Português: contexto, interlocução e sentido



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. Acesso em: 3 mar. 2016.

1. Como deveria ser entendida a pergunta feita por Hagar a Eddie Sortudo?

> Considerando a resposta dada por Eddie, que sentido ele atribuiu à pergunta? Justifique com elementos da tira.

2. O duplo sentido foi explorado pelo autor da tira para produzir o humor. Explique.
Página 168

Leia atentamente a placa ao lado para responder às questões de 3 a 5.



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ARQUIVO PESSOAL

Placa informativa no Parque Portugal, em Campinas.

3. O autor da placa pretendia deixar clara uma proibição referente ao uso dos pedalinhos. Que proibição é essa?

4. Do modo como foi escrita a advertência, ela permite uma segunda interpretação. Qual seria ela?

> O nosso conhecimento de mundo impede que seja feita essa interpretação da advertência na placa. Por quê?

5. As duas interpretações possíveis para a advertência feita na placa são provocadas por uma ambiguidade estrutural. Por quê?

> Como a advertência deveria ser redigida para evitar a ambiguidade estrutural?

Ironia

Leia com atenção a charge.



João Montanaro

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© JOÃO MONTANARO/FOLHAPRESS

MONTANARO, João. Folha de S.Paulo. São Paulo, 29 mar. 2014. Disponível em: . Acesso em: 2 mar. 2016.

1. A charge apresenta um momento da conversa de um casal. Com base nesse diálogo, explique qual o tema provável da conversa entre as personagens.

2. O que o comentário feito pelo homem revela sobre o modo como ele vê as mulheres? Explique.

3. O que o comentário feito pela mulher revela sobre o modo como ela encara a postura assumida pelo homem?

4. Como deve ser entendida a fala da mulher no contexto da charge?

A análise do diálogo entre o homem e a mulher, na charge, deixa claro que, muitas vezes, as falas e os textos não devem ser interpretados ao pé da letra. Como vimos, a resposta da mulher ao comentário machista feito pelo homem deve ser entendida, no contexto da tira, como uma afirmação claramente irônica.



Tome nota

Ironia é o efeito resultante do uso de uma palavra ou expressão que, em um contexto específico, ganha sentido oposto ou diverso daquele que habitualmente tem.
Página 169

João Montanaro faz, na charge, um jogo intencional ao estabelecer uma relação entre a visão do que um homem machista julga ser o comprimento adequado de uma saia (30 cm) e uma postura que denota pouca inteligência (supor que, no século XXI, as mulheres vão aceitar resignadamente que os homens determinem como devem se vestir). O leitor, ao constatar que a mulher utiliza a mesma medida (30 cm) para aludir à pequenez do cérebro desse homem, entende que o autor da charge pretendeu ironizar comportamentos machistas.



De olho na fala

Na fala, a intenção irônica costuma ser marcada por uma prosódia particular (maior duração, entoação exagerada, altura de voz). Na tira abaixo, o negrito é usado para evidenciar o modo irônico como Heart usa a prosódia para sugerir que ela não tem qualquer interesse em assistir ao jogo de hóquei de rua. A expressão da personagem (olhos revirados para cima, boca entreaberta e posição dos pés e das mãos), no segundo quadro, também contribui para explicitar o caráter irônico da sua fala.



Heart

Mark Tatulli

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© 1999 MARK TATULLI, INC. ALL RIGHTS RESERVED/DIST. BY UNIVERSAL UCLICK

TATULLI, Mark. Heart of the city. Disponível em: . Acesso em: 7 nov. 2012.

A função crítica da ironia

É frequente encontrarmos ironia em diferentes textos com os quais entramos em contato diariamente. Para o desenvolvimento da nossa competência de bons leitores, é essencial que saibamos identificar a ocorrência da ironia nos textos, pois somente assim seremos capazes de dar a esses textos a interpretação pretendida pelo seu autor.

Observe o cartum.

Angeli

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© ANGELI


ANGELI. Folha de S.Paulo. São Paulo, 25 abr. 2005.
Página 170

O cartum é um gênero textual que tem como uma de suas características promover uma reflexão crítica sobre situações políticas, econômicas e sociais da atualidade.

Espera-se que, em uma sociedade democrática, todos os cidadãos tenham direitos e deveres iguais. No cartum, observa-se uma família de brasileiros pobres barrada à porta do Clube Brasil por não serem “sócios”.

É irônico que brasileiros pobres, vivendo em um país supostamente democrático, não possam participar da “festa”. Esse termo, usado também em sentido irônico, leva a concluir que apenas os privilegiados (os “sócios”) têm direito, em uma sociedade com grande desigualdade social, de fazer parte do “clube da democracia” a que, constitucionalmente, todos deveriam ter acesso. O cartunista, por meio da ironia, denuncia a existência no Brasil de diferentes “categorias” de cidadãos.

A ironia como recurso literário

A ironia é um recurso muito utilizado por autores de textos literários. Em alguns casos, ela chega a definir um estilo. É o que acontece na obra de Machado de Assis. Um narrador descrente da condição humana, como Brás Cubas, faz da ironia uma verdadeira arma para denunciar a hipocrisia de seus semelhantes.

Vejamos um exemplo.

Óbito do autor

[...] expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia — peneirava — uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova:

— “Vós que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado”.

Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei.

ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê, 2001. p. 69-70. (Fragmento).

Óbito: morte.
Finado: morto.
Apólices: ações, títulos de uma companhia ou de uma sociedade anônima.

Na cena, Brás Cubas narra seu próprio enterro. Quando fala dos poucos amigos que acompanharam a cerimônia, destaca um dos “fiéis da última hora” que chegou a comparar o estado da natureza à tristeza provocada pela morte de Brás. O comentário final do narrador revela a força da sua ironia e desnuda os interesses do amigo “fiel”: “Não, não me arrependo das vinte apólices que lhe deixei”. Essa observação obriga o leitor a reavaliar os motivos que levaram esse “amigo” a fazer um discurso emocionado. Na verdade, era alguém movido somente por interesses financeiros (iria herdar algumas apólices) e não por um sentimento sincero.



ATIVIDADES

Observe atentamente a charge a seguir para responder às questões 1 e 2.



Rico

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© RICO


RICO. Postado em 29 set. 2011. Disponível em:
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