Português: contexto, interlocução e sentido



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. Acesso em: 26 jan. 2016.

5. No caderno, identifique o recurso linguístico que aparece na tira e explique como ele contribui para a construção do sentido do texto.
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Leia o anúncio para responder às questões 6 e 7.



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AGÊNCIA DC3 COMUNICAÇÃO/JOVEM PAM/DIÁRIO DO PARÁ TOP

DC3. Disponível em: . Acesso em: 2 mar. 2016.

Quanto mais cedo se nota algo de estranho, maiores são as chances de cura. Cuide da sua saúde. Faça exames periódicos.

6. Qual é o objetivo do anúncio?

7. Observe a forma como está grafada a palavra em destaque no anúncio. O que há de estranho?

> Explique a relação estabelecida entre a maneira como a palavra foi escrita e o enunciado que aparece no canto inferior esquerdo do anúncio.

Leia a tira abaixo para responder às questões 8 e 9.



Orlandeli

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© ORLANDELI

ORLANDELI. Blog do Orlandeli. Grump e o Acordo Ortográfico — 5, 15 jan. 2009. Disponível em: . Acesso em: 22 jan. 2016.

8. Na tira acima, o cartunista Orlandeli apresenta uma das regras de acentuação alteradas pelo novo acordo ortográfico, que começou a ser implementado no Brasil a partir de 2009. Qual é a alteração presente na nova regra apresentada na tira?

> No caderno, indique três palavras que sofreram alteração com a aplicação da nova regra.

9. Assim que termina de ler a regra, a personagem afirma que ela é bastante simples. No entanto, o último quadrinho da tira contradiz essa afirmação. Explique por quê.
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O termo paralinguagem é empregado para fazer referência a qualquer som ou alteração na qualidade de voz utilizados para sugerir o estado emocional do falante. Aqui, estendemos o uso do termo paralinguístico para traduzir a finalidade dos emoticons na escrita.

O objetivo desta atividade é criar um contexto para que os alunos reflitam sobre os usos informais da escrita. O desafio de expressar coloquialmente um conteúdo de natureza argumentativa deve permitir aos alunos que se deem conta dos efeitos do uso do internetês como uma estratégia persuasiva nesse contexto específico. Em outras palavras: não é porque um texto está escrito de modo informal que as ideias nele apresentadas devem ser descartadas. A avaliação da atividade pode envolver outros colegas, que seriam os responsáveis por avaliar a qualidade das respostas criadas. Devem ser considerados dois aspectos: o uso adequado do internetês e os argumentos apresentados para defender a postura transgressora de Rita Lee.

Usos da ortografia

Como vimos, a ortografia é uma convenção que estabelece padrões para a escrita. Alguns contextos, no entanto, permitem que os interlocutores transgridam essas regras. No chamado internetês, por exemplo, é comum o uso de abreviações das palavras e de outros símbolos na escrita. Leia atentamente a tirinha abaixo, buscando analisar os recursos utilizados na grafia das palavras:



Mulher de 30

Cibele Santos

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© CIBELE SANTOS

SANTOS, Cibele. Mulher de 30. Disponível em: . Acesso em: 22 jan. 2016. (Adaptado).

Cibele Santos, a autora da tira cômica, explora o uso da ortografia para marcar uma diferença de idade entre dois interlocutores. Assim, a personagem em destaque (uma mulher em torno dos 30 anos) se espanta ao receber um texto escrito em internetês por um interlocutor mais jovem, como informa o título (“Teclando com gatinho mais novo no bate-papo...”). Esse estranhamento é causado pelo contraste entre as regras da ortografia formal e a sua transgressão.

O interessante é observar que há diferentes explicações para a grafia utilizada no internetês. Nas palavras Bãun (Bom), tivé (tiver), inxeno (enchendo) e lok (louca), procura-se reproduzir o modo como as palavras são pronunciadas, acrescentando ou diminuindo o número de letras para garantir uma correspondência entre fala e escrita.

Já em c (você), q (que) e cel (celular), tem-se a abreviação da palavra de origem. Pode-se destacar ainda outro aspecto associado ao uso de caracteres no internetês: a presença frequente de símbolos em sequência com valor paralinguístico, como a combinação entre dois-pontos e um parêntese para a formação de um emoticon (uma representação criada a partir da junção de caracteres para simbolizar emoções).

O texto da tirinha pode ser visto como a representação de um recurso tipicamente utilizado em contextos informais, como o de um programa de troca instantânea de mensagens, em que se busca a aproximação com a língua falada para estabelecer uma comunicação rápida e eficaz. Ainda que um texto circule em contextos diferentes, o uso do internetês remeterá o leitor para uma situação de interlocução informal em plataformas digitais.

