasse no concurso. Mas ele é uma besta, nunca que ia passar. Coitado, não posso falar assim. O cara tá com o dedo quebrado. Mas também, quem mandou se atirar no pé do Tonelada? Ainda mais num treino.

Xi, lá vem o 7. Mas esse chuta muito mal. Ele vai chutar ou cruzar? Chutar ou cruzar? Se ele cruzar, eu saio ou fico? Fico ou saio?

Cruzou! Meu, que soco que eu dei! A bola foi parar quase no meio de campo! Eu sou bom à beça. Acho que até escutei umas palmas na torcida. Ou vai ver foi impressão. Quem é que aplaude goleiro? Só quando defende pênalti. Bem que podiam apitar um pênalti contra a gente. Se eu não defender, não faz mal, e, se eu pegar, posso até ganhar a posição do Aristides.

Xi, lá vem o 8.

— Trava, trava!

Ufa, dessa vez foi por cima... Só levantei o braço para acompanhar a bola, mas levantei com classe, parecia profissional. Pena que a minha camisa tá furada no sovaco. Preciso comprar uma nova. Uma vermelha! Aposto que eu ia jogar bem melhor com uma vermelha.

Agora tenho que caprichar no tiro de meta. Adoro cobrar tiro de meta. Posso dar a maior bomba! E quando a bola cai num atacante parece que foi de propósito. Um, dois, três... Droga, foi pela lateral. Deve ter sido o vento. Ou essa chuteira. Também preciso de uma chuteira nova. E vermelha, para combinar com a camisa. Hoje em dia tem uns goleiros que colocam uns desenhos na camisa. Aí já acho demais. Mas vermelha é bacana. Com uma listra amarela. Ou sem listra? Com listra ou sem listra? Lá vem o 7 de novo. Vai chutar ou vai cruzar? Chutar ou cruzar?

Chutou! E eu peguei! Encaixei! Eu sou bom à beça! Que Banco do Brasil, que nada! Eu vou ser goleiro. E agora vou mandar outro bolão. Um, dois e... Essa foi mais alta ainda. Quase chegou no outro goleiro. Quem será que é o outro goleiro? Parece meio velho. Aposto que tem mais de 30 anos. E ainda joga nesse timinho? Não deve ganhar nem 700 reais por mês. Será que quando eu tiver 30...

Xi, lá vem o 8.

— Trava, trava!

Não travou! Esse central é uma besta. Agora é só eu e o 8! Eu e o 8! Pode chutar que eu sou bom à beça! Eu vou pra seleção!

Não... Por baixo das pernas, não...

TORERO, José Roberto. In: Zé Cabala e outros filósofos do futebol. São Paulo: Objetiva, 2005. p. 87-89.



Ponte: salto do goleiro para alcançar um chute alto. O nome refere-se ao desenho de um arco quando o goleiro realiza o movimento.
Tiro de meta: reposição da bola em jogo, realizada com o pé e geralmente executada pelo goleiro. O tiro de meta ocorre quando a bola sai completamente pela linha de fundo da equipe defensiva e o último toque é feito pelo jogador adversário.

1. A estratégia utilizada pelo autor do texto, ao reproduzir o monólogo interior de um goleiro, contribui para a construção do humor? Explique.

2. Antes de cada ataque do jogador de número 7, a personagem faz questionamentos interiores. Que questionamentos são esses e como são apresentados no texto?

> Nos dois momentos em que esse ataque ocorre, a personagem consegue fazer a defesa e se vangloria disso. De que maneira essa atitude da personagem contribui para a construção do humor nesse trecho?

3. Releia.

“Ufa, dessa vez foi por cima... Só levantei o braço para acompanhar a bola, mas levantei com classe, parecia profissional. Pena que a minha camisa tá furada no sovaco. Preciso comprar uma nova. Uma vermelha! Aposto que eu ia jogar bem melhor com uma vermelha.”



a) A descrição que o goleiro faz de sua atuação no trecho transcrito é divertida. Por quê?

b) De que maneira o humor é explorado mais uma vez quando o goleiro se refere à sua camisa?

4. Como o desfecho da história contribui para o humor da crônica?

> Que outros elementos, no texto, colaboram para a construção do humor?
Página 174

Capítulo 17 Recursos estilísticos: figuras de linguagem

Figuras de linguagem

Leia atentamente este poema visual.

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© PEDRO GABRIEL/HTTP:WWW.EUMECHAMOANTONIO.COM

GABRIEL, Pedro. Eu me chamo Antônio. Disponível em:


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