Português: contexto, interlocução e sentido



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2 Quando as cartas eram o meio de contato frequente entre as pessoas e demoravam dias para chegar a seu destino, era natural que os autores tivessem mais acontecimentos para contar nos textos que escreviam. As mensagens eletrônicas são “entregues” instantaneamente. Isso faz com que a comunicação ocorra de modo muito mais intenso e frequente. Nesse caso, os textos tornam-se mais curtos, porque geralmente tratam de um assunto específico e os interlocutores têm a certeza de que podem continuar rapidamente a trocar mensagens e, assim, continuar a “conversar” um com o outro. Nesse sentido, cada mensagem é semelhante a um turno de fala em um diálogo.

3 a) Os pronomes marcam a interlocução, ou seja, deixam claro que quem escreve está se dirigindo especificamente ao interlocutor identificado no início do texto.

b) Os pronomes que aparecem em itálico identificam sempre o interlocutor do texto, fazendo com que reconheça que o autor está “falando” diretamente com ele(a). Os pronomes em negrito marcam, no texto, a presença do próprio autor. A alternância entre os pronomes em itálico (2ª pessoa) e em negrito (1ª pessoa) garantem que a interlocução estabelecida no início das cartas e das mensagens seja mantida ao logo do texto.



4 a) Maria Angélica sente saudades de Emílio e procura, ao recompor mentalmente a imagem dos lugares onde estiveram juntos, lembrar-se desses momentos felizes.

b) A comparação deixa evidente que Leticia, ao afirmar “Sinto saudades suas pra caramba”, expressa de maneira direta e objetiva o mesmo sentimento evocado por Maria Angélica.

c) O momento em que os textos foram escritos precisa ser considerado. As pessoas, na década de 1940, eram bem mais formais no uso que faziam da linguagem nos textos escritos. Embora se possam identificar algumas passagens mais descontraídas nas cartas, seu tom geral é mais formal, tanto no vocabulário utilizado quanto na sintaxe. Outro fator a ser considerado é a diferença no grau de intimidade das relações afetivas da década de 1940 e de 1990. Seria impensável para namorados, na década de 1940, dirigirem-se um ao outro com o grau de informalidade observado nos e-mails. O inverso também é verdade. Nos dias de hoje, é muito mais natural e esperado que a intimidade entre os namorados seja explicitada, como fazem Marcelo e Leticia, do que sugerida, como é o caso das cartas de Emílio e Maria Angélica.

CAPÍTULO 28

Blog

Análise (p. 276)

1 Texto 1: a autora manifesta sua opinião sobre as rotinas diárias e deixa claro que não se submete a elas. Texto 2: o autor faz considerações sobre o que leva algumas pessoas a valorizarem a posse de muitos bens e o que leva outras a optarem por uma vida mais simples e não consumista, baseada em valores de outra natureza. Texto 3: a autora relata um episódio engraçado que ocorreu em uma livraria.

2 Escritos em 1ª pessoa, os três textos tratam de assuntos diferentes, mas se caracterizam por deixar clara a opinião de seus autores, que a manifestam de modo descontraído. Também é possível identificar como semelhante o uso mais coloquial da linguagem. O contexto de circulação dos textos é o mesmo: a internet.

3 A autora recorre a duas imagens (a de um egípcio antigo e a de uma samambaia) que, no seu ponto de vista, ilustram exemplarmente a aceitação de rotinas diárias.

4 a) Não. Ao caracterizar a rotina dos egípcios e das samambaias, a autora dá pistas de que não vê como positiva uma repetição diária dos mesmos comportamentos e ações: os egípcios passariam os dias carregando pedras, o que não é tarefa fácil ou agradável; e as samambaias não teriam nada a fazer a não ser a fotossíntese diária.

b) A enumeração de ações é finalizada pela afirmação “deita e não sonha”, que sugere que as pessoas que levam vidas rotineiras estão, de certa forma, aprisionadas, já que não escolhem o que fazer nem chegam a sonhar com uma vida diferente.