Ao fazer uso do internetês, o autor de um texto escrito permitirá que o seu interlocutor faça dele uma imagem de alguém que está atualizado com relação aos mais modernos recursos de comunicação escrita ou de alguém que deseja transgredir certas regras sociais. Essa postura costuma corresponder ao desejo de alguns membros de grupos sociais específicos, como o dos jovens.



Pratique

Alguns artistas são reconhecidos por sua atitude transgressora. A cantora e compositora brasileira Rita Lee reafirma essa postura ao escrever todo o seu livro Storynhas com o uso de recursos característicos do internetês. Observe:



PREFÁCIO

Minha futura autobiografia ñ autorizada por mim mesma contará situações fakes baseadas em fatos reais. Mas isso é uma história q fica p/ outra vez. [...]

“Mãe, modernize-se!”, e me atirou o brinquedinho-ursinho-bláubláu da vez, um áifôni. Em homenagem à Lispector, batizei-o de Clarice.

Foi então q everybody-all-together-now aconteceu a metanoia epifânica, e eu passei a enviar SOSs daqui d dentro desta minha garrafa existencial boiando em mares nunca d’antes escrevinhados.

Meu estilo é mongo-ginasiano.

Sou meditante, adepta de acêntos, hí-fens e trëmas.

A nova ortografia ñ me representa.

Qdo a ditadura é um fato, a resistência é um dever.

LEE, Rita. Storynhas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. (Fragmento).

Metanoia: transformação, mudança de pensamento ou de caráter.
Epifânica: reveladora, que promove um momento de autodescoberta.

Navegando por sua página da rede social, você vê o prefácio acima postado e criticado por um amigo. Ciente dos efeitos produzidos pelo uso consciente e intencional da linguagem feito por Rita Lee, você decide participar dessa discussão em defesa da cantora.

Em resposta à postagem do seu amigo, você apresenta, em internetês, uma reflexão sobre as consequências da transgressão das regras ortográficas em um texto.
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Capítulo 14 A dimensão discursiva da linguagem

Os elementos da comunicação

Leia atentamente a tira abaixo para responder às questões de 1 a 3.



Aline

Adão Iturrusgarai

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© ADÃO ITURRUSGARAI

Iturrusgarai, Adão. Aline. Folha de S.Paulo. São Paulo, 17 nov. 2000.

1. Que situação é representada nos quadrinhos?

2. A personagem masculina surpreende o leitor duas vezes. Por quê?

3. Muitos diálogos apresentados nas tiras poderiam perfeitamente ocorrer fora do universo da ficção. A conversa entre Aline e Adão também poderia ocorrer em um contexto não ficcional? Justifique sua resposta.

Como você deve ter percebido, essa tira representa um insólito diálogo entre Adão Iturrusgarai, o autor, e Aline, uma personagem criada por ele. Uma conversa como essa só pode acontecer no espaço da ficção, mas ajuda a compreender que a linguagem, além de ocorrer em diversos contextos comunicativos, permite representar diferentes situações de interlocução.

O estudo dessas situações levou o linguista russo Roman Jakobson a criar um modelo explicativo para a comunicação verbal a que deu o nome de teoria da comunicação. Sua intenção era demonstrar que a comunicação humana se estrutura a partir de alguns elementos, atendendo a finalidades específicas.

Hoje, os estudos da linguagem, embora reconheçam a importância da teoria da comunicação para dar início à análise das situações de interlocução, consideram essa teoria insuficiente para dar conta da complexidade envolvida no uso da linguagem pelos interlocutores. Conheceremos, a seguir, os princípios da teoria da comunicação. Na segunda parte deste capítulo, trataremos especificamente das suas limitações, apresentando uma perspectiva mais discursiva para tratar do uso que os interlocutores fazem da linguagem.

A base da teoria da comunicação está na identificação de seis elementos, presentes, segundo Jakobson, em todas as situações de interlocução.

São eles:

• Os participantes de um ato comunicativo: emissor (também chamado de locutor ou de remetente) e receptor (locutário ou destinatário).

• O canal em que se dá a comunicação. O canal é o meio físico por onde circula a mensagem entre o emissor e o receptor (ondas sonoras, papel, bytes, etc.). É também a conexão psicológica que se estabelece entre emissor e receptor para que possam se comunicar.



Explicar aos alunos que o canal de comunicação equivaleria a um hardware que permite a execução de diferentes programas (software). Nesse sentido, diferentes “suportes” de texto atuam como canal, porque é por meio deles que a comunicação acontece.
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• A mensagem a ser transmitida. A mensagem é o conjunto de enunciados produzidos pela seleção e combinação de signos realizadas por um determinado indivíduo.