5 Téta Barbosa introduz três enunciados sintaticamente semelhantes (Sou movida por X, não Y) para criar uma oposição entre símbolos de liberdade (ventos, vontades, escolhas) e símbolos da rotina opressora (despertadores, costumes, hábito). Com isso, prepara o leitor para a afirmação final de que é uma pessoa livre ([Sou movida] Por mim, enfim!), capaz de definir os rumos da própria vida.

6 No 1º parágrafo, Diego Quinteiro enumera quatro ações que não se aplicam a ele: vestir-se bem, aparar a barba, decorar o próprio quarto e desamassar o carro. Percebe-se que há um elemento comum a essas quatro ações: todas elas estão voltadas para a criação do que se considera uma boa aparência. Faz sentido que alguém que diga não ser vaidoso não dê importância, por exemplo, à aparência do próprio carro.

7 Segundo o autor, há pessoas que dão valor à beleza, há pessoas que valorizam a permanência, e há pessoas, como ele, que valorizam o bem-estar e a felicidade. Os tênis são utilizados para ilustrar de que maneira escolhas aparentemente simples (um par de sapatos) revelam uma postura diante da vida. Assim, as pessoas que gostam de tênis bonitos seriam vaidosas, sempre preocupadas com a aparência; quem opta pelos tênis duráveis seriam as pessoas acomodadas, que desejam construir uma vida segura e imutável; já as pessoas que preferem os tênis confortáveis fariam suas escolhas de vida sempre guiadas pelo desejo de alcançar o maior bem-estar possível.
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8 a) Supõe-se que o leitor de um blog com esse título espere encontrar recomendações sobre como as pessoas devem se comportar em livrarias, já que o gênero manual corresponde a um texto com um conjunto de instruções a serem seguidas.

b) Confirma em parte e contradiz em parte. Confirma em parte, porque a autora ilustra, em seu texto, um comportamento inadequado de uma freguesa de uma livraria. Contradiz em parte, porque não se espera que um manual seja constituído por exemplos do que não deve ser feito.



9 O texto relata um diálogo absurdo entre uma compradora e um livreiro, em que essa compradora pergunta se a escritora Clarice Lispector, morta em dezembro de 1977, estará presente no lançamento de sua biografia escrita pelo norte-americano Benjamin Moser. Dado o absurdo da pergunta, o leitor pode reconhecer a intenção de humor associada ao título (por onde anda clarice? tá tão sumida essa menina). A legenda da foto oferece uma resposta irônica para a pergunta que dá título ao texto — “tô em casa, bolando frases pro facebook de vocês” — e faz uma referência bem-humorada às muitas frases falsamente atribuídas a Clarice Lispector que circulam por essa rede social.

10 Os parênteses são usados, pela autora, para introduzir uma série de comentários irônicos a respeito do diálogo absurdo travado entre a freguesa e o livreiro.

11 O primeiro trecho entre parênteses apresenta para o leitor o contexto em que se dá a conversa entre a freguesa e o livreiro: dia de lançamento de um livro publicado por uma grande editora. O modo como a autora do texto caracteriza esse contexto explicita o tom humorístico do texto: “ingredientes para um delírio inesquecíver” (a qualificação do episódio como um “delírio”, portanto, algo insano, e o uso de uma forma estigmatizada do adjetivo inesquecível contribuem para a imagem que o leitor fará da freguesa, sugerindo se tratar de uma pessoa muito desinformada); “caprichou no bobó de alucinação” (a referência a um tipo de comida — o bobó — caracterizado por apresentar a consistência de uma papa e que seria, nesse caso, constituído de elementos insanos, confirma para o leitor que o caso a ser relatado é absurdo).

12 A primeira passagem é a seguinte: “fregueses que olham a página de eventos da livraria na internet antes de pedir informações: amamos vocês”. Pode-se relacionar tal passagem a uma recomendação de como devem se comportar os fregueses de uma livraria: espera-se que eles cheguem informados sobre os eventos que estão planejados, para evitarem perguntas absurdas aos livreiros.

A segunda passagem aparece no final e é reforçada pela identificação “manual prático de bons modos em livrarias: recomendamos aos senhores fregueses o uso diário e sem moderação do site ‘quem morreu hoje’”. Nesse caso, a recomendação é explícita e inusitada: os frequentadores de livrarias devem saber quais autores já morreram, para evitar situações constrangedoras como a ilustrada no texto.



Diário virtual: produção coletiva de blog pessoal (p. 279)

A tarefa proposta envolve momentos de produção coletiva (criação do texto de apresentação do blog) e individual (relato e comentário de uma experiência) na criação de um blog real.

No momento de avaliar o resultado dessa proposta, é importante observar se a turma conseguiu estabelecer as bases para a produção de um blog coletivo que mantém as características de um blog pessoal, mas também apresenta uma unidade geral temática com relação à natureza das experiências relatadas nos textos. Avalie, ainda, se o grau de formalidade da linguagem, previamente estabelecido, foi respeitado por todos os alunos no momento de escreverem seus posts pessoais.

Deve-se também observar se os títulos escolhidos são compatíveis com as experiências relatadas. Essa experiência pode ser bastante enriquecedora se os alunos forem estimulados a comentar, no blog, os textos postados por seus colegas.



Pais e professores podem também se interessar pela leitura desses textos e podem vir a comentá-los no blog, tornando ainda mais real a experiência vivida pelos alunos ao desenvolverem a tarefa proposta.

CAPÍTULO 29

Notícia

Análise (p. 281)

1 Informar como se deu a chegada do primeiro homem à Lua.

> O texto informa, de modo detalhado, como o astronauta americano Neil Armstrong e depois seu companheiro Edwin “Buzz” Aldrin saem do módulo lunar e tocam a superfície da Lua. Traz também uma série de impressões de Neil Armstrong sobre a cobertura do solo lunar e o grau de dificuldade para se movimentar, colher amostras, etc.

2 Não, porque não é possível colocar um satélite do tamanho da Lua no bolso, como também é absurda a ideia de que ela poderia ser “retirada” do espaço. O título precisa, portanto, ser interpretado de modo figurado. No contexto, a expressão “[pôr] a Lua no bolso” ganha uma conotação metafórica e significa conquistar a Lua.

> Como o texto informa detalhadamente a “conquista” da Lua pelo homem, descrevendo o sucesso da primeira missão tripulada a aterrissar no satélite da Terra, o título antecipa, com uma metáfora, o resultado da missão. Como os homens conquistaram a Lua, estavam com ela “no bolso”.

3 O quê? A chegada do homem à Lua. Quem? O astronauta americano Neil Armstrong. Quando? Exatamente às 23 horas, 56 minutos e 31 segundos (hora de Brasília) do dia 20 de julho de 1969. (Os alunos devem identificar a data na fonte, ao fim do texto transcrito. Como se trata de uma notícia publicada no dia seguinte ao acontecimento, não havia necessidade de o jornalista incluí-la no corpo do texto.) Como? Descendo a escadinha do módulo lunar, depois de ter pousado na superfície do satélite natural da Terra. Onde? Na superfície da Lua. Por quê? Para tornar realidade um sonho milenar do homem: a conquista da Lua.

4 As informações oferecidas no primeiro parágrafo ajudam o leitor a se situar diante do fato relatado. Nesse sentido, trazem dados precisos para responder às perguntas: “o quê?, quem?, quando?, onde?, por quê?”. Nos parágrafos seguintes, o texto traz informações mais ampliadas e detalhadas sobre o acontecimento relatado no parágrafo inicial. O parágrafo inicial tem a função de localizar no espaço e no tempo o fato apresentado, atribuindo sua “autoria” a alguém e, se possível, explicando como e por que motivo ocorreu. Os demais parágrafos do texto trazem novas informações que ajudam o leitor a compreender melhor as circunstâncias em que o fato noticiado ocorreu, mas não modificam o foco do texto, estabelecido no primeiro parágrafo.