• O código em que a mensagem é transmitida. Trata-se do sistema que é utilizado pelos falantes. Assim, o código deve ser entendido como um conjunto de signos convencionais e das regras que determinam sua organização.

• O contexto a que a mensagem se refere. O contexto é o conteúdo, o assunto da mensagem.

Nessa perspectiva, toda mensagem tem um objetivo predominante, que pode ser a transmissão de informação, o estabelecimento puro e simples de uma relação comunicativa, a expressão de emoções, e assim por diante.

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Esquema do processo de comunicação

Tome nota

As funções da linguagem são o conjunto das finalidades comunicativas realizadas por meio dos enunciados da língua.

Enunciado é tudo aquilo que é dito ou escrito por meio de palavras, delimitadas por marcas formais: na fala, pela entoação; na escrita, pela pontuação. Está sempre associado ao contexto em que é produzido.

As funções da linguagem

Função referencial ou denotativa (ênfase no contexto)

Quando o objetivo da mensagem é a transmissão de informação sobre a realidade ou sobre um elemento a ser designado, diz-se que a função predominante no texto é a referencial ou denotativa.

O trecho a seguir, com um conteúdo essencialmente informativo, exemplifica essa função.



Semente do futuro

Essa construção, que lembra uma pelota felpuda, na realidade tem 20 metros de altura e é inteirinha coberta por varas de acrílico, que balançam ao sabor do vento. O curioso é que em cada uma delas estão guardadas algumas sementinhas — e são mais de 60 mil, vindas de plantas variadas. O cubo faz parte do pavilhão do Reino Unido na Shangai World Expo, a Feira Universal que acontece na China até outubro. A ideia do evento, que ocorre desde 1851, é que países de todo o planeta compartilhem seus aspectos culturais, tecnológicos e econômicos. A edição de 2010 tem o tema “Uma cidade melhor, uma vida melhor”, e a construção, apelidada de “Seed Cathedral” (Catedral da Semente) representa a importância da diversidade da Terra. Durante o dia, cada vara de mais de 7 metros atua como fibra óptica, levando luz ao seu interior. À noite as fibras se iluminam criando uma atmosfera de respeito e devoção aos recursos do planeta. No fim da feira, os visitantes poderão plantar as sementes ali guardadas e todo o material usado na construção do cubo será reciclado e reutilizado.



Vida simples. São Paulo: Abril, p. 12, jul. 2010.

Função emotiva ou expressiva (ênfase no emissor)

Quando o objetivo da mensagem é a expressão das emoções, atitudes, estados de espírito do emissor com relação ao que fala, diz-se que a função da linguagem predominante no texto é a emotiva.

No trecho abaixo, em que a função emotiva é predominante, um repórter narra o que sentiu ao visitar, pela primeira vez, o Museu Judaico de Berlim, inaugurado em 2001.



Quando o passado é um pesadelo

[...]


Tomado pela costumeira pressa de repórter, eu tinha que fazer, a toque de caixa, imagens do museu para compor a minha matéria. [...]

Quando [...] chegamos ao primeiro corredor, o eixo da continuidade, tentei pedir algo a Bárbara, funcionária do museu que nos acompanhava. Não consegui falar. Tudo foi se desfazendo, todos os sentimentos e emoções, e também


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as racionalizações, reflexões ou desalentos mediados pelo intelecto. Tudo foi se desvanecendo dentro de mim — e um grande vazio, um vácuo que sugava a si próprio, se formou qual redemoinho em meu peito, até explodir num jorro de pranto, num colapso incontrolável.

Não tive condições de prosseguir com o cinegrafista Fernando Calixto. Procurei um lugar onde esgotar as lágrimas e tentava me explicar, repetindo, aos soluços: “Pela metade, não. Não vou conseguir fazer meia visita. Pela metade, não. Ou encaro todo o périplo ou vou embora”.

Não consegui nem uma coisa nem outra. Nem parei de chorar, nem me recompus; não me atrevi a percorrer todos os corredores, nem tampouco resisti a penetrar nos espaços desconcertantes do Museu Judaico de Berlim.

[...]

Bial, Pedro. Almanaque Fantástico. São Paulo: Globo, n. 1, p. 61-62, nov. 2005. (Fragmento).



Função conativa ou apelativa (ênfase no receptor)

Quando o objetivo da mensagem é persuadir o destinatário, influenciando seu comportamento, diz-se que a função predominante no texto é a conativa ou apelativa.

A função conativa pode ser identificada em textos nos quais se faz uso de expressões linguísticas com vocativos e formas verbais no Imperativo, como as preces e os anúncios publicitários. Veja o exemplo a seguir.

Lembre-se
É importante ressaltar que um mesmo texto pode ter diferentes funções.

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NOVA/SB COMUNICAÇÃO



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