5 Não. Na primeira e na última passagens, as aspas foram utilizadas somente para indicar que foi Armstrong quem disse algo (informa que a porta se abria, informa sobre o que vê ao olhar para cima, na direção do módulo), mas não há, nessas falas, qualquer opinião, pois o astronauta americano apenas relata fatos. A segunda e a terceira falas, porém, refletem opiniões particulares sobre a sensação provocada pelos primeiros passos no solo lunar (“a superfície da Lua é fina e poeirenta, como carvão em pó sob meus pés”), algo que somente quem pisou naquela superfície poderia descrever; e sobre a impressão provocada pela paisagem lunar: “É algo parecido com o deserto no Oeste dos Estados Unidos. Mas é muito bonito aqui fora”. Armstrong usa o recurso da comparação com algo terrestre conhecido para descrever o que vê a seus interlocutores. É interessante observar, na segunda fala de Armstrong, a preocupação do astronauta em afirmar a beleza do que via, como se temesse ser mal interpretado pela comparação feita (as pessoas poderiam pensar que, por se
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tratar de uma paisagem semelhante à do deserto do Oeste americano, não fosse algo bonito).



6 A descrição é essencial em uma notícia como essa, porque o fato relatado é algo inimaginável para os leitores. Trata-se da primeira vez que um homem pisa na Lua. Tudo o que acontece, portanto, é novo. Ao recorrer à descrição, o autor do texto oferece imagens que auxiliam os leitores a reconstruírem, mentalmente, os movimentos dos astronautas e, assim, a criarem representações visuais para o que aconteceu naquele histórico momento.

UNIDADE 9

Exposição e injunção

CAPÍTULO 30

Reportagem

Análise (p. 289)

1 Apresentar um país pouco conhecido pela maioria das pessoas: a Islândia.

> O autor começa por apresentar uma descrição que informa a localização da Islândia (“Isolada no Atlântico Norte, na altura do Círculo Polar Ártico”), algo desnecessário em relação a países mais conhecidos. Aliás, a primeira palavra utilizada no texto destaca a singularidade desse país. Além disso, o autor faz comentários que reforçam o fato de a Islândia ser pouco conhecida: “... a Islândia passa despercebida do resto do mundo.”, “É um lugar do qual só costumamos nos lembrar quando é sacudido por alguma erupção vulcânica mais violenta...”.

2 Espera-se que o texto traga informações sobre as características da Islândia. Isso realmente é feito pelo autor em diversos momentos. Alguns deles são os seguintes: “... nenhum outro lugar reúne tantas e tão diversas manifestações da natureza como a Islândia. É possível encontrar, ao cabo de apenas um dia de viagem, gêiseres, cataratas, vulcões, geleiras, fiordes, cavernas, lagos de águas turquesas e fontes termais [...] espremidos num território de pouco mais de 100 mil quilômetros quadrados...”; “A Islândia é o país mais novo da Terra, não em termos geo políticos, mas geológico.”; “... as geleiras cobrem 12% da superfície.”; “... está dividido ao meio por uma falha geológica e abriga 40 vulcões ativos e mais de mil inativos...”; “A Islândia é a nação com a maior quantidade de gêiseres, os esguichos de água quente que brotam da terra quando a água das geleiras escorre para o subsolo e encontra o magma, a massa rochosa em permanente fusão abaixo da crosta terrestre”.

3 O autor parte do significado do nome do país (“... Iceland, em inglês, significa ‘terra do gelo’...”) para destacar um dos aspectos definidores da Islândia: é um lugar gelado. Como lá também há um grande número de vulcões e gêi seres, José Ramalho comenta que também seria possível denominar o país Fireland (“terra do fogo”, em inglês) ou Geiserland (“terra de gêiseres”, em inglês). Esse recurso destaca, para os leitores do texto, características definidoras da natureza do país apresentado.

4 a) Sim. A Islândia, como o nome indica, é a “terra do gelo”. Nesse sentido, uma fotografia que mostre um homem envolvido por uma imensidão de gelo traduz para o leitor da reportagem aquela que será a característica definidora de um país localizado na altura do Círculo Polar Ártico.

b) A relação é estabelecida com o 2º parágrafo do texto, que vai de “O ponto de partida de Viagem ao centro da Terra...” até “... escondia o acesso às misteriosas entranhas do nosso planeta”.

c) A imagem mostra um homem caminhando em direção ao que parece ser o “centro” da geleira. Evoca, portanto, o parágrafo inicial da obra de Julio Verne, referida pelo repórter. Na verdade, pelos comentários feitos no 2º parágrafo, José Ramalho deixa clara a influência do romance Viagem ao centro da Terra na imagem que fazia da Islândia.

5 “‘Para ter uma piscina aquecida no jardim, basta cavoucar a terra’, me disse um amigo islandês, meio brincando, meio a sério.”; “Uma piada local diz que se você estiver perdido dentro de uma floresta islandesa, basta se levantar e ficar de pé para achar a saída”.

> Essas passagens introduzem um toque de humor no texto, que poderia ser composto, essencialmente, por informações objetivas sobre o país que está sendo caracterizado. Informações como essas introduzem uma espécie de “cor local”, tornando mais viva a descrição da Islândia.

6 “Esta era a imagem que eu fazia deste estranho país desde a juventude — um lugar cuja estranha topografia escondia o acesso às misteriosas entranhas do nosso planeta.”; “Aqui a natureza é o show e vale a pena reservar pelo menos três dias para poder sentir um pouco de tudo o que o país pode oferecer.”; “Os vulcões da ilha são uma atração assustadora e maravilhosa.”; “Mesmo sobre espessas camadas de gelo [...] surgem impressionantes crateras de fogo.”; “Igualmente impressionante é o sobrevoo dessa mesma região num teco-teco...”.

> O testemunho entusiasmado do autor sobre a Islândia contribui para formar, junto ao leitor, uma imagem positiva do país que está sendo descrito. O leitor, influenciado pela opinião do repórter, pode concluir que a Islândia é um país que merece ser visitado.

Atividade suplementar (p. 290)

A importância das imagens nas reportagens televisivas

Divida a turma em grupos. Cada grupo ficará encarregado de gravar e transcrever o texto de uma das reportagens principais apresentadas em um dos telejornais das redes de televisão aberta. Defina qual grupo deverá acompanhar cada um dos telejornais, para evitar que mais de um grupo escolha a mesma reportagem e transcreva o mesmo texto.

Quando as transcrições ficarem prontas, peça aos grupos que troquem os textos entre si. Em seguida, oriente os alunos a lerem os textos recebidos analisando os seguintes aspectos:

> Eles conseguem identificar qual fato foi abordado na reportagem?

> As informações apresentadas sobre esse fato, no texto, são suficientes para informar os telespectadores a respeito do assunto abordado?

> Há algum tipo de problema na articulação do texto? Ele apresenta, por exemplo, passagens pouco claras ou que pressupõem algo que não foi dito para ser compreendido?

Concluída a análise, converse com os alunos sobre os aspectos observados. Promova uma discussão sobre a diferença entre as transcrições e as matérias originalmente apresentadas nos telejornais. Peça-lhes que reflitam sobre a importância das imagens para construir o texto dessas reportagens.

Espera-se, como resultado dessa atividade, que os alunos concluam que, no caso das reportagens televisivas, o texto funciona quase como uma “moldura” para as imagens, escolhidas pelo seu caráter informativo. Sem essas imagens, a compreensão do texto transcrito das reportagens escolhidas torna-se mais difícil, porque ele carece de um conjunto de informações contido nas imagens que o acompanhavam originalmente.

CAPÍTULO 31

Textos instrucionais

Análise (p. 296)

1 O texto 1 tem por finalidade apresentar, para o leitor, os objetivos do jogo O Senhor dos Anéis: card game, e definir o contexto no qual as aventuras do jogo deverão acontecer: o universo da Terra Média, onde vários povos precisam se unir para combater a ameaça maligna de Sauron, o mestre das sombras.

> O objetivo do texto 2 é apresentar as regras que deverão ser seguidas pelos jogadores de O Senhor dos Anéis: card game
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como preparação para dar início ao desafio de enfrentar uma missão proposta pelo jogo.



2 A principal diferença entre os dois textos é que o segundo apresenta uma série de procedimentos a serem seguidos. Nesse sentido, estabelece uma relação direta com o leitor, para levá-lo a agir de acordo com as instruções fornecidas em cada um dos tópicos numerados. O primeiro texto, embora também deixe evidente a interlocução direta com o leitor, limita-se a fornecer informações mais gerais sobre o jogo O Senhor dos Anéis: card game.

3 Não. Percebe-se que há uma organização sequencial dos tópicos. A partir da orientação inicial (“Antes de jogar O Senhor dos Anéis: card game, siga as seguintes etapas em ordem”), os procedimentos e as orientações apresentadas em cada um dos tópicos subsequentes pressupõem o cumprimento dos procedimentos e das orientações que constam dos tópicos anteriores.

4 Sim, porque oferecem informações e apresentam procedimentos que pressupõem algum conhecimento desse tipo de jogo. Os procedimentos estabelecidos no texto 2 fazem referência a conceitos próprios do universo desses jogos (baralho de jogador, cartas de missão, banco de fichas, etc.) e um leitor que não esteja familiarizado com tal universo pode ter dificuldade para compreender os textos.

5 a) Os verbos destacados foram todos flexionados no Imperativo afirmativo.

b) O Imperativo afirmativo é o modo verbal associado às ordens, aos comandos. Como o autor do texto 2 precisa apresentar uma série de procedimentos a serem necessariamente seguidos pelo leitor, recorre ao modo Imperativo para deixar clara tal expectativa.



UNIDADE 10

Argumentação

CAPÍTULO 32

Editorial

Análise (p. 300)

1 O texto trata do choque de princípios a ser enfrentado pela sociedade envolvendo, por um lado, a comodidade e a segurança dos cidadãos e, por outro, a sua privacidade.

> “algumas companhias conseguem, usando bancos de dados gigantescos e algoritmos relativamente simples, rastrear os hábitos dos consumidores a ponto de conhecer sua intimidade” (3º parágrafo); “Investidas como essas se sobrepõem a outros avanços tecnológicos, como câmeras de vigilância mais potentes e chips de cartões bancários capazes de revelar quanto o cidadão gastou e onde ele esteve. A isso se somam os drones, que localizam, e eventualmente liquidam, até quem se esconde nas áreas mais remotas do planeta.” (4º parágrafo).

2 O texto defende a definição de limites claros para o uso de tecnologia e dispositivos capazes de acumular informações privadas; defende também que tais informações só sejam utilizadas com a ciência do cidadão, que deve ter o direito de decidir se quer ou não ter seus dados utilizados por terceiros.

> Não. O texto não tem autoria definida, ou seja, não é assinado por ninguém. Além disso, pode-se identificar, no 2º parágrafo, uma referência ao jornal (“Como mostrou reportagem do jornal ‘The New York Times’ reproduzida por esta Folha”) no qual o texto foi publicado. Essa autorreferência sugere que a opinião explicitada no texto é a do próprio jornal (no caso, Folha de S.Paulo).

